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PARÁBOLAS DE JESUS

Para que possamos compreender as parábolas de Jesus temos que entender


primeiramente o que é uma parábola. Alguns estudiosos vão dizer que na bíblia encontramos
mais de setenta, outros afirmam que são aproximadamente trinta, o que vemos notoriamente é
que Jesus poderia usar uma linguagem mais clara, porém, Jesus faz uma confrontação
dramática. As parábolas de Jesus são nada menos de uma fora sólida e dramática de forçar o
ouvinte a reagir1.
Há tipos diferentes de parábolas entre as quais podemos destacar seis tipos: diálogo
teológico, evento narrativo, história de milagre, coleção topical, um poema e a parábola
sozinha. O autor mostrar como interpretar as parábolas e que devemos levar em consideração
alguns pontos de relevância: o narrador e seus ouvintes, a estrutura literária e outros pontos
ressaltados pelo autor2.
Inicialmente analisaremos o Esboço literário da narrativa de viagem (Lucas 9:51-
19.58), percebemos que noventa por cento dessas narrativas possuem um esboço invertido
cuidadosamente construído. As inversões não ocorrem apenas em Lucas, mas em Atos
também. Bailey faz um esboço dos textos de Lucas e mostra o que de proeminência há em
cada um, nos últimos bloco de esboços (11.37-19-31), possuem insinuações escatológicas. Na
realidade o que fica claro é que o Documento de Jerusalém possui uma estrutura, sendo
literária3.
Iniciamos pelas parábolas dois devedores (7.36-50), como primeira análise parece ,
simples, entretanto a mesma é teologicamente complexa, mas por outro lado oferece muito a
seu intérprete, este texto é divido em sete atos havendo repetição dos temas principais e a
inversão que é utilizado na repetição. A raposa, o funeral e o arado (Lucas 9.57-62). O autor
nos mostra que nestas três ilustrações mostra-se alguns aspectos entre os quais podemos citar:
seguir, ser voluntario e preço alto, muitas vezes essa parábola curta é menosprezada em
relação há outras de estória mais extensa, existem três diálogos, nos dois primeiros vemos que
a questão cultural os impedem e no último Jesus mostra que é necessário haver lealdade e
disposição para segui-lo. O bom samaritano (Lucas 10. 25-37), na realidade está parábola traz
consigo uma discussão teologia que Jesus trava com o doutor da lei, está parábola é longa,
entretanto o diálogo é relativamente pequeno, no primeiro e segundo tempo desta fala
focaliza-se no fazer, na sequência o doutor questiona Jesus sobre quem é seu próximo, mas na

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Bailey, Kenneth E. As parábolas de Lucas. 1 ed. Editora Vida Nova: São Paulo, 1995.
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Bailey, Kenneth E. As parábolas de Lucas. 1 ed. Editora Vida Nova: São Paulo, 1995.
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Bailey, Kenneth E. As parábolas de Lucas. 1 ed. Editora Vida Nova: São Paulo, 1995.
realidade ele gostaria que Jesus respondesse que eram “seus parentes e amigos”, pois para um
Judeu aqueles eram seus “próximos”, Jesus conta a parábola e faz com que o doutor reflita na
mesma (parábola), mas o que está no centro da questão e por isso Jesus conta a parábola é a
reposta desta pergunta: “De quem você precisa tornar-se próximo?”, Jesus mostra ao doutor o
padrão que o mesmo deve alcançar4.
Lockyer já em sua parte inicial afirma que em todo o setor literário não existe “ [...]
livro mais rico em material alegórico e em parábolas do que a Bíblia”. Embora as parábolas
tenham ganhando bastante destaca por intermédio de Jesus não foi ele que criou tal método,
podemos citar como utilizadores de parábolas Hillel e Shammai muito antes de Cristo. As
parábolas de Jesus são magníficas na aplicabilidade, na concisão, na beleza e no poder de
atração. O valor de uma parábola bem aplicada é de grande relevância, pois possui vantagens
incomparáveis. A missão da parábola por sua vez esta intimamente ligada a que tipos de
objetivos pretende-se chegar que podem ser: iluminar, exortar e edificar. É necessário para
que haja uma interpretação fidedigna deste método que se leve em consideração o ambiente e
a situação na qual Jesus utiliza a parábola, e devemos compreender sua real finalidade, sem
nos embaralharmos nas diversas formas que elas estão disposta na bíblia, podemos destacar
reino espiritual, fenômenos naturais, mundo animado e outros5.
As parábolas de nosso Senhor Jesus são de suma importância, porém no Antigo
Testamento há este método. “Aquele que "falou-lhes de muitas coisas por meio de parábolas"
é o mesmo que inspirou "homens santos da parte de Deus" a escrever o AT; portanto,
podemos encontrar a mesma linha de pensamento em todos os livros. Muitas das parábolas,
dos tipos e das visões do AT ilustram e esclarecem os do Novo, provando a maravilhosa
unidade das Escrituras”. Existe a parábola nos livros históricos como, a do Monte Moriá, do
tabernáculo, Balaão e etc., vamos destacar a parábola da inutilidade, contida em provérbios,
cabe abrir um parêntese para salientar que “o livro de provérbios é inigualável no emprego
das ilustrações parabólicas, É um livro repleto de ilustrações, de metáforas e de figuras
extraídas de todos os aspectos da vida.”. “A passagem sentenciosa sobre aqueles que recebem
com desprezo o convite para o banquete (Pv 1:24-27) deve ser comparada com a parábola de
Jesus sobre a recusa dos convidados para irem a um grande banquete (Mt 22), O parágrafo
sobre a humildade na presença da realeza e diante dos grandes (Pv 25:6,7) é quase idêntico ao

4
BAILEY, Kenneth E. As parábolas de Lucas. 1 ed. Editora Vida Nova: São Paulo, 1995. p. 7-102.
5
LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da Bíblia. 2 ed. Editora Vida: São Paulo, 2006. P. 7-81; 149 – 160.
que o nosso Senhor disse-quanto aos que cobiçam os melhores lugares quando deveriam
procurar os inferiores.”6
“Em contraposição à falta de material de consulta sobre as parábolas do AT como
um todo, o NT oferece uma gama de preciosas riquezas espirituais”. “Os homens não
esqueciam o que Jesus dizia, porque ele foi bastante sábio para apresentar suas palavras de
uma forma que fosse mais fácil e mais seguro lembrar —a narração, Assim que o pregador
fizer uso das parábolas, descobrirá quanto são aptas para transmitir o ensino doutrinário”. As
parábolas de Jesus nos ensinam sobre a oração, o serviço cristão, a igreja como bênção, mas
também imperfeita. “Um notável traço das parábolas é o fato de retratarem o caráter e a obra
de Cristo. A maioria delas o apresenta em um ou outro de seus vários relacionamentos.” E
muitas parábolas possuem atributos divinos que são ilustrados na graça e misericórdia na
Parábola dos devedores, paciência na Parábola da ovelha perdida e na da Semente em
crescimento; compaixão na Parábola do bom samaritano etc., “Depois, as parábolas retratam
santos e pecadores. As figuras de linguagem são empregadas em relação aos homens na
mesma variedade de formas, às vezes associadas aos santos, outras vezes, aos pecadores; às
vezes a amigos, outras, a inimigos”.7
Simon percebe que quando Jesus contava parábolas, ele desenhava quadros verbais
que retratavam o mundo ao seu redor, ou seja, descrevendo aquilo que acontecia em seu e no
cotidiano de seus ouvintes. Este autor traz três formas de disposição das parábolas na Bíblia,
sendo elas: autênticas, história em forma de parábolas e ilustrações, o autor salienta ainda que
o importante nas histórias contadas por Jesus não é o começo, mas o fim. Jesus utiliza-se das
parábolas mostrando que estava perfeitamente familiarizado com a vida humana, para
comunicar a mensagem da salvação de um modo claro e simples 8.
Para interpretação das parábolas não é necessário possuir um treinamento em
teologia, porém, o exegeta tem que entender alguns princípios de interpretação e contexto
histórico.
“Talvez o modo mais prático de tratar das parábolas seja lê-las para o nosso próprio
coração. Ainda que muitas delas sejam cheias de ensino profético e são, como já vimos, perfis
do Salvador, dos santos e dos pecadores, é mais vantajoso encarar a parábola como espelho do
que falta ou sobra em nossa vida. Aplicadas para o desenvolvimento do caráter e do serviço

6
LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da Bíblia. 2 ed. Editora Vida: São Paulo, 2006. P. 7-81; 149 – 160.
7
LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da Bíblia. 2 ed. Editora Vida: São Paulo, 2006. P. 7-81; 149 – 160.
8
KISTEMAKER, Simon J. As parábolas de Jesus. 1 ed. Editora: Casa Editora Presbiteriana: São Paulo, 1992. p. 2
cristão individuais, as parábolas se tornam o mais valioso meio para a revelação e o
incentivo(CITAÇÃO final).”9

REFERÊNCIAS

BAILEY, Kenneth E. As parábolas de Lucas. 1 ed. Editora Vida Nova: São Paulo, 1995. p.
7-118.
LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da Bíblia. 2 ed. Editora Vida: São Paulo, 2006. P.
7-81; 149 – 160.
KISTEMAKER, Simon J. As parábolas de Jesus. 1 ed. Editora: Casa Editora Presbiteriana:
São Paulo, 1992. p. 15

9
LOCKYER, Herbert. Todas as parábolas da Bíblia. 2 ed. Editora Vida: São Paulo, 2006. P. 7-81; 149 – 160.

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