A REALIDADE DA SAÚDE NO BRASIL

Gilvane Lolato
PAUTA
• Complexidade do Sistema de Saúde
• As notícias do Sistema de Saúde
• A transição demográfica acelerada
• Os planos de saúde
• A sustentabilidade dos Hospitais Brasileiros
• Gargalos nas Organizações de Saúde
• A judicialização na saúde
• Pressão da mídia
• Comunicação nas Instituições de saúde
• Mecdonaldização da medicina
A SAÚDE NO BRASIL!
 “Aplicarei os regimes
para o bem do doente
segundo o meu poder e
entendimento, nunca para
causar dano ou mal a
alguém”
Juramento de Hipócrates
Complexidade do Sistema de Saúde

A alta complexidade, segundo definição do Ministério da Saúde, são

“procedimentos que envolvem alta tecnologia e/ou alto custo”.
A atenção primária é a porta de entrada e, ao mesmo tempo, o regulador do
sistema. Somente a partir daí é que os pacientes, levando em conta a
estratificação de risco, devem ser tratados na atenção terciária. Não se trata de
realizar uma transferência, e sim a continuidade do cuidado.
Essa é a concepção mais moderna para tratar adequadamente e integralmente,
porém, nem sempre é seguido da forma como foi pensado.

Dra. Josenília Gomes, professora do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). O povo on line
Complexidade do Sistema de Saúde
A falta de informação leva a população a achar que todos os problemas serão
resolvidos em um único hospital;
A falta de integralidade do sistema de saúde contribui para este pensamento;
E com um cuidado inadequado pagamos por um custo desnecessário;
A realidade de Laboratórios e Diagnósticos por Imagem realizando exames sem
indicação médica é muito grande;
O paciente decide o que quer fazer e faz, decide que medicamento vai tomar e
consegue comprar;
Com a velocidade da informação, muitos, mas muitos pacientes buscam no
próprio google a solução para suas dores e incômodos.
Complexidade do Sistema de Saúde
Mas parte desta complexidade é real pela demora no atendimento, ou ainda o
atendimento incompleto ou até o não atendimento;
O problema é sistêmico, e a solução é uma reforma urgente, de modo que
aconteçam mudanças drásticas no sistema de saúde. Onde de fato todos terão
direito a saúde, onde as famílias serão reeducadas sobre o que é importante e
urgente tratar e o que podemos esquecer que amanhã já não irá incomodar;
É um trabalho necessário e em conjunto, mas muito importante para a
população brasileira!!
“A medicina era simples, ineficaz e relativamente segura.

Agora é complexa, mais eficaz e potencialmente perigosa.”

Sir Cyrill Chantler

Complexidade do Sistema de Saúde

A complexidade do sistema de saúde se sobrepõe:

 a qualquer outro tipo de indústria, quer pelos níveis de hierarquização do
sistema,
 passando pela complexidade tecnológica,
 número e qualidade dos profissionais que a integram e
 pelas respostas individuais de cada paciente ao tratamento proposto,
a busca por soluções plausíveis ligadas a Qualidade se torna uma importante
questão de sobrevivência.
As notícias do sistema de saúde
Em um estudo realizado pela Fundação Osvaldo Cruz, foram
analisados 1600 prontuários em Hospitais do Rio de Janeiro.

Revisão dos estudos de avaliação da ocorrência de eventos adversos em hospitais. Mendes, W.et al Rev Bras
Epidemiol 2005; 8(4): 393-406
Até 434 mil pessoas podem ter morrido em 2015 por erros de atendimento
enquanto estavam hospitalizadas nos sistemas público e privado de saúde no
Brasil. É o que estima um estudo inédito da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) e do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

A constatação: se todos os hospitais do Brasil tivessem um elevado grau de

qualidade e acreditação internacional, evitaríamos 330 mil óbitos por problemas
hospitalares.

60% dessas falhas poderiam

ser prevenidas
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar
(IESS) Revista Exame. Outubro de 2016
Josenília Gomes, professora do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC)
Gargalos nas Organizações de Saúde
• Gargalos nas Organizações de Saúde:
Reflexão

1. Quais as principais causas de estas falhas ainda estarem acontecendo na

área da saúde?
A transição demográfica acelerada

FONTE: Eugenio Vilaça Mendes. As Redes de atenção a Saúde, 2011

 A transição demográfica acelerada
Tal como demonstra o Gráfico 2, a população
brasileira, apesar de baixas taxas de fecundidade,
vai continuar crescendo nas próximas décadas,
como resultado dos padrões de fecundidade
anteriores. Mas, como no Gráfico 1, manifesta-se
um envelhecimento da população em decorrência
da queda da fecundidade e do aumento da
expectativa de vida. O percentual de jovens de 0 a
14 anos que era de 42% em 1960 passou para
30% em 2000 e deverá cair para 18% em 2050.
Diversamente, o percentual de pessoas idosas
maiores de 65 anos que era de 2,7% em 1960
passou para 5,4% em 2000 e deverá alcançar 19%
em 2050, superando o número de jovens.
FONTE: Eugenio Vilaça Mendes. As Redes de atenção a Saúde, 2011
Reflexão

1. O sistema de saúde no Brasil esta preparado para esta transição?

Os planos de saúde

Os planos de saúde perderam 617 mil clientes no primeiro trimestre de 2016,

segundo dados divulgados nesta segunda-feira (2) pela Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS).
O setor reuniu em março no país 48,824 milhões de beneficiários em planos de
assistência médica, uma queda de 1,25% ante a um total de 49,441 milhões de
beneficiários em dezembro do ano passado.
Trata-se da terceira queda trimestral seguida e a maior em números de clientes
perdidos da série histórica da ANS, iniciada em março de 2000. No auge, o setor
chegou a reunir 50,49 milhões de clientes, em dezembro de 2014.

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), MAIO DE 2016.

Os planos de saúde
A perda de número de clientes nas operadoras de plano de saúde acontece em
meio à recessão e aumento do desemprego no país, que ficou em 10,9% no
primeiro trimestre deste ano, segundo o IBGE. Segundo dados do Ministério do
Trabalho, o país perdeu 319.150 empregos formais no acumulado do primeiro
trimestre.
Os planos empresarias, que reúnem o maior número de clientes, foram os que
registraram a maior baixa nos 3 primeiros meses de 2016, perdendo 469 mil
beneficiários.
"Com o desemprego as pessoas estão perdendo seus planos empresariais e
também a capacidade de pagamento de planos individuais/familiares", afirma a
associação. "Como consequência, o setor de saúde suplementar deve investir cada
vez mais na eficiência de sua gestão para garantir sua sustentabilidade".
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), MAIO DE 2016.
29
A
sustentabildiade
dos Hospitais
Brasileiros

“A gente compra uma

máquina de 100 mil
reais, faz 12 anos de
formação e um exame
de ecografia custa 44
reais”.
Setor Saúde
 “E como fica a
sustentabilidade dos
Hospitais”?

Setor Saúde
“A crise,

a verdadeira crise,

é continuar tudo como está”.

Walter Benjamin

“A grande revolução nos sistemas de saúde só será possível quando o cerne da

discussão for o valor gerado para o usuário”

Michael Porter
 Processos Jurídicos

A Judicialização na Saúde

Fonte: CANAL, RAUL. O PENSAMENTO Jurisprudencial brasileiro no terceiro milênio sobre erro médico. 1° ed – SP - 2016
 Processos jurídicos sobre erro
Processos sobre erro médico - geral
médico
160 145
140
120
91
100
80 67
60 49
40 34 33
26
19
20 14 9 9 12 16 18 16
4
0

Fonte: CANAL, RAUL. O PENSAMENTO Jurisprudencial brasileiro no terceiro milênio sobre erro médico. 1° ed – SP - 2016
Processos Jurídicos

Fonte: CANAL, RAUL. O PENSAMENTO Jurisprudencial brasileiro no terceiro milênio sobre erro médico. 1° ed – SP - 2016
20 Minutos
Interfarma, 2016
Uso de canais pela população:
Uso de canais pela população:
Uso de canais pela população:

• As redes sociais são estratégicas no relacionamento das empresas com

seus consumidores, pois são capazes de difundir ideias e conhecimento
de uma maneira extremamente eficiente, legítima e transparente”

• As mídias sociais também se tornaram canais poderosos para

reclamações de clientes, uma vez que são ambientes livres e abertos, em
que todos têm acesso.

• Relação dos funcionários com as mídias sociais;

• As redes sociais são estratégicas no
relacionamento das empresas com seus
consumidores, pois são capazes de difundir
ideias e conhecimento de uma maneira
extremamente eficiente, legítima e
transparente”

• As mídias sociais também se tornaram canais

poderosos para reclamações de clientes,
uma vez que são ambientes livres e abertos,
em que todos têm acesso.

• Relação dos funcionários com as mídias

sociais;
Reflexão

1. Como podemos atingir um bom resultado sem ter a sensação de estar

apagando incêndio?
GRANDE DESAFIO
Comunicação nas Instituições de saúde

Informar ! Saber o que acontece na

empresa e para onde ela quer ir.

Jornais internos, quadros de aviso,

intranet, canal interno TV, Café da
Manhã, reuniões, etc...
Teoria da comunicação: Emissor, mensagem e
receptor
JAMA Neurology Published online November 16, 2015
A eficiência dos fast-foods projetada nas clínicas que atendem grande volume de
pacientes das operadoras de saúde, mostra que o atendimento em massa, com menor
tempo dispensado pelo médico no cuidado de cada paciente e com a intensa
mecanização da assistência, nem sempre se mostre eficiente aos olhos do cliente, que
se sente um número sem nome.
A calculabilidade deve levar em consideração a regra que a quantidade não é o
melhor substituto da qualidade, assim sendo são utilizados vários sistemas para
avaliar a performance e medir a capacidade de atendimento e seu impacto no
controle de custos, sendo usados vários tipos de scores e protocolos que acabam por
mecanizar a assistência em detrimento da qualidade percebida.
A previsibilidade faz com que a maioria dos pacientes sejam atendidos e tratados
da mesma forma, nem sempre levando-se em conta as necessidades, preferências,
características e valores individuais. Além disso, a despeito da importância do uso
de Diretrizes e Protocolos, eles podem gerar maior pressão sobre os médicos e
profissionais de saúde, diminuindo a atenção individualizada e proporcionando
maior stress aos profissionais.

Por fim, o total controle feito pelo uso da tecnologia, prontuários eletrônicos e
sistemas de gestão informatizados, apontam para o fato que médicos dispensam
mais tempo utilizando computadores (40%) do que ao lado dos pacientes (12%),
comprometendo a função primordial da categoria.
 Referências
 Baixa remuneração dos serviços de saúde. Setor Saúde. Disponível em:

https://setorsaude.com.br/hospitais-e-clinicas-do-interior-reclamam-da-baixa-remuneracao-dos-servicos-de-saude/. Acesso em Julho

2017.

 Complexidade do Sistema de Saúde. Jornal O povo on line. Disponível em:

http://www20.opovo.com.br/app/opovo/cienciaesaude/2015/10/03/noticiasjornalcienciaesaude,3512612/a-complexidade-do-sistema-
de-saude.shtml. Acesso em Junho de 2017.

 Cai usuários de plano de saúde. Globo.com. Julho de 2015.

 CANAL, RAUL. O PENSAMENTO Jurisprudencial brasileiro no terceiro milênio sobre erro médico. 1° ed – SP – 2016.

 Crônica de uma morte inaplicada. Folha de São Paulo. Novembro de 2014.

 Denuncias por erro médico. Cidades. Band News. Istoé.

 Dra. Josenília Gomes, professora do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). O povo on line

 Erros em Hospitais podem matar mais gente no Brasil do que câncer. Exame.com. Outubro de 2016.

 Gastos da saúde com judicialização nas diferentes modalidades. nterfarma, 2016

 Hospitais: O que eles não contam. Época. Dezembro de 2012.

 Hospitais e Clínicas reclamam da baixa remuneração. Setor Saúde. Gestão e Qualidade. Julho de 2017.

 Intercorrência é eufemismo que os médicos usam para não assumir os erros. Época. Fevereiro de 2015.

 Mãe de bebê com pés queimados diz que hospital do DF não se desculpou. G1. Outubro de 2015.

 Médico opera perna errada de mulher idosa. Folha de Boa Vista. Abril de 2011.
 Referências
 Mortes após ressonância ocorrem por falha humana. G1. Abril de 2013.

 Mutirão de cirurgia catarata deixa mais de 20 contaminados por bactéria. G1. Fevereiro 2016.

 Pesquisa em foco: Judicialização. Um risco para saúde pública no Brasil. FGV Escola de Direito de SP.

 Planos de saúde perdem 617 mil clientes em 3 meses. Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), MAIO DE 2016.

 Quanto custa a saúde. Exame.com.

 Revisão dos estudos de avaliação da ocorrência de eventos adversos em hospitais. Mendes, W.et al Rev Bras Epidemiol 2005; 8(4):
393-406

 Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) Revista Exame. Outubro de
2016.

 The Mcdonaldization of medicine. JAMA Neurology Published online November 16, 2015.

 Transição demográfica. Eugenio Vilaça Mendes. As Redes de atenção a Saúde, 2011.