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Investigação Qualitativa

© Luísa Helena Pinto


Investigação Qualitativa
 A Investigação Qualitativa
 Abordagens: narrativa, fenomenologia, etnografia, estudo
de caso, investigação-ação;
 Designs Qualitativos
 Métodos de Recolha de Dados: Observação, Entrevista,
Focus-Group
 Análise de Dados: análise de conteúdo
 Vantagens e Desvantagens da Investigação Qualitativa
 Algumas Considerações Éticas

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Investigação Qualitativa

Investigação Quantitativa Investigação Qualitativa


Positivista: baseia-se no pressuposto  Baseia-se no pressuposto de que a
de que a realidade existe (é exterior aos realidade não existe enquanto tal, ou
sujeitos) e pode ser medida seja, não existe fora dos sujeitos que a
 É experimental e quantitativa percecionam e/ou a constroem
 Pressupõe o controlo completo das  Foca o significado e a interpretação
variáveis e suas interações  Baseia-se na construção da teoria a
 Baseia-se no teste de hipóteses partir dos dados
 Apoia-se no Modelo Dedutivo (ou  Apoia-se no Modelo Indutivo (ou seja,
seja, dedução de factos a partir do teste construção da teoria a partir dos dados)
de hipóteses)  Ênfase sobre o processo e o contexto.
 Ênfase sobre o resultado Maior subjetividade e flexibilidade.
Ex. Estudo da natureza quantificável da publicidade Ex. Estudo das representações dos consumidores
on-line e o seu impacto sobre as vendas sobre uma marca ou serviço

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Contribuições/Utilizações da Investigação Qualitativa

1. Compreender o significado – permite compreender como os seres


humanos atribuem e constroem significado e as suas implicações (e.g.
Qual é o significado da marca FEP? O que significa ser Fepiano?)
2. Compreender como funciona – permite compreender as relações
entre os fenómenos e as suas consequências (e.g. Como é que as
competências reconhecidas nos Fepianos se relacionam com a entrada
no mercado de trabalho? E com a progressão na carreira?)
3. Capturar histórias e compreender vivências – permite melhor
compreender o ponto de vista do Outro (e.g. Como é que
empregadores e Fepianos vivenciam a entrada no mercado de
trabalho?)
Fonte: Patton (2015, p. 13)

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Investigação Qualitativa
Contribuições/Utilizações da Investigação Qualitativa

4. Descobrir, identificar e compreender regularidades entre casos –


permite efetuar comparações que envolvam a análise das
semelhanças e diferenças (e.g. Como é ser Fepiano de Gestão e de
Economia? E do 1º e do 2º ciclo?)
5. Compreender o contexto – permite compreender os significados que
surgem em cada contexto (e.g. Como é que a crise económica em
Portugal afetou o significado de ser Fepiano?)
6. Identificar e compreender relações inesperadas – permite explorar os
efeitos e as consequências inesperadas ou os efeitos secundárias de
um certo fenómeno (e.g. Porque é que a crise económica aumentou
as vendas e o uso de micro-ondas)? Fonte: Patton (2015, p. 13)

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Sugestões antes de escolher a IQ:

 Adequação à questão de investigação


 Escolher a abordagem/quadro de referência mais adequado
 Encontrar um orientador que conheça/use/apoie a IQ
 Pondere o design de investigação (em especial a amostragem e a
escolha dos casos de estudo)
 Treine as competências de observação e entrevista
 Aprenda a fazer a analise qualitativa dos dados antes de os recolher
 Prepare-se para a controvérsia e oposição à IQ
 Escolha a IQ porque se adequa ao tema e a si, mas prepare-se para
ser desafiado Fonte: Patton (2015, p. 19)

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12 Estratégias principais de IQ – Design principal:
1. Design naturalístico – estuda fenómenos reais à medida que estes
decorrem, de forma não-manipulativa e não controlada (e.g. Jean Piaget,
Jean. The origins of intelligence in children).
2. Design emergente – estuda fenómenos/contextos reais adaptando a
pesquisa à medida que a compreensão do fenómeno aumenta e/ou a
situação muda. Perseguem-se novas relações à medida que emergem (e.g.
observação do comportamento dos adeptos no acesso a um jogo de futebol e à medida
que as disputas entre adeptos surgem)
3. Design planeado/com amostragem intencional – Os casos a estudar são
pré-selecionados ou escolhidos para proporcionarem informação mais
rica sobre um fenómeno. A amostragem proporciona informação nova e
mais detalhada, não visando generalização (e.g. entrevistas as gestores que
usam estratégias Omni_channel)

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12 Estratégias principais de IQ – Obtenção de dados:
4. Dados qualitativos – recolha de dados observacionais, de entrevista, ou
análise documental (texto, som, imagem) que proporcionam amplo
detalhe e descrições minuciosas do fenómeno em estudo (e.g. Jean Piaget,
Jean. The origins of intelligence in children)
5. Envolvimento e experiência pessoal – estudo de fenómenos/contextos
reais com os quais se tem proximidade e em relação aos quais a
experiência pessoal e o envolvimento do investigador são uma
componente importante da pesquisa (e.g. Bullying as Unacknowledged
Organizational Evil: A Researcher's Story)
6. Neutralidade e atenção empática – Visa-se compreender em
profundidade os casos, estabelecendo relação, atenção e empatia, sem
julgar (e.g. Workplace bullying as sensemaking: An analysis of target and actor
perspectives on initial hostile interactions)

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12 Estratégias principais de IQ – Obtenção de dados:
7. Perspetiva dos sistemas dinâmicos – recolha de dados sobre o processo:
assume a mudança como contínua, seja qual for o foco (individual,
grupal, organizacional) (e.g. Building China: precarious employment among migrant
construction workers)
8. Estudo de caso – estudo de fenómenos/contextos singulares em que
cada caso é capturado, analisado e interpretado como único (e.g. Exposing
the symbolic capital of international assignments)
9. Análise indutiva e síntese criativa – Visa-se compreender em
profundidade o fenómeno, através da imersão no mesmo e da
identificação de temas, padrões, (ir)regularidades, partindo do particular
e único para aquilo que é comum, seguindo-se a análise confirmatória
(e.g. Making sense of different responses to corporate change)

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12 Estratégias principais de IQ – Obtenção de dados:
10. Perspetiva holística – recolha de dados sobre o fenómeno no
pressuposto de que o mesmo é mais do que a soma das partes, sendo
importante descobrir as interdependências, e as dinâmicas sistémicas
que não se resumem a relações de causa e efeito (e.g. Unemployment and
underemployment: A narrative analysis about loss)
11. Sensibilidade ao contexto – estudo de fenómenos que estão
contextualizados social, histórica e temporalmente e dificilmente são
extrapoláveis ou generalizáveis (e.g. Typology of career development for Arab
women managers in the United Arab Emirates)
12. Reflexividade: perspetiva e voz – o analista/autor é autêntico e
verdadeiro quanto ao fenómeno que analisa, sendo autorreflexivo e
consciente de que é ele próprio o instrumento de pesquisa (e.g. I am my
mother's daughter: early developmental influences on leadership)

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 A Investigação Qualitativa
 Abordagens: narrativa, fenomenologia, etnografia, estudo
de caso, investigação-ação;
 Designs Qualitativos
 Métodos de Recolha de Dados: Observação, Entrevista,
Focus-Group
 Análise de Dados: análise de conteúdo
 Vantagens e Desvantagens da Investigação Qualitativa
 Algumas Considerações Éticas

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16 Abordagens/Focos Teóricos em IQ:

Etnografia Inquérito Narrativo


Auto Etnografia Etnometodologia
Reality-testing: positivismo, pós- Interacionismo Simbólico
positivismo, empirismo e objetivismo
Grounded Theory Semiótica
Realismo Hermenêutica
Fenomenologia Teoria Sistémica
Inquérito Heurístico Teoria da Complexidade
Construtivismo Social Pragmatismo e inquérito qualitativo
genérico
Fonte: Patton (2015, p. 85)

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Abordagens Teóricas: Origens e Questões Centrais
Abordagem Teórica Origens Questões Centrais Exemplo de Metodologias
Etnografia Antropologia Qual é a cultura deste Observação participante
(e.g. Etnografia grupo? Como é que a (embora o que distinga esta
Organizacional é cultura explica o abordagem seja o recurso à
ilustrada pelos comportamento dos perspetiva cultural para
Estudos de seus membros? interpretar os dados)
Hawthorne) - Emic perspective

Auto Etnografia Artes Como é que a minha Usa a expª pessoal e a


Literárias vivência cultural oferece introspeção para conhecer
ensinamentos sobre a uma subcultura ou cultura
minha cultura, situação mais ampla. São critérios de
e modo de vida? qualidade, a contribuição, a
- Etic perspective reflexividade, o impacto, ou a
expressão de uma realidade

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Investigação Qualitativa
Abordagens Teóricas: Origens e Questões Centrais
Abordagem Teórica Origens Questões Centrais Exemplo de Metodologias
Reality-testing: Filosofia Qual é a verdade? Qual Como os pós-positivistas
positivismo, pós- é a natureza do mundo reconhecem que todos os
positivismo, real? Como podemos métodos são imperfeitos, o teste
empirismo e conhecer/medir a de teorias exige a combinação de
objetivismo realidade (porque esta vários métodos – quantitativos e
existe fora de nós)? qualitativos (triangulação)
Grounded Theory Ciências Que teoria emerge da Usa um processo iterativo de
Sociais análise comparativa dos recolha de dados, comparação e
dados e explica o que se desenvolvimento de novas
observa (data-based categorias interpretativas e
theory)? construção teórica.
Realismo Filosofia Quais são os Métodos que permitem examinar
mecanismos causais a realidade que existe para além
num dado contexto? daquela que pode ser percebida.

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Abordagens Teóricas: Origens e Questões Centrais
Abordagem Origens Questões Centrais Exemplo de Metodologias
Teórica
Fenomenologia Filosofia Qual é o significado, Métodos que exploram o modo
estrutura e essência do como os seres humanos dão
fenómeno (e.g. a solidão, o sentido às experiências e as
cancro, a gravidez, a transformam em significações
expatriação…) tal qual ele é comuns (e.g. Patton, 2015, p.
vivenciado por esta pessoa 118, para mais detalhes)
ou grupo de pessoas?
Inquérito Psicologia Qual é a minha experiência Observação sistemática e dialogo
Heurístico Humanista do fenómeno, e a essência consigo e com os outros através
da experiência dos outros de entrevistas em profundidade.
que o vivenciam também Difere do anterior por enfatizar a
intensamente? relação, o significado pessoal e a
essência da experiência pessoal

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Abordagens Teóricas: Origens e Questões Centrais
Abordagem Origens Questões Centrais Exemplo de Metodologias
Teórica
Construtivismo Sociologia Como é que as pessoas, Métodos (observação, entrevista…)
Social neste contexto, constroem que capturam diversas
a realidade? O que é significações e experiências – a
percebido como real? ideia de múltiplas realidades (what
Quais são as is perceived as real is real in its
consequências do que é consequences (Thomas & Thomas,
percebido como real? 1928). Para mais detalhe, ver
Patton (2015, p. 127)
Inquérito Ciências Como é que esta narrativa Análise de narrativas pessoais,
Narrativo Sociais, (história) pode ser histórias, mensagens, grafitis etc.
Critica interpretada e retrata a reveladoras das vivências
Literária vida e a cultura que a individuais subjacentes (colocando
criou? O que revela sobre a história no contexto e
a realidade subjacente? interpretando-a)

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Abordagens Teóricas: Origens e Questões Centrais
Abordagem Origens Questões Centrais Exemplo de Metodologias
Teórica
Etnometodologia Sociologia Como é que as pessoas, Métodos (observação, entrevista
conferem significado e em profundidade, experiências
sentido às suas etnometodológicas) que violam o
experiências diárias, script ou capturam as teorias
comportando-se de um implícitas que guiam o
modo socialmente comportamento.
aceitável?
Interacionismo Psicologia Que conjunto de Inquérito qualitativo –
Simbólico Social estímulos e significados envolvendo contato próximo,
emergem e dão sentido interação e análise indutiva - para
às interações sociais? apreender e compreender o
mundo simbólico das pessoas em
estudo.

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Abordagens Teóricas: Origens e Questões Centrais
Abordagem Origens Questões Centrais Exemplo de Metodologias
Teórica
Semiótica Linguística Como é que os signos (palavras Métodos que observam,
e símbolos) significam e identificam e interpretam o
veiculam significado num modo como as pessoas criam
determinado contexto? Quais signos, se comportam na
são as implicações desses presença destes e lhes
signos para as crenças, atribuem significado (e.g.
comportamentos e interações Patton, 2015, p. 135 para mais
humanas? detalhes)
Hermenêutica Linguística, Quais são as condições e o Análise documental (desde
Filosofia, contexto no qual uma ação textos históricos a Twitters)
Literatura humana se desenrola ou um examinados no seu contexto,
produto é feito e lhe conferem para compreender como são
significado? produzidos e interpretados.

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Abordagens Teóricas: Origens e Questões Centrais
Abordagem Origens Questões Centrais Exemplo de Metodologias
Teórica
Teoria Interdisci Como e porque este Inquérito qualitativo (entrevistas,
Sistémica plinar sistema funciona deste focus group com informantes chave
modo? Quais as e diferentes stakeholders) para
fronteiras? Quais as inter- determinar um mapa de interações
relações? e interfaces que dê a conhecer o
todo.
Teoria da Física Como é que as dinâmicas Métodos múltiplos (e.g. observação
Complexidade Teórica, complexas e não lineares de incidentes críticos, fenómenos
Biologia, dos sistemas adaptativos emergentes, mapeamento,
Ecologia podem ser capturadas, inquérito emergente, entrevistas)
iluminadas e que visam capturar a
compreendidas? complexidade, a não linearidade e
o devir dos fenómenos.

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Abordagens Teóricas: Origens e Questões Centrais
Abordagem Origens Questões Centrais Exemplo de Metodologias
Teórica
Pragmatismo e Filosofia Quais são as Inquérito qualitativo (entrevistas,
inquérito Avaliação consequências práticas e focus group com informantes chave
qualitativo de as aplicações úteis do e diferentes stakeholders) para
genérico programas que aprendemos sobre determinar um mapa de interações
este assunto/problema? e interfaces que dê a conhecer o
todo.

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 A Investigação Qualitativa
 Abordagens: narrativa, fenomenologia, etnografia, estudo
de caso, investigação-ação;
 Designs Qualitativos
 Métodos de Recolha de Dados: Observação, Entrevista,
Focus-Group
 Análise de Dados: análise de conteúdo
 Vantagens e Desvantagens da Investigação Qualitativa
 Algumas Considerações Éticas

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Investigação Qualitativa
Designs qualitativos
 São planos de ação
 Determinam o que se aprenderá
 Guiam a recolha, análise e interpretação dos dados
 Dependem do propósito da investigação (num continuo teoria >prática):
 Investigação fundamental: contribui para o conhecimento base
 Investigação aplicada: contribui para a resolução de um problema
 Avaliação sumativa: determina se uma solução funciona
 Avaliação formativa: melhora uma politica/solução
 Investigação-ação: soluciona um problema prático
 Nenhuma investigação serve simultaneamente vários propósitos
 Não há designs perfeitos, há designs possíveis

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Designs qualitativos
1. Formular a QI: O quê? Porquê? Como?
2. Decidir o referencial teórico
3. Decidir a recolha de dados:
 Tempo: cross-seccional versus longitudinal
 Prioridade: questões essenciais versus necessárias versus acessórias
 Foco: em extensão versus em profundidade
 Limites: fechado (e.g. no contexto X) versus aberto (e.g. em múltiplos contextos)
 Amostra: única (estudo de caso) versus múltipla (e.g. diversos inquiridos)
 Tipo de inquérito: emergente (aberto ao que surge) versus predeterminado
 Unidade de análise: atividades versus pessoas versus tempo versus documentos
versus locais (Patton, 2015, p. 261)
4. Amostragem: selecionar os casos/dados relevantes (ver estratégias de amostragem em
Patton (2015, p.266-72):
 Dedutivo; Indutivo; Realista; Causal; Bola de neve; Emergente; Oportuna;
Confirmatória/Desconfirmatória; Estratificada; Conveniência

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Designs mistos
1. Triangulação: de métodos (quantitativo e qualitativo) e/ou de dados e/ou de
investigadores e/ou teorias
• Mais dispendioso
• Mais complexo
• Menos sujeito a biases associados a um só método/investigador/fonte de dados
• Dados diferentes proporcionam resultados inconsistentes entre si o que oferece
novas oportunidades de aprofundamento
2. Na abordagem tradicional hipotético-dedutiva: um estudo “ideal” combinaria (a) dados
quantitativos; (b)designs experimentais (ou quasi) e (c) análise estatística.
3. Na abordagem típica qualitativa/naturalística indutiva e holística, incluiria: (a) dados
qualitativos; (b)um design de inquérito naturalístico-indutivo-holístico e (c) análise de
conteúdo ou de caso.
4. Designs mistos: combinam os anteriores (ver ilustrações em Patton (2015, p.317-321).

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Investigação Qualitativa
Qualidade e credibilidade da IQ
 Que dados suportam os resultados e as conclusões?
 Procurar e analisar evidência negativa e desconfirmatória
 Efetuar comparações permanentes
 Manter a análise relacionada com o propósito e a QI
 Manter os resultados no contexto
 Manter a análise qualitativa qualitativa
 Gerar e avaliar conclusões alternativas regressando aos dados
 Integrar e triangular diversas fontes de dados qualitativos: observação, análise
documental, entrevistas. A consistência de resultados entre dados aumenta a confiança
nas relações evidenciadas
 Integrar e triangular dados quantitativos e qualitativos nos estudos mistos
 Triangular os analistas
 Integrar/interpretar os resultados sob perspetivas teóricas alternativas

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Investigação Qualitativa
A road map to your research…

1. Propósito e • Investigação fundamental, aplicada, sumativa,


natureza da formativa ou avaliativa
contribuição • Investigação-ação

2. Abordagem • 16 tradições teóricas


teórica que • Etnográfica, fenomenológica, grounded-
enforma a theory, narrativa, realismo, positivismo,
investigação sistémica….

3. Questão(ões) de • Porque o tema é relevante?


investigação • Centrada numa só disciplina ou
principal interdisciplinar, questão avaliativa

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Investigação Qualitativa
A road map to your research…

4. Foco da • Amplo versus focado/especifico


investigação • Confirmatório, foco único ou múltiplo

5. Time-frame da • Num único momento versus


investigação longitudinal

• Indivíduos, programas, organizações,


6. Unidade de
eventos, grupos, comunidades,
análise documentos, tempo…

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Investigação Qualitativa
A road map to your research…

• Outliers, casos típicos, variação


7. Amostragem máxima, homogénea, bola de neve,
oportuna, conveniência, mista

• Observações, análise documental,


8. Tipo de dados entrevistas, mapeamento de
processos, focus group, misto

• Emergente versus design fixo


9. Design de
(amostra predeterminada e dados a
investigação recolher predefinidos)

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Investigação Qualitativa
A road map to your research…

• Indutiva/dedutiva
10. Abordagem
• Conteúdo/temática versus estatística
analítica
• Misto

11. Credibilidade • Estabelecer critérios de qualidade


dos resultados • Tipo e grau de triangulação

12. Considerações • Assegurar confidencialidade,


consentimento informado e proteção
éticas dos sujeitos

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Investigação Qualitativa
A road map to your research…

13. Aspetos • Constrangimentos em recursos


práticos (tempo e meios) e logística

14. Vantagens e
desvantagens do • Não há designs perfeitos
design

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Investigação Qualitativa
 A Investigação Qualitativa
 Abordagens: narrativa, fenomenologia, etnografia, estudo
de caso, investigação-ação;
 Designs Qualitativos
 Métodos de Recolha de Dados: Observação, Entrevista,
Focus-Group
 Análise de Dados: análise de conteúdo
 Vantagens e Desvantagens da Investigação Qualitativa
 Algumas Considerações Éticas

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Investigação Qualitativa
Métodos usados na Investigação Quantitativa e Qualitativa - Ilustrativo

Métodos Inv. Quantitativa Inv. Qualitativa


• Trabalho preliminar – anterior à • É um método fundamental para
Observação elaboração do questionário conhecer alguns fenómenos (ex.
cultura)

Entrevista • Investigação por inquérito: • Questões abertas e amostras


questões de escolha definida e pequenas
amostras aleatórias

Análise • Análise de conteúdo: categorial • Identificar e compreender os


– contagem das categorias textos/temas referidas pelos
Documental
importantes para o investigador participantes

Transcrições • Usado raramente para verificar o • Muito usado para saber como os
conteúdo das entrevistas participantes organizam o discurso

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Investigação Qualitativa
Método da Observação

Observação Participante Observação Não Participante


Imerge na situação. Tem por Exterior à situação. Tem por
Investigador objetivo ser um membro aceite da objetivo não interferir na situação
comunidade participante. que observa.

Processo não-estruturado (sem Processo estruturado. Pode


ideias preconcebidas à priori) mesmo usar grelhas de observação
Processo e registo

O investigador observa e regista Diversos métodos de registo:


Registo as observações logo que possível. papel e lápis, áudio e vídeo
 As observações são a base para  As observações podem ser a
a formulação de hipóteses. base da formulação de hipóteses
ou da sua confirmação.

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Investigação Qualitativa
Método da Observação
Observação Participante Observação Não Participante

McGee, J. E., & Festervand, T. A. (2002). Jacob Carlos, L., & Angelo Martins, J. R.
Deliverity a graduate course in cross-cultural (2012). Mobility among Latin American
management in Portugal: observations, Migrants: The Case of Bolivians in São
Aplicações experiences, and academic axioms. Cross Paulo and Brazilians in London.
Cultural Management: An International Employee Relations, 34(6), 2-2.
Journal, 9(1), 56-71.

1. Amostragem – decidir quando observar, por quanto tempo e com que


frequência;
Regras úteis 2. Método de registo – decidir como registar, através de uma checklist, notas
de registo, ou vídeo;
3. Localização do Observador – será irrelevante no caso da observação
participante, mas é uma decisão importante nas outras situações.

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Investigação Qualitativa
Observação – vantagens e limitações

 Riqueza de informação  Tempo necessário


 Em muitas situações pode ser o  Exige competência para o uso da
único método de investigação técnica
possível  Potencial baixa fiabilidade da
codificação
 Difícil de aplicar em muitas situações
(ex. observar o comportamento das
multidões)

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Investigação Qualitativa
Método da Entrevista

Similar à administração de um questionário – facilita as respostas


 Prescreve-se um conjunto de questões, numa ordem fixa e predefinida. As
Estruturada
respostas estão normalmente predefinidas.
 Facilita a análise e codificação dos dados e consequente comparação
 Não permite a exploração de nenhuma área nova de interesse.
Incorpora os elementos fixos com a flexibilidade de incluir outros
Semi-
elementos ou temas de interesse.
estruturada
 Facilita a análise, a quantificação e a comparação
As questões e a ordem não são fixos, evoluindo ao longo da entrevista. As
Não
questões são abertas.
estruturada
 Adequado para obter dados ricos e relevantes
 Dificulta a comparação
Etnográfica Similar à entrevista não-estruturada, mas feita no contexto da investigação,
no qual o entrevistador é um facilitador. Sugere direções para discussão.

© Luísa Helena Pinto 36


Investigação Qualitativa
Método da Entrevista Guias para o processo de entrevista

 Consistência - as entrevistas estão sujeitas ao efeito do entrevistador, por isso, é adequado que
sejam o(s) mesmo(s) ou selecionados aleatoriamente
 Preparação
 Obter o máximo de informação possível sobre o background dos entrevistados
 Testar a entrevista antes (tempo, temas, dificuldades etc.)
 Assegurar privacidade e evitar interrupções
 Criar relação - começar calmamente, explicar o âmbito da entrevista, adaptar-se ao nível dos
entrevistados e colocá-los à vontade.
 Manter o controlo – Manter o foco nos temas a tratar e evitar discussões.
 Evitar “bias” – evitar questões indutoras, erro de concordância, erro de aceitabilidade social.
 Ser objetivo – nunca formular julgamentos de valor
 Ser um bom ouvinte – obter o máximo para cada assunto
 Ser sensível – evitar antagonizar ou tornar as pessoas defensivas
 Give yourself a chance

© Luísa Helena Pinto 37


Investigação Qualitativa

Método da Entrevista Erros a evitar nas entrevistas

 Não estar preparado


 Falar demais
 Estar desatento
 Não ser excessivamente amigável e com isso, perder a objetividade
 Não ser tímido e com isso perder o controlo
 Não ser diretivo – Ex. Tenho a certeza que concorda comigo que...
 Não ser limitativo e forçar as respostas
 Não ser argumentativo ou opinativo
 Não ser o líder – fazer as pressuposições erradas

© Luísa Helena Pinto 38


Investigação Qualitativa
Método do Focus Group

 É um método de obtenção de informação, baseado na


entrevista/discussão, que utiliza simultaneamente vários participantes –
um grupo.
 Visa compreender bem as perspetivas e opiniões dos participantes
sobre determinado(s) tema(s).
 É um exercício de dinâmica de grupo, a partir do qual derivam dois
tipos de evidências:
 Processo do grupo (intragrupal e intrapessoal)
 Conteúdos focados pelo grupo
 Tem uma vantagem, para além das entrevistas, que é a da
conceptualização através da construção social.

© Luísa Helena Pinto 39


Investigação Qualitativa
Focus Group – Vantagens & limitações
Forma eficiente de recolher dados Número de perguntas limitado pelo número
Destaca/suscita perspectivas diferentes de membros do grupo / tempo disponível
As interações entre os participantes Tempo para responder limitado e
melhoram a qualidade e a riqueza dos eventualmente limitado por participantes
dados dominantes
Silêncios e tópicos evitados têm Requer facilitadores qualificados
significado Podem surgir vieses de grupo (obediência,
A análise desenrola-se à medida que o conformidade) limitando a qualidade dos dados
processo do grupo seocorre Funciona melhor quando os participantes são
Normalmente é agradável para os estranhos entre si
participantes (se bem gerido) Limitada confidencialmente
Recomendado para identificar temas Geralmente ocorre fora do ambiente natural
importantes, mas não para tratar questões em um ambiente artificial
pessoais

© Luísa Helena Pinto 40


Investigação Qualitativa
Método do Focus Group Como preparar um Focus Group?

1. Clarificar os objetivos – qual a evidência requerida


2. Definir a amostra – como por este método, não se visa generalizar os resultados
a uma população, a amostragem não necessita ser aleatória. Os participantes
devem ser escolhidos porque têm algo a dizer sobre o tema.
3. Definir o recrutamento – porque este influi no nível de cooperação e de
comprometimento dos participantes. Os membros do grupo devem partilhar
algumas características, sem que sejam conhecidos.
4. Definir o estimulo – que será o cenário de partida, um evento concreto
5. Estabelecer a dimensão do grupo – Em média 9, variando entre 6 e 12
participantes. Em geral, dados gerados a partir de 10 sessões (com grupos
diferentes, sobre o mesmo tema) são redundantes (saturação teórica)
6. Definir o local e a duração – o local deve ser neutro e de fácil acesso. A duração
standard é de 1 a 2 horas.

© Luísa Helena Pinto 41


Investigação Qualitativa

Método do Focus Group Estilo e competências do moderador

• Deve estar envolvido e ser conhecedor da investigação


• Deve guiar a discussão de modo não obstrutivo
• Objetividade e empatia
• Especificidade, âmbito e profundidade
• “Double hearing”, ou seja, deve ser capaz de extrair o
implícito nas mensagens

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Investigação Qualitativa
Analisar os Dados

Como se podem analisar os dados, numa óptica quantitativa e/ou


qualitativa:
1. Manter o foco nas áreas teóricas que guiam a investigação. A
análise deve derivar da natureza exploratória ou confirmatória,
do projeto. Por exemplo, se o objetivo é confirmatório, a
presença (ou ausência) dos temas esperados, deve ser objeto de
análise.
2. Selecionar a abordagem analítica (e.g. análise de conteúdo,
análise do discurso), de acordo com a que é a mais adequada
aos dados e aos objetivos da investigação.

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Investigação Qualitativa

Analisar os Dados

3. Estimar a consistência entre avaliadores/”inter-rater


reliability”, no caso de se usar mais do que um entrevistador e
investigador.

4. Autenticar as interpretações – por exemplo, usar uma amostra


dos entrevistados para apresentar as conclusões tentativas.

5. Reportar os resultados da análise

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Investigação Qualitativa

O que é a Análise de Conteúdo?


 Conjunto de técnicas de análise das comunicações
 Teve o seu início nos EUA, no início do século XX, com a análise de textos de
propaganda e notícias de imprensa
 Difere da análise literária, porque a sua finalidade reside na descoberta dos
fenómenos psicossociais subjacentes à produção dos textos (inferência) e, não
tanto, a análise da sua “beleza” ou “significação”.
 Deve ser cientifica, ou seja, deve permitir aceder ao mesmo resultado, ou
seja, à mesma leitura, seja qual for o analista (validade) ou o momento em que
foi efetuada (fidelidade)
 Concilia a abordagem quantitativa e a abordagem qualitativa, o que
assegura 4 vantagens da análise de conteúdo: Compreensão, Inteligibilidade,
Comparabilidade e Fidelidade.

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Etapas da Análise de Conteúdo

Pré-análise

Exploração

Tratamento dos
Resultados e
Interpretação

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Etapas da Análise de Conteúdo

1. Escolha e seleção dos documentos a analisar


Pré-análise 2. Leitura flutuante
3. Formulação da(s) hipótese(s) e do(s)
objetivo(s)
4. Escolha dos índices (ex. tema) e
determinação dos indicadores (ex. frases)
5. Preparação do material (compilação dos
textos, transcrições)
Exercício 1
Get up and running with NVivo 10 for Windows(8:14)

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Etapas da Análise de Conteúdo
1. Codificação = transformação dos dados brutos em
unidades
1. Escolher as unidades de registo = unidade mais pequena
Pré-análise de codificação. Exemplos: temas, palavras, centímetros
ocupados pelos títulos das notícias de jornal, etc.
2. Escolher as unidades de contexto = segmento da
Exploração mensagem que permite compreender o significado exato
da unidade de registo. Exemplos: parágrafo, frase, títulos
das notícias de jornal.
3. Escolher as regras de contagem = corresponde ao modo
Estas regras pressupõem
hipóteses de correspondência como se conta. Exemplos: presença ou ausência,
entre o critério de contagem frequência, intensidade, direção, ordem de aparição,
adotado e o fenómeno que a
unidade de registo representa. frequência ponderada.

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Etapas da Análise de Conteúdo
2. Categorização = etapa aplicável à análise
categorial. Significa decompor, separar o texto
em unidades ou classes mais pequenas, por
Pré-análise
diferenciação e reagrupamento, segundo
critérios previamente definidos.
Exploração
Exemplo: Escolher como unidade de contexto a resposta a
uma das questões da entrevista, e como unidade de
registo o tema. Os vários temas podem começar a ser
identificados e, de acordo com a sua relação entre si,
reagrupados em categorias. As frases podem ser
reagrupadas e usadas como indicadores.

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Etapas da Análise de Conteúdo

Procedimentos de Categorização
1. Por caixas – as categorias são definidas à priori, a
Pré-análise partir da revisão da literatura. A partir daí, os
indicadores provêm da análise dos textos e do que
fizer sentido incluir em cada categoria.
2. Por milha ou analogia – não há um sistema de
Exploração
categorias definido à priori. Vão surgindo, por
agrupamento de vários indicadores. Poderá haver
categorias que venham a ser reagrupadas noutras
categorias, à medida que a análise progride.
3. Misto – a literatura indica as primeiras categorias e a
riqueza dos textos acrescenta novas categorias.

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Etapas da Análise de Conteúdo

Qualidades das Categorias:


1. Homogéneas – comparáveis entre si
Pré-análise 2. Pertinentes – adaptadas ao material
3. Objetivas – a inserção em cada categoria não deve
depender da subjetividade do analista
Exploração 4. Produtividade – para diminuir a extensão dos
dados a um número manuseável de categorias.
5. Mutuamente exclusivas – cada elemento só deve
poder ser incluído numa categoria

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Etapas da Análise de Conteúdo

Tratamento dos Resultados e


Interpretação:
Pré-análise
• Análise quantitativa – estatística
descritiva, coocorrências, análise
fatorial.
Exploração
• Análise qualitativa – quais as
categorias novas, quais as omissas.
Tratamento dos • Inferência – possível a partir do
Resultados e Exercício 2 conteúdo tornado explicito com a
Interpretação análise
Criar categorias

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Outras Técnicas da Análise de Conteúdo

 Análise Categorial – é a mais conhecida e a mais comum.

 Análise da Avaliação – é a técnica de análise de conteúdo


mais adequada para medir as atitudes. Pressupõe que a
linguagem (oral ou escrita) representa e reflete diretamente
quem a utiliza, sendo um bom meio para aceder às atitudes
do emissor.

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Outras Técnicas da Análise de Conteúdo
 Análise da Avaliação _Fases:
1. Extrair dos documentos a analisar os componentes avaliativos, ou
seja, os objetos de atitude (e.g. uma marca automóvel), os termos
avaliativos (e.g. seguro) e os conectores verbais (é, permite…).
2. Normalizar os enunciados para obter formas do tipo: objeto de
atitude – conector verbal – predicado (e.g. o automóvel da marca X
é seguro).
3. Codificar os conectores e qualificadores de cada objeto de atitude
usando escalas de 7 níveis (-3 a +3), para traduzir a direção e
intensidade da atitude.
4. Obter o somatório das notas obtidas para cada objeto de atitude
5. Comparar os objetos de atitude entre si

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Outras Técnicas da Análise de Conteúdo

 Análise da Enunciação – incide sobre o processo de produção do


discurso. É aplicável, por exemplo, à análise das motivações subjacentes ao
discurso de pacientes, em entrevistas não diretivas.
 Fases:
1. Constituir uma amostragem rigorosa do material a tratar
2. Preparar o material, ou seja, transcrever textualmente o discurso,
com o máximo de informação possível (silêncios, interjeições, etc.)
3. Efetuar a análise da enunciação propriamente dita: alinhamento e
dinâmica do discurso, elementos atípicos, figuras de estilo, lapsos,
falhas lógicas, repetições etc.
4. Inferência, sobre as motivações subjacentes ao discurso.

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Outras Técnicas da Análise de Conteúdo

 Análise da Expressão – ao contrário da análise categorial, utiliza indicadores


formais em vez de indicadores semânticos. Incide sobre os aspetos formais da
mensagem, para inferir também algo sobre os emissores e recetores da
mensagem.
 Fases:
1. Constituir uma amostragem rigorosa do material a tratar
2. Preparar o material, ou seja, transcrever textualmente o discurso
3. Efetuar a análise da expressão, usando indicadores como: variedade ou
pobreza vocabular, adjetivos, verbos, tamanho, a estrutura, abertura e fecho
das frases.
A principal limitação/vantagem deste tipo de técnica é a facilidade com que se
incorre numa análise mais de tipo interpretativo do que descritivo.

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Outras Técnicas da Análise de Conteúdo
 Análise das Relações – Trata-se de realizar, complementarmente à
análise temática, uma análise das coocorrências. Esta técnica pressupõe que
se dois elementos coocorrem no discurso (e essa coocorrência é superior à
que seria de esperar pelo acaso), eles estarão ligados também na mente do
emissor.
 Fases:
1. Efetuar as etapas necessárias à análise categorial temática
2. Efetuar o cálculo das coocorrências, ou seja, o número de vezes
que 2 categorias e/ou indicadores coocorrem
3. Interpretar, ou seja, inferir a importância atribuída ao(s) tema(s) e
as relações subjacentes

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Investigação Qualitativa

Em síntese… as Etapas da Análise de Conteúdo

Pré-análise

Exploração Qualitative analysis of


interview data: A step-by-
step guide (6:50)

Tratamento dos Codificar


Resultados e
Interpretação

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 A Investigação Qualitativa
 Abordagens: narrativa, fenomenologia, etnografia, estudo
de caso, investigação-ação;
 Designs Qualitativos
 Métodos de Recolha de Dados: Observação, Entrevista,
Focus-Group
 Análise de Dados: análise de conteúdo
 Vantagens e Desvantagens da Investigação Qualitativa
 Algumas Considerações Éticas

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Vantagens e Desvantagens da Abordagem Qualitativa

Fidelidade – grau de consistência segundo o


 Riqueza da informação, quer qual os indicadores são assignados às categorias,
em diversidade quer em por diferentes observadores ou pelo mesmo
profundidade observador em diferentes ocasiões.
 É a abordagem que melhor  Validade - Solidez das explicações inferidas e
permite compreender a dos conceitos que se pretendem caracterizar.
complexidade associada aos  Generalização – limitada, para além da amostra
fenómenos sociais. usada.
 Tempo e custo – pode ser a  Tempo e custo associado à recolha e
abordagem mais eficiente face tratamento dos dados
aos recursos do investigador  Competência no uso da(s) técnica(s)
 Dificuldade em aplicar em alguns contextos e
com algumas populações

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Investigação Qualitativa

Algumas Considerações Éticas

• Obter o consentimento dos participantes na investigação: não coagir,


não pressionar, não levar os participantes a condutas susceptíveis de
fazer diminuir a sua autoestima ou invadir a sua privacidade.
• Confidencialidade de todos os dados, a menos que haja o acordo para
proceder de forma diferente.
• Assegurar que os participantes são adequadamente informados de
todos os aspetos associados à investigação e que possam influenciar a
sua decisão de participar (ex. tempo de duração, dados pessoais
necessários etc.).
• Em caso de consequências negativas resultantes da investigação, os
participantes devem sabê-lo e dar o seu consentimento.

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Investigação Qualitativa

Bibliografia
Livros:
– Bardin, L. (2009). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70. ISBN
9789724415062.
– Brewerton, P. & Millward, L. (2001) Organizational research
methods. London: Sage Publications Ltd. ISBN 0 761971009.
– Patton, M. (2015). Qualitative Research & Evaluation Methods.
(4th Ed.) London: Sage Publications Inc. ISBN 978-1-4129-7212-3
– Silverman, D. (2000). Doing qualitative research. A practical
handbook. London: Sage Publications Ltd. ISBN 0 761958223.
Sites:
– http://www.qsrinternational.com
– http://www.sagepub.co.uk/richards

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NVivo Use

1. Install and view tutorials + how to videos


2. Create a new project and import documents
3. Classify the Sources (as case nodes, blogs…)
4. Create Nodes (i.e. interview questions, themes)
5. Start Coding by source or topic/question
6. Run Queries to explore relationships among variables

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Qualitative Research
NVivo Use_Import documents

1. External data > Documents > browse


2. Archive in “internals” giving a name (“Interview
1”)
3. Repeat the operation until all material is
incorporated
4. Check – double click on each source

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Qualitative Research
NVivo Use_Classification of Sources

1. Click “Classifications”
2. Select the classification type (Nodes versus sources)
3. Give attributes to the sources:
• Nodes sources > person > select attributes
>attributes properties > indicate values
• Source Classification > select Interview > give
attribute values

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Qualitative Research
NVivo_ Create Nodes

1. Click “Create” and then “Nodes”


2. Give a name and verify desired location (within Nodes)
3. Select “Aggregate coding from child nodes”
4. Select “Attribute value” and then chose if applicable (for
Case Nodes)
5. Repeat the operation for New TREE Nodes and New
CHILD Nodes

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Qualitative Research
NVivo_ Codification
1. Open the coding source (i.e. interview transcript)
2. Select parts of the text
3. Click right mouse
4. Select “code selection at existing node” – for an
existing topic or “code selection at new node” – for a
new Tree or Child node
5. Tick all Tree and child nodes applicable
6. Can also use the shorter commands at the bottom of
the screen.
7. Repeat the operation for all the material

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Qualitative Research
NVivo_ Codification quality control

1. Verify the number and composition of the Tree nodes


2. Tree nodes have to be mutually exclusive and
productive
3. Merge unproductive child nodes and change the
respective names
4. Verify if all Tree nodes count the references of the
child nodes

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Qualitative Research
NVivo_ then what?
1. List/summarize your main findings – all inquired
participants (N = 22) made references to… (by
descending/ascending order of reference)
2. Review and summarize (and review again!)
3. Test for co-occurrences through Queries, such as:
• Demographics versus Tree nodes
• Tree nodes versus Tree nodes
• Other relations suggested by literature
4. Describe and interpret the queries and therefore the
main relationships among the study variables

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School of Economics and Management, University of Porto
Rua Dr. Roberto Frias
4200-464 Porto
Portugal

Telephone: +351 225 571 100


Fax: +351 225 505 050

cexecutivo@fep.up.pt

www.fep.up.pt
lhpinto@fep.up.pt

Muito obrigado pela atenção e o melhor para a


vossa investigação!
70

12/11/2016

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