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FARMACOCINÉTICA

Disciplina de Farmacologia
Profa. MSc. Maria Matilde Zraik Baracat 1
mariamatildezb@gmail.com
Depois de administrada e absorvida a droga é
distribuída, isto é, transportada pelo sangue e
outros fluidos a todos os tecidos do corpo.

A passagem do fármaco do plasma aos tecidos


depende do débito cardíaco e do fluxo sanguíneo
regional, do volume do tecido e do grau de
ligação do fármaco às proteínas plasmáticas

DISTRIBUIÇÃO DE FÁRMACOS
No sangue, quase todas as
drogas se subdividem em
duas partes:
❖uma livre, dissolvida no
GRAU DE LIGAÇÃO plasma, e
DO FÁRMACO ÀS ❖outra que se liga às
PROTEÍNAS
proteínas plasmáticas,
PLASMÁTICAS
especialmente à fração
albumínica. A droga e a
albumina formam um
complexo reversível,
passível portanto de
dissociação.
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Do ponto de vista farmacológico,
A parte ligada às proteínas
somente a parte livre é que
plasmáticas constitui fração de
exerce suas ações e produz seus
reserva da droga e só se torna
efeitos, pois é esta parte que
farmacologicamente disponível
pode ser distribuída, atravessar o
no momento em que se converte
endotélio vascular e atingir o
em porção livre.
compartimento extra vascular.
➢ Uma droga ligada à albumina pode ser deslocada por
outra que possua maior afinidade pela albumina.
➢ Então, por competição farmacológica, a concentração
plasmática da parte livre da droga deslocada se eleva e
pode inclusive produzir efeitos tóxicos. A fenilbutazona,
por exemplo, desloca anticoagulantes cumarinicos de sua ligação
proteica, aumentado desse modo o efeito anticoagulante

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Barreiras fisiológicas à distribuição de
fármacos

Barreira hemato-encefálica
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BARREIRA HEMATOENCEFALICA

Essa diferença na facilidade em


penetrar o SNC depende, em
parte das propriedades físico Embora o cérebro receba um
químicas da molécula da droga; sexto do debito cardíaco, a
drogas apolares, lipossolúveis distribuição de drogas para o
de tamanho molecular reduzido tecido cerebral é restrita.
atravessam a barreira
hematoencefalica.

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Em clinica a barreira hematoencefalica assume importância
especial em dois casos:

1. Quando se deseja levar agentes antimicrobianos ao SNC


afim de combater infecções aí localizadas e,

2. Quando há necessidade de modificar a ação do SNC


através dos tranquilizantes, anestésicos e hipnóticos. ex. o
tiopental, um barbitúrico usado como anestésico geral,
por via IV, atravessa fácil e rapidamente a barreira HEC,
em dois minutos, alcançando a concentração máxima no
SNC. Substancias como álcool, heroína, que não é
lipossolúvel atravessa facilmente a barreira HEC por
difusão simples e por possuir baixo peso molecular.

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➢ A barreira placentária representa
um conjunto de tecidos que se
localizam entre a circulação
materna e a fetal. Essa barreira
pode facilitar ou restringir a
passagem de drogas da
BARREIRA circulação materna para a fetal.
PLACENTARIA O mesmo tipo de drogas
(lipossolúveis, baixo PM e
apolares) que ultrapassam a
barreira HEC são as que
ultrapassam a Barreira Pl.

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• Placenta não é um
órgão inerte,
podendo metabolizar
drogas, inativando-
as, ou produzir Talidomida
substancias mais
toxicas que a própria
droga em si.

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As transformações que se processam nas drogas são
governadas por enzimas ou sistemas enzimáticos
existentes em vários órgãos ou tecidos.
O fígado é o órgão central do metabolismo das
drogas.

Outros órgãos e tecidos também participam do


metabolismo, como: rins, pulmões, pele, mucosa
intestinal e plasma sanguíneo.

BIOTRANSFORMAÇÃO DE FÁRMACOS
BIOTRANSFORMAÇÃO DE FÁRMACOS

As modificações que se processam nas drogas por


ocasião da biotransformação (metabolização) tem
por objetivo torna-las mais polares, mais solúveis em
água, para serem mais facilmente eliminadas pelo
rim, a mais importante via de eliminação.
Se não houvesse este mecanismo de polarização, as
substancias ficariam retidas indefinidamente no
organismo.

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BIOTRANSFORMAÇÃO DE FÁRMACOS
Necessária a presença de enzimas.
• De acordo com sua origem as enzimas metabolizadoras das
substancias estranhas ao organismo podem ser divididas
em três grupos:

1. enzimas microssomais, localizadas principalmente a nível


hepático;
2. enzimas não microssomais existentes principalmente no
plasma sanguíneo e
3. enzimas da flora intestinal, elaboradas pelas bactérias do
intestino.

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BIOTRANSFORMAÇÃO DE FÁRMACOS

➢Alguns fatores que podem influir na metabolização das


drogas são: a espécie animal, pois gatos, ratos, entre
outras metabolizam de forma diferenciada algumas
drogas do que os seres humanos.
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Entre os animais da mesma espécie os
seguintes
Fatores podem afetar a metabolização
dos fármacos:
• Idade:
➢ No feto, o sistema enzimático metabolizador das drogas
está ausente; no prematuro e no RN está diminuído, só
atingindo os níveis de adulto após seis semanas.
Deficiência de
glicuroniltransferase
➢ As pessoas idosas são mais sensíveis às drogas. A causa
desta hipersensibilidade ainda não foi bem esclarecida,
embora tenha sido atribuída a uma deficiência na
elaboração de enzimas.
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Fatores podem afetar a
metabolização dos fármacos:

• Nutrição:
A dieta carente, o jejum e a subnutrição produzindo a
diminuição da chegada ao organismo de proteínas e
outros elementos nutricionais necessários à síntese
das enzimas orgânicas, especialmente do sistema
microssomal, vão produzir diminuição do metabolismo
das drogas.

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Fatores podem afetar a
metabolização dos fármacos:
• Ativação enzimática:
O sistema microssomal pode ser ativado por varias
drogas, como fenobarbital, fenilbutazona, tolbutamida.
➢ A indução das enzimas pode provocar uma
diminuição quantitativa da ação das drogas.
➢ O contrário também ocorre pois existem
medicamentos que inibem as enzimas microssomais
hepáticas como é o caso da prostigmina que bloqueia
a atividade da acetilcolinesterase, produzindo
aumento da acetilcolina.
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EXCREÇÃO DE FÁRMACOS

➢ Depois de absorvidas e distribuídas, as drogas são eliminadas.

➢ No processo de excreção, as drogas ou seus


metabolitos voltam à corrente sanguínea e são
excretados através dos rins, pulmões, bile, suor,
lagrimas, saliva, leite, secreção nasal, etc.
➢ Embora os fármacos também possam ser eliminados através
de outras vias (p. ex., intestino, saliva, suor, leite materno e
pulmões), a contribuição geral dessas vias geralmente é
pequena.

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EXCREÇÃO DE FÁRMACOS

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EXCREÇÃO DE FÁRMACOS

A via renal constitui a principal via de excreção das drogas.


A excreção renal é modulada por três processos:
1. Filtração glomerular Quando há patologia
2. Reabsorção tubular renal a excreção das
3. Secreção tubular drogas é profundamente
modificada.

➢ Qualquer droga que esteja livre no sangue pode ser filtrada


pelo glomérulo renal. A parte da droga que está ligada às
proteínas plasmáticas e as drogas livres de elevado peso
molecular não são filtradas.

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