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2- Ao escrever você sente algo como: ‘’Ali todo ser deseja transformar-se em palavra,
e toda mudança pede para aprender de mim a falar.’’, ou a escrita vêm de uma
maneira natural?
Eu realmente me viro em palavras. Escrevo como se estivesse vomitando algo que me
faz mal. Falo sempre de mim, até de um eu que não existe mas sou eu.
4- Em tempos de uma pandemia que ameaça a totalidade, qual é a resposta que pode
ser apresentada pela literatura?
No meu caso é o conforto e a companhia nos livros que leio, a literatura me faz bem,
mesmo que me faça sofrer. No caso da literatura que produzo nada porque não
estou conseguindo escrever no meio desse deserto, o que é uma resposta também.
Vazia, nula, mas uma resposta.
5- Em uma das suas crônicas você escreve: ‘’Eu me perco com liberdade demais.’’
Nosso desejo, na maioria das vezes, é precisamente liberdade num sentido
libertário, estar perdida com isso não seria confuso? Comente.
Eu preciso ter regras, preciso ter alguma medida. Não me basto tão solta. Preciso
de alguém que me amarre na cadeira e solte as minhas mãos. Aí, eu escrevo.
5- Qual das suas obras poderia ser uma síntese do que você melhor produziu?
Meu primeiro romance: Entre o trem e a plataforma que conta a história de
uma mulher infantilizada em busca de amor e presa na moldura, feito aquelas
borboletas de coleção.
10-Como você gostaria que fosse seu último poema, caso ele fosse ser escrito
na sua lápide?