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Relator
Documento: 1632240 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 23/10/2017 Página 1 de 7
Superior Tribunal de Justiça
AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.366.540 - BA (2013/0029359-0)
RELATÓRIO
Não há que se falar no óbice da Súmula 7/STJ, uma vez que não se pretende o
reexame do contexto fático-probatório dos autos, mas de interpretação direta e
legítima do julgado.
[...]
A questão controvertida é saber se há ou não litispendência – atualmente, coisa
julgada, entre a ação 94.0013688-9 e a presente demanda, e consequentemente,
litigância de má-fé. Para isso, não há necessidade de reexame dos fatos, mas apenas
análise da interpretação dada pela Eg. 7ª Turma do TRF1 ao caso.
Consta no acórdão recorrido que a AO nº 94.00.13688-9 teve por objeto o
alargamento da base de cálculo do PIS (de faturamento para receita operacional
bruta) pelos Decretos-Leis nº 2.445/88 e nº 2.449/88 Ou seja, consultando às fls
358/61 mencionada no acórdão, pretendeu-se o reconhecimento da inexigibilidade
da cobrança da contribuição para o PIS nos termos dos Decretos-Leis nº 2.445/88 e
2.449/88.
Por seu turno, também restou consignado no acórdão recorrido, que a demanda que
originou o presente Recurso Especial teve como pedido: O reconhecimento de que
os pagamentos efetuados pela autora no período correspondente ao lapso
compreendido de 10/88 a 02/96. Em observância aos Decretos-leis nº 2.445/88 e
2.449/88 foram efetivamente a maior, ensejando o direito de reaver tais valores,
através da compensação com outros débitos de PIS exigidos pela MP 1.212/95,
calculando-se os valores indevidos com base no faturamento do sexto mês anterior a
ocorrência do fato gerador, restringindo-se a exigência dessa exação à Lei
Complementar nº 07/70.
Perceba que, mais uma vez, a recorrida pugnou pelo reconhecimento da existência
de pagamento a maior feito com base nos Decretos-Leis 2.445/88 e 2.449/99,
requerendo que se restringisse a exigência da exação à LC 7/70.
Assim, não há qualquer dúvida de que o objeto desta presente ação está abrangido
no da primeira AO nº 94.00.13688-9, com trânsito em julgado.
Ambas as ações ajuizadas pela empresa ora recorrida tinham a mesma causa de
pedir - inconstitucionalidade dos Decretos-Lei 2.445/88 e 2.449/88 - e o mesmo
pedido - recolhimento da exação com base na LC 7/70 e ainda houve o trânsito em
julgado.
A circunstância de se observar a base de cálculo conforme a Lei 7/70 (calculando-se
os valores indevidos com base no faturamento do sexto mês anterior a ocorrência do
fato gerador), expressa no pedido da presente ação, é matéria para liquidação da
sentença nos autos da AO nº 94.00.13688-9, que já reconheceu a aplicação da LC
7/70.
Por fim, em sua conclusão, o TRF1 assim consignou:
Consoante se vê, as causas têm objetos e causas de pedir distintas o que afasta a
coisa julgada. Tanto assim o é, que o próprio fisco reconheceu administrativamente
o pedido formulado pela autora nestes autos.
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Superior Tribunal de Justiça
Ocorre que esse fundamento utilizado pelo acórdão recorrido a fim de reforçar que
se tratariam de ações diversas é irrelevante, porque, conforme explicado acima, o
tema discutido administrativamente – base de cálculo – poderia ser abordado no
momento da liquidação da sentença proferida na AO nº 94.00.13688-9.
Resta patente, portanto, a existência de litispendência – atualmente, coisa julgada,
uma vez que a ação que originou o presente recurso repete demanda anteriormente
proposta já transitada em julgado, devendo ser reformada a decisão recorrida por
violação aos arts. 17, 18 e 301, § 2º, do CPC, a fim de que seja restaurada a r.
sentença que reconheceu a má-fé da recorrida, tudo em conformidade com o que
está disposto no Recurso Especial fazendário de fls. 1220/1227.
Assim, não há que se falar em óbice da Súmula 7/STJ porque não se pretende o
reexame do contexto probatório dos autos, mas de interpretação direta e legítima do
disposto no acórdão recorrido, como demonstrado acima.
Aduz, por fim, que a agravante deve ser penalizada com a aplicação
da multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, já que o recurso interposto por ela é
manifestamente inadmissível.
É o relatório.
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AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.366.540 - BA (2013/0029359-0)
VOTO
Além disso, não considero que o recurso manejado pela agravante seja
flagrantemente procrastinatório.
É como voto.
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Superior Tribunal de Justiça
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
PRIMEIRA TURMA
AgInt no
Número Registro: 2013/0029359-0 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.366.540 / BA
Relator
Exmo. Sr. Ministro GURGEL DE FARIA
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra REGINA HELENA COSTA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS FONSECA DA SILVA
Secretária
Bela. BÁRBARA AMORIM SOUSA CAMUÑA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL
RECORRIDO : PARANAPANEMA S/A - SUCESSOR
ADVOGADA : FERNANDA GUIMARÃES HERNANDEZ E OUTRO(S) - DF007009
SOC. de ADV. : ADVOCACIA FERNANDA HERNANDEZ E OUTRO(S)
POR INCORP : CARAÍBA METAIS S/A
ASSUNTO: DIREITO TRIBUTÁRIO - Contribuições - Contribuições Sociais - PIS
AGRAVO INTERNO
AGRAVANTE : FAZENDA NACIONAL
AGRAVADO : PARANAPANEMA S/A - SUCESSOR
ADVOGADA : FERNANDA GUIMARÃES HERNANDEZ E OUTRO(S) - DF007009
SOC. de ADV. : ADVOCACIA FERNANDA HERNANDEZ E OUTRO(S)
POR INCORP : CARAÍBA METAIS S/A
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia PRIMEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do
Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Sérgio Kukina e Regina Helena Costa
(Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.
Ausente, ocasionalmente, o Sr. Ministro Benedito Gonçalves.
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