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Livro Eletrônico

Aula 04

Direito Administrativo p/ CLDF(Técnico Legislativo) Com videoaulas -


Pós-Edital
Erick Alves, Herbert Almeida, Time Erick Alves, Time Herbert Almeida

77035097520 - ivanete pereira da costa


Direito Administrativo para CLDF
Técnico Legislativo
Teoria e exercícios comentados
Prof. Erick Alves – Aula 04

OBSERVA‚ÌO IMPORTANTE

Este curso Ž protegido por direitos autorais (copyright),


nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legisla•‹o sobre direitos autorais e d‡ outras provid•ncias.
Grupos de rateio e pirataria s‹o clandestinos, violam
a lei e prejudicam os professores que elaboram os
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AULA 04

Ol‡ pessoal!

Na aula de hoje estudaremos os Òcontratos administrativosÓ.

Os t—picos a serem estudados s‹o os seguintes:

SUMÁRIO

Contratos administrativos .................................................................................................................................................4


Noções gerais ...........................................................................................................................................................................4
Contratos da Administração .............................................................................................................................................6
Conceito ..........................................................................................................................................................................................9
Características ......................................................................................................................................................................... 10
Formalismo ............................................................................................................................................................................ 10
Onerosidade e comutatividade .................................................................................................................................... 13
Pessoalidade (intuitu personae) .................................................................................................................................. 14
Cláusulas necessárias ......................................................................................................................................................... 16
Cláusulas exorbitantes ...................................................................................................................................................... 20
Alteração unilateral ........................................................................................................................................................... 21
Rescisão unilateral ............................................................................................................................................................. 25
Fiscalização do contrato .................................................................................................................................................. 26
Aplicação de sanções ......................................................................................................................................................... 28
Ocupação temporária ........................................................................................................................................................ 32
Exigência de garantias ...................................................................................................................................................... 34
Restrições à oposição da exceção do contrato não cumprido ..................................................................... 37
Duração dos contratos ....................................................................................................................................................... 39
Execução dos contratos ..................................................................................................................................................... 42
Formas de recebimento do objeto ............................................................................................................................. 44
Extinção do contrato ........................................................................................................................................................... 47
Anulação .................................................................................................................................................................................. 47
Rescisão.................................................................................................................................................................................... 49
Teoria da imprevisão.......................................................................................................................................................... 53
Fato do príncipe ................................................................................................................................................................... 55
Fato da Administração ..................................................................................................................................................... 56
Caso fortuito e força maior ............................................................................................................................................ 57
Interferências imprevistas ............................................................................................................................................. 57
Espécies de contratos administrativos ................................................................................................................... 59

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Contratos de serviço .......................................................................................................................................................... 59
Contratos de obra pública .............................................................................................................................................. 60
Contratos de fornecimento ............................................................................................................................................ 61
Contratos de concessão ................................................................................................................................................... 62
Contratos versus convênios ............................................................................................................................................ 62
Questões de prova ................................................................................................................................................................ 65
Jurisprudência......................................................................................................................................................................... 97
RESUMÃO DA AULA ........................................................................................................................................................... 103
Questões comentadas na aula .................................................................................................................................... 106
Gabarito .................................................................................................................................................................................... 120

Os contratos administrativos, em geral, est‹o disciplinados nos


artigos 54 a 80 da Lei 8.666/1993 (Lei de Licita•›es e Contratos).
Recomendo, para um melhor aproveitamento, que voc• acompanhe a
aula com esses dispositivos da lei em m‹os, e sempre os consulte quando
forem citados.
Ademais, considero que a leitura da Òlei secaÓ Ž essencial, pois muitas
quest›es de prova, como veremos, podem ser resolvidas apenas com a
literalidade da norma.
Para facilitar o estudo da lei, disponibilizei para download gratuito
no site do EstratŽgia a ÒLei 8.666 Ð Atualizada e Esquematizada para
ConcursosÓ. O link Ž o seguinte:
http://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/lei-8666-atualizada-e-
esquematizada-para-concursos/
N‹o deixe de baixar o arquivo!
Ent‹o, vamos ˆ aula.

Preparados? Aos estudos!

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

NOÇÕES GERAIS

A Administra•‹o Pœblica n‹o desenvolve suas atividades apenas por


meio de atos unilaterais, aos quais os particulares devem obedi•ncia,
independentemente de concord‰ncia. Existem atividades em que o Estado
precisa da colabora•‹o dos particulares, oportunidade em que surge a
necessidade da celebra•‹o de acordos bilaterais de vontade, isto Ž,
contratos, nos quais a forma•‹o do v’nculo entre o particular e a
Administra•‹o fica dependente do consenso entre as partes.
ƒ o que ocorre, por exemplo, quando um —rg‹o pœblico adquire
produtos de uma empresa privada ou quando contrata um profissional
para executar determinado servi•o de manuten•‹o. TambŽm s‹o
exemplos as concess›es de servi•os pœblicos e as parcerias-pœblico
privadas. Todas essas atividades s‹o levadas a efeito mediante contrato.
Note que, nos exemplos acima, o particular n‹o Ž obrigado a assinar
o contrato com a Administra•‹o. Ao contr‡rio, ele tambŽm tem interesse
na contrata•‹o e, por isso, firma o acordo. Da’ o car‡ter bilateral do
contrato, uma das suas caracter’sticas mais marcantes.
E esse car‡ter bilateral est‡ presente mesmo considerando que, nos
contratos administrativos, as cl‡usulas s‹o fixadas unilateralmente pela
Administra•‹o (contrato de ades‹o). Isso porque o ajuste s— vai ser
formado caso a outra parte der o seu Òde acordoÓ. Falta nos contratos,
portanto, a imperatividade que caracteriza os atos administrativos
unilaterais, pois, ao contr‡rio destes œltimos, aqueles n‹o t•m a
capacidade de impor obriga•›es ao particular sem a sua concord‰ncia.
Frise-se que, embora exista um acordo de vontades na assinatura do
contrato, os interesses e finalidades visados pela Administra•‹o e pelos
contratados s‹o opostos; em um contrato de concess‹o de servi•o
pœblico, por exemplo, a Administra•‹o quer a presta•‹o adequada do
servi•o enquanto o particular objetiva o lucro.
Lembrando que os contratos, por sua bilateralidade, n‹o s‹o atos
administrativos t’picos, mas s‹o enquadrados no conceito de atos da
Administra•‹o.
Do exposto atŽ aqui, j‡ podemos afirmar que, toda vez que o Estado
firma compromissos rec’procos com terceiros, ele celebra um
contrato. Para a validade de um contrato, entretanto, n‹o basta a livre

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manifesta•‹o de vontade das partes. ƒ tambŽm necess‡rio, por exemplo,
que o contrato n‹o contrarie disposi•‹o legal, que seu objeto seja l’cito e
poss’vel e que as partes contratantes sejam capazes1.
A doutrina considera o Òcontrato administrativoÓ como uma espŽcie
do g•nero contrato. Isso quer dizer que os contratos administrativos
enquadram-se no conceito geral de contrato como acordo de vontades
gerador de direitos e obriga•›es rec’procos. Assim, ap—s a assinatura
do ajuste, as partes passam a estar vinculadas ˆs suas cl‡usulas, criando
o direito de uma parte exigir o cumprimento das obriga•›es assumidas
pela outra.
O que caracteriza o contrato administrativo no universo dos contratos
em geral Ž o fato de ser firmado por —rg‹o ou entidade da
Administra•‹o Pœblica 2 , que figura num dos polos da rela•‹o
contratual, o polo contratante, enquanto o particular, pessoa f’sica ou
jur’dica, figura no polo oposto, como contratado. PorŽm, a
caracter’stica que verdadeiramente marca o contrato administrativo Ž o
fato de ser regido, predominantemente, pelo direito pœblico, aplicando-
lhe, supletivamente, os princ’pios da teoria geral dos contratos e as
disposi•›es de direito privado.
Os contratos administrativos est‹o disciplinados nos artigos 54 a 80
da Lei 8.666/1993 (Lei de Licita•›es e Contratos).
Algumas espŽcies de contratos administrativos, contudo, se
submetem a regramento pr—prio: os contratos de concess›es e
permiss›es de servi•os pœblicos s‹o disciplinados pela Lei 8.987/1995; j‡
as parcerias pœblico-privadas se submetem ˆ Lei 11.079/2004.
Nesta aula, nosso objeto de estudo ser‹o os contratos regidos pela
Lei 8.666/1993. Os demais ser‹o vistos nas aulas espec’ficas. Recomendo,
para um melhor aproveitamento, que voc• estude esta aula juntamente
com os artigos 54 a 80 da Lei de Licita•›es em m‹os.
Vamos em frente!


1 Sendo pessoa jurídica e, portanto, apta a contrair direitos e obrigações, o Estado possui a capacidade

necessária que lhe permite figurar como sujeito de contratos.


2 Abrangendo a Administração direta e indireta, inclusive as entidades com personalidade jurídica de

direito privado sob controle do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas.

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CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO

Para a doutrina majorit‡ria, a express‹o Òcontratos da


Administra•‹oÓ Ž g•nero que abrange todos os contratos celebrados
pela Administra•‹o Pœblica, seja sob regime de direito pœblico, seja sob
regime de direito privado.
J‡ a express‹o Òcontratos administrativosÓ Ž reservada para
designar somente os contratos que a Administra•‹o celebra segundo
regime jur’dico de direito pœblico.

Contratos da
Administração

Contratos
Contratos de
administrativos
direito privado
(direito público)

Costuma-se dizer que, nos contratos de direito privado, a


Administra•‹o se nivela ao particular, numa rela•‹o caracterizada pela
horizontalidade, enquanto nos contratos administrativos a
Administra•‹o age com todo o seu poder de impŽrio sobre o particular,
caracterizando-se a rela•‹o jur’dica pelo tra•o da verticalidade3.
Na verdade, os contratos nunca s‹o regidos apenas pelo direito
privado ou apenas pelo direito pœblico, e sim predominantemente por
um ou outro regime. Vejamos.

Contratos privados da Administração


Nos contratos regidos predominantemente pelo direito privado, o
Estado n‹o se despe por completo da observ‰ncia de certas normas de
direito pœblico, especialmente as que imp›em restri•›es ˆ Administra•‹o
necess‡rias para garantir o respeito ˆs finalidades pœblicas e aos direitos
dos cidad‹os. Nesse sentido, Maria Sylvia Di Pietro assinala que os
contratos de direito privado devem obedecer a exig•ncias de forma, de


3 Di Pietro (2009, p. 251).

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procedimento, de compet•ncia e de finalidade previstas nas normas
de direito pœblico.
Ademais, o art. 62, ¤3¼, I da Lei 8.666/1993 estabelece que aos
contratos de direito privado aplicam-se, no que couber, as seguintes
normas previstas na referida lei (normas de direito pœblico, portanto):
§ Cl‡usulas necess‡rias (art. 55)
§ Cl‡usulas exorbitantes (art. 58)

§ Regras de formaliza•‹o e efic‡cia (art. 61).

Aten•‹o especial deve ser dada ˆ possibilidade de os contratos de


direito privado possu’rem as chamadas cl‡usulas exorbitantes, que s‹o
exatamente as que caracterizam os contratos de direito pœblico, por
encerrarem prerrogativas e privilŽgios da Administra•‹o em rela•‹o aos
particulares, a exemplo das cl‡usulas que asseguram ao Poder Pœblico a
prerrogativa de, unilateralmente, alterar o contrato ou rescindi-lo antes do
prazo estabelecido, assim como o poder de fiscalizar a execu•‹o do
contrato.
Nos contratos de direito privado firmados pela Administra•‹o, tais
cl‡usulas n‹o s‹o comuns, mas podem existir, Òno que couberÓ, desde
que livremente pactuadas pelas partes.
Assim, principalmente pela possibilidade de possu’rem algumas das
chamadas cl‡usulas exorbitantes, seria atŽ mais apropriado dizer que,
nos contratos de direito privado, a Administra•‹o age quase em
igualdade com o particular, e quase em um plano de horizontalidade.
Alguns autores chegam a chamar os contratos regidos
predominantemente por normas de direito privado de
contratos semipœblicos ou contratos administrativos at’picos.
S‹o contratos de direito privado da Administra•‹o, por exemplo, os
contratos de compra e venda, loca•‹o, seguro, financiamento, doa•‹o
etc., bem como aos contratos em que a Administra•‹o for parte como
usu‡ria de servi•o pœblico (ex: contrato de fornecimento de energia
elŽtrica para reparti•›es pœblicas).

Contratos administrativos
Diferentemente dos contratos privados, os contratos
administrativos s‹o regidos predominantemente pelo direito pœblico.
Mas, havendo alguma lacuna legislativa no trato de determinada situa•‹o,

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podem ser aplicadas, supletivamente (subsidiariamente) as normas de
direito privado, conforme disp›e o art. 54 da Lei de Licita•›es:

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se


pelas suas cl‡usulas e pelos preceitos de direito pœblico, aplicando-se-lhes,
supletivamente, os princ’pios da teoria geral dos contratos e as disposi•›es de
direito privado.

O regime de direito pœblico aplic‡vel aos contratos administrativos Ž


caracterizado pela exist•ncia de prerrogativas especiais para a
Administra•‹o, as ditas cl‡usulas exorbitantes, que s‹o indispens‡veis
para assegurar a posi•‹o de supremacia do Poder Pœblico sobre o
contratado e a preval•ncia do interesse pœblico sobre o particular.
Ressalte-se, contudo, que mesmo nos contratos administrativos
regidos predominantemente pelo direito pœblico, sempre ser‡ necess‡ria a
livre manifesta•‹o de vontade do particular para a forma•‹o do v’nculo
contratual.
Detalhe Ž que, nos contratos administrativos, as cl‡usulas
exorbitantes existem implicitamente, ainda que n‹o expressamente
previstas. J‡ nos contratos de direito privado celebrados pela
Administra•‹o, tais cl‡usulas t•m que ser expressamente previstas4.

1. (Cespe – AGU 2013) Os contratos administrativos, embora bilaterais, não se


caracterizam pela horizontalidade, já que as partes envolvidas não figuram em
posição de igualdade.
Comentários: O item está correto. O principal atributo dos contratos
administrativos é a desigualdade entre as partes, caracterizada pelo
predomínio da vontade da Administração sobre a do outro contratante. O
efeito dessa desigualdade consiste na atribuição, pela própria lei, de
vantagens especiais destinadas à Administração, as denominadas cláusulas
exorbitantes, próprias do regime de direito público a que submetem os
contratos administrativos, a exemplo da possibilidade de alteração e de
rescisão unilateral, da fiscalização e da aplicação de sanções.
Ressalte-se que tais privilégios estão presentes mesmo quando a
contratação é efetivada por pessoa administrativa de direito privado, como
empresas públicas e sociedades de economia mista (apenas no que se refere

4 Di Pietro (2009, p. 257).

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aos contratos administrativos, firmados para a execução de suas “atividades
meio”). Assim, por exemplo, um contrato de obras celebrado por empresa
pública se subordina a regime básico de direito público (trata-se, portanto, de
um contrato administrativo), ao contrário dos contratos das “atividades fim”,
que são contratos de direito privado.
Gabarito: Certo

*****
Vistas as principais diferen•as entre os contratos de direito privado
firmados pela Administra•‹o e os contratos administrativos propriamente
ditos, passemos a nos concentrar apenas nestes œltimos, come•ando pelo
seu conceito.

CONCEITO

De forma simples, pode-se conceituar o contrato administrativo da


seguinte forma5:

Contrato administrativo: ajuste firmado entre a Administra•‹o


Pœblica e um particular, regulado basicamente pelo direito pœblico, e tendo
por objeto uma atividade que, de alguma forma, traduza interesse
pœblico.

O ponto chave dessa defini•‹o est‡ na parte que diz que os contratos
administrativos s‹o Òregulados basicamente pelo direito pœblicoÓ.
Afinal, s— o fato de o Estado ser sujeito na rela•‹o contratual n‹o
serve, isoladamente, para caracterizar o contrato administrativo. O
mesmo deve ser dito em rela•‹o ao objeto: Ž que n‹o s— os contratos
administrativos, mas tambŽm os contratos privados da Administra•‹o
devem ter, fatalmente, um objetivo que traduza o interesse pœblico.
Assim, tais elementos (sujeito e objeto) t•m que ser sempre
conjugados com o regime jur’dico, este sim o elemento marcante e
diferencial dos contratos administrativos, nos quais a Administra•‹o
Pœblica atua na qualidade de Poder Pœblico, dotada, por isso, de
prerrogativas caracter’sticas de direito pœblico (supremacia).


5 Carvalho Filho (2014, p. 175)

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CARACTERÍSTICAS

A doutrina costuma apontar como caracter’sticas principais dos


contratos administrativos serem eles sempre consensuais e, em regra,
formais, onerosos, comutativos e celebrados intuitu personae
(devem em princ’pio, ser executados pelo contratado, n‹o se admitindo a
livre subcontrata•‹o).
Para quem gosta de mnem™nicos, segue um cl‡ssico para lembrar as
caracter’sticas dos contratos administrativos:

CoFOCoI
Co nsensuais
F ormais

O nerosos

CO mutatividade
I ntuitu personae

AlŽm dessas caracter’sticas, os contratos administrativos devem, em


regra, ser precedidos de licita•‹o, exceto nas hip—teses de dispensa e
inexigibilidade expressamente previstas em lei.
Vamos detalhar essas caracter’sticas.

FORMALISMO

Para caracterizar o contrato administrativo, n‹o basta o consenso


das partes; Ž necess‡rio, ainda, que se observem certos requisitos
formais que, no essencial, est‹o previstos nos artigos 60 a 62 da
Lei 8.666/1993.
Em regra, os contratos administrativos devem ser formais e
escritos.
PorŽm, nem sempre o contrato verbal Ž nulo e sem nenhum
efeito, pois, o pr—prio legislador autoriza sua celebra•‹o para pequenas
compras (e n‹o servi•os, cuidado!) de pronto pagamento (valores n‹o
superiores a R$ 4.000,00), o chamado regime de adiantamento (art. 60,
par‡grafo œnico).
Ademais, todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de
seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o

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nœmero do processo da licita•‹o, da dispensa ou da inexigibilidade, a
sujei•‹o dos contratantes ˆs normas da Lei 8.666/1993 e ˆs cl‡usulas
contratuais (art. 61).
A formaliza•‹o por escrito dos contratos ocorre, de regra, nas
reparti•›es interessadas, o que facilita o controle interno e externo
exercido por parte dos —rg‹os competentes. PorŽm, em rela•‹o aos
contratos relativos a direitos reais sobre im—veis, exige-se que o
instrumento de contrato seja lavrado em cart—rio de notas. S‹o
exemplos de direitos reais (art. 1.225 do C—digo Civil de 2002): a
propriedade; a superf’cie; o penhor; a hipoteca; a anticrese; a concess‹o
de uso especial para fins de moradia; e concess‹o do direito real de uso.
AlŽm desses requisitos, o resumo do instrumento do contrato,
qualquer que seja seu valor (inclusive os contratos sem ™nus), deve ser
publicado na imprensa oficial, como condi•‹o indispens‡vel ˆ
efic‡cia do contrato (art. 61, par‡grafo œnico).
Nos contratos decorrentes de inexigibilidade ou dispensa de licita•‹o,
a efic‡cia depende, alŽm da publica•‹o do resumo do instrumento,
tambŽm da publica•‹o da ratifica•‹o pela autoridade superior dos atos
de inexigibilidade e dispensa (art. 26).
Conforme o art. 62 da Lei 8.666/1993, o instrumento de contrato
(vale dizer, o documento formal, assinado pelas partes) Ž obrigat—rio
nos casos de concorr•ncia e de tomada de pre•os6, bem como nas
dispensas e inexigibilidades cujos pre•os estejam compreendidos nos
limites destas duas modalidades de licita•‹o.
Nos demais casos, o instrumento de contrato Ž facultativo, hip—tese
em que a Administra•‹o dever‡ substitu’-lo por outros instrumentos
h‡beis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa,
autoriza•‹o de compra ou ordem de execu•‹o de servi•o.
O instrumento de contrato tambŽm Ž facultativo nos casos de
compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais
n‹o resultem obriga•›es futuras, inclusive assist•ncia tŽcnica. Nessa
hip—tese, a faculdade independe de valor, aplicando-se, inclusive, ˆs
compras decorrentes das modalidades de licita•‹o concorr•ncia ou tomada
de pre•os (art. 62, ¤4¼).


6 Concorrência e tomada de preços são modalidades de licitação, assunto que estudaremos na próxima

aula.

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Requisitos formais dos contratos administrativos


• Devem ser formais e escritos.
• Podem ser verbais para pequenas compras.
• A formalização ocorre nas repartições interessadas ou, no caso de
direitos reais sobre imóveis, nos cartórios de notas.
• Devem ser publicados na imprensa oficial, independente do valor.
• O instrumento de contrato é obrigatório nos casos cujo valor se enquadre
nos limites de concorrência e de tomada de preços.
• O instrumento de contrato é facultativo nas compras com entrega
imediata e integral, independente do valor.

2. (Cespe – CNJ 2013) Em virtude do princípio do formalismo, os contratos


administrativos devem ser formalizados por meio de instrumento escrito, salvo os de
pequenas compras para pronto pagamento, em que se admite contrato verbal com a
administração pública.
Comentário: O item está correto. Para a compreensão do gabarito,
suficiente conhecer o art. 60 da Lei 8.666/1993:
Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas,
as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do
seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por
instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que
lhe deu origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de
valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II,
alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

Gabarito: Certo

3. (Cespe – TRT10 2013) Para os fins legais, somente será considerado contrato
o ajuste firmado entre a administração pública e particular que seja assim
expressamente denominado em documento formal por escrito.
Comentário: O quesito está errado, nos termos do art. 2º, parágrafo único

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da Lei 8.666/1993:
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste
entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um
acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações
recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.
Ademais, em hipóteses excepcionais, a lei admite a celebração de
contratos verbais, em casos de pequenas compras de pronto pagamento (o
chamado regime de adiantamento). Portanto, embora seja a regra, nem sempre
os contratos administrativos serão firmados mediante documento formal por
escrito.
Gabarito: Errado

4. (Cespe – MIN 2013) O resumo do instrumento de contrato deve ser publicado


na imprensa oficial no prazo máximo de vinte dias, contados a partir do quinto dia útil
do mês seguinte ao de sua assinatura.
Comentário: O item está correto. Nesse caso, a resposta está no art. 61,
parágrafo único da Lei 8.666/1993:
Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus
representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do
processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratantes
às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus
aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia,
será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de
sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que
seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

Gabarito: Certo

ONEROSIDADE E COMUTATIVIDADE

Outra caracter’stica dos contratos administrativos diz respeito ao seu


car‡ter oneroso. Os contratos firmados pela Administra•‹o geram ™nus
financeiro. De regra, esse ™nus Ž da Administra•‹o, que pagar‡ pelo que
contrata.
Por outro lado, h‡ contratos celebrados pela Administra•‹o nos quais,
no lugar de adquirir algo, haver‡ aliena•‹o (venda), e, claro, haver‡ ™nus
por parte dos particulares e n‹o da Administra•‹o contratante.
Os contratos administrativos tambŽm possuem car‡ter comutativo,
porque as partes do contrato s‹o compensadas reciprocamente; em

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outras palavras, existe equival•ncia entre as obriga•›es ajustadas pelas
partes 7 . Por exemplo: enquanto o particular possui a obriga•‹o de
fornecer determinado bem previsto no contrato, a Administra•‹o possui a
obriga•‹o de pagar um valor justo por ele.

PESSOALIDADE (INTUITU PERSONAE)

Tal caracter’stica dos contratos administrativos decorre da tese de


que o particular contratado Ž o que melhor comprovou as condi•›es de
contratar com a Administra•‹o, devendo, portanto, ser o respons‡vel
pela execu•‹o do contrato.
Dessa forma, os contratos administrativos s‹o pessoais, celebrados
intuitu personae, ou seja, exige-se que o objeto seja executado pelo
pr—prio contratado, n‹o se admitindo, de regra, a subcontrata•‹o
(o contratado n‹o pode, livremente, repassar a terceiros a execu•‹o do
contrato).
Mas, como toda regra, sempre h‡ uma exce•‹o. Com efeito, o art. 72
da Lei 8.666/1993 prev• a possibilidade de subcontrata•‹o parcial
(e n‹o total!) de obra, servi•o ou fornecimento, desde que esteja:

ü prevista no edital; e
lativas!
ondiç ões cumu
C
ü prevista no contrato; e

ü dentro do limite admitido, em cada caso, pela Administra•‹o.

Ressalte-se que a Administra•‹o deve estabelecer os limites das


partes do objeto do contrato cuja execu•‹o poder‡ ser subcontratada.
Ademais, a subcontrata•‹o n‹o isenta o particular contratado das
suas responsabilidades legais e contratuais, conforme disp›e o art. 72 da
lei.

5. (Cespe – MTE 2014) Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são
firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado,
apuradas no procedimento da licitação.
Comentário: Aqui a banca reproduziu, ipsis litteris, um trecho da obra da
Prof. Di Pietro no qual ela afirma textualmente que “todos os contratos para os

7 Carvalho Filho (2014, p. 180).

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quais a lei exige licitação são firmados intuitu personae, ou seja, em razão de
condições pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitação”,
daí a sua correção.
De fato, os contratos administrativos são pessoais, celebrados intuitu
personae, de modo que sua execução deve ser levada a termo pela mesma
pessoa (física ou jurídica) que se obrigou perante a Administração após o
procedimento licitatório. Ora, a licitação tem o objetivo de selecionar a pessoa
mais apta para executar o objeto do contrato. Assim, não seria razoável a
Administração celebrar o contrato com o segundo ou o terceiro colocado na
licitação. Aliás, isso é vedado de forma expressa no art. 50 da Lei 8.666/1993:
Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de
classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório,
sob pena de nulidade.

Entretanto, a lei admite a subcontratação (sempre parcial), de obra,


serviço ou fornecimento, desde que essa possibilidade esteja prevista no
edital e no contrato e, ainda, que esteja dentro do limite admitido, em cada
caso, pela Administração.
Vale ressaltar que a subcontratação não retira o caráter intuitu persone
do contrato. Tanto é assim que a subcontratação não isenta o particular
contratado das suas responsabilidades legais e contratuais, conforme dispõe
o art. 72 da lei.
Gabarito: Certo

6. (Cespe – Polícia Federal 2014) O princípio da impessoalidade, no que se


refere à execução de obras públicas, proíbe a subcontratação de empresas para a
execução de parte do serviço licitado, porquanto a escolha pessoal do
subcontratado pelo contratado viola o interesse público.
Comentário: O quesito está errado, pois a Lei 8.666/1993 permite a
subcontratação parcial de obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido,
em cada caso, pela Administração, desde que a possibilidade esteja prevista
no edital e no contrato. Vejamos:
Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades
contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até
o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

Não obstante, é importante saber que a Lei 8.666/1993 prevê


determinados tipos de contratos que não admitem subcontratação (os
chamados “contratos personalíssimos”). Vejamos o que dispõe o §3º do
art. 13:
§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente

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relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou
como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará
obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os
serviços objeto do contrato.

Como se vê, os contratos que não admitem subcontratação são aqueles


nos quais o nome do pessoal que irá executar os serviços constituiu fator
relevante para a contratação, de tal sorte que a substituição desse pessoal
descaracterizaria totalmente a validade da proposta da empresa vencedora.
Gabarito: Errado

CLÁUSULAS NECESSÁRIAS

Os contratos devem estabelecer com clareza e precis‹o as


condi•›es para sua execu•‹o, expressas em cl‡usulas que definam os
direitos, obriga•›es e responsabilidades das partes, em conformidade com
os termos da licita•‹o e da proposta a que se vinculam.
Os contratos administrativos enquadram-se na categoria dos
denominados contratos de ades‹o, isto Ž, contratos em que uma das
partes prop›e as cl‡usulas do acordo e a outra se limita a aceita-las ou
n‹o. No caso, quem define as cl‡usulas do contrato Ž a Administra•‹o,
cabendo ao particular apenas aceitar ou n‹o as condi•›es impostas para a
forma•‹o do v’nculo, sendo-lhes vedado propor qualquer altera•‹o nessas
cl‡usulas.
Ali‡s, a Lei 8.666/1993 obriga que a minuta do futuro contrato
sempre integre o edital ou ato convocat—rio da licita•‹o, de modo a
permitir que o particular j‡ participe do certame conhecendo os termos do
contrato que ir‡ celebrar caso saia vencedor (art. 62, ¤1¼). Assim, a
simples apresenta•‹o de propostas pelos licitantes equivale ˆ aceita•‹o da
oferta feita pela Administra•‹o.
O art. 55 da Lei 8.666/1993 define que Òs‹o cl‡usulas necess‡rias
em todo contrato as que estabele•amÓ:
I. Objeto.

II. Regime de execu•‹o ou forma de fornecimento.

III. Pre•o, condi•›es de pagamento e critŽrios de ajuste.

IV. Prazos de in’cio e de conclus‹o, de entrega.


V. CrŽdito pelo qual correr‡ a despesa.

VI. Garantias oferecidas, quando exigidas.

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VII. Direitos e responsabilidades das partes, penalidades cab’veis e valores
das multas.

VIII. Casos de rescis‹o.

IX. Reconhecimento de direitos da Administra•‹o em caso de rescis‹o por


inexecu•‹o do contrato.
X. Condi•›es de importa•‹o, quando for o caso.
XI. Vincula•‹o ao edital de licita•‹o ou ao termo que a dispensou.

XII. Legisla•‹o aplic‡vel.

XIII. Obriga•‹o do contratado de manter as condi•›es de habilita•‹o e


qualifica•‹o exigidas na licita•‹o.

Detalhe interessante Ž que, apesar de o art. 55 da lei usar a


express‹o cl‡usula Ònecess‡riaÓ, a doutrina ensina que nem todas as
cl‡usulas nele previstas s‹o realmente obrigat—rias, uma vez que a
aus•ncia de algumas delas n‹o descaracteriza o contrato administrativo. ƒ
s— ver, por exemplo, a cl‡usula do item VI acima, que trata das garantias
oferecidas para assegurar a plena execu•‹o do contrato, quando exigidas,
demonstrando n‹o corresponder exatamente a uma cl‡usula obrigat—ria
em todo contrato administrativo.
Segundo Mar•al Justen Filho, a rigor, s‹o obrigat—rias apenas as
cl‡usulas correspondentes aos incisos I, II, III, IV e VII. As demais ou
s‹o dispens‡veis, porque sua aus•ncia n‹o impede a incid•ncia de
princ’pios e regras gerais, ou s‹o facultativas, devendo ser previstas de
acordo com a natureza e as peculiaridades de cada contrato. Para fins de
prova, porŽm, devemos dar prefer•ncia ˆ literalidade da lei e considerar
necess‡rias todas as cl‡usulas previstas no art. 55.

7. (Cespe – TCU 2010) O regime de execução ou a forma de fornecimento


constitui cláusula necessária em todo contrato firmado pela administração pública.
Comentário: O item está correto, nos termos do art. 55, inciso II da
Lei 8.666/1993, o qual convém transcrever para vocês conhecerem:
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as que estabeleçam:
I - o objeto e seus elementos característicos;
II - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
III - o preço e as condições de pagamento, os critérios, data-base e periodicidade do

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reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
IV - os prazos de início de etapas de execução, de conclusão, de entrega, de
observação e de recebimento definitivo, conforme o caso;
V - o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional
programática e da categoria econômica;
VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;
VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os
valores das multas;
VIII - os casos de rescisão;
IX - o reconhecimento dos direitos da Administração, em caso de rescisão
administrativa prevista no art. 77 desta Lei;
X - as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for
o caso;
XI - a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao
convite e à proposta do licitante vencedor;
XII - a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos
omissos;
XIII - a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em
compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação.

Gabarito: Certo

8. (Cespe – MPTCDF 2013) No contrato administrativo, é vedada a existência de


cláusula compromissória que institua o juízo arbitral para dirimir conflitos relativos a
direitos patrimoniais disponíveis pertencentes a sociedade de economia mista.
Comentário: O quesito está errado. Cláusula compromissória é o ato por
meio do qual as partes contratantes formalizam seu desejo de submeter à
arbitragem eventuais divergências ou litígios passíveis de ocorrer ao longo da
execução da avença. É uma forma de solucionar a pendência sem a
necessidade de acionar o Poder Judiciário, sendo, portanto, um meio mais
célere de solução de conflitos.
Segundo a jurisprudência do STJ, “são válidos e eficazes os contratos
firmados pelas sociedades de economia mista exploradoras de atividade
econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de
serviços (CF, art. 173, §1º) que estipulem cláusula compromissória
submetendo à arbitragem eventuais litígios decorrentes do ajuste” (Resp
612.439/RS, de 25/10/2005; MS 11.308/DF, de 9/4/2008. Para aquele Tribunal
Superior, esse tipo de ajuste só pode ocorrer em hipóteses envolvendo

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“direitos disponíveis”, a exemplo dos direitos patrimoniais das empresas
estatais, que possuem natureza contratual ou privada. Lembrando que os
direitos patrimoniais correspondem ao chamado interesse público secundário,
que visa ao aumento de receitas ou à diminuição de gastos da entidade. É o
caso, por exemplo, de um conflito envolvendo o Banco do Brasil e um cliente
acerca do contrato de cartão de crédito celebrado entre ambos.
Sobre o tema, vale ainda dar uma olhada no seguinte trecho da Ementa
do Resp 904.813/PR, de 28/2/2012:
5. Tanto a doutrina como a jurisprudência já sinalizaram no sentido de que não existe
óbice legal na estipulação da arbitragem pelo poder público, notadamente pelas
sociedades de economia mista, admitindo como válidas as cláusulas
compromissórias previstas em editais convocatórios de licitação e contratos.
9
6. O fato de não haver previsão da arbitragem no edital de licitação ou no
contrato celebrado entre as partes não invalida o compromisso arbitral firmado
posteriormente.
7. A previsão do juízo arbitral, em vez do foro da sede da administração (jurisdição
estatal), para a solução de determinada controvérsia, não vulnera o conteúdo ou as
regras do certame.
8. A cláusula de eleição de foro não é incompatível com o juízo arbitral, pois o âmbito
de abrangência pode ser distinto, havendo necessidade de atuação do Poder
Judiciário, por exemplo, para a concessão de medidas de urgência; execução da
sentença arbitral; instituição da arbitragem quando uma das partes não a aceita de
forma amigável.
9. A controvérsia estabelecida entre as partes - manutenção do equilíbrio
econômico financeiro do contrato - é de caráter eminentemente patrimonial e
disponível, tanto assim que as partes poderiam tê-la solucionado diretamente, sem
intervenção tanto da jurisdição estatal, como do juízo arbitral.

Por fim, ressalte-se que a Lei de Concessões de Serviços Públicos


(Lei 8.987/1995) e a Lei da Parceria Público-Privada (Lei 11.079/2004) já
preveem, de forma expressa, o uso da arbitragem.
Gabarito: Errado

9. (Cespe – Polícia Federal 2014) Como o contrato administrativo é um contrato


de adesão, todo o seu conteúdo será definido unilateralmente pela própria
administração.
Comentário: Segundo a Maria Sylvia Di Pietro, “todas as cláusulas dos
contratos administrativos são fixadas unilateralmente pela Administração”.
Prossegue a autora: “costuma-se dizer que, pelo instrumento convocatório da
licitação (que vai acompanhado da minuta do contrato), o Poder Público faz
uma oferta a todos os interessados, fixando as condições em que pretende

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contratar; a apresentação de propostas pelos licitantes equivale à aceitação da
oferta feita pela Administração”.
Entretanto, algumas das cláusulas necessárias não são, a rigor, fixadas
unilateralmente pela Administração, o que justifica o gabarito da banca. Uma
delas é o preço, que depende da proposta oferecida pelo contratado na
licitação. A outra é a garantia que, nos termos do art. 56, §1º da Lei 8.666/1993,
deverá ser escolhida pelo contratado dentre as alternativas elencadas na lei
(caução, seguro-garantia ou fiança bancária).
Gabarito: Errado

CLÁUSULAS EXORBITANTES
0
As cl‡usulas exorbitantes, tambŽm denominadas de cl‡usulas de
privilŽgio, s‹o as prerrogativas de direito pœblico conferidas pela lei ˆ
Administra•‹o na rela•‹o do contrato administrativo, dotando-a de uma
posi•‹o de supremacia em rela•‹o ˆ parte contratada8.
A doutrina aponta a presen•a de cl‡usulas exorbitantes como a
principal caracter’stica dos contratos administrativos. Afinal, tais cl‡usulas
s‹o chamadas ÒexorbitantesÓ justamente porque extrapolam aquilo que
existe, aquilo que seria admitido no direito comum9. Nos contratos de
direito privado, celebrados entre particulares, as partes est‹o em situa•‹o
de igualdade jur’dica; j‡ nos contratos administrativos, em raz‹o das
cl‡usulas exorbitantes, a Administra•‹o se situa numa posi•‹o de
supremacia em rela•‹o ˆ parte contratada.
As principais cl‡usulas exorbitantes previstas na Lei 8.66610 s‹o:

ü Altera•‹o unilateral do contrato (art. 58, I);


ü Rescis‹o unilateral (art. 58, II);
ü Fiscaliza•‹o da execu•‹o do contrato (art. 58, III);
ü Aplica•‹o de san•›es (art. 58, IV);
ü Ocupa•‹o de bens m—veis, im—veis, pessoal e servi•os vinculados ao objeto do
contrato, quando o ajuste visa ˆ presta•‹o de servi•os essenciais (art. 58, V);
ü Exig•ncias de garantias pela Administra•‹o (art. 56);
ü Restri•›es ˆ oposi•‹o, pelo contratado, da exce•‹o do contrato n‹o cumprido
(art. 78, XV).


8 Carvalho Filho (2014, p. 193).

9 Alexandrino e Paulo (2014, p. 540).

10 Ver art. 58; art. 56 e art. 78, XV.

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Como se v•, o art. 58 da Lei 8.666/1993 Ž o que elenca a maioria
das cl‡usulas exorbitantes, embora existam outras dispersas pela lei.

Vamos estudar cada uma delas!

ALTERAÇÃO UNILATERAL

Em algumas situa•›es, a Administra•‹o pode alterar unilateralmente


as cl‡usulas do contrato, independentemente do consentimento do
contratado, mas sempre respeitando, Ž l—gico, o interesse pœblico.
As altera•›es unilaterais devem ser sempre motivadas e, ademais,
devem respeitar a natureza do contrato, no que diz respeito ao seu
==90eca==

objeto (n‹o se pode alterar um econtrato de venda para um de permuta,


ou um contrato de vigil‰ncia para um de limpeza, por exemplo).
Mais especificamente, o art. 65, I da Lei 8.666/1993 estabelece a
possibilidade de altera•‹o unilateral do contrato pela Administra•‹o nos
seguintes casos:

Ü Hip—teses de altera•‹o unilateral do contrato pela


Administra•‹o:

§ Qualitativa: quando houver modifica•‹o do projeto ou das


especifica•›es, para melhor adequa•‹o tŽcnica aos seus objetivos.

§ Quantitativa: quando necess‡ria a modifica•‹o do valor contratual em


decorr•ncia de acrŽscimo ou diminui•‹o quantitativa de seu objeto.

Como se v•, a lei prev• duas modalidades de altera•‹o unilateral: a


primeira Ž qualitativa, porque ocorre quando h‡ necessidade de alterar o
pr—prio projeto ou as suas especifica•›es, mantendo inalterado o objeto,
em natureza e dimens‹o; a segunda Ž quantitativa, porque envolve
acrŽscimo ou diminui•‹o do valor contratual em raz‹o de altera•›es na
dimens‹o ou quantidade do objeto.
ƒ importante observar que a lei estabelece um limite para os
acrŽscimos e supress›es que se fizerem nas obras, servi•os ou
compras. Esse limite, regra geral, Ž de atŽ 25% do valor inicial
atualizado do contrato, v‡lido tanto para os acrŽscimos como para as
supress›es.
Por exemplo: um contrato de manuten•‹o de elevadores, com valor
contratual atualizado de R$ 100.000,00/ano, n‹o pode ultrapassar

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R$ 125.000,00 (acrŽscimos) ou ficar aquŽm dos R$ 75.000,00
(supress›es). Perceba que tais acrŽscimos ou supress›es no valor
contratual podem decorrer de altera•›es qualitativas no objeto (ex: a
manuten•‹o que antes era feita usando a tŽcnica X passou a ser feita com
a tŽcnica Y) ou quantitativas (ex: a manuten•‹o que antes era feita duas
vezes por m•s passou a ser feita quatro vezes).
J‡ quando o objeto do contrato for reforma de edif’cios ou de
equipamentos, o limite ser‡ de atŽ 50%, que s— se aplica para
acrŽscimos e n‹o para supress›es.
O limite para acrŽscimos e supress›es unilaterais
no contrato Ž de atŽ 25%, EXCETO no caso de
reforma dec edif’cios ou de equipamentos, em que
o limite Ž de atŽ 50%, s— para acrŽscimos11.

A lei, portanto, confere ˆ Administra•‹o o direito de exigir que o


contratado se submeta ˆs altera•›es impostas nesses limites, ao mesmo
tempo em que comina ao contratado a obriga•‹o de aceita-las. N‹o se
submetendo ˆs altera•›es, o contratado Ž considerado como
descumpridor do contrato, dando margem a que a Administra•‹o rescinda
o ajuste, atribuindo-lhe culpa pela rescis‹o.
Da mesma forma, em regra, a Administra•‹o n‹o pode impor
altera•›es alŽm dos limites da lei. Com efeito, nenhum acrŽscimo ou
supress‹o poder‡ exceder os referidos limites, salvo as supress›es
resultantes de acordo celebrado entre os contratantes (art. 65, ¤2¼,
II). Veja que a lei admite a extrapola•‹o dos limites apenas para as
supress›es (e n‹o para os acrŽscimos!), e desde que haja acordo entre as
partes. Nesse caso, como h‡ acordo, n‹o se trata de altera•‹o unilateral,
ou seja, n‹o Ž exemplo de cl‡usula exorbitante.
A possibilidade de altera•‹o unilateral do contrato pela Administra•‹o
abrange apenas as chamadas cl‡usulas regulamentares, de execu•‹o
ou de servi•o, que s‹o aquelas que disp›em sobre o objeto do contrato e
seu modo de execu•‹o, isto Ž, sobre como o contrato ser‡ executado
(ex: quantidades contratadas, tipo de servi•o a ser desempenhado).
Por outro lado, as denominadas cl‡usulas econ™mico-financeiras
nunca podem ser modificadas unilateralmente. Tais cl‡usulas s‹o as que
estabelecem a rela•‹o entre as obriga•›es do contratado e a remunera•‹o

11 Segundo o entendimento do Tribunal de Contas da União, tanto as alterações quantitativas como as

qualitativas estariam sujeitas aos limites de 25% ou 50% previstos na Lei 8.666/1993. Parte da doutrina,
contudo (ex: Di Pietro), entende que os limites se aplicam apenas para as alterações quantitativas.

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devida pela Administra•‹o, isto Ž, o equil’brio econ™mico-financeiro do
contrato, o qual deve ser mantido durante toda execu•‹o do ajuste.
Ali‡s, essa impossibilidade de altera•‹o unilateral da equa•‹o
econ™mico-financeira do contrato est‡ prevista de forma expressa no
art. 58, ¤1¼ da Lei 8.666/1993, segundo o qual Òas cl‡usulas econ™mico-
financeiras e monet‡rias dos contratos administrativos n‹o poder‹o ser
alteradas sem prŽvia concord‰ncia do contratadoÓ. Ademais, no art. 65,
¤6¼, a lei prev• que Òem havendo altera•‹o unilateral do contrato que
aumente os encargos do contratado, a Administra•‹o dever‡
restabelecer, por aditamento, o equil’brio econ™mico-financeiro
inicialÓ.
a
Assim, na hip—tese de altera•‹o unilateral, Òas cl‡usulas econ™mico-
financeiras do contrato dever‹o ser revistas para que se mantenha o
equil’brio contratualÓ (art. 58, ¤2¼). E essa previs‹o da lei decorre
diretamente da Constitui•‹o Federal (art. 37, XXI), que exige, nos
processos de licita•‹o para obras, servi•os, compras e aliena•›es, a
manuten•‹o das Òcondi•›es efetivas da propostaÓ.
Por exemplo: suponha que a Administra•‹o tenha adquirido
100 bens, comprometendo-se a pagar R$ 100,00, portanto, R$ 1,00 por
bem. A lei permite (art. 65, ¤1¼) que a Administra•‹o acres•a ou diminua
as quantidades contratadas em atŽ 25%, sendo obrigat—ria a observ‰ncia
por parte do contratado, desde que se mantenha o necess‡rio equil’brio
econ™mico-financeiro. Dessa forma, se a Administra•‹o, no lugar de
100 bens, quiser o fornecimento de 125 bens, a empresa contratada
ficar‡ obrigada a fornec•-los; entretanto, a fim de preservar o equil’brio
econ™mico-financeiro do contrato, a remunera•‹o devida pela
Administra•‹o passar‡ de R$ 100,00 para R$ 125,00 12 . O mesmo
racioc’nio se aplica na hip—tese de redu•‹o unilateral do objeto do
contrato.
Perceba, no exemplo, que se o valor total devido pela Administra•‹o
ap—s a altera•‹o unilateral continuasse o mesmo previsto inicialmente
(R$ 100,00), haveria quebra do equil’brio econ™mico-financeiro do ajuste,
em desfavor do contratado, visto que cada bem estaria saindo a R$ 0,80
(R$ 100,00 Ö 125 bens), e n‹o mais a R$ 1,00, como na equa•‹o
financeira original.


12 Nesse exemplo, estamos desconsiderando eventuais atualizações do valor inicial do contrato. Mas não

se esqueça de que o limite de acréscimos e supressões (25% ou 50%, conforme o caso) incide sobre o
valor inicial atualizado do contrato.

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Registre-se que a altera•‹o do equil’brio econ™mico-financeiro s—
pode ocorrer se houver prŽvia concord‰ncia do contratado.
Prosseguindo. No caso de supress‹o unilateral de obras, bens ou
servi•os, se o contratado j‡ houver adquirido os materiais e posto no local
dos trabalhos, estes dever‹o ser pagos pela Administra•‹o pelos custos
de aquisi•‹o regularmente comprovados e monetariamente corrigidos,
podendo caber indeniza•‹o por outros danos eventualmente decorrentes
da supress‹o, desde que regularmente comprovados (art. 65, ¤4¼). Tal
regra prevista na lei Ž uma forma de preservar o equil’brio econ™mico-
financeiro do contrato nos casos em que o contratado j‡ havia se
mobilizado para prestar os servi•os suprimidos pela Administra•‹o.
Por fim, abre-se um par•ntese para registrar que a lei admite
altera•‹o do contrato de comum acordo entre as partes (n‹o se trata de
cl‡usula exorbitante, portanto) nos seguintes casos (art. 65, II):

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poder‹o ser alterados, com as
devidas justificativas, nos seguintes casos:
(...)

II - por acordo das partes:


a) quando conveniente a substitui•‹o da garantia de execu•‹o;
b) quando necess‡ria a modifica•‹o do regime de execu•‹o da obra ou
servi•o, bem como do modo de fornecimento, em face de verifica•‹o
tŽcnica da inaplicabilidade dos termos contratuais origin‡rios;
c) quando necess‡ria a modifica•‹o da forma de pagamento, por
imposi•‹o de circunst‰ncias supervenientes, mantido o valor inicial
atualizado, vedada a antecipa•‹o do pagamento, com rela•‹o ao
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contrapresta•‹o de
fornecimento de bens ou execu•‹o de obra ou servi•o;
d) para restabelecer a rela•‹o que as partes pactuaram inicialmente entre
os encargos do contratado e a retribui•‹o da administra•‹o para a justa
remunera•‹o da obra, servi•o ou fornecimento, objetivando a manuten•‹o
do equil’brio econ™mico-financeiro inicial do contrato, na hip—tese de
sobrevirem fatos imprevis’veis, ou previs’veis, porŽm de
consequ•ncias incalcul‡veis, retardadores ou impeditivos da
execu•‹o do ajustado, ou, ainda, em caso de for•a maior, caso
fortuito ou fato do pr’ncipe, configurando ‡lea econ™mica extraordin‡ria
e extracontratual.

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RESCISÃO UNILATERAL

O art. 58, II da Lei 8.666/1993 confere ˆ Administra•‹o a


prerrogativa de rescindir unilateralmente os contratos administrativos,
sempre que verificadas as hip—teses enumeradas no seu art. 78, incisos I
a XII e XVII, dentre elas o descumprimento injustificado de cl‡usulas
contratuais por parte do contratado, a respectiva decreta•‹o de fal•ncia e
mesmo raz›es de interesse pœblico, de alta relev‰ncia e amplo
conhecimento, alŽm da ocorr•ncia de caso fortuito ou de for•a maior,
regularmente comprovada, impeditiva da execu•‹o do contrato.
Quando a rescis‹o unilateral decorrer de irregularidades imputadas
ao contratado, deve ser precedida de processo administrativo em que se
assegure o direito ao contradit—rio e ˆ ampla defesa.
Falaremos mais sobre rescis‹o contratual mais a frente, quando
abordarmos as hip—teses de extin•‹o do contrato.

10. (Cespe – ICMBio 2014) O contrato administrativo exige licitação em qualquer


situação, cabendo à administração pública determinar as cláusulas exorbitantes, que
conferem poderes ao contratado, a fim de eliminar as desvantagens do contrato.
Comentário: O item está todo errado. Primeiro porque o contrato
administrativo não exige licitação em qualquer situação. Há hipóteses de
dispensa e de inexigibilidade previstas na Lei 8.666/1993. Segundo porque as
cláusulas exorbitantes não conferem poderes ao contratado, muito pelo
contrário; tais cláusulas dão poderes e privilégios à Administração, com
fundamento no princípio da supremacia do interesse público sobre o
particular.
Gabarito: Errado

11. (Cespe – Polícia Federal 2013) A alteração contratual deve observar a


indispensabilidade do tratamento igualitário a todos que estejam na mesma situação
e a manutenção do interesse público.
Comentário: O quesito está correto. Trata-se de verbete retirado da
jurisprudência do STJ (REsp 488.648):
1. A alteração contratual ou dispensa de licitação deve observar duas regras
principais: indispensabilidade do tratamento igualitário a todos que estejam na mesma
situação e manutenção do interesse público.
Gabarito: Certo

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FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO

Trata-se de prerrogativa (na verdade, um poder-dever) que exige


seja a execu•‹o do contrato acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administra•‹o, especialmente designado, permitida
a contrata•‹o de terceiros para assisti-lo e subsidi‡-lo de informa•›es
pertinentes a essa atribui•‹o (art. 67).
Nos termos da Lei 8.666/1993, o representante da Administra•‹o
anotar‡ em registro pr—prio todas as ocorr•ncias relacionadas com a
execu•‹o do contrato, determinando o que for necess‡rio ˆ regulariza•‹o
das faltas ou defeitos observados ou, se as decis›es ultrapassarem sua
compet•ncia, solicit‡-las a seus superiores (art. 67, ¤1¼).
De sua parte, o contratado dever‡ manter preposto, aceito pela
Administra•‹o, no local da obra ou servi•o, para represent‡-lo na
execu•‹o do contrato (art. 68). Esse preposto representar‡ o contratado
perante a fiscaliza•‹o da Administra•‹o.
O n‹o atendimento das determina•›es da autoridade fiscalizadora
enseja rescis‹o unilateral do contrato (art. 78, VII), sem preju’zo das
san•›es cab’veis.
Por fim, Ž importante ressaltar que a fiscaliza•‹o efetuada pela
Administra•‹o n‹o exclui a responsabilidade do contratado pelos danos
causados a terceiros decorrentes de sua culpa ou dolo na execu•‹o do
contrato (art. 70).

12. (Cespe – TRT10 2013) A execução de contrato deve ser acompanhada e


fiscalizada por representante da administração designado especialmente para tal,
não sendo permitida a contratação de terceiros para subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição, por se tratar de atividade típica do Estado.
Comentário: A questão está errada, pois, nos termos do art. 67 da Lei
8.666/1993, é permitida a contratação de terceiros para subsidiar o fiscal do
contrato designado pela Administração:
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um
representante da Administração especialmente designado, permitida a contratação
de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

Gabarito: Errado

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13. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Qualquer auxílio prestado pela


fiscalização na interpretação dos desenhos, memoriais, especificações e demais
elementos de projeto, bem como na condução dos trabalhos, poderá ser invocado
para eximir a contratada da responsabilidade pela execução dos serviços e obras.
Comentário: O quesito está errado, nos termos do art. 70 da Lei
8.666/1993:
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do
contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o
acompanhamento pelo órgão interessado.
Ou seja, a fiscalização ou o acompanhamento efetuado pelo agente
público designado pela Administração (atividades que, na questão, a banca
ilustrou como um auxílio na interpretação de documentos e na condução dos
trabalhos) não afasta a responsabilidade do contratado pela execução dos
serviços e obras.
Gabarito: Errado

14. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Não cabe à fiscalização paralisar e(ou)
solicitar o refazimento de qualquer serviço que não seja executado em conformidade
com o projeto, norma técnica ou qualquer disposição oficial aplicável ao objeto do
contrato.
Comentário: Nos termos do art. 67, §1º da Lei 8.666/1993, o
“representante da Administração anotará em registro próprio todas as
ocorrências relacionadas com a execução do contrato, determinando o que for
necessário à regularização das faltas ou defeitos observados”. Assim, se o
fiscal verificar que o serviço está sendo executado em desconformidade com o
projeto, norma técnica ou qualquer outra disposição oficial aplicável ao objeto
do contrato, ele possui amparo legal para tomar as medidas necessárias para
o exato cumprimento do contrato, entre elas, paralisar ou solicitar o
refazimento de qualquer serviço, daí o erro.
Ressalte-se que, nos termos do art. 67, §2º da Lei 8.666/1993, as
“decisões e providências que ultrapassarem a competência do representante
da Administração deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil
para a adoção das medidas convenientes”.
Gabarito: Errado

15. (Cespe – Bacen 2013) Durante a execução do contrato dos serviços de


segurança e vigilância do edifício sede do Banco Central do Brasil, o representante
da administração pública responsável por acompanhar e fiscalizar a execução do
contrato tem autonomia para autorizar a redução no número de postos de vigilância

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nele previstos.
Comentários: A redução no número de postos de vigilância previstos
num contrato de prestação de serviços de segurança não constitui simples ato
de fiscalização, a fim de assegurar a correção das faltas ou defeitos
observados, e sim efetiva alteração do contrato (diminuição quantitativa do
objeto), com impacto no valor devido pela Administração. Portanto, trata-se de
medida que extrapola as competências do fiscal do contrato, cuja missão é
acompanhar e fiscalizar o correto cumprimento daquilo que está previsto no
ajuste. No caso, se o fiscal verificar a necessidade de alterar o contrato para
diminuir o número de postos, aplica-se a hipótese do art. 67, §2º da Lei
8.666/1993, pelo qual as “decisões e providências que ultrapassarem a
competência do representante deverão ser solicitadas a seus superiores em
tempo hábil para a adoção das medidas convenientes”.
Gabarito: Errado

16. (Cespe – MDIC 2014) Na administração pública, a gestão de contratos


abrange as etapas de gerenciamento, acompanhamento e fiscalização, desde a
concepção do edital da licitação até a assinatura do contrato.
Comentário: É certo que, na Administração Pública, a gestão de contratos
abrange as etapas de gerenciamento, acompanhamento e fiscalização. A
fiscalização ocorre durante a execução do contrato, ou seja, após a sua
assinatura. Portanto, é errado afirmar que a gestão de contratos termina na
sua assinatura.
Gabarito: Errado

APLICAÇÃO DE SANÇÕES

A Administra•‹o tambŽm possui a prerrogativa de aplicar san•›es de


natureza administrativa ao contratado, caso este deixe de cumprir total
ou parcialmente o objeto do contrato. As san•›es que podem ser
aplicadas pela Administra•‹o s‹o:

§ Advert•ncia (art. 87, I).


§ Multa, por atraso na execu•‹o do contrato (art. 86) ou na forma prevista no
instrumento convocat—rio ou no contrato (art. 87, I).

§ Suspens‹o tempor‡ria de participa•‹o em licita•‹o e impedimento de


contratar com a Administra•‹o, por prazo n‹o superior a 2 (dois) anos
(art. 87, III).
§ Declara•‹o de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administra•‹o
Pœblica (art. 87, IV).

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A pena de multa pode ser aplicada cumulativamente com qualquer
uma das outras. Por outro lado, Ž vedada a acumula•‹o das demais
san•›es entre si.
As multas aplicadas pela Administra•‹o poder‹o ser descontadas
diretamente das garantias oferecidas pelo contratado, desde que
prestada mediante cau•‹o em dinheiro ou t’tulo pœblico; se a garantia n‹o
for suficiente, a Administra•‹o pode deduzir o valor da multa dos
pagamentos eventualmente devidos ao contratado. Trata-se, portanto, de
decis›es autoexecut—rias do Poder Pœblico, que permitem ˆ Administra•‹o
arrecadar a multa independentemente de autoriza•‹o do Poder Judici‡rio.
Somente se n‹o forem suficientes os valores assim recebidos Ž que a
Administra•‹o ir‡ cobrar a d’vida em ju’zo, caso o contratado n‹o pague
voluntariamente.
Quanto ˆ pena de suspens‹o do direito de licitar e contratar, o
importante Ž saber que ela n‹o pode ultrapassar dois anos, dependendo
da gravidade da falta cometida pelo contratado.
Por sua vez, a declara•‹o de inidoneidade para licitar ou contratar
com a Administra•‹o Pœblica n‹o tem prazo m‡ximo. Seus efeitos
permanecer‹o enquanto perdurarem os motivos determinantes da puni•‹o
ou atŽ que seja promovida a reabilita•‹o perante a pr—pria autoridade que
aplicou a penalidade. A reabilita•‹o somente poder‡ ser requerida ap—s
dois anos da aplica•‹o dessa san•‹o e ser‡ concedida sempre que o
contratado ressarcir a Administra•‹o pelos preju’zos resultantes da
inexecu•‹o total ou parcial do contrato.
Informa•‹o importante Ž que declara•‹o de inidoneidade Ž de
compet•ncia exclusiva do Ministro de Estado, do Secret‡rio Estadual
ou Municipal, conforme o caso (art. 87, ¤3¼).

1. Existe certa divergência doutrinária e jurisprudencial acerca da abrangência das


penalidades de suspensão temporária do direito de licitar e contratar (art. 87, III) e
da declaração de inidoneidade (art. 87, IV).
Afinal, a pessoa (física ou jurídica) atingida por essas penalidades estaria impedida
de licitar e contratar apenas com o órgão ou entidade que lhe aplicou a sanção ou
com toda a Administração Pública?

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Na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) prevalece o entendimento
de que tanto a suspensão temporária quanto a declaração de inidoneidade
produzem efeitos perante toda a Administração Pública, ou seja, a pessoa estaria
suspensa ou impedida de licitar e contratar com todos os órgãos e entidades da
Administração Pública da União, dos Estados, do DF e dos Municípios13.
O Tribunal de Contas da União (TCU), ao contrário, e em linha com a doutrina
majoritária, entende que a suspensão temporária produz efeitos apenas em relação
ao órgão ou entidade que a aplicou, enquanto a declaração de inidoneidade impede
o contratado de licitar e contratar com toda a Administração Pública, ou seja, com
todos os órgãos e entidades de todos os entes da Federação14. Assim, a suspensão
temporária seria uma sanção mais leve que a declaração de inidoneidade, o que
seria confirmado pelo fato de que a suspensão é aplicada pela autoridade
competente do próprio órgão contratante, enquanto a aplicação da declaração de
inidoneidade compete ao Ministro de Estado ou ao Secretário estadual/municipal,
conforme o caso.
2. Segundo a jurisprudência do STJ, as sanções de suspensão temporária e de
declaração de inidoneidade produzem efeitos ex-nunc (prospectivos), não afetando,
automaticamente, contratos em andamento celebrados antes da aplicação da
penalidade15. Ou seja, a pessoa ficará impedida de participar de novas licitações ou
de firmar novos contratos. Os contratos vigentes, contudo, não serão
automaticamente rescindidos em decorrência da aplicação da pena (eles até
poderão ser rescindidos, mas por conta de outras razões, e não simplesmente por
causa da sanção).

Por fim, nunca Ž demais lembrar que qualquer aplica•‹o de san•‹o


deve ser sempre precedida de processo administrativo em que se
assegure ao contratado o direito ao contradit—rio e ˆ ampla defesa. A
Lei 8666/1993 determina que, para exercer esse direito, o interessado
disp›e de 5 dias œteis, salvo na hip—tese de declara•‹o de inidoneidade,
em que o prazo se eleva para 10 dias (art. 87, ¤¤2¼ e 3¼).


13 STJ – Resp 174.274/SP
14 Ver Boletim de Licitações e Contratos do TCU nº 134, 139, 165 e 187.
15 MS 14.002/DF

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17. (Cespe – TCU 2010) A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar


com a administração pública constitui sanção, aplicável ao contratado, que não
admite reabilitação.
Comentário: A questão está errada. Nos termos do art. 87, IV da Lei
8.666/1933, a empresa declarada inidônea para licitar com a Administração
poderá ser reabilitada após dois anos da aplicação dessa sanção, sempre que
o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes. Vejamos:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública
enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade,
que será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos
prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso
anterior.

Gabarito: Errado

18. (Cespe – TCU 2010) A sanção de suspensão temporária de participação em


licitação e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não
superior a dois anos pode ser aplicada aos profissionais que tenham sofrido
condenação definitiva por praticar, de forma dolosa, fraude fiscal no recolhimento de
quaisquer tributos.
Comentário: O quesito está correto. Em regra, as sanções de advertência,
multa, suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar, e a declaração de inidoneidade são aplicadas ao contratado em
razão da inexecução total ou parcial do contrato (Lei 8.666/1993, art. 87, caput).
Todavia, nos termos do art. 88 da lei, as sanções suspensão temporária
de participação em licitação e impedimento de contratar e a declaração de
inidoneidade, especificamente, também podem ser aplicadas às empresas ou
aos profissionais que, em razão dos contratos administrativos firmados com a
Administração Pública:

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I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude
fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em
virtude de atos ilícitos praticados.

Ressalte-se que a lei não prevê a aplicação de advertência ou multa


nessas hipóteses.
Gabarito: Certo

OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA

Quando o objeto do contrato for a presta•‹o de servi•os


essenciais, a Lei 8.666/1993 confere ˆ Administra•‹o a prerrogativa de
ocupar provisoriamente bens m—veis, im—veis, pessoal e servi•os
vinculados ao objeto do contrato, nas seguintes hip—teses (art. 58, VI):
§ Como medida cautelar enquanto ocorre a apura•‹o administrativa de
faltas cometidas pelo contratado.
§ Ap—s a rescis‹o do contrato administrativo.

A possibilidade de ocupa•‹o tempor‡ria de bens m—veis, im—veis,


pessoal e servi•os vinculados ao objeto do contrato decorre do princ’pio
da continuidade do servi•o pœblico, a fim de evitar a interrup•‹o de
servi•os essenciais ao interesse da coletividade.
Na primeira hip—tese, a Administra•‹o realiza a ocupa•‹o provis—ria a
t’tulo de medida cautelar, para permitir a continuidade do servi•o
enquanto ocorre a apura•‹o de poss’veis faltas praticadas pelo
contratado. Perceba que, nesse caso, o contrato ainda n‹o foi rescindido
(na verdade, ele poder‡ ser rescindido, a depender do resultado da
apura•‹o).
J‡ na segunda hip—tese, a ocupa•‹o serve para garantir a
continuidade da presta•‹o de servi•os pœblicos essenciais no caso de
rescis‹o do contrato. Assim, havendo a rescis‹o, a Administra•‹o
assume o objeto do contrato e promove a ocupa•‹o e utiliza•‹o
provis—rias dos recursos materiais e humanos do contratado que forem
necess‡rios para evitar a interrup•‹o da presta•‹o do servi•o.

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Hipóteses: Incide sobre bens


Garante a 1. como medida móveis, imóveis,
continuidade dos cautelar; e pessoal e serviços
serviços essenciais 2. após a rescisão do vinculados ao
contrato. contrato.

Ocupação temporária

19. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Em casos de faltas contratuais por parte
do contratado, é assegurado ao ente contratante o direito de intervir na execução do
contrato, de modo a garantir a continuidade de um serviço público considerado
essencial à sociedade.
Comentário: O item está correto. A possibilidade de ocupação temporária
de bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato
é uma das cláusulas exorbitantes previstas na lei que colocam a
Administração em um patamar superior em relação à outra parte do contrato, a
fim de assegurar a continuidade de serviços essenciais ao interesse público.
Eis o teor da lei:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere
à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta
Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da
necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo
contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

Repare que a lei prevê a ocupação temporária em duas hipóteses: (i)


como medida cautelar, para possibilitar a continuidade dos serviços enquanto

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se apuram as faltas cometidas pelo contratado (ii) após a rescisão do contrato,
para possibilitar a continuidade dos serviços antes prestados pela empresa
que era parte no ajuste desfeito.
Gabarito: Certo

EXIGÊNCIA DE GARANTIAS

A fim de assegurar o fiel cumprimento do contrato, assim como para


facilitar o ressarcimento dos preju’zos causados pela eventual inexecu•‹o
do ajuste, a Administra•‹o poder‡ exigir garantias junto ao contratado.
A possibilidade de exig•ncia de garantia do contrato por parte da
Administra•‹o tambŽm Ž vista pela doutrina como cl‡usula exorbitante,
uma vez que n‹o encontra paralelo nos contratos privados firmados entre
particulares.
Em regra, a exig•ncia ou n‹o de garantia Ž decis‹o discricion‡ria
da Administra•‹o. PorŽm, para que possa ser exigida, deve haver
previs‹o expressa no instrumento convocat—rio da licita•‹o (edital),
nos termos do art. 56 da Lei 8.666/1993:

Art. 56. A critŽrio da autoridade competente, em cada caso, e desde


que prevista no instrumento convocat—rio, poder‡ ser exigida presta•‹o de
garantia nas contrata•›es de obras, servi•os e compras.

Vale lembrar que a garantia, quando exigida, Ž cl‡usula necess‡ria


(obrigat—ria) no contrato administrativo (art. 55, III).
Caber‡ ao contratado optar por uma das modalidades de garantia
previstas na lei (art. 56, ¤1¼). Perceba: a Administra•‹o, de forma
discricion‡ria, decide acerca da exig•ncia ou n‹o de garantia. Caso decida
pela exig•ncia, caber‡ ao contratado escolher por uma das modalidades
de garantia previstas na lei, quais sejam:
§ Cau•‹o em dinheiro ou em t’tulos da d’vida pœblica
§ Seguro-garantia
§ Fian•a banc‡ria

A garantia em cau•‹o pode ser constitu’da em espŽcie ou em t’tulos


da d’vida pœblica, desde que emitidos sob a forma escritural, mediante
registro em sistema centralizado de liquida•‹o e de cust—dia autorizado
pelo Banco Central e avaliados pelos seus valores econ™micos, conforme
definido pelo MinistŽrio da Fazenda (art. 56, ¤1¼, I).

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Quanto ao seguro-garantia, a lei o define como o seguro que
garante o fiel cumprimento das obriga•›es assumidas por empresas em
licita•›es e contratos (art. 6¼, VI). Tal garantia Ž oferecida por empresa
seguradora, que se obriga a assegurar o cumprimento integral do
servi•o, da obra ou do fornecimento, na hip—tese de inadimplemento por
parte do contratado.
Em rela•‹o ˆ fian•a banc‡ria, trata-se de modalidade de garantia
comercial prestada por terceiros (mais propriamente uma institui•‹o
financeira), tambŽm denominada de garantia fidejuss—ria. Nessa
modalidade, um banco se responsabiliza por pagar um determinado valor
ˆ Administra•‹o na hip—tese de inadimplemento do contratado (a
obriga•‹o do banco se limita ao valor afian•ado, diferentemente do
seguro-garantia, que cobre a execu•‹o integral do contrato).
Regra geral, a garantia n‹o poder‡ exceder a 5% do valor do
contrato e ser‡ atualizada nas condi•›es deste. Esse limite poder‡ ser
elevado para atŽ 10% do valor do contrato nas contrata•›es de
grande vulto que envolvam alta complexidade tŽcnica e riscos
financeiros consider‡veis, demonstrados atravŽs de parecer tecnicamente
aprovado pela autoridade competente (art. 56, ¤2¼ e 3¼).
Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela
Administra•‹o, dos quais o contratado ficar‡ deposit‡rio, ao valor da
garantia, estabelecido com base nos limites de 5% ou 10%, dever‡ ser
acrescido o valor desses bens (art. 56, ¤5¼).
Ressalte-se que, durante a execu•‹o do contrato, a Administra•‹o
n‹o pode exigir, unilateralmente, a altera•‹o da garantia. A troca s— Ž
poss’vel se houver acordo de ambas as partes (art. 65, II, ÒaÓ).
A garantia prestada pelo contratado ser‡ liberada ou restitu’da
ap—s a execu•‹o do contrato e, quando em dinheiro, atualizada
monetariamente (art. 56, ¤4¼).

A garantia exigida do contratado não se confunde com a


garantia de proposta, prestada pelos licitantes como
condição para participação na licitação (art. 31, III).
A garantia de proposta, embora seja prestada nas mesmas modalidades previstas
para a garantia do contrato (caução, seguro e fiança), é exigida ainda durante a
licitação, tendo como objetivo inibir que a empresa vencedora se recuse a assinar o
contrato (em caso de negativa, a garantia é revertida em favor do Estado) e também

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para servir como medida de qualificação econômico-financeira.
Ademais, a garantia de proposta é limitada a 1% do valor estimado do objeto da
contratação (a garantia do contrato, por sua vez, pode ser, regra geral, de até 5% do
valor do contrato, podendo ser de até 10% nas contratações de grande vulto e
complexidade técnica). Fala-se em valor estimado (orçado), porque, quando a
garantia de proposta é oferecida, ainda não há contrato efetivamente firmado.

Caução
REGRA: até 5%
Seguro do valor do
Fiança contrato
Contratual
EXCEÇÃO: até Contratações de
10% do valor do grande vulto e
Garantia contrato complexidade

até 1% do valor
Proposta orçado

20. (Cespe – TCU 2013) Visando resguardar o adequado cumprimento do contrato


administrativo, a administração pública deve indicar e exigir, entre as opções
legalmente previstas, a garantia a ser prestada pelo particular contratado para
executar obras, serviços e compras no âmbito dos poderes da União, dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios.
Comentário: O item está errado. Nos termos do art. 56, §1º, caberá ao
contratado, e não à Administração, optar por uma das modalidades de garantia
previstas na lei, desde que a Administração faça essa exigência no
instrumento convocatório da licitação que antecedeu a assinatura do contrato.
Eis o teor do dispositivo:
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no
instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas
contratações de obras, serviços e compras.
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de
garantia:
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido
emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de

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liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos
seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.

Portanto, à Administração, caso entenda necessário, cabe exigir a


garantia; ao contratado, cabe optar por uma das modalidades previstas na lei.
Gabarito: Errado

21. (Cespe – MIN 2013) A prestação de garantia pelo particular é obrigatória para
a execução de contratos administrativos, por constituir exigência expressa em lei.
Comentário: A questão está errada. A prestação de garantia pelo
particular não é obrigatória para a execução de contratos administrativos.
Podem existir contratos administrativos cuja execução não é coberta por
nenhuma garantia prestada pelo contratado, daí o erro. Na verdade, a
Administração poderá, a seu critério, exigir garantia para assegurar o
cumprimento do contrato. Para tanto, deve prever tal exigência de forma
expressa no instrumento convocatório da licitação. É claro que, se a
Administração, no uso do seu poder discricionário, exigir a constituição de
garantia, aí sim o contratado será obrigado a optar por uma das modalidades
previstas na lei, quais sejam, caução, seguro ou fiança bancária (o contratado
deverá optar por uma, mas não deixar de escolher alguma).
Gabarito: Errado

RESTRIÇÕES À OPOSIÇÃO DA EXCEÇÃO DO CONTRATO NÃO CUMPRIDO

Nos contratos de direito privado, uma parte s— estar‡ obrigada a


cumprir com suas obriga•›es caso a outra parte tambŽm cumpra. Em
outras palavras, caso uma parte esteja inadimplente, a outra parte n‹o
precisa continuar cumprindo com suas obriga•›es.
A esse descumprimento das obriga•›es contratuais em raz‹o do
inadimplemento da outra parte d‡-se o nome de oposi•‹o da exce•‹o
do contrato n‹o cumprido (exceptio non adimpleti contractus).
ÒExce•‹oÓ, no caso, tem o sentido de ÒdefesaÓ, oposta justamente pela
parte que Ž chamada a cumprir suas obriga•›es no momento em que a
outra parte est‡ inadimplente com suas pr—prias obriga•›es.
Nos contratos administrativos, contudo, n‹o funciona bem assim. A
lei restringe a possibilidade de o particular opor a exce•‹o do contrato n‹o
cumprido em desfavor da Administra•‹o.

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Com efeito, nos termos do art. 78, XV da Lei 8.666/1993, no caso de
n‹o pagamento por parte da Administra•‹o Pœblica, somente ap—s
90 dias de atraso Ž que o particular contratado pode demandar a
rescis‹o do contrato administrativo ou, ainda, paralisar a execu•‹o dos
servi•os, ap—s notifica•‹o prŽvia.
Ou seja, apenas ap—s 90 dias sem receber pelos bens ou servi•os j‡
entregues ou executados Ž que o particular poder‡ opor a exceptio non
adimpleti contractus. Antes desse prazo, o contratado n‹o pode recusar-
se ao cumprimento do objeto do contrato.
Para fins de clareza, vejamos o teor do dispositivo:

Art. 78. Constituem motivo para rescis‹o do contrato:


(...)

XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos


pela Administra•‹o decorrentes de obras, servi•os ou fornecimento, ou
parcelas destes, j‡ recebidos ou executados, SALVO em caso de calamidade
pœblica, grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, assegurado ao
contratado o direito de optar pela suspens‹o do cumprimento de suas obriga•›es
atŽ que seja normalizada a situa•‹o;

Detalhe Ž que a exce•‹o do contrato n‹o cumprido n‹o Ž irrestrita


(afinal, pode ser oposta ap—s 90 dias). PorŽm, em caso de calamidade
pœblica, grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, o particular
n‹o poder‡ opor a exce•‹o do contrato n‹o cumprido mesmo diante de
atraso de pagamento superior a 90 dias.
O fundamento dessa prerrogativa da Administra•‹o tambŽm Ž o
princ’pio da continuidade dos servi•os pœblicos, pois ela assegura a
continuidade da execu•‹o das obras, do fornecimento dos bens ou da
presta•‹o dos servi•os dos contratos mesmo que a Administra•‹o fique
sem pagar por isso.
Por fim, cumpre anotar que, no caso de inadimplemento do
particular, a Administra•‹o sempre pode opor imediatamente a exceptio
non adimpleti contractus e, automaticamente, suspender os pagamentos a
ele devidos, sem preju’zo das demais san•›es previstas na lei e no
contrato.

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DURAÇÃO DOS CONTRATOS

De regra, o prazo dos contratos administrativos n‹o pode ultrapassar


a vig•ncia dos respectivos crŽditos or•ament‡rios.
Como os crŽditos or•ament‡rios tem dura•‹o de um ano, os
contratos administrativos, como regra geral, tambŽm dever‹o ter dura•‹o
anual.
A Lei 8.666/1993 veda a celebra•‹o de contratos por prazo
indeterminado (art.57, ¤3¼).
Essa regra de que os contratos n‹o podem ser firmados por prazos
indeterminados Ž absoluta na Lei 8.666/1993, n‹o apresentando
exce•›es. Entretanto, a regra que estabelece que os contratos
administrativos devem coincidir com o or•amento Ž geral, admitindo uma
sŽrie de exce•›es, ou seja, existem contratos cuja vig•ncia pode
ultrapassar o ano civil. S‹o eles (art. 57):
§ Contratos de projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poder‹o ser prorrogados se
houver interesse da Administra•‹o e desde que isso tenha sido previsto
no ato convocat—rio (art. 57, I). Nesse caso, a doutrina majorit‡ria
aponta que os contratos poder‹o ser prorrogados atŽ o m‡ximo de
quatro anos, isso se o instrumento convocat—rio tiver feito refer•ncia ˆ
possibilidade de prorroga•‹o.
§ Contratos de presta•‹o de servi•os a serem executados de forma
cont’nua, que poder‹o ter a sua dura•‹o prorrogada por iguais e
sucessivos per’odos com vistas ˆ obten•‹o de pre•os e condi•›es mais
vantajosas para a administra•‹o, limitada a 60 meses (art. 57, II). Esse
prazo, em car‡ter excepcional, poder‡ ser prorrogado por mais 12
meses (quando atinge o total de 72 meses), devendo essa prorroga•‹o
adicional ser devidamente justificada, sendo exigida, ainda, autoriza•‹o da
autoridade superior (art. 57, ¤4¼);
§ Contratos de aluguel de equipamentos e utiliza•‹o de programas de
inform‡tica, podendo a dura•‹o estender-se pelo prazo de atŽ 48 meses
ap—s o in’cio da vig•ncia do contrato (art. 57, IV);
§ Contratos celebrados nas hip—teses de licita•‹o dispens‡vel previstas nos
incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poder‹o ter
vig•ncia por atŽ 120 meses, caso haja interesse da administra•‹o16.

16 Art. 24. É dispensável a licitação:

IX - quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos


em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

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Restrito aos créditos


Regra orçamentários
PRAZO

Máximo de 4 anos Projetos incluídos no PPA

Até 60 meses e
Serviços de execução
excepcionalmente por
continuada
mais 12 meses
Exceção
Aluguel equipamentos e
Até 48 meses
programas informática

Segurança nacional e
Até 120 meses inovação tecnológica
(licitação dispensável)

Por fim, cumpre anotar que, nos termos do art. 57, ¤2¼ da
Lei 8.666/1993, a prorroga•‹o de prazo (mantidas as demais cl‡usulas
do contrato e assegurada a manuten•‹o de seu equil’brio econ™mico-
financeiro) dever‡ ser justificada por escrito e previamente autorizada
pela autoridade competente para celebrar o contrato.
A lei enumera as seguintes raz›es que podem ensejar a prorroga•‹o
do prazo do contrato:
§ Altera•‹o do projeto ou especifica•›es, pela Administra•‹o;
§ Superveni•ncia de fato excepcional ou imprevis’vel, estranho ˆ vontade
das partes, que altere fundamentalmente as condi•›es de execu•‹o do
contrato;

§ Interrup•‹o da execu•‹o do contrato ou diminui•‹o do ritmo de trabalho


por ordem e no interesse da Administra•‹o;


XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso
pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura
de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por
decreto;
XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam,
cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de
2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. [a Lei
10.973/2004 “dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente
produtivo e dá outras providências”].

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§ Aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites
permitidos por esta Lei;

§ Impedimento de execu•‹o do contrato por fato ou ato de terceiro


reconhecido pela Administra•‹o em documento contempor‰neo ˆ sua
ocorr•ncia;
§ Omiss‹o ou atraso de provid•ncias a cargo da Administra•‹o, inclusive
quanto aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente,
impedimento ou retardamento na execu•‹o do contrato, sem preju’zo
das san•›es legais aplic‡veis aos respons‡veis.

Por fim, ressalte-se que a decis‹o administrativa para a prorroga•‹o


do contrato (dentro das hip—teses legais listadas acima) constitui
atividade discricion‡ria e, como tal, n‹o assegura ao contratado o
direito subjetivo ˆ manuten•‹o do ajuste.

22. (Cespe – MPU 2010) A duração de contratos regidos pela Lei de Licitações
está limitada à vigência dos créditos orçamentários referentes a tais contratos. A
única exceção feita por essa lei são os projetos cujos produtos estejam
contemplados nas metas estabelecidas no plano plurianual, os quais podem ser
prorrogados se houver interesse da administração.
Comentários: De fato, é verdade que a duração de contratos regidos pela
Lei de Licitações está limitada à vigência dos créditos orçamentários
referentes a tais contratos. Também é correto que, como exceção, os projetos
cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no plano
plurianual podem ser prorrogados se houver interesse da administração,
nesse caso, até o máximo de 4 anos. O erro é que a lei prevê outras exceções.
São elas:
§ Serviços de execução continuada: até 60 meses e excepcionalmente por mais 12
meses;
§ Aluguel de equipamentos e programas de informática: até 48 meses;
§ Segurança nacional e inovação tecnológica (hipóteses específicas de licitação
dispensável): até 120 meses.

Gabarito: Errado

23. (Cespe – TCU 2010) Quando regidos pela Lei n.o 8.666/1993, os contratos
relativos ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática
devem ter duração adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.
Comentário: O quesito está errado. Em regra, os contratos

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administrativos devem ter duração adstrita à vigência dos respectivos créditos
orçamentários (um exercício financeiro, de janeiro a dezembro, em regra).
Porém, a lei admite algumas exceções, listadas em seu art. 57, dentre elas os
contratos relativos ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 meses após
o início da vigência do contrato.
Gabarito: Errado

24. (Cespe – MIN 2013) Embora os contratos administrativos possam ser


prorrogados, é vedado à administração pública celebrar o contrato com prazo de
vigência indeterminado.
Comentário: O item está correto, nos termos do art. 57, §3º da
Lei 8.666/1993:
§ 3o É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.

De fato, mesmo nas exceções em que a lei permite prorrogar a duração


do contrato por prazo superior à vigência dos créditos orçamentários, o
período de prorrogação deve ser sempre determinado (até 4 anos, 48 meses,
60 meses, 120 meses, conforme o caso).
Gabarito: Certo

EXECUÇÃO DOS CONTRATOS

Nos termos do art. 66 da Lei 8.666/1993, o contrato dever‡ ser


executado fielmente pelas partes, de acordo com as cl‡usulas aven•adas,
respondendo cada uma pelas consequ•ncias de sua inexecu•‹o total ou
parcial.
O contratado responde civilmente pela solidez e seguran•a da obra
ou do servi•o, alŽm de possuir responsabilidade Žtico-profissional pela
perfeita execu•‹o do contrato (art. 73, ¤2¼).
Nesse sentido, o contratado Ž respons‡vel pelos danos causados
diretamente ˆ Administra•‹o ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou
dolo na execu•‹o do contrato, n‹o excluindo ou reduzindo essa
responsabilidade a fiscaliza•‹o ou o acompanhamento pelo —rg‹o
interessado (art. 70). Perceba que a responsabilidade do contratado Ž do
tipo subjetiva, eis que exige culpa ou dolo para sua caracteriza•‹o.
Na hip—tese de dano causado pelo s— fato da obra Ð ou seja,
quando o dano decorre da pr—pria natureza da obra ou de algum fato
imprevis’vel, sem que tenha havido culpa de alguŽm Ð h‡

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responsabilidade civil objetiva da Administra•‹o Pœblica, vale dizer,
a Administra•‹o (e n‹o o contratado) Ž quem dever‡ indenizar os
terceiros afetados pela obra.
Sobre o tema, Ž importante destacar que o contratado Ž
respons‡vel pelos encargos trabalhistas, previdenci‡rios, fiscais e
comerciais resultantes da execu•‹o do contrato (art. 71).
Em caso de inadimpl•ncia, a responsabilidade pelo pagamento dessas
obriga•›es n‹o Ž transferida ˆ Administra•‹o Pœblica, exceto em rela•‹o
aos encargos previdenci‡rios resultantes da execu•‹o do contrato,
hip—tese em a Administra•‹o responder‡ solidariamente (e n‹o
subsidiariamente).
Tais encargos que geram responsabilidade solid‡ria para a
Administra•‹o s‹o as contribui•›es previdenci‡rias que devem ser
recolhidas pelas empresas contratadas, relativas aos empregados dessas
empresas que prestam os servi•os previstos no contrato.

• Fiscais
• Comerciais Da empresa contratada
ENCARGOS
• Trabalhistas
• Previdenciários Solidária com a Adm.

Na ADC 16/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou que o art. 71, §1º da Lei
8.666/1993 é compatível com a Constituição Federal.
O referido dispositivo, como visto, estabelece que a responsabilidade pelo
pagamento dos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais é exclusiva do contratado,
não podendo ser transferida à Administração.
Contudo, em relação aos encargos trabalhistas, o Supremo 17 entende que,
excepcionalmente, no exame de casos concretos, é possível a responsabilização
subsidiária (e não solidária) da Administração (vale dizer, primeiro tenta-se cobrar a
dívida da contratada e, quando esgotados os esforços financeiros desta, cobra-se a


17 Rcl-AgR 12.758/DF

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Administração contratante), quando se comprovar sua omissão culposa no exercício
do seu dever de fiscalização ou de escolha adequada da empresa a contratar, a
chamada culpa in vigilando ou culpa in eligendo (ex: quando a Administração não
toma cuidados básicos para verificar a inidoneidade da empresa no momento da
contratação – culpa in eligendo, ou quando a Administração é omissa e displicente
na fiscalização da execução contratual em relação ao cumprimento das obrigações
trabalhistas por parte da empresa contratada – culpa in vigilando).

FORMAS DE RECEBIMENTO DO OBJETO

O recebimento do objeto Ž o momento no qual a Administra•‹o se


certifica que o contratado cumpriu com todas as suas obriga•›es,
fornecendo os bens, prestando os servi•os ou executando as obras em
conformidade com as especifica•›es do contrato.
Nos termos do art. 76 da Lei 8.666/1993, a Administra•‹o
Òrejeitar‡, no todo ou em parte, obra, servi•o ou fornecimento executado
em desacordo com o contratoÓ. Isso significa que, ao ÒreceberÓ o objeto
do contrato, a Administra•‹o est‡ confirmando que foi executado o que
tinha sido contratado.
O art. 73 da Lei 8.666/1993 estabelece que o recebimento do objeto
pode ser provis—rio ou definitivo. Na verdade, a regra Ž haver um
recebimento provis—rio e, depois de verificado que o objeto est‡ de acordo
com o que estava previsto no contrato, haver‡ o recebimento definitivo.
Vejamos:

Ø Em se tratando de obras e servi•os, o objeto ser‡ recebido:

a) provisoriamente, pelo respons‡vel por seu acompanhamento e


fiscaliza•‹o, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em atŽ
15 dias da comunica•‹o escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comiss‹o designada pela autoridade
competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, ap—s o
decurso do prazo de observa•‹o, que n‹o pode ser superior a 90 dias, SALVO
em casos excepcionais, devidamente justificados e previstos no edital, ou vistoria
que comprove a adequa•‹o do objeto aos termos contratuais.

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Ø Em se tratando de compras ou de loca•‹o de equipamentos, o objeto
ser‡ recebido:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verifica•‹o da conformidade


do material com a especifica•‹o.

b) definitivamente, ap—s a verifica•‹o da qualidade e quantidade do


material e consequente aceita•‹o.

Nas compras e loca•‹o de equipamentos, o recebimento (provis—rio


ou definitivo) dar-se-‡ mediante recibo, SALVO nos casos de aquisi•‹o
de Òequipamentos de grande vultoÓ 18 , que depender‹o termo
circunstanciado.
ConvŽm anotar o teor do art. 15, ¤8¼ da Lei de Licita•›es e
Contratos, pelo qual o Òrecebimento de material de valor superior ao
limite estabelecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite
[leia-se R$ 80 mil], dever‡ ser confiado a uma comiss‹o de, no m’nimo,
3 (tr•s) membrosÓ. Perceba que este dispositivo Ž aplic‡vel
especificamente ˆs compras.
A critŽrio da Administra•‹o, o recebimento provis—rio poder‡ ser
dispensado nas seguintes contrata•›es (art. 74):
§ g•neros perec’veis e alimenta•‹o preparada;

§ servi•os tŽcnicos profissionais;

§ obras e servi•os de valor atŽ R$ 80 mil, desde que n‹o se componham de


aparelhos, equipamentos e instala•›es sujeitos ˆ verifica•‹o de
funcionamento e produtividade.

Nessas hip—teses, o recebimento definitivo ser‡ efetuado por meio


de recibo.


18 De acordo com o art. 6º, V da Lei 8.666/1993, considera-se obras, serviços e compras de grande vulto -

aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 vezes o limite para a licitação na modalidade concorrência
de obras e serviços de engenharia (R$ 1,5 milhão).

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Obras ou serviços Termo circunstanciado

Provisório e Definitivo REGRA: recibo


RECEBIMENTO

Compras ou locação de
equipamentos EXCEÇÃO:
equipamentos de
grande vulto - termo
circunstanciado
- Gênereos perecíveis
- Serviços técnicos
Definitivo (dispensado
profissionais Recibo
o provisório)
- Obras e serviços até
R$ 80 mil

Se a Administra•‹o Pœblica n‹o providenciar o recebimento dentro


dos prazos fixados, ele ser‡ considerado tacitamente realizado, desde que
o contratado tenha comunicado ˆ Administra•‹o nos 15 dias anteriores ao
tŽrmino desses prazos que ela est‡ omissa em adotar as provid•ncias
para formalizar o recebimento (lavrar o recebido ou o termo
circunstanciado) (art. 73, ¤4¼).
Por fim, Ž importante destacar que o recebimento provis—rio ou
definitivo, embora represente o ateste da Administra•‹o de que o objeto
do contrato foi executado conforme ajustado, n‹o exclui a
responsabilidade civil do contratado pela solidez e seguran•a da obra ou
do servi•o, nem Žtico-profissional pela perfeita execu•‹o do contrato,
dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato (art. 73, ¤2¼).

25. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Considerados os limites estabelecidos


pela lei, o recebimento provisório ou definitivo da obra não exclui a responsabilidade
civil e ético profissional, por parte da contratada, pela solidez e segurança da obra
ou do serviço e pela perfeita execução do contrato.
Comentário: O item está perfeito, nos termos do art. 73, §2º da Lei
8.666/1993:
Art. 73 § 2o O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil
pela solidez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita
execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.
Gabarito: Certo

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EXTINÇÃO DO CONTRATO

O contrato pode se extinguir por uma das seguintes formas:


§ Naturalmente, por cumprimento do objeto ou tŽrmino do prazo

§ Impossibilidade material ou jur’dica


§ Anula•‹o

§ Rescis‹o

A extin•‹o natural por cumprimento do objeto ocorre, por


exemplo, quando o servi•o contratado foi realizado, o bem foi fornecido e
o pre•o foi pago pela Administra•‹o, ficando as partes satisfeitas.
Cumpridas regularmente as obriga•›es, ocorrer‡ a extin•‹o normal do
contrato.
J‡ a extin•‹o natural pelo tŽrmino do prazo ocorre naqueles
contratos que preveem um lapso de tempo para que as obriga•›es
perdurem, fixando um termo final. ƒ o caso, por exemplo, de um
contrato de fornecimento de merenda escolar pelo per’odo de um ano;
ultrapassado esse prazo, e satisfeitas as obriga•›es de ambas as partes, o
contrato Ž extinto de pleno direito.
A extin•‹o por impossibilidade material ocorre quando algum fato
constitui —bice intranspon’vel para a execu•‹o das obriga•›es ajustadas,
normalmente quando h‡ o desaparecimento do objeto (ex: inc•ndio
em prŽdio da Administra•‹o objeto de contrato de reforma).
Por sua vez, a extin•‹o por impossibilidade jur’dica se d‡ no caso
de perda das condi•›es jur’dicas em que o contrato foi firmado,
geralmente em decorr•ncia do falecimento ou fal•ncia do contratado
(ex: fal•ncia da empresa contratada ou falecimento do advogado
contratado). Perceba que, nesse caso, a causa da extin•‹o do contrato Ž o
seu car‡ter intuiutu personae, que impede a transfer•ncia a terceiros das
obriga•›es do contratado falecido ou falido.
Em seguida, vamos estudar em t—picos distintos as duas formas Òn‹o
naturaisÓ de extin•‹o do contrato administrativo: anula•‹o e rescis‹o.

ANULAÇÃO

A anula•‹o do contrato ocorre em raz‹o de ilegalidade, a exemplo


de v’cios de forma (ex: contrato verbal quando n‹o tiver por escopo
pequenas compras), de compet•ncia, aus•ncia de licita•‹o prŽvia etc.

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A anula•‹o pode ser realizada pela pr—pria Administra•‹o Pœblica, de
of’cio ou provocada, ou pelo Poder Judici‡rio, mediante provoca•‹o,
sempre por motivo de ilegalidade ou ilegitimidade.
A declara•‹o de nulidade do contrato administrativo produz efeitos
retroativos (ex tunc), impedindo, assim, os efeitos jur’dicos que ele
deveria produzir, alŽm de desconstituir os j‡ produzidos (art. 59).
Assim, caso a ilegalidade tenha ocorrido ainda na licita•‹o, os efeitos
da anula•‹o retroagem atŽ aquela etapa, declarando-se, de regra, a
nulidade de todos os atos subsequentes e do pr—prio contrato. Ali‡s, o
art. 49, ¤2¼ disp›e expressamente que Òa nulidade do procedimento
licitat—rio induz ˆ do contratoÓ. Consequentemente, havendo nulidade no
processo licitat—rio, nulo ser‡ o contrato.
A nulidade n‹o exonera a Administra•‹o do dever de indenizar o
contratado pelo que este houver executado atŽ a data da anula•‹o e por
outros preju’zos regularmente comprovados (art. 59, par‡grafo œnico). Tal
regra visa a evitar o enriquecimento sem causa por parte da
Administra•‹o, tendo ela recebido um bem ou um servi•o sem pagar por
ele. Entretanto, se o contratado for respons‡vel pela ilegalidade e o
contrato for anulado por isso, o contratado deixar‡ de ter direito a
indeniza•‹o.
O contratado tem direito a indeniza•‹o caso a
nulidade do contrato for imput‡vel apenas ˆ
Administra•‹o. Tal direito n‹o lhe Ž devido caso
ele tenha contribu’do para a ilegalidade.

A doutrina prega que a anula•‹o do contrato deve ser precedida de


procedimento administrativo em que se assegure ao contratado ampla
defesa. Ademais, ensina que o ato que declarar a nulidade do contrato
deve ser expressamente motivado.

26. (Cespe – TCU 2012) Aplica-se ao contrato administrativo a teoria das


nulidades, segundo sua configuração tradicional do direito privado. Assim, a
declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente, impedindo
os efeitos jurídicos que ele deveria produzir e desconstituindo os já produzidos, o
que isenta inteiramente a administração pública do dever de indenizar o contratado.
Comentário: Em se tratando de ilegalidade verificada nos contratos de

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que é parte, a Administração tem o poder-dever de declarar a sua nulidade,
com efeito retroativo, impedindo os efeitos jurídicos que eles ordinariamente
deveriam produzir, além de desconstituir os já produzidos. Se a ilegalidade for
imputável apenas à própria Administração (ou seja, se foi ela quem deu causa
à ilegalidade), sem qualquer contribuição do contratado, este terá que ser
indenizado pelos prejuízos sofridos, daí o erro. Apenas na hipótese de o
particular ter sido o causador da nulidade é que o dever de indenizar deixa de
existir. É o que está previsto no art. 59 da Lei 8.666/1993:
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente
impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de
desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o
contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por
outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Detalhe é que a expressão “outros prejuízos regularmente comprovados”,


contida no dispositivo, assegura ao contratado o direito à indenização dos
denominados danos emergentes, isto é, aqueles que realmente se originaram
da execução parcial do contrato (projetos, vistorias, pareceres técnicos,
viagens etc.). Frise-se, contudo, que a lei não prevê indenização a título de
lucros cessantes (indenização baseada no valor estimado do lucro que o
contratado teria com a execução do contrato, e deixará de obter em razão da
anulação), embora essa possibilidade seja reconhecida pela doutrina e pela
jurisprudência19.
Gabarito: Errado

RESCISÃO

Rescis‹o Ž o desfazimento de um contrato v‡lido, em decorr•ncia


de raz›es outras que n‹o a ilegalidade.
Diferentemente da anula•‹o, os efeitos da rescis‹o s‹o ex nunc, ou
seja, prospectivos, n‹o retroativos.
De acordo com o art. 79 da lei, a rescis‹o do contrato poder‡ ser
unilateral, amig‡vel ou judicial.


19 STJ - EREsp 737741 / RJ

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Desfaz contratos válidos


Rescisão
Efeitos ex nunc

Unilateral Amigável Judicial

A rescis‹o unilateral Ž uma das cl‡usulas exorbitantes a favor da


Administra•‹o. Os motivos que podem levar ˆ rescis‹o unilateral do
contrato por parte da Administra•‹o (previstos nos incisos I a XII e XVII
do artigo 78), em suma, s‹o:

§ Inadimpl•ncia do contratado, com ou sem culpa (n‹o cumprimento


das obriga•›es, morosidade na execu•‹o, atrasos injustificados etc.)

§ Interesse pœblico.
§ For•a maior ou caso fortuito.

Na verdade, a rescis‹o unilateral s— n‹o Ž cab’vel quando o


inadimplemento contratual for da Administra•‹o Pœblica. Em todas as
demais hip—teses Ž cab’vel a rescis‹o unilateral.
Ressalte-se que, para evitar abusos, a lei exige que as raz›es de
interesse pœblico a justificar a rescis‹o unilateral do contrato devem ser
de Òalta relev‰ncia e amplo conhecimento, justificadas e
determinadas pela m‡xima autoridade da esfera administrativa a que
est‡ subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo
a que se refere o contratoÓ.
A rescis‹o amig‡vel, por sua vez, Ž a que decorre por acordo
entre as partes (manifesta•‹o bilateral), desde que haja conveni•ncia
para a Administra•‹o. Dever‡ ser precedida de autoriza•‹o escrita e
fundamentada da autoridade competente. Ademais, deve ser formalizada
por termo no processo de licita•‹o (art. 79, II).
A rescis‹o amig‡vel, regra geral, ocorre em raz‹o do n‹o
cumprimento das obriga•›es por parte da Administra•‹o, podendo
tambŽm ocorrer diante de caso fortuito ou for•a maior.

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J‡ a rescis‹o judicial, como o nome indica, ocorre quando a
desconstitui•‹o do contrato provŽm de uma decis‹o judicial. De modo
geral, Ž a modalidade adotada pelos particulares quando a Administra•‹o
descumpre as obriga•›es pactuadas no contrato, e a rescis‹o amig‡vel se
mostra infrut’fera.
Os incisos XIII a XVI do art. 78 da Lei 8.666/1993 listam as situa•›es
que possibilitam a rescis‹o amig‡vel ou judicial, ou seja, situa•›es em
que h‡ descumprimento contratual por parte da Administra•‹o. S‹o elas:

§ Falta de pagamento (atraso superior a 90 dias);


§ N‹o libera•‹o da ‡rea, local ou objeto para a execu•‹o do contrato;
§ Suspens‹o do contrato por mais de 120 dias;
§ Supress‹o de valores contratuais em patamares n‹o toler‡veis.

Lembrando que, quando o contrato for rescindido por interesse da


Administra•‹o ou por caso fortuito e for•a maior (ou seja, menos por
inadimpl•ncia da outra parte), deve o contratado ser ressarcido dos
preju’zos regularmente comprovados que houver sofrido, tendo ainda
direito a devolu•‹o da garantia, aos pagamentos devidos pelo que tiver
sido executado atŽ a rescis‹o e ao pagamento do custo de
desmobiliza•‹o (art. 79, ¤2¼).
Por outro lado, a rescis‹o por causa imput‡vel ao contratado pode
gerar: a assun•‹o imediata do objeto do contrato, no estado e local
em que se encontrar, por ato pr—prio da Administra•‹o; a ocupa•‹o
provis—ria de bens m—veis, im—veis, pessoal e servi•os vinculados ao
objeto do contrato (na hip—tese de servi•os essenciais); a execu•‹o da
garantia contratual, para ressarcimento da Administra•‹o, e dos valores
das multas e indeniza•›es a ela devidos; e a reten•‹o dos crŽditos
decorrentes do contrato atŽ o limite dos preju’zos causados ˆ
Administra•‹o (art. 80).
Por fim, ressalte-se que a rescis‹o contratual ser‡ formalmente
motivada e deve ser assegurado ao particular o contradit—rio e a ampla
defesa (art. 78, par‡grafo œnico).

27. (Cespe – TJDFT 2013) Suponha que, na execução de determinada obra


pública, o contratado paralise a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à

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administração. Nesse caso, a administração estará legitimada a promover a rescisão
do contrato após obter autorização judicial em ação proposta com essa finalidade
específica.
Comentário: Nos termos do art. 78, V da Lei 8.666/1993, constitui motivo
para a rescisão do contrato a “paralisação da obra, do serviço ou do
fornecimento, sem justa causa e prévia comunicação à Administração”. Trata-
se de uma das hipóteses que fundamentam a rescisão unilateral por parte da
Administração, uma das cláusulas exorbitantes dos contratos administrativos.
No geral, qualquer inadimplemento do ajuste por parte do contratado, com ou
sem culpa, constitui motivo para a rescisão unilateral. Detalhe é que a
Administração pode promover a rescisão unilateral sem precisar obter
autorização judicial, daí o erro.
Gabarito: Errado

28. (Cespe – Polícia Federal 2013) Considere que uma empresa vencedora de
certame licitatório subcontrate, com terceiro, o objeto do contrato firmado com a
administração pública, apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital
ou no contrato. Nessa situação, caso o contrato seja prestado dentro do prazo
estipulado e com estrita observância aos critérios de qualidade impostos
contratualmente, não poderá a administração rescindir o contrato unilateralmente,
visto que não se configura hipótese de prejuízo ou descumprimento de cláusulas
contratuais.
Comentário: O quesito está errado, pois a subcontratação (sempre
parcial) só é permitida se houver previsão expressa no edital e no contrato.
Além disso, a subcontratação deve estar dentro do limite admitido, em cada
caso, pela Administração. Se não for observada alguma dessas três condições
cumulativas, a subcontratação é ilegal, o que é motivo para a rescisão
unilateral do contrato, nos termos do art. 78, VI da Lei 8.666/1993.
Gabarito: Errado

29. (Cespe – CNJ 2013) Considere que uma sociedade empresária tenha
celebrado contrato administrativo de prestação de serviço com determinado órgão
público. Nessa situação hipotética, caso a administração julgue conveniente a
substituição da garantia de execução, o contrato poderá ser alterado
unilateralmente.
Comentário: Durante a execução do contrato, a Administração não pode
exigir, unilateralmente, a alteração da garantia, daí o erro. A troca só é possível
se houver acordo entre as partes, nos termos do art. 65, II, “a” da Lei 8.666:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:

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(...)
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

Gabarito: Errado

TEORIA DA IMPREVISÃO

A teoria da imprevis‹o se aplica quando, no curso do contrato,


ocorrerem eventos excepcionais e imprevis’veis que provocam
desequil’brio da equa•‹o econ™mico-financeira do ajuste. A teoria
tambŽm se aplica para fatos previs’veis, porŽm de consequ•ncias
incalcul‡veis, n‹o provocadas pela vontade das partes.
Quando esses eventos levam ˆ inexecu•‹o contratual, a parte
inadimplente fica isenta de responsabilidade, por conta da aplica•‹o da
teoria da imprevis‹o.
O fundamento da teoria Ž o princ’pio da cl‡usula rebus sic standibus
(Òenquanto as coisas est‹o assimÓ), considerado impl’cito em todos os
contratos de presta•›es sucessivas, segundo o qual o contrato deve ser
cumprido desde que presentes as mesmas condi•›es existentes quando o
ajuste foi firmado. Mudadas profundamente tais condi•›es, rompe-se o
equil’brio contratual, ensejando, por conseguinte, a altera•‹o (revis‹o)
do contrato, quando for poss’vel reestabelecer a sua equa•‹o econ™mico-
financeira inicial ou, caso contr‡rio, a rescis‹o do ajuste.
A teoria da imprevis‹o n‹o se aplica na
ocorr•ncia de simples eleva•›es de pre•os em
propor•‹o suport‡vel, correspondente ao risco
do pr—prio contrato (risco empresarial).

A Lei 8.666/1993 encampou expressamente a teoria da imprevis‹o


ao prever que os contratos administrativos podem ser alterados por
acordo das partes (art. 65, II, ÒdÓ):

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d) para restabelecer a rela•‹o que as partes pactuaram inicialmente
entre os encargos do contratado e a retribui•‹o da administra•‹o para a justa
remunera•‹o da obra, servi•o ou fornecimento, objetivando a manuten•‹o do
equil’brio econ™mico-financeiro inicial do contrato, na hip—tese de sobrevirem
fatos imprevis’veis, ou previs’veis porŽm de consequ•ncias
incalcul‡veis, retardadores ou impeditivos da execu•‹o do ajustado, ou,
ainda, em caso de for•a maior, caso fortuito ou fato do pr’ncipe,
configurando ‡lea econ™mica extraordin‡ria e extracontratual.

Sobre o tema, a doutrina assevera que o particular enfrenta tr•s tipos


de riscos (ou Ò‡leasÓ) quando contrata com a Administra•‹o, a saber:
§ çlea ordin‡ria ou empresarial, que est‡ presente em qualquer tipo de
neg—cio, decorrente da pr—pria flutua•‹o do mercado;

§ çlea administrativa, a qual envolve a possibilidade de altera•‹o


unilateral dos contratos pela pr—pria Administra•‹o, o fato do pr’ncipe e o
fato da Administra•‹o; e,

§ çlea econ™mica, que corresponde a circunst‰ncias externas ao


contrato, estranhas ˆ vontade das partes, imprevis’veis, excepcionais,
inevit‡veis, que causam desequil’brio muito grande no contrato.

Maria Sylvia Di Pietro ensina que a ‡lea ordin‡ria, por se referir aos
riscos comuns a qualquer contrato, decorrentes das flutua•›es ordin‡rias
do mercado, deve ser suportada pelos contratados, ou seja, n‹o ensejam
a revis‹o/rescis‹o do contrato. Por outro lado, as outras ‡leas
(administrativa e econ™mica) s‹o extraordin‡rias ou extracontratuais,
podendo levar a diferentes resultados: a revis‹o (reequil’brio) do
contrato, sua dila•‹o temporal (prorroga•‹o) ou mesmo rescis‹o sem
culpa das partes.
A seguir, vamos examinar as ‡leas extraordin‡rias, circunst‰ncias
que conferem a caracter’stica de mutabilidade aos contratos
administrativos. S‹o elas: fato do pr’ncipe, fato da Administra•‹o, caso
fortuito e for•a maior e interfer•ncias imprevistas.

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Atos gerais do Estado que


Fato do príncipe oneram indiretamente o
contrato

Atos ou omissões da
Fato da Administração que
Administração incidem diretamente
sobre o contrato
TEORIA DA
IMPREVISÃO
Eventos imprevisíveis ou
Caso fortuito e força inevitáveis que impedem
maior ou oneram a execução do
contrato

Fatos imprevistos,
Interferências preexistentes, que
imprevisíveis oneram, mas não
impedem a execução

FATO DO PRÍNCIPE

O fato do pr’ncipe decorre de ato geral do Poder Pœblico (a edi•‹o de


uma lei ou regulamento, por exemplo) que modifica as condi•›es do
contrato, provocando preju’zos ao contratado.
Nesse caso, o Poder Pœblico, ao editar o ato geral, n‹o atua como
parte contratual (Estado-administrador), e sim como Estado-impŽrio
(uso de supremacia). Com efeito, o fato do pr’ncipe reflete apenas
indiretamente sobre o contrato, pois, sendo fato geral, incide sobre todas
as situa•›es jur’dicas, inclusive sobre o contrato administrativo em
andamento.
Como exemplo, cite-se um aumento expressivo de tributos, fato que
onera de forma excessiva e inesperada os custos a que o particular deve
arcar para cumprir suas obriga•›es no contrato. Este seria um exemplo de
fato do pr’ncipe negativo. Por outro lado, caso haja redu•‹o de al’quotas,
diminuindo os custos para o contratado, estamos diante do fato do
pr’ncipe positivo.
Ressalte-se que o fato do pr’ncipe (negativo ou positivo) se
caracteriza por ser imprevis’vel, extracontratual e extraordin‡rio, a
ponto de exigir o reequil’brio econ™mico-financeiro ou impedir a execu•‹o
da aven•a.

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FATO DA ADMINISTRAÇÃO

O fato da Administra•‹o diz respeito aos atos e omiss›es do Poder


Pœblico que, incidindo direta e especificamente sobre o contrato,
retardam, agravam ou impedem a sua execu•‹o.
Perceba que o fato da Administra•‹o n‹o se confunde com o fato do
pr’ncipe: enquanto este Ž geral e incide de forma reflexa sobre o contrato,
aquele Ž espec’fico e se relaciona diretamente com o contrato.
Embora distintos, t•m efeitos bem pr—ximos. Com efeito, o fato da
Administra•‹o, a depender do caso concreto, tambŽm pode acarretar a
necessidade de revis‹o do contrato (quando gera forte desnivelamento da
equa•‹o econ™mico-financeira) ou a rescis‹o judicial ou amig‡vel do
ajuste (quando torna imposs’vel a sua execu•‹o).
Os incisos XIII a XVI do art. 78 do Estatuto de Licita•›es fornecem os
exemplos de fatos da Administra•‹o comumente apontados pela doutrina
que motivam a revis‹o ou rescis‹o do contrato:

XIII - a supress‹o, por parte da Administra•‹o, de obras, servi•os ou


compras, acarretando modifica•‹o do valor inicial do contrato alŽm do limite
permitido no ¤ 1o do art. 65 desta Lei;

XIV - a suspens‹o de sua execu•‹o, por ordem escrita da


Administra•‹o, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em
caso de calamidade pœblica, grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, ou
ainda por repetidas suspens›es que totalizem o mesmo prazo,
independentemente do pagamento obrigat—rio de indeniza•›es pelas sucessivas
e contratualmente imprevistas desmobiliza•›es e mobiliza•›es e outras
previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela
suspens‹o do cumprimento das obriga•›es assumidas atŽ que seja normalizada
a situa•‹o;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos
pela Administra•‹o decorrentes de obras, servi•os ou fornecimento, ou
parcelas destes, j‡ recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade
pœblica, grave perturba•‹o da ordem interna ou guerra, assegurado ao
contratado o direito de optar pela suspens‹o do cumprimento de suas obriga•›es
atŽ que seja normalizada a situa•‹o;
XVI - a n‹o libera•‹o, por parte da Administra•‹o, de ‡rea, local ou
objeto para execu•‹o de obra, servi•o ou fornecimento, nos prazos
contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

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CASO FORTUITO E FORÇA MAIOR

Essas hip—teses referem-se a eventos imprevis’veis ou


inevit‡veis que impedem ou tornam extraordinariamente onerosa a
execu•‹o do contrato.
Por essa raz‹o, podem levar ˆ rescis‹o contratual (art. 78, XVII)
ou ˆ altera•‹o (revis‹o) do contrato, por acordo entre as partes,
destinada a recompor o equil’brio econ™mico-financeiro original (art. 65,
II, ÒdÓ). A lei, inclusive, admite a indeniza•‹o ao particular contratado
pelos preju’zos decorrentes de caso fortuito ou for•a maior, desde que, Ž
l—gico, n‹o tenha havido culpa do inadimplente (art. 79, ¤2¼).
A Lei 8.666/1993 n‹o define o que vem a ser caso fortuito e o que
vem a ser for•a maior. A doutrina diverge sobremaneira sobre o assunto.
Apresentaremos, em seguida, o conceito proposto por Hely Lopes
Meirelles, que Ž o mais ensinado na prepara•‹o para concursos pœblicos.
A for•a maior Ž definida como sendo o evento humano que, por
imprevis’vel e inevit‡vel, cria a impossibilidade material de regular
execu•‹o do contrato. S‹o exemplos: greve que paralise os transportes
ou a fabrica•‹o de um produto que dependa a regular execu•‹o do
contrato.
J‡ o caso fortuito Ž evento da natureza tambŽm inevit‡vel e
imprevis’vel gerador de impossibilidade total de regular execu•‹o do
contrato. S‹o exemplos: tuf‹o destruidor em regi‹o n‹o sujeita a esse
tipo de fen™meno e inunda•‹o imprevis’vel que cubra o local da obra.

INTERFERÊNCIAS IMPREVISTAS

As interfer•ncias imprevistas n‹o se confundem com as hip—teses


anteriores da teoria da imprevis‹o, pois, enquanto estas surgem ap—s a
assinatura do contrato (s‹o supervenientes), aquelas Ð interfer•ncias
imprevistas Ð preexistem ˆ assinatura, mas n‹o foram previstas ˆ Žpoca
por serem absolutamente excepcionais ou incomuns, sendo reveladas
apenas quando da execu•‹o do contrato.
Diferem do caso fortuito e for•a maior, porque n‹o impedem o
prosseguimento do contrato, apenas o tornam mais oneroso, raz‹o
pela qual acarretar‡ a necessidade de revis‹o da equa•‹o econ™mico-
financeira, por acordo entre as partes.
Exemplo disso Ž quando, na execu•‹o de uma obra pœblica, encontra-
se um terreno rochoso e n‹o arenoso, como previsto no projeto da

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Administra•‹o; ou a passagem de canais ou dutos subterr‰neos n‹o
revelados no projeto em execu•‹o.

30. (Cespe – MPE/TO 2012) O regime jurídico dos contratos previsto na Lei n.º
8.666/1993 confere à administração pública prerrogativas que incluem a exigência
do cumprimento do contrato, sem alteração das condições inicialmente pactuadas,
independentemente da ocorrência de álea econômica ou administrativa.
Comentário: O item está errado. As chamadas áleas administrativas ou
econômicas constituem eventos imprevisíveis e extraordinários que provocam
um desequilíbrio excessivo da equação econômico-financeira original ou a
impossibilidade da execução do contrato a contento. A álea administrativa
engloba o fato do príncipe e o fato da Administração, enquanto a álea
econômica compreende circunstâncias externas ao contrato, estranhas à
vontade das partes, imprevisíveis quanto à sua ocorrência ou quanto às suas
consequências. Em ambos os casos, o contrato administrativo poderá ser
repactuado, por acordo entre as partes, com vistas a reestabelecer o equilíbrio
do ajuste, daí o erro.
Gabarito: Errado

31. (Cespe – GDF 2013) Dada a necessidade de aumento da rede pública de


ensino do estado Y, o secretário de educação, com o intuito de construir uma nova
escola pública, resolveu consultar a procuradoria do estado para que esta
esclarecesse algumas dúvidas relacionadas ao modelo licitatório e às normas
contratuais aplicáveis à espécie.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
Desde que haja previsão editalícia e contratual, e depois de demonstrada
analiticamente a variação dos custos, a eventual contratada no processo licitatório
poderá solicitar a repactuação dos preços ajustados.
Comentário: O item está errado. Primeiramente, ressalte-se que a
repactuação dos preços, a fim de restabelecer o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, só pode ser efetuada na ocorrência de fatos
imprevisíveis, extraordinários e extracontratuais (a chamada álea
extraordinária) e, mesmo assim, quando sua ocorrência provoque ou um
desequilíbrio excessivo da equação econômico-financeira original ou a
impossibilidade da execução do contrato a contento. A simples variação de
custos, decorrente de oscilações comuns de mercado (a chamada álea
ordinária), não é motivo para a revisão, pois faz parte do risco econômico a

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que se sujeita qualquer empresário.
Contudo, o erro da questão, a meu ver, é que a possibilidade de revisão
do contrato na ocorrência de fatos enquadráveis na álea extraordinária não
precisa estar prevista no edital ou no contrato, pois constitui cláusula implícita
em todo contrato de execução prolongada.
Gabarito: Errado

ESPÉCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

Em seguida, vamos estudar as seguintes categorias de contratos


administrativos:

Contratos
administrativos

Contratos de Contratos de Contratos de Contratos de


serviço obra pública fornecimento concessão

CONTRATOS DE SERVIÇO

Contratos de servi•o s‹o aqueles que t•m por finalidade a presta•‹o


de certa atividade de interesse da Administra•‹o.
S‹o exemplos de servi•os que podem ser contratados pela
Administra•‹o: demoli•‹o, conserto, instala•‹o, montagem, opera•‹o,
conserva•‹o, repara•‹o, adapta•‹o, manuten•‹o, transporte, loca•‹o de
bens, publicidade, seguro ou trabalhos tŽcnico-profissionais
(Lei 8.666/1993, art. 6¼, II).
Vale ressaltar que os servi•os aqui tratados n‹o s‹o servi•os pœblicos
(destinados ˆ popula•‹o em geral), e sim servi•os privados prestados
ˆ Administra•‹o. A delega•‹o de servi•os pœblicos a particulares deve
ser feita mediante contrato de concess‹o ou de permiss‹o.

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CONTRATOS DE OBRA PÚBLICA

Contratos de obras s‹o aqueles cujo objeto consiste na constru•‹o,


reforma, fabrica•‹o, recupera•‹o ou amplia•‹o de determinado bem
pœblico20 (ex: viadutos, escolas, represas, refinarias, edif’cios, estradas,
hidrelŽtricas etc.).
A principal caracter’stica dos contratos de obras Ž o emprego de
material para alguma realiza•‹o f’sica. Nesse ponto, diferencia-se dos
contratos de servi•o, no qual predomina a atividade em si, e n‹o o seu
resultado.
A Administra•‹o tanto pode executar suas obras diretamente pelos
pr—prios meios (execu•‹o direta), como tambŽm utilizar-se de terceiros
contratados com esta finalidade (execu•‹o indireta).
Os regimes de execu•‹o indireta podem ser (art. 6¼, VIII):
§ Empreitada por pre•o global

§ Empreitada por pre•o unit‡rio

§ Empreitada integral
§ Tarefa

Na empreitada por pre•o global, a contrata•‹o da obra ou do


servi•o Ž feita por pre•o certo para a totalidade do objeto. ƒ mais
usada nos contratos de objetos corriqueiros, em que os quantitativos de
materiais n‹o sofrem grandes flutua•›es e que podem ser mais bem
identificados na Žpoca de elabora•‹o do projeto. Ex: constru•‹o de
escolas e pavimenta•‹o de vias pœblicas. Nesse regime, o pagamento
deve ser efetuado ap—s a conclus‹o dos servi•os ou etapas definidos em
cronograma f’sico-financeiro.
A empreitada por pre•o unit‡rio Ž utilizada quando se contrata a
execu•‹o da obra ou do servi•o por pre•o certo de unidades
determinadas (ex: metros quadrados de muros levantados, metros
cœbicos de concreto fundido, quil™metros de estrada asfaltada etc.).
Diferentemente da contrata•‹o por pre•o global, a empreitada por pre•o
unit‡rio Ž mais suscet’vel de varia•‹o durante a execu•‹o, raz‹o pela qual
Ž mais adequada para contratos cujas quantidades de servi•os e de
materiais n‹o s‹o definidas precisamente, como nas reformas e nas obras
de terraplanagem.


20 Lei 8.666/1993, art. 6º, I.

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Na empreitada integral, a Administra•‹o contrata um
empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as
etapas das obras, servi•os e instala•›es necess‡rias. Normalmente
diz respeito a objetos revestidos de maior vulto e complexidade. Nesse
regime, o contratado assume inteira responsabilidade pela execu•‹o do
objeto atŽ a entrega ˆ Administra•‹o contratante para uso. Ex:
constru•‹o de um hospital, incluindo, alŽm do edif’cio em si, os leitos, as
m‡quinas e os demais equipamentos necess‡rios ao funcionamento; ou
seja, o empreiteiro entrega o objeto pronto para uso. Repare que a
empreitada integral n‹o se confunde com a empreitada por pre•o global.
No nosso exemplo, a constru•‹o do hospital por empreitada global
abrangeria apenas a obra, ou seja, o edif’cio em que o futuro hospital
funcionaria.
J‡ a tarefa ocorre quando se ajusta m‹o-de-obra para pequenos
trabalhos por pre•o certo, com ou sem fornecimento de materiais.

Empreitada por Preço certo e


preço global total
Direta
Preço certo de
REGIMES DE Empreitada por
unidades
EXECUÇÃO preço unitário
determinadas
Indireta
Todas as etapas e
Empreitada
serviços (entrega
integral pronto pra uso)

Pequenos
Tarefa
trabalhos

CONTRATOS DE FORNECIMENTO

Contratos de fornecimento s‹o aqueles em que a Administra•‹o


adquire bens m—veis (como material hospitalar, material escolar,
equipamentos, g•neros aliment’cios) necess‡rios ˆ realiza•‹o e ˆ
manuten•‹o de suas atividades, ˆ presta•‹o de servi•os pœblicos, ou ˆ
realiza•‹o de obras21.


21 Alexandrino e Paulo (2014, p. 587).

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CONTRATOS DE CONCESSÃO

Contratos de concess‹o s‹o aqueles pelos quais a Administra•‹o


confere ao particular a execu•‹o remunerada de servi•o pœblico ou
de obra pœblica, ou, ainda, lhe cede o uso de bem pœblico, para que o
explore por sua conta e risco, pelo prazo e nas condi•›es regulamentares
e contratuais22.
Assim, podemos ter contratos de concess‹o de servi•os pœblicos,
contratos de concess‹o de obra pœblica e contratos de concess‹o de uso
de bem pœblico.
AlŽm desses, temos tambŽm os contratos de parcerias pœblico-
privadas (PPP), que s‹o definidos na Lei 11.079/2004 como Òcontratos
especiais de concess‹oÓ.
Estudaremos as peculiaridades dessas modalidades de contrato
administrativo em aula espec’fica no nosso curso.

CONTRATOS VERSUS CONVÊNIOS

O conv•nio n‹o constitui modalidade de contrato, embora seja um


dos instrumentos de que o Poder Pœblico se utiliza para, mediante um
acordo de vontades, associar-se com outras entidades pœblicas ou com
entidades privadas para a presta•‹o de servi•os de interesse pœblico.
Com efeito, os conv•nios s‹o firmados entre —rg‹os ou entidades
pœblicas de qualquer espŽcie, ou entre estas e entidades privadas sem fins
lucrativos, a fim de possibilitar a colabora•‹o mœtua entre os
participantes, visando ˆ consecu•‹o de objetivos de interesse comum
a eles.
Assim, a principal diferen•a entre conv•nios e contratos
administrativos Ž que nestes os interesses das partes s‹o diversos e
opostos enquanto naqueles os interesses s‹o mœtuos; nos conv•nios n‹o
existem partes, e sim part’cipes.
Por exemplo: em um contrato de compra e venda, o vendedor quer
alienar o bem para receber o maior pre•o e o comprador quer adquirir o
bem pagando o menor pre•o; no conv•nio, ao contr‡rio, todos os
participantes querem a mesma coisa, ou seja, um estudo, um projeto,
uma obra, um servi•o, que ser‹o usufru’dos por todos os part’cipes ou
postos ˆ disposi•‹o da popula•‹o.

22 Di Pietro (2009, p. 289).

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CONTRATOS CONVÊNIOS

Interesses Interesses
opostos comuns

Outra diferen•a Ž que, no contrato, existe um pre•o ou remunera•‹o


paga a t’tulo de contrapresta•‹o ˆ outra parte. No conv•nio, ao
contr‡rio, n‹o se cogita de pre•o ou remunera•‹o, eis que se caracteriza
pela mœtua colabora•‹o, a qual pode assumir v‡rias formas, como o uso
compartilhado de equipamentos, de recursos humanos, de im—veis, a
transfer•ncia de conhecimento e, inclusive, o repasse de verbas (ex: a
Uni‹o repassa recursos federais para um Munic’pio visando ˆ constru•‹o
de uma escola local).
Contudo, neste œltimo caso (repasse de verbas), diferentemente do
contrato, em que o valor pago a t’tulo de remunera•‹o passa a integrar o
patrim™nio da entidade que o recebeu, sendo irrelevante para o
repassador a utiliza•‹o que ser‡ feita desse recurso, nos conv•nios, se a
Administra•‹o repassa determinado valor para o outro participante, este
fica vinculado ˆ utiliza•‹o desse recurso no objeto previsto no ajuste. Por
exemplo, se a Uni‹o repassa recursos mediante conv•nio a um Munic’pio
para a constru•‹o de uma escola, o Munic’pio n‹o pode destinar essa
verba para outros fins, diversos do pactuado no acordo (inclusive, o que
sobrar deve ser devolvido).
Ressalte-se que os recursos repassados mediante conv•nio a
entidades privadas n‹o perdem a natureza de dinheiro pœblico; por essa
raz‹o, quem aplica tais recursos Ž visto como alguŽm que administra
dinheiro pœblico, estando sujeito aos controles a que se submete qualquer
gestor pœblico, inclusive ao dever de prestar contas de sua utiliza•‹o, n‹o
s— ao ente repassador, mas tambŽm ao Tribunal de Contas (CF, art. 70).
O conv•nio est‡ disciplinado no art. 116 da Lei 8.666/1993, segundo
o qual as disposi•›es daquela lei s‹o aplic‡veis, no que couber, aos
Òconv•nios, acordos, ajustes e outros instrumentos cong•neres celebrados
por —rg‹os e entidades da Administra•‹oÓ.

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O referido dispositivo regula os conv•nios em que h‡ repasse de
verbas do Poder Pœblico para a consecu•‹o de um objeto de interesse
comum entre os part’cipes. Segundo o ¤1¼ do art. 116, a celebra•‹o de
conv•nio pelos —rg‹os ou entidades da Administra•‹o Pœblica depende de
prŽvia aprova•‹o de plano de trabalho proposto pela organiza•‹o
interessada, o qual dever‡ conter informa•›es como as metas a serem
atingidas e cronograma de execu•‹o e de desembolso dos recursos.
Os saldos de conv•nio, enquanto n‹o utilizados, ser‹o
obrigatoriamente aplicados em cadernetas de poupan•a de institui•‹o
financeira oficial se a previs‹o de seu uso for igual ou superior a um m•s,
ou em fundo de aplica•‹o financeira de curto prazo ou opera•‹o de
mercado aberto lastreada em t’tulos da d’vida pœblica, quando a
utiliza•‹o dos mesmos verificar-se em prazos menores que um m•s
(art. 116, ¤4¼). As receitas financeiras decorrentes dessas aplica•›es
ser‹o aplicadas no objeto do conv•nio (art. 116, ¤5¼).
Quando da conclus‹o, denœncia, rescis‹o ou extin•‹o do conv•nio, os
saldos financeiros remanescentes ser‹o devolvidos ˆ entidade ou —rg‹o
repassador dos recursos, no prazo improrrog‡vel de 30 dias do
evento, sob pena da imediata instaura•‹o de tomada de contas especial
do respons‡vel, providenciada pela autoridade competente do —rg‹o ou
entidade titular dos recursos (art. 116, ¤6¼).
Por fim, cumpre anotar que, caso seja assinado conv•nio com o
objetivo de repassar verbas para Estado ou Munic’pio, a entidade ou —rg‹o
repassador dar‡ ci•ncia do fato ˆ Assembleia Legislativa ou ˆ C‰mara
Municipal respectiva (art. 116, ¤2¼), para que o Poder Legislativo local
possa auxiliar no controle da aplica•‹o dos recursos repassados.
*****

ƒ isso pessoal. Finalizamos aqui a teoria sobre contratos


administrativos. Vamos agora resolver mais uma bateria de quest›es!

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QUESTÕES DE PROVA

32. (FCC – TRT 14 2016) A empresa WX, vencedora de licitação promovida pela
União Federal, foi convocada para assinar o respectivo contrato administrativo. No
curso do prazo de convocação para a assinatura do contrato, a mencionada
empresa solicitou prorrogação do prazo, justificando a impossibilidade de assinar o
contrato dentro do lapso temporal inicialmente previsto. Nos termos da Lei nº
8.666/1993, o prazo de convocação para a assinatura do contrato
a) não admite qualquer tipo de prorrogação.
b) poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte
durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração.
c) admite prorrogação automática uma única vez, que, portanto, independe de
justificativa, bastando a solicitação da empresa contratante.
d) poderá ser prorrogado uma vez, por período igual ou superior, quando solicitado
pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração.
e) poderá ser prorrogado duas vezes, por período igual ou inferior, desde que
solicitado pela parte durante seu transcurso e haja motivo justificado aceito pela
Administração.
Comentários: O assunto é regulado pelo art. 64 da Lei 8.666/93:
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo
de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições
estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções
previstas no art. 81 desta Lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período,
quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra
motivo justificado aceito pela Administração.
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de
contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições
estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para
fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado,
inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou
revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

Como se nota, a alternativa “b” está em conformidade com o §1º do


dispositivo acima, daí o gabarito.
Gabarito: alternativa “b”

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33. (FCC – Procurador TCM/RJ 2015) Os contratos administrativos tem, em regra,
o prazo de vigência atrelado ao prazo de execução do respectivo crédito
orçamentário, o que, dessa forma, impede a prorrogação contratual e a vigência
para além do prazo máximo fixado na Lei nº 8.666/1993. Os contratos privados da
Administração pública, no entanto, admitem tanto disposições típicas de contrato
administrativo quanto prorrogação automática, como nos casos de
a) hipoteca, que prescindem de autorização legislativa para gravar bens públicos
dominicais e de uso especial, vedada apenas sua utilização sobre bens de uso
comum do povo.
b) contrato de arrendamento de terras públicas, com dispensa de licitação, mas com
prazo de vigência típico dos contratos de prestação de serviço contínuo.
c) permissão de uso de espaços públicos, que podem ser firmados por prazo
indeterminado, mas podem exigir licitação.
d) contratos de locação, que exigem licitação ou procedimento para contratação por
dispensa de licitação, mas permitem sucessivas prorrogações do prazo de vigência,
sem estarem limitados ao prazo máximo de sessenta meses.
e) contrato de prestação de serviços contínuos, tais como limpeza e vigilância, que
exigem prévia licitação, mas admitem prorrogação por igual prazo sucessiva e
repetidas vezes, sem limite legal máximo, tal qual nos contratos de locação e
arrendamento.
Comentários: A resposta é a letra “d”. A jurisprudência do TCU entende
que os contratos de locação de imóveis para uso da Administração não estão
sujeitos aos limites de prazo constantes do art. 57 da Lei 8.666/1993
(Acórdão 1.127/2009-Plenário). Com efeito, o art. 63, §3º, I da Lei 8.666/93
dispõe que:
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no
que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público
seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por
norma de direito privado;

Nota-se, portanto, que o art. 57 não se aplica aos contratos de locação, os


quais são regidos, predominantemente, por normas de direito privado.
Gabarito: alternativa “d”

34. (FCC – TRT4 2015) A Administração necessita de um imóvel para instalar um


posto de saúde e está estudando as alternativas mais adequadas, do ponto de vista
de valor, localização e prazo para disponibilização. De acordo com a legislação que
rege a matéria, afigura-se possível a

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a) aquisição precedida de processo licitatório, que somente pode ser dispensado na
hipótese de desapropriação.
b) permuta, desde que com outro imóvel de igual valor, exclusivamente entre órgãos
ou entidades da Administração pública.
c) aquisição, com inexigibilidade de licitação, se comprovada a urgência no
atendimento do interesse público e observada a compatibilidade de preço com o
mercado.
d) locação, dispensado o procedimento licitatório, se comprovado que as
necessidades de instalação e localização condicionam a escolha, observada a
compatibilidade de preço com o mercado.
e) aquisição ou locação, sempre precedida de licitação, cabendo a dispensa apenas
na hipótese de permissão de uso incidente sobre imóvel pertencente a outro órgão
ou entidade da Administração pública.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. A Lei 8.666/93 autoriza a contratação por dispensa de
licitação no caso em análise, independentemente de desapropriação. Veja:
Art. 24. É dispensável a licitação:
X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades
precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização
condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de
mercado, segundo avaliação prévia;

b) ERRADA. No caso de bens imóveis, o art. 17, I, “c” da Lei 8.666 autoriza
a permuta por outro que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art.
24, transcrito acima. Não há necessidade de que a permuta seja feita
exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública. Tal
exigência se aplica apenas no caso de permuta de bens móveis (art. 17, II,
“b”):
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de
interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às
seguintes normas:
I - quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da
administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive
as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade
de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:
(...)
c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X
do art. 24 desta Lei;
(...)

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II - quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta
nos seguintes casos:
(...)
b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da
Administração Pública;

c) ERRADA. A inexigibilidade de licitação aplica-se aos casos em que há


inviabilidade de competição, e não quando há urgência no atendimento do
interesse público.
d) CERTA, conforme comentado na alternativa “a”.
e) ERRADA. A dispensa é permitida na hipótese do art. 24, X da Lei 8.666,
reproduzido no comentário à letra “a” acima. Não há previsão de dispensa em
caso de permissão de uso incidente sobre imóvel pertencente a outro órgão
ou entidade da Administração.
Gabarito: alternativa “d”

35. (FCC – Sefaz/PI 2015) Sabe-se que os contratos administrativos diferem dos
contratos regidos pelo direito privado. São muitas as peculiaridades e derrogações,
podendo ser destacada, como característica privativa daqueles contratos em face
dos contratos regidos pelo direito privado, a
a) possibilidade de prorrogação do prazo de vigência, independentemente da
natureza do objeto, a fim de atender o interesse público.
b) necessidade de autorização legislativa específica para celebração de contratos de
fornecimento e de prestação de serviços.
c) inexecução dos contratos, que enseja imediata suspensão dos pagamentos
devidos pela Administração pública, independentemente da natureza jurídica do
objeto da avença.
d) necessidade de indenização do contratado por danos concretos e lucros
cessantes no caso de rescisão do contrato, ainda que se esteja diante de hipótese
de culpa do contratado, como caducidade ou encampação.
e) duração de grande parte dos contratos administrativos adstrita à vigência dos
créditos orçamentários a eles relativos.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O prazo de vigência dos contratos administrativos pode ser
prorrogado, mas deve ser observada a natureza do objeto, conforme previsto
no art. 57 da Lei 8.666/93:
§ Projetos incluídos no PPA: máximo de 4 anos
§ Serviços de execução continuada: até 60 meses e excepcionalmente por mais 12
meses;

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§ Aluguel de equipamentos e programas de informática: até 48 meses;
§ Segurança nacional e inovação tecnológica (hipóteses específicas de licitação
dispensável): até 120 meses.

b) ERRADA. Não há necessidade de autorização legislativa específica


para celebração de contratos de fornecimento e de prestação de serviços. Tal
autorização é necessária apenas para a alienação de bens imóveis da
administração direta, autárquica e fundacional.
c) ERRADA. A inexecução do contrato enseja a sua rescisão, e não
apenas a suspensão dos pagamentos pela Administração.
d) ERRADA. Primeiramente, ressalte-se que a Lei 8.666 não prevê
indenização a título de lucros cessantes (indenização baseada no valor
estimado do lucro que o contratado teria com a execução do contrato, e
deixará de obter em razão da anulação), embora essa possibilidade seja
reconhecida pela doutrina e pela jurisprudência. De qualquer forma, a
indenização só é devida caso não haja culpa do contratado.
e) CERTA. Como regra, a duração dos contratos administrativos deve ser
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários (art. 57).
Excepcionalmente, a duração pode ser diversa, nas hipóteses listadas no
comentário da alternativa “a” acima.
Gabarito: alternativa “e”

36. (FCC – TRE/RR 2015) Uma das características dos contratos administrativos
denomina-se comutatividade, segundo a qual o contrato administrativo
a) deve ser executado pelo próprio contratado.
b) se expressa por escrito e com requisitos especiais.
c) é remunerado na forma convencionada.
d) pressupõe anterior licitação.
e) se reveste de obrigações recíprocas e equivalentes para as partes.
Comentário: Pela comutatividade, o contrato administrativo se reveste de
obrigações recíprocas e equivalentes para as partes (opção “e”). As demais
alternativas tratam de outras características do contrato administrativo.
Vejamos:
a) deve ser executado pelo próprio contratado: pessoalidade (intuitu personae)
b) se expressa por escrito e com requisitos especiais: formalismo
c) é remunerado na forma convencionada: onerosidade
d) pressupõe anterior licitação: formalismo
Gabarito: alternativa “e”

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37. (FCC – Juiz TJ/PE 2015) No que tange ao regime jurídico dos contratos
celebrados pela Administração pública, é correto afirmar:
a) Em contrato de obra pública, a inadimplência do contratado, com referência aos
encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não pode onerar o objeto do contrato ou
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o
Registro de Imóveis.
b) A Administração pública pode alterar unilateralmente o contrato administrativo,
para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos
do contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra,
serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-
financeiro inicial do contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou
previsíveis porém de consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da
execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do
príncipe, configurando álea econômica extraordinária e extracontratual.
c) Em vista do princípio da supremacia do interesse público, considera-se que todo e
qualquer contrato firmado pelos entes da Administração pública é contrato
administrativo, dotado de cláusulas exorbitantes, tais como a possibilidade de
alteração unilateral do ajuste.
d) Em face da indisponibilidade do interesse público, a solução de litígios por meio
de arbitragem não é admitida em contratos administrativos de nenhuma espécie.
e) Dado o formalismo dos contratos administrativos, é nulo e de nenhum efeito a
celebração de contratos por meio verbal, seja qual for o valor ou natureza da
contratação.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) CERTA. A resposta está no art. 71, §1º da Lei 8.666/93:
Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários,
fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas,
fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por
seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e
o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.

A responsabilidade pelos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais é


exclusiva do contratado, de modo que eventual inadimplência não poderá
onerar o contrato ou causar problemas para a Administração, inclusive no que
tange à regularização e uso das obras e edificações públicas perante o
Registro de Imóveis. Detalhe é que tais disposições não se aplicam em relação
aos encargos previdenciários, cuja responsabilidade é solidária entre
Administração e contratado.

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b) ERRADA. O item reproduz a alínea “d”, inciso II do art. 65 da
Lei 8.666/93, que trata da chamada teoria da imprevisão. O erro é que, nas
hipóteses que ensejam a aplicação da teoria, a alteração do contrato ocorre
por acordo entre as partes, e não unilateralmente pela Administração.
c) ERRADA. A Administração Pública também pode firmar contratos
regidos predominantemente pelo direito privado, a exemplo dos contratos de
seguro, financiamento e locação. Tais contratos não são propriamente
contratos administrativos, os quais, por definição, devem ser regidos
predominantemente pelo direito público.
d) ERRADA. A Lei de Arbitragem (Lei 13.129/2015) admite a solução de
litígios por meio de arbitragem em contratos administrativos. Veja:
Art. 1º (…)
1º A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para
dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
2º A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a
celebração de convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou
transações.

e) ERRADA. Excepcionalmente, a Lei 8.666 admite a celebração de


contrato verbal, na hipótese de pequenas compras para pronto pagamento, até
R$ 4.000,00.
Gabarito: alternativa “a”

38. (FCC – TCM/GO 2015) Os contratos administrativos e os de direito privado se


distinguem entre si, a despeito de ambos integrarem a categoria dos negócios
jurídicos. Contudo, apenas os contratos administrativos
a) obrigam terceiros estranhos à relação jurídica, o que se denomina força
obrigatória do vínculo.
b) podem ser ajustados de forma verbal e por prazo indeterminado, em razão do
princípio da indisponibilidade do interesse público sobre o privado.
c) podem ser unilateralmente modificados ou rescindidos pelo Poder Público, para
atendimento de um fim de interesse público, respeitado o seu equilíbrio econômico-
financeiro.
d) são mutáveis, possibilitando a instabilização da relação jurídica, desde que
tenham sido firmados por meio de procedimento licitatório, o que se denomina
comutatividade.
e) são regidos predominantemente por normas de direito privado, em razão do
princípio da autonomia da vontade.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:

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a) ERRADA. Os contratos administrativos são ajustes bilaterais, que
obrigam apenas as partes signatárias, e não terceiros estranhos à relação
jurídica.
b) ERRADA. Os contratos administrativos apenas excepcionalmente,
podem ser celebrados de forma verbal (pequenas compras para pronto
pagamento até R$ 4 mil). Como regra, os contratos devem ser formalizados,
mediante instrumento de contrato ou outros documentos hábeis. Ademais, a
Lei 8.666/93 veda a celebração de contratos por prazo indeterminado.
c) CERTA, nos termos do art. 58 da Lei 8.666/93:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à
Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse
público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta
Lei;
d) ERRADA. De fato, os contratos administrativos são mutáveis, uma vez
que suas cláusulas podem ser alteradas, desde que respeitado o equilíbrio
econômico-financeiro original. Mas a mutabilidade não tem relação com a
comutatividade. Esta última característica dos contratos administrativos
acarreta a reciprocidade entre direitos e obrigações das partes.
e) ERRADA. Os contratos administrativos são regidos,
predominantemente, por normas de direito público. O direito privado é
utilizado de forma subsidiária.
Gabarito: alternativa “c”

39. (FCC – TCM/GO 2015) O Município de Itumbiara, por intermédio de sua


Secretaria da Saúde, precisa adquirir um lote de vacinas que será utilizado na
campanha de prevenção da gripe “A”. Para tanto, a Secretaria está autorizada a
a) celebrar contrato em nome próprio, porque o ordenamento jurídico confere ao
referido órgão autonomia em relação ao Município.
b) adquirir o medicamento sem a formalização de contrato, de forma verbal, em
nome do Secretário, porquanto a exigência de formalização de ajuste por contrato
escrito só se aplica às pessoas jurídicas.
c) celebrar contrato em nome próprio, porque o ordenamento jurídico confere a
referido ente público personalidade jurídica própria, a despeito de não conferir
autonomia em relação ao Município ao qual pertence.
d) celebrar contrato em nome do Município de Itumbiara, ao qual referido órgão
público se vincula.

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e) celebrar contrato em nome do Secretário, autoridade máxima do referido órgão
público, não havendo necessidade de participação do Município, porque o órgão
dispõe de personalidade judiciária, a despeito de não possuir personalidade jurídica
própria.
Comentários: vamos analisar cada item:
a) ERRADO. Os órgãos não possuem personalidade jurídica própria, logo,
não pode figurar como parte em um contrato administrativo. No caso, o
contrato deve ser celebrado em nome do Município, este sim detentor de
personalidade jurídica.
b) ERRADO. Como regra, a Administração deve formalizar contrato para
realizar suas compras. Contratos verbais somente podem ser utilizados
excepcionalmente, para realizar pequenas compras de pronto pagamento
(valores não superiores a R$ 4.000,00). De qualquer forma, o erro mais
evidente é que o contrato não deve ser firmado em nome do Secretário, e sim
do Município. O Secretário é apenas o agente cujos atos são imputados ao
Município.
c) ERRADA. Como afirmado, o contrato deve ser celebrado em nome do
Município, e não da Secretaria, pois esta, diferente daquele, não possui
personalidade jurídica própria.
d) CERTA. Conforme comentado nas alternativas anteriores.
e) ERRADA. Os órgãos públicos, apesar de não possuírem personalidade
jurídica, possuem a chamada personalidade judiciária, que é a capacidade de
estar em juízo para defender seus interesses e competências institucionais.
Seria o caso, por exemplo, de um mandado de segurança impetrado contra um
ato praticado pela Secretaria do Município no exercício de suas competências,
hipótese em que a própria Secretaria poderia figurar no polo passivo da ação
judicial. Contudo, essa personalidade judiciária não confere capacidade para o
órgão figurar como parte em contratos administrativos, prerrogativa reservada
aos detentores de personalidade jurídica própria, no caso, o ente político.
Gabarito: alternativa “d”

40. (FCC – Manausprev 2015) Quando se fala das características dos contratos
administrativos normalmente há alguma referência à mutabilidade da avença, o que
consiste, dentre outras hipóteses,
a) na faculdade de o Poder Público impor alterações unilaterais quantitativas e
qualitativas, independentemente do valor, desde que mantido o equilíbrio
econômico- financeiro da avença e que haja previsão orçamentária para tanto.
b) na possibilidade de alteração do objeto, garantia e valor dos contratos
administrativos, irrestritamente, desde que haja interesse público para tanto.

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c) na possibilidade de, nos limites da lei, alteração unilateral pelo Poder Público
contratante, para adaptação à superveniente necessidade de adequação ao
interesse público, mantido o equilíbrio econômico-financeiro.
d) em admitir alterações unilaterais pelas partes, de acordo com os fundamentos
legais existentes e desde que mantido o equilíbrio econômico-financeiro da avença.
e) na possibilidade de aditamento para substituição da contratada diante de
inadimplência contumaz por parte da vencedora da licitação.
Comentários: A mutabilidade consiste na possibilidade de alteração das
cláusulas dos contratos administrativos em determinadas condições, a
exemplo das hipóteses de alteração unilateral e da aplicação da teoria da
imprevisão, por acordo entre as partes. Vamos, então, analisar cada
alternativa:
a) ERRADA. A possibilidade de a Administração impor alterações
unilaterais quantitativas e qualitativas ao contrato possui limites, vale dizer,
não é independentemente do valor. Esse limite, regra geral, é de até 25% do
valor inicial atualizado do contrato, válido tanto para os acréscimos como para
as supressões. Detalhe é que, quando o objeto do contrato for reforma de
edifícios ou de equipamentos, o limite será de até 50%, que só se aplica para
acréscimos e não para supressões.
b) ERRADA. As alterações quantitativas e qualitativas no objeto e no valor
dos contratos só podem ser feitas nos limites da lei, conforme comentado
acima. Já as garantias só podem ser alteradas se houver acordo entre as
partes, vale dizer, não pode ser de forma unilateral pela Administração.
c) CERTA. Os contratos administrativos, nos limites da lei, podem ser
alterados unilateralmente pela Administração, desde que respeitado o
equilíbrio econômico-financeiro inicial do ajuste.
d) ERRADA. A Lei 8.666/93 só admite alterações unilaterais por parte da
Administração, e não do contratado.
e) ERRADA. Na hipótese de inadimplência do contratado, a Administração
deve rescindir o ajuste e promover nova licitação para celebrar um novo
contrato. Não pode haver a simples substituição da contratada, como afirmado
no item.
Gabarito: alternativa “c”

41. (FCC – TRE/SE 2015) O Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe decidiu realizar
procedimento licitatório para a construção de relevante obra pública. Assim, no
instrumento convocatório, fixou as condições em que pretende contratar,
estabelecendo previamente as cláusulas do contrato administrativo.

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Trata-se especificamente da seguinte característica inerente aos contratos
administrativos:
a) natureza intuitu personae.
b) bilateralidade.
c) mutabilidade.
d) contrato de adesão.
e) comutatividade.
Comentário: Os contratos administrativos são considerados contratos de
adesão, justamente porque, como afirmado no item, suas cláusulas são
fixadas previamente pela Administração Pública, sem a participação do futuro
contratado. As pessoas que desejam contratar com o Poder Público, ao
participarem da licitação, já conhecem as cláusulas do futuro contrato (cuja
minuta vai anexa ao edital) e, ao aceitarem participar do certame, demonstram
que aceitam aquelas condições.
Gabarito: alternativa “d”

42. (FCC – TRE/PB 2015) Os contratos administrativos diferem dos demais


contratos firmados pela Administração pública, pois
a) os contratos administrativos, em razão da incidência do regime legal, submetem-
se ao regime jurídico de direito privado, com exceção do que diz respeito às
cláusulas exorbitantes, que são de direito público e permitem a alteração unilateral
quantitativa.
b) a Administração pública, para a celebração dos contratos administrativos, é
obrigada a licitar; para os demais contratos e ajustes, não há essa obrigação.
c) os contratos administrativos sempre dispõem sobre serviços públicos, enquanto
os demais contratos podem tratar de objetos de outras naturezas, como
contratações de serviços de fornecimento.
d) os contratos administrativos podem ser verbais, a critério do administrador, não
importando a forma sob a qual estão revestidos, mas sempre estabelecem
prerrogativas em favor do Poder Público para que prepondere o interesse público.
e) os contratos administrativos permitem à Administração pública a alteração
unilateral, ainda que, para isso, dependa de fundamentos e justificativas e se
submeta a limites, a fim de afastar qualquer possibilidade de arbitrariedade.
Comentários: vamos analisar cada item:
a) ERRADA. Os contratos administrativos submetem-se,
predominantemente, ao regime de direito público.

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b) ERRADA. Afora as hipóteses de dispensa e inexigibilidade previstas
em lei, a Administração é obrigada a licitar para firmar qualquer tipo de
contrato.
c) ERRADA. Os contratos administrativos podem sim dispor sobre
objetos de outras naturezas, como obras, serviços de fornecimento, compras,
alienações e locações.
d) ERRADA. Os contratos administrativos não podem ser verbais “a
critério do administrador”. Como regra, os contratos devem ser formais, só
podendo ser verbais na hipótese expressamente prevista na Lei 8.666, qual
seja, contratos de pequenas compras de pronto pagamento, até R$ 4 mil.
e) CERTA. De fato, dentro de certas circunstâncias (ex: quando houver
modificação do projeto ou quando for necessário acréscimo ou diminuição
das quantidades contratadas), os contratos administrativos podem ser
alterados de forma unilateral pela Administração, desde que respeitado o
limite de 25% do valor inicial atualizado do contrato e mantido o equilíbrio
econômico-financeiro do ajuste. As alterações unilaterais devem ser sempre
motivadas e, ademais, devem respeitar a natureza do contrato, no que diz
respeito ao seu objeto.
Gabarito: alternativa “e”

43. (FCC – TRE/PB 2015) Equação econômico-financeira do contrato, nos dizeres


de José dos Santos Carvalho Filho, é a relação de adequação entre o objeto e o
preço, que deve estar presente ao momento em que se firma o ajuste. Quando é
celebrado qualquer contrato, inclusive o administrativo, as partes se colocam diante
de uma linha de equilíbrio que liga a atividade contratada ao encargo financeiro
correspondente.
(Manual de Direito Administrativo, 25ª edição, 2012. São Paulo: Atlas, p. 197)

Essa equação:
a) serve de parâmetro fundamental para a definição da melhor proposta para a
Administração na fase de licitação, mas não impede que haja variações posteriores,
permitindo ao contratado a rescisão unilateral administrativa da avença.
b) deve acompanhar o contrato durante toda sua execução, razão pela qual a lei
estabelece mecanismos e garantias para restabelecimento daquele equilíbrio,
permitindo, por exemplo, aditamentos contratuais para alterações quantitativas no
valor.
c) concede ao Poder Público a ferramenta de alterar o valor do contrato sempre que
o equilíbrio entre valor e objeto for comprometido, ficando o contratado obrigado a
aceitar essa ingerência, tanto em acréscimos, quanto em supressões.

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d) recomenda que em todo início de ano seja feita nova pesquisa de mercado para
adequação e garantia dos valores reais objeto da contratação, permitindo a
celebração de novo ajuste, anualmente, entre as partes quando evidenciado o
desequilíbrio.
e) está presente somente nos contratos que envolvam a prestação de serviço
público, pois é fundamental que a qualidade do serviço disponibilizado ao usuário
seja mantida desde o início do contrato.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. A equação econômico-financeira do contrato não pode ser
alterada durante a sua execução. Assim, por exemplo, se um contrato para
aquisição de 1.000 cadeiras foi firmado a R$ 100.000,00 (R$ 100,00 por
cadeira), se a Administração, durante a execução do contrato, desejar adquirir
mais 200 cadeiras (dentro, portanto, do limite de 25% para acréscimos no
objeto), o valor do contrato deverá ser alterado para R$ 120.000,00, de modo a
preservar a equação econômico-financeira original de R$ 100,00 por cadeira.
Caso o valor do contrato não seja alterado, permanecendo em R$ 100.000,00, o
preço unitário da cadeira cairá para R$ 83,33 (= R$ 100.000,00 / 1.200 cadeiras),
modificando a equação inicial em prejuízo do contratado, o que é vedado.
b) CERTA. Como visto no exemplo acima, toda alteração no contrato só
pode ser feita caso haja preservação da equação econômico-financeira
original.
c) ERRADA. O contratado só é obrigado a aceitar os acréscimos e
supressões que estejam dentro dos limites legais, quais sejam, 25% como
regra ou 50% no caso de reforma de edifícios ou de equipamentos, que só se
aplica para acréscimos e não para supressões.
d) ERRADA. Não há previsão de que todo ano deva ser feita pesquisa de
mercado para reavaliação de preços. A equação econômico-financeira que
deve permanecer intacta durante toda a execução do contrato é aquela que
venceu a licitação.
e) ERRADA. A necessidade de manutenção da equação econômico-
financeira está presente em todos os contratos administrativos.
Gabarito: alternativa “b”

44. (ESAF – Susep 2010) Caracterizam-se por serem regidos pelo direito privado
quanto ao conteúdo e aos efeitos, porém sem ignorar as limitações trazidas pelo
regime jurídico público, os contratos de:
a) fornecimento de mão de obra.
b) locação em que o Poder Público seja locatário.

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c) concessão de serviço público.
d) fornecimento de bens de consumo.
e) construção de obra pública.
Comentários: A Lei 8.666/1993, ao dispor sobre sua abrangência, dispôs
no seu art. 1º:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos
pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e
locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.

Para a doutrina, a despeito da previsão do dispositivo, os contratos de


locação (assim como os de alienação) são contratos de direito privado (e não
contratos administrativos). Segundo Carvalho Filho, a sujeição ao direito
privado ocorre tanto quando a Administração figura como locadora quanto
como locatária. Portanto, nesses tipos de ajuste, as partes estão no mesmo
nível jurídico, sem qualquer preponderância da Administração sobre o
particular.
Do elenco traçado no art. 1º da lei, são realmente contratos
administrativos os de obras, serviços e fornecimento. Também são contratos
administrativos os contratos de concessões e permissões de serviços
públicos e as parcerias público-privadas, regidos por leis próprias.
Interessante observar que a preocupação da banca em especificar que o
Poder Público seria o “locatário” no contrato é porque essa hipótese está
prevista de forma expressa no art. 62, §3º da Lei 8.666/1993 como uma espécie
de contrato regido por norma de direito privado:
§ 3o Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no
que couber:
I - aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público
seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por
norma de direito privado;
II - aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.

Gabarito: alternativa “b”

45. (ESAF – CGU 2012) A coluna I, abaixo, traz as características de três


instrumentos jurídicos utilizados para a recomposição da equação econômico-
financeira. Já a coluna II traz a nomenclatura desses institutos. Correlacione as
colunas I e II para, ao final, assinale a sequência correta para a coluna I.

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a) 1 / 2 / 3
b) 3 / 1 / 2
c) 2 / 1 / 3
d) 1 / 3 / 2
e) 3 / 2 / 1
Comentário: Revisão, reajuste e repactuação não são a mesma coisa. A
relação correta é a seguinte:
ü Repactuação: solução aplicável apenas para os contratos de serviços
contínuos, que venham a ser objeto de renovação, de forma a garantir a
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em face da
variação dos custos contratuais (principalmente custos trabalhistas). Deve
haver previsão para tanto no instrumento convocatório.
ü Revisão: consiste em análise realizada ordinária e extraordinariamente,
destinada a reestabelecer a relação original entre encargos e vantagens,
independentemente de previsão contratual. Resume-se numa comparação
entre as situações existentes em dois momentos distintos.
ü Reajuste: envolve uma previsão contratual de indexação da remuneração
devida ao particular a um determinado índice (ex: índice de inflação), de
modo a promover a alteração do preço periodicamente de acordo com a
variação do referido índice.
Gabarito: alternativa “b”

46. (ESAF – Pref./RJ 2010) Referente aos contratos administrativos, assinale a


opção incorreta.

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a) É motivo de rescisão contratual a subcontratação parcial do objeto do ajuste,
desde que não admitida no edital e no contrato.
b) Considera-se condição de eficácia do contrato administrativo a publicação do seu
extrato na imprensa oficial.
c) A Lei 8.666, de 1993, mitigou a lição tradicional de óbice à "Exceção de Contrato
não Cumprido", por parte do particular, quando houver inadimplemento da
Administração, prevendo hipótese de rescisão contratual em face do atraso de
pagamento pelo Poder Público.
d) É vedada a realização, pela Administração, de contratação verbal, de sorte que
todo ajuste pressupõe formalização mediante termo de contrato.
e) O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração
ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução contratual, não
excluindo ou reduzindo tal responsabilidade a fiscalização do ajuste por agente da
Administração.
Comentários: Vamos procurar a alternativa incorreta:
a) CERTA, nos termos do art. 78, VI da Lei 8.666/1993:
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
(...)
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado
com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato;

b) CERTA, nos termos do art. 61, parágrafo único da Lei 8.666/1993:


Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus
aditamentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia,
será providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua
assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu
valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

c) CERTA. De fato, não há restrição absoluta a que o particular oponha a


exceção do contrato não cumprido em desfavor da Administração. Nos termos
do art. 78, XV da Lei 8.666/19993, o contratado pode requerer a rescisão do
ajuste no caso de atraso superior a 90 dias dos pagamentos devidos pela
Administração. Antes desse prazo de atraso, porém, o contratado não pode se
opor à execução do contrato, mesmo que não receba o pagamento devido.
d) ERRADA. Em regra, os ajustes firmados pela Administração devem ser
escritos e formalizados mediante instrumento de contrato (caso o valor esteja
nos limites de concorrência e tomada de preços) ou outros instrumentos
hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa, autorização de
compra ou ordem de execução de serviço (art. 62). Assim, em regra, é nulo e

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de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração. Todavia, a lei admite
exceção, permitindo a contratação verbal em caso de pequenas compras
(valores não superiores a R$ 4.000,00), o chamado regime de adiantamento
(art. 60, parágrafo único).
e) CERTA, nos exatos termos do art. 70 da Lei 8.666/1993:
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à
Administração ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do
contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o
acompanhamento pelo órgão interessado.

Gabarito: alternativa “d”

47. (ESAF – CGU 2008) Na elaboração dos contratos a serem celebrados pela
Administração Pública, são cláusulas necessárias, exceto:
a) os casos de rescisão.
b) o regime de execução e a forma de recebimento.
c) o cronograma de desembolso dos recursos.
d) o crédito pelo qual ocorrerá a despesa.
e) o objeto e seus elementos característicos.
Comentários: O art. 55 da Lei 8.666/1993 define que “são cláusulas
necessárias em todo contrato as que estabeleçam”:
I. Objeto e seus elementos característicos.
II. Regime de execução ou forma de fornecimento.
III. Preço, condições de pagamento e critérios de ajuste.
IV. Prazos de início e de conclusão, de entrega.
V. Crédito pelo qual correrá a despesa.
VI. Garantias oferecidas, quando exigidas.
VII. Direitos e responsabilidades das partes, penalidades cabíveis e valores das
multas.
VIII. Casos de rescisão.
IX. Reconhecimento de direitos da Administração em caso de rescisão por
inexecução do contrato.
X. Condições de importação, quando for o caso.
XI. Vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou.
XII. Legislação aplicável.
XIII. Obrigação do contratado de manter as condições de habilitação e qualificação
exigidas na licitação.

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Verifica-se que, dentre as alternativas, apenas o cronograma de
desembolso dos recursos (opção “c”) não é uma cláusula necessária prevista
na lei.
Gabarito: alternativa “c”

48. (ESAF – CGU 2012) O Tribunal de Contas da União, em sede de tomada de


contas ordinária, recomendou a autarquia federal que se abstivesse de prorrogar
determinado contrato firmado após procedimento licitatório ocorrido sob a
modalidade de Pregão.
Acatando a recomendação do TCU, a autarquia iniciou procedimento licitatório para
a contratação do mesmo objeto, deixando de prorrogar a contratação.
Acerca do caso concreto acima narrado, indique a opção correta.
a) O TCU deveria ter chamado a empresa prejudicada em oitiva, visando garantir o
contraditório e a ampla defesa.
b) A empresa prejudicada teve ferido seu direito a contratação, adquirido quando se
saiu vencedora da licitação.
c) Há apenas expectativa de direito da empresa à prorrogação do ajuste, estando a
decisão no âmbito de discricionariedade da Administração.
d) Sendo a relação jurídica travada entre o TCU e a Administração Pública Federal,
ambos deveriam ter se preocupado em garantir o contraditório e a ampla defesa à
empresa prejudicada.
e) O contratado somente não faria jus à prorrogação se a contratação não tivesse
sido precedida de licitação.
Comentário: Para resolver a questão, necessário conhecer a
jurisprudência do STF firmada no MS 26.250/DF, de 17/2/2010:
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE CONTAS DA
UNIÃO, QUE DETERMINOU A NÃO PRORROGAÇÃO DE CONTRATO
ADMINISTRATIVO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. VIOLAÇÃO
DAS GARANTIAS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA NÃO
CONFIGURADA. 1. Não há direito líquido e certo à prorrogação de contrato
celebrado com o Poder Público. Existência de mera expectativa de direito, dado
que a decisão sobre a prorrogação do ajuste se inscreve no âmbito da
discricionariedade da Administração Pública. 2. Sendo a relação jurídica travada
entre o Tribunal de Contas e a Administração Pública, não há que se falar em
desrespeito às garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa. 3.
Segurança denegada.

Portanto, há apenas expectativa de direito da empresa à prorrogação do


ajuste, estando a decisão no âmbito de discricionariedade da Administração.
No caso, o TCU (que determinou à Administração que não prorrogasse o

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contrato) não precisaria ter chamado a empresa prejudicada em oitiva. Assim,
correta a alternativa “c”.
Por oportuno, vale saber que, de modo contrário, em se tratando de
determinação do TCU para que a Administração promova a anulação de
contrato administrativo, o Tribunal de Contas deve promover a oitiva dos
particulares prejudicados, garantindo-lhes, assim, o direito ao contraditório e à
ampla defesa (MS 23.550/DF23).
Gabarito: alternativa “c”

49. (ESAF – CGU 2012) Em se tratando de serviços, executado o contrato, o seu


objeto será recebido provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e
fiscalização, mediante termo circunstanciado assinado
a) pelo fiscal em até cinco dias úteis da comunicação escrita do contratado.
b) pelo fiscal em até quinze dias úteis da comunicação oral do contratado.
c) pelo gestor administrativo em até três dias úteis da comunicação escrita do
contratado.
d) pelas partes em até quinze dias da comunicação escrita do contratado.
e) pelas partes em até três dias da comunicação escrita do contratado.
Comentários: A resposta é a letra “d”, nos termos do art. 73, I, “a” da
Lei 8.666/1993:
Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:
I - em se tratando de obras e serviços:
a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias
da comunicação escrita do contratado;
b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente,
mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de
observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais,
observado o disposto no art. 69 desta Lei;

Gabarito: alternativa “d”

50. (ESAF – CGU 2008) São motivos para a rescisão do contrato administrativo,
exceto:
a) a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato.


23 Ver jurisprudência ao final da aula.

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b) a subcontratação total ou parcial do seu objeto, não admitidas no edital e no
contrato.
c) a alteração do valor do contrato para reduzi-lo em vinte por cento.
d) o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento.
e) o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos.
Comentários: Para responder a questão, necessário conhecer o art. 78 da
Lei 8.666/1993:
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I - o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou
prazos;
II - o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos;
III - a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a
impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos
estipulados;
IV - o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;
V - a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia
comunicação à Administração;
VI - a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado
com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou
incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
VII - o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para
acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;
VIII - o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1o
do art. 67 desta Lei;
IX - a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X - a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI - a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da
empresa, que prejudique a execução do contrato;
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justificadas
e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está
subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere o
contrato;
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, serviços ou compras,
acarretando modificação do valor inicial do contrato além do limite permitido no § 1o
do art. 65 desta Lei;
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo
superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave
perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que

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totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de
indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de
optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja
normalizada a situação;
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela
Administração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já
recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da
ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão
do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para
execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das
fontes de materiais naturais especificadas no projeto;
XVII - a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada,
impeditiva da execução do contrato.
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados nos
autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.
XVIII – descumprimento do disposto no inciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções
penais cabíveis.

A alteração do valor do contrato em até 25% é uma cláusula exorbitante,


que será aplicada independentemente do consentimento do particular, daí o
erro da opção “c”.
Gabarito: alternativa “c”

51. (ESAF – CGU 2012) Determinada municipalidade firmou contrato de prestação


de serviços com a empresa "W". A contratação ainda vigia quando foi declarada
nula, após o Tribunal de Contas competente para fiscalizar o Município ter apontado
vício insanável ante a ausência de prévia licitação.
Acerca da situação fática acima narrada, assinale a opção correta.
a) Quando houve a declaração de nulidade, as prestações resolveram-se de parte a
parte, sendo dever de cada um suportar os próprios prejuízos.
b) O contratado faz jus à indenização dos prejuízos ainda que tenha concorrido para
a nulidade.
c) O ente público não poderá deixar de efetuar o pagamento pelos serviços
prestados, ou pelos prejuízos decorrentes do encerramento antecipado da avença.
d) O custo da desmobilização não deve integrar os danos emergentes porquanto já
pago nas parcelas iniciais do contrato.
e) Não há que se falar em indenização do contratado pelos lucros cessantes, sendo
devida apenas a reparação pelos danos emergentes regularmente comprovados.

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Comentário: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Nos termos do art. 59, parágrafo único da Lei 8.666/1993, “a
nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo
que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros
prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa”.
b) ERRADA. Caso tenha concorrido para a nulidade, e apenas nesta
hipótese, o contratado não faz jus à indenização pelo encerramento
antecipado do contrato (Lei 8.666/1993, art. 59, parágrafo único).
c) CERTA, nos termos do art. 59, parágrafo único, acima transcrito.
Lembrando que o dever de indenizar os serviços efetivamente prestados pelo
contratado evita o enriquecimento sem causa da Administração.
d) ERRADA. Os danos emergentes são aqueles gastos efetivamente
incorridos pelo contratado em decorrência da execução parcial do contrato,
dentre os quais se inclui o custo da desmobilização.
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I - determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados
nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II - amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação,
desde que haja conveniência para a Administração;
III - judicial, nos termos da legislação;
§ 1o A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização
escrita e fundamentada da autoridade competente.
2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem
que haja culpa do contratado, será este ressarcido dos prejuízos regularmente
comprovados que houver sofrido, tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.

e) ERRADA. A Lei 8.666/1993 não prevê indenização a título de lucros


cessantes (indenização baseada no valor estimado do lucro que o contratado
teria com a execução do contrato, e deixará de obter em razão da anulação).
Todavia, essa possibilidade é reconhecida pela doutrina e pela jurisprudência,
daí o gabarito da banca. Vale citar, por exemplo, a lição de Carvalho Filho:
Doutrina autorizada, porém, advoga que, se a invalidação for causada por culpa
comissiva ou omissiva da Administração, seja no procedimento de licitação, seja
na própria celebração do contrato, o contratado, além do direito ao que foi
executado e aos danos emergentes, que consistem no denominado interesse

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negativo, faz jus também aos lucros cessantes, parcela correspondente à projeção
futura do que poderia auferir se não houvesse a paralisação do ajuste pela anulação,
parcela esta que retrata o interesse positivo do prejudicado (interesse na conclusão do
contrato).

Gabarito: alternativa “c”

52. (ESAF – CVM 2010) O regime jurídico dos contratos administrativos instituído
pela Lei n. 8.666/1993 confere à Administração, em relação a eles, as seguintes
prerrogativas, exceto:
a) modificá-los unilateralmente, respeitados os direitos do contratado.
b) aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.
c) rescindi-los unilateralmente, nos casos especificados.
d) suspender pagamentos devidos, a título de sanção administrativa.
e) fiscalizar-lhes a execução.
Comentários: Dentre as alternativas, apenas a opção “d” não constitui
exemplo de cláusula exorbitante dos contratos administrativos. Com efeito,
dentre as sanções administrativas previstas na Lei 8.666/1993 não se inclui a
suspensão de pagamentos, ou seja, a Administração não pode, a título de
sanção, suspender os pagamentos e, ao mesmo tempo, exigir da empresa
contratada o cumprimento das suas obrigações.
Não obstante, lembre-se de que a Administração poderá descontar dos
pagamentos devidos o valor da multa eventualmente aplicada ao contratado.
Nesse caso, porém, a sanção é a multa; o desconto nos pagamentos é apenas
uma forma de cobrança. Vamos aproveitar para relembrar as sanções
previstas na lei:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja
promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que
será concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
Gabarito: alternativa “d”

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53. (ESAF – CVM 2010) A critério da autoridade competente, e desde que prevista
no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas
contratações de obras, serviços e compras, cabendo ao contratado optar por uma
das seguintes modalidades de garantia, exceto:
a) caução em dinheiro.
b) seguro-garantia.
c) cédula hipotecária.
d) fiança bancária.
e) caução em títulos da dívida pública.
Comentário: A resposta está no art. 56 da Lei 8.666/1993:
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no
instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações
de obras, serviços e compras.
§ 1o Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:
I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública, devendo estes ter sido
emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de
liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos
seus valores econômicos, conforme definido pelo Ministério da Fazenda;
II - seguro-garantia;
III - fiança bancária.

Portanto, das alternativas listadas, apenas a “cédula hipotecária” não é


modalidade de garantia passível de ser escolhida pelo contratado, quando
exigida.
Gabarito: alternativa “c”

54. (ESAF – CGU 2012) Determinada empresa "A" fora punida com a penalidade
inscrita no inciso IV do art. 87 da Lei n. 8.666/93. Passados seis meses após a
aplicação definitiva da penalidade, seus únicos dois sócios constituíram a empresa
"B", com o mesmo objetivo social, mesmo quadro societário e mesmo endereço.
Após sua constituição, a empresa "B" acudiu à licitação conduzida pelo mesmo
município que aplicara a penalidade à empresa "A".
O município condutor do certame, após ter percebido o indigitado feito,
(assegurados o contraditório e a ampla defesa à empresa "B") estendeu à empresa
"B" os efeitos da sanção de inidoneidade para licitar aplicada à empresa "A",
aplicando-se no caso em tela a desconsideração da personalidade jurídica na esfera
administrativa.
Acerca do caso concreto acima descrito, assinale a opção correta.

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a) A extensão da penalidade à empresa "B" seria válida ainda que não tivesse sido
precedida de procedimento administrativo que lhe tenha garantido o contraditório e a
ampla defesa.
b) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" não
era autoexecutório e seria necessário levar o caso à apreciação do Poder Judiciário.
c) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" é nulo,
posto que a lei não faculta à Administração Pública a possibilidade de desconsiderar
a personalidade jurídica para estender sanções administrativas a outra sociedade
empresária.
d) A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica neste caso
concreto deu-se em respeito ao princípio da moralidade administrativa.
e) Somente Poder Judiciário, em situações envolvendo relação de consumo, poderia
desconsiderar a personalidade jurídica de uma empresa.
Comentários: Para resolver a questão, necessário conhecer a
jurisprudência do STJ (RMS 15.166, de 7/8/2003):
ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA.
LICITAÇÃO. SANÇÃO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR. EXTENSÃO DE
EFEITOS À SOCIEDADE COM O MESMO OBJETO SOCIAL, MESMOS SÓCIOS E
MESMO ENDEREÇO. FRAUDE À LEI E ABUSO DE FORMA. DESCONSIDERAÇÃO
DA PERSONALIDADE JURÍDICA NA ESFERA ADMINISTRATIVA. POSSIBILIDADE.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA E DA INDISPONIBILIDADE DOS
INTERESSES PÚBLICOS.
- A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os
mesmos sócios e com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada
inidônea para licitar com a Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar
à aplicação da sanção administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de
Licitações Lei n.º 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicação da teoria da
desconsideração da personalidade jurídica para estenderem-se os efeitos da
sanção administrativa à nova sociedade constituída.
- A Administração Pública pode, em observância ao princípio da moralidade
administrativa e da indisponibilidade dos interesses públicos tutelados,
desconsiderar a personalidade jurídica de sociedade constituída com abuso de forma
e fraude à lei, desde que facultado ao administrado o contraditório e a ampla defesa
em processo administrativo regular.
- Recurso a que se nega provimento.

Em suma, a Administração, em observância ao princípio da moralidade,


pode estender à empresa “B” os efeitos da sanção de inidoneidade aplicada à
empresa “A”, uma vez que ambas possuem o mesmo objeto social, os
mesmos sócios e o mesmo endereço, evidenciando tentativa de burla à
aplicação da sanção administrativa.

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Vamos, então, analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Qualquer aplicação de sanção deve ser precedida do
contraditório e da ampla defesa.
b) ERRADA. A desconsideração da personalidade jurídica, no caso
apresentado na questão, pode ser empreendida pela própria Administração,
independentemente de atuação do Judiciário.
c) ERRADA. De fato, a lei, expressamente, não faculta à Administração
Pública a possibilidade de desconsiderar a personalidade jurídica para
estender sanções administrativas a outra sociedade empresária. Porém, esse
poder é reconhecido pela jurisprudência, e decorre do princípio da moralidade
administrativa, previsto no caput do art. 37 da CF.
d) CERTA, conforme o julgado do STJ acima transcrito.
e) ERRADA. Mais uma vez: a própria Administração pode desconsiderar a
personalidade jurídica quando se deparar com tentativa burla à aplicação da
sanção de inidoneidade de licitar, independentemente do acionamento do
Judiciário.
Gabarito: alternativa “d”

55. (ESAF – CGU 2012) A aplicação da teoria da imprevisão deriva da conjugação


dos seguintes requisitos, exceto:
a) Inimputabilidade do evento às partes.
b) Ausência de impedimento absoluto.
c) Imprevisibilidade do evento ou incalculabilidade de seus efeitos.
d) Grave modificação das condições do contrato.
e) Álea ordinária, também chamada de risco do negócio.
Comentário: Segundo Maria Sylvia Di Pietro, a aplicação da teoria da
imprevisão aos contratos administrativos pressupõe a ocorrência de fatos:
§ Imprevisíveis, ou previsíveis, porém de consequências incalculáveis;
§ Estranhos à vontade das partes;
§ Inevitáveis;
§ Causadores de desequilíbrio muito grande no contrato.
Por outro lado, a álea ordinária são os riscos inerentes ao negócio, ou seja,
riscos comuns, que podem e devem ser suportados pelo contratado, estando
fora do âmbito de aplicação da teoria da imprevisão, daí o gabarito.
Gabarito: alternativa “e”

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56. (ESAF – CGU 2012) A empresa "X", contratada pela União Federal, por
intermédio do Ministério da Fazenda para prestar serviços de limpeza, conservação
e asseio, solicita ao contratante a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro
do contrato em virtude do aumento salarial determinado por dissídio coletivo da
categoria profissional e com base na teoria da imprevisão.
Acerca da situação fática acima narrada e de acordo com a jurisprudência
majoritária no STJ, assinale a opção correta.
a) O dissídio coletivo é acontecimento imprevisível capaz de legitimar a aplicação da
teoria da imprevisão.
b) O dissídio coletivo é acontecimento previsível, porém de consequências
incalculáveis e, portanto, legitima a aplicação da teoria da imprevisão.
c) O dissídio coletivo da categoria profissional constitui-se em álea ordinária, capaz
de legitimar a teoria da imprevisão.
d) O aumento salarial dos empregados da contratada em virtude de dissídio coletivo
constitui evento certo que deveria ser levado em conta quando da efetivação da
proposta.
e) O dissídio coletivo de categoria profissional configura álea extraordinária, capaz
de possibilitar a aplicação da teoria da cláusula rebus sic stantibus.
Comentários: Segundo a jurisprudência do STJ, o aumento salarial
determinado por dissídio coletivo de categoria profissional é acontecimento
previsível e deve ser suportado pela contratada, não havendo que se falar em
aplicação da Teoria da Imprevisão para a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato administrativo. Veja-se, como exemplo, os
seguintes julgados:
AgRg no REsp 957999 / PE, 22/6/2010
ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL. CONTRATO ADMINISTRATIVO.
DISSÍDIO COLETIVO QUE PROVOCA AUMENTO SALARIAL. REVISÃO
CONTRATUAL. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO. FATO PREVISÍVEL. NÃO-
INCIDÊNCIA DO ART. 65, INC. II, ALÍNEA "D", DA LEI N. 8.666/93. ÁLEA
ECONÔMICA QUE NÃO SE DESCARACTERIZA PELA RETROATIVIDADE.
1. É pacífico o entendimento desta Corte Superior no sentido de que eventual
aumento de salário proveniente de dissídio coletivo não autoriza a revisão o
contrato administrativo para fins de reequilíbrio econômico-financeiro, uma vez
que não se trata de fato imprevisível - o que afasta, portanto, a incidência do art. 65,
inc. II, "d", da Lei n. 8.666/93. Precedentes.
2. A retroatividade do dissídio coletivo em relação aos contratos administrativos não o
descaracteriza como pura e simples álea econômica.
3. Agravo regimental não provido.
REsp 668367 / PR, de 5/10/2006

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ADMINISTRATIVO. CONTRATO ADMINISTRATIVO. EQUILÍBRIO ECONÔMICO-
FINANCEIRO. AUMENTO SALARIAL. DISSÍDIO COLETIVO. IMPOSSIBILIDADE DE
APLICAÇÃO DA TEORIA DA IMPREVISÃO.
1. Não pode ser aplicada a teoria da imprevisão para a recomposição do equilíbrio
econômico-financeiro do contrato administrativo (Lei 8666/93, art. 65, II, d) na hipótese
de aumento salarial dos empregados da contratada em virtude de dissídio coletivo,
pois constitui evento certo que deveria ser levado em conta quando da efetivação
da proposta.

Vamos, então, analisar cada alternativa:


a) ERRADA. O dissídio coletivo é acontecimento imprevisível previsível
incapaz de legitimar a aplicação da teoria da imprevisão.
b) ERRADA. O dissídio coletivo é acontecimento previsível, porém de
consequências incalculáveis e, portanto, não legitima a aplicação da teoria da
imprevisão.
c) ERRADA. O dissídio coletivo da categoria profissional constitui-se em
álea ordinária, incapaz de legitimar a teoria da imprevisão.
d) CERTA. O aumento salarial dos empregados da contratada em virtude
de dissídio coletivo constitui evento certo que deveria ser levado em conta
quando da efetivação da proposta.
e) ERRADA. O dissídio coletivo de categoria profissional configura álea
extraordinária, incapaz de possibilitar a aplicação da teoria da cláusula rebus
sic stantibus.
Gabarito: alternativa “d”

57. (Cespe – DP/MA 2011) Com relação ao que estabelece a Lei de Licitações
acerca dos contratos administrativos, assinale a opção correta.
a) Será nulo e sem nenhum efeito o contrato verbal com a administração, ainda que
seu objeto envolva pequenas compras de pronto pagamento.
b) Os contratos podem ser alterados unilateralmente pela administração quando
conveniente a substituição da garantia de execução.
c) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos
podem ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
d) A declaração de nulidade do contrato, imputável ao contratado, exonera a
administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado
até a data da declaração.
e) Tratando-se de serviços essenciais, é vedada a ocupação provisória de bens
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, caso haja
rescisão do contrato administrativo.

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Comentários: Vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. Pequenas compras de pronto pagamento podem ser
efetivadas mediante contrato verbal (não escrito), nos termos do art. 60,
parágrafo único da Lei 8.666/1993:
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração,
salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de
valor não superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II,
alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.
b) ERRADA, pois a alteração do contrato para troca das garantias só pode
ser feita por acordo entre as partes, nos termos do art. 65, II da Lei 8.666/1993:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
(...)
II - por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;

c) ERRADA, nos termos do art. 58, §1º da Lei 8.666/1993:


§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos
não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.

Lembrando que a possibilidade de alteração unilateral do contrato pela


Administração abrange apenas as chamadas cláusulas regulamentares, de
execução ou de serviço, que são aquelas que dispõem sobre o objeto do
contrato e seu modo de execução, isto é, sobre como o contrato será
executado (ex: quantidades contratadas, tipo de serviço a ser desempenhado).
Já as cláusulas econômico-financeiras e monetárias, como visto no
dispositivo acima, não poderão ser alteradas sem prévia concordância do
contratado.
d) CERTA, nos termos do art. 59 da Lei 8.666/1993:
Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente
impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de
desconstituir os já produzidos.
Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o
contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por
outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Significa que, em regra, a Administração tem o dever de indenizar o


contratado pelo que este já houver executado até a data em que a nulidade do
contrato for declarada, salvo se esta nulidade tiver sido provocada pelo

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próprio contratado, hipótese em que a Administração ficará isenta do dever de
indenizar.
e) ERRADA, pois a ocupação provisória é possível no caso de rescisão do
contrato, nos termos do art. 58, V da Lei 8.666/1993:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere
à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
(...)
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis,
pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de
acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na
hipótese de rescisão do contrato administrativo.
Gabarito: alternativa “d”

58. (Cespe – TRT10 2013) Considere que, no decorrer de uma obra pública
orçada inicialmente em R$ 200 milhões, tenham sido lavrados dois termos aditivos.
Considere, ainda, que o primeiro termo aditivo tenha alterado o valor da obra para
R$ 170 milhões e que o segundo, necessário à conclusão do empreendimento, para
R$ 220 milhões. Nessa situação, o limite legal para aditivos foi observado, não
havendo irregularidade.
Comentário: Segundo a jurisprudência do TCU, “os limites de aditamento
estabelecidos no art. 65, inciso II, 1, da Lei 8.666/93 devem ser verificados
separadamente, tanto nos acréscimos quanto nas supressões de itens e
quantitativos, e não pelo cômputo final que tais alterações (acréscimos menos
decréscimos) possam provocar na equação financeira do contrato”.
Ou seja, não seria possível, por exemplo, ocorrer, no mesmo termo
aditivo, um acréscimo no percentual de 80% ao objeto inicial e uma supressão
de 55%. Embora, nesse exemplo, o cômputo de acréscimos e supressões
resulte em 25% (= 80 – 55), a jurisprudência do TCU diz que as alterações
devem ser verificadas separadamente, ou seja, um acréscimo de 80% excede o
limite de 25%, da mesma forma que uma supressão de 55% também excede.
No caso em exame, o primeiro aditivo reduziu o valor da obra em 15%, de
R$ 200 milhões para R$ 170 milhões, dentro, portanto, do limite de 25%
previsto na Lei 8.666/93. Com essa redução, o valor referência para novos
acréscimos e supressões passou a ser R$ 170 milhões. Sendo assim, o
segundo aditamento, que majorou o contrato para R$ 220 milhões,
representou um acréscimo de quase 30%, extrapolando, portanto, o limite de
25% estabelecido pela Lei 8.666/1993, o que caracteriza a irregularidade.
Gabarito: Errado

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59. (Cespe – Câmara dos Deputados 2012) A declaração de inidoneidade de
uma empresa foi publicada no primeiro dia de determinado mês. Nessa situação, o
prazo para interposição do pedido de reconsideração deve ser contado a partir da
data da publicação da declaração.
Comentário: O prazo para interposição do pedido de reconsideração
contra a declaração de inidoneidade é contado a partir da intimação do ato (ou
seja, quando a licitante recebe a notificação), e não a partir da publicação, nos
termos do art. 109, III da Lei de Licitações. Na nossa próxima aula veremos
mais sobre os recursos previstos na referida Lei.
Gabarito: Errado

60. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) O artigo 71 da Lei de Licitações assim


dispõe: Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1.º A inadimplência do contratado com referência aos encargos trabalhistas, fiscais
e comerciais não transfere à administração pública a responsabilidade por seu
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o
uso das obras e edificações, inclusive perante o registro de imóveis. (redação dada
pela Lei n.º 9.032/1995)
No julgamento da ADC n.º 16, o STF enfrentou a questão da constitucionalidade do
§ 1.º do art. 71 acima transcrito e, após analisar se a administração pública poderia
ser responsabilizada pelos encargos trabalhistas devidos por empresas que prestem
serviço ao poder público, assentou o entendimento de que o dispositivo objeto do
referido parágrafo é
A) parcialmente inconstitucional, devendo ser interpretado à luz dos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade.
B) constitucional, porém a norma somente se aplica aos casos em que a empresa
contratada for controlada por uma pessoa jurídica de direito público.
C) constitucional, pois não pode ser automaticamente transferida para a
administração pública a responsabilidade pela inadimplência negocial da empresa
contratada.
D) inconstitucional, por ferir o princípio da supremacia do interesse público.
E) inconstitucional, pois a administração deve responder pelo risco administrativo.
Comentário: Na ADC 16/DF, o Supremo Tribunal Federal declarou que o
art. 71, §1º da Lei 8.666/1993 é compatível com a Constituição Federal, ou seja,
entendeu que a responsabilidade dos encargos trabalhistas, fiscais e
comerciais é exclusiva do contratado, não podendo ser transferida à
Administração. Daí a correção do item “c”.

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Ressalte-se, contudo, que em relação aos encargos trabalhistas, o
Supremo entende que, excepcionalmente (e não automaticamente), no exame
de casos concretos, é possível a responsabilização subsidiária (e não
solidária) da Administração, quando se comprovar sua omissão culposa no
exercício do seu dever de fiscalização ou de escolha adequada da empresa a
contratar, a chamada culpa in vigilando ou culpa in elegendo.
Gabarito: alternativa “c”

61. (FGV – OAB 2015) O Município C está elaborando edital de licitação para a
contratação de serviço de limpeza predial. A respeito do prazo de duração desse
contrato, assinale a afirmativa correta.
A) O prazo de duração do contrato está adstrito à vigência do respectivo crédito
orçamentário, sem possibilidade de prorrogação.
B) O contrato de prestação de serviços pode ser celebrado pelo prazo de até 48
meses.
C) O contrato pode ser celebrado por prazo indeterminado, mantendo-se vigente
enquanto não houver melhor preço do que o da proposta vencedora da licitação.
D) O contrato poderá ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos
com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração,
limitada a sessenta meses.
Comentários: vamos analisar cada alternativa:
a) ERRADA. O serviço de limpeza predial é um serviço de prestação
continuada. Segundo o art. 57, II da Lei 8.666/93, os contratos de prestação de
serviços a serem executados de forma contínua poderão ter a sua duração
prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços
e condições mais vantajosas para a administração, limitada a 60 meses.
b) ERRADA. Como afirmado acima, o contrato poderá ser prorrogado por
até 60 meses, em regra. Esse prazo, em caráter excepcional, poderá ser
prorrogado por mais 12 meses (quando atinge o total de 72 meses), devendo
essa prorrogação adicional ser devidamente justificada, sendo exigida, ainda,
autorização da autoridade superior (Lei 8.666/93, art. 57, §4º).
c) ERRADA. A Lei 8.666/1993 veda a celebração de contratos por prazo
indeterminado (art.57, §3º).
d) CERTA. Nos termos do art. 57, II da Lei 8.666/93.
Gabarito: alternativa “d”

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JURISPRUDÊNCIA

TCU Ð Boletim de Licita•›es e Contratos 134/2012


Enunciado:
1. A san•‹o prevista no inciso III do art. 87 da Lei n¼ 8.666/93 produz efeitos
apenas no ‰mbito do —rg‹o ou entidade que a aplicou
Texto:
Representa•‹o formulada por empresa apontou poss’veis irregularidades na
condu•‹o do Preg‹o Presencial n¼ 11/2011, promovido Prefeitura Municipal de
CambŽ/PR, que teve por objeto o fornecimento de medicamentos para serem
distribu’dos nas Unidades B‡sicas de Saœde e na Farm‡cia Municipal. Entre as
quest›es avaliadas nesse processo, destaque-se a exclus‹o de empresas do
certame, em raz‹o de terem sido apenadas com a san•‹o do art. 87, III, da Lei
n¼ 8.666/93 por outros —rg‹os e entidades pœblicos. Passou-se, em seguimento
de vota•‹o, a discutir o alcance que se deve conferir ˆs san•›es estipuladas
nesse comando normativo ("suspens‹o tempor‡ria de participa•‹o em licita•‹o e
impedimento de contratar com a Administra•‹o"). O relator, Ministro Ubiratan
Aguiar, anotara que a jurisprud•ncia do Tribunal havia-se firmado no sentido de
que a referida san•‹o restringia-se ao —rg‹o ou entidade que aplica a puni•‹o. A
san•‹o prevista no inciso IV do mesmo artigo, relativa ˆ declara•‹o de
inidoneidade para licitar ou contratar com a Administra•‹o Pœblica, produziria
efeitos para os —rg‹os e entidades das tr•s esferas de governo. O relator, a
despeito disso, ancorado em precedente revelado por meio do Ac—rd‹o n¼
2.218/2011-1» C‰mara, de relatoria do Ministro Walton Alencar Rodrigues, e na
jurisprud•ncia do dominante do STJ, encampou o entendimento de que a san•‹o
do inciso III do art. 87 tambŽm deveria produzir efeitos para as tr•s esferas de
governo. O primeiro revisor, Min. JosŽ Jorge, sustentou a necessidade de se
reconhecer a distin•‹o entre as san•›es dos incisos III e IV, em fun•‹o da
gravidade da infra•‹o cometida. Pugnou, ainda, pela modifica•‹o da
jurisprud•ncia do TCU, a fim de se considerar que "a sociedade apenada com
base no art. 87, III, da Lei n¼ 8.666/93, por —rg‹o/entidade municipal, n‹o
poder‡ participar de licita•‹o, tampouco ser contratada, para a execu•‹o de
objeto demandado por qualquer ente pœblico do respectivo munic’pio". O
segundo revisor, Min. Raimundo Carreiro, por sua vez, ao investigar o significado
das express›es "Administra•‹o" e "Administra•‹o Pœblica" contidos nos incisos
III e IV do art. 87 da Lei n¼ 8.666/1993, respectivamente, assim se manifestou:
"Consoante se l• dos incisos XI e XII do art. 6¼ da Lei n¼ 8.666/93, os
conceitos definidos pelo legislador para 'Administra•‹o Pœblica' e para
'Administra•‹o' s‹o distintos, sendo o primeiro mais amplo do que o
segundo. Desse modo, n‹o creio que haja espa•o hermen•utico t‹o
extenso quanto tem sustentado o Superior Tribunal de Justi•a nos
precedentes citados no voto do relator no que concerne ao alcance da

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san•‹o prevista no inciso III do art. 87". Mencionou, tambŽm, doutrinadores
que, como ele, privilegiam a interpreta•‹o restritiva a ser emprestada a esse
comando normativo. Ressaltou, ainda, que as san•›es dos incisos III e IV
do art. 87 da multicitada lei "guardam um distinto grau de intensidade
da san•‹o", mas que "referidos dispositivos n‹o especificaram as hip—teses de
cabimento de uma e de outra san•‹o ...". Segundo ele, n‹o se poderia, diante
desse panorama normativo, admitir que o alcance de ambas san•›es seria o
mesmo. Chamou aten•‹o para o fato de que "a san•‹o prevista no inciso
III do art. 87 Ž aplicada pelo gestor do —rg‹o contratante ao passo que a
san•‹o do inciso IV Ž de compet•ncia exclusiva do Ministro de Estado,
do Secret‡rio Estadual ou Municipal, conforme o caso". E arrematou: " ...
para a san•‹o de maior alcance o legislador exigiu tambŽm maior rigor
para a sua aplica•‹o, ao submet•-la ˆ aprecia•‹o do titular da respectiva
pasta de governo". Acrescentou que a san•‹o do inciso III do art. 87 da Lei de
Licita•›es n‹o poderia ter alcance maior que o da declara•‹o de inidoneidade
pelo TCU (art. 46 da Lei n¼ 8.443/1992). Por fim, invocou o disposto no inciso
XII do art. 6¼ da Lei de Licita•›es, que definiu "Administra•‹o" como sendo
"—rg‹o, entidade ou unidade administrativa pela qual a Administra•‹o Pœblica
opera e atua concretamente", para refutar a proposta do primeiro revisor, acima
destacada. O Tribunal, ent‹o, ao aprovar, por maioria, a tese do segundo
revisor, Min. Raimundo Carreiro, decidiu: "9.2. determinar ˆ Prefeitura Municipal
de CambŽ/PR que nas contrata•›es efetuadas com recursos federais observe que
a san•‹o prevista no inciso III do art. 87 da Lei n¼ 8.666/93 produz efeitos
apenas em rela•‹o ao —rg‹o ou entidade contratante". Ac—rd‹o n¼ 3243/2012-
Plen‡rio, TC-013.294/2011-3, redator Ministro Raimundo Carreiro, 28.11.2012.

STJ Ð REsp 174.274/SP (19/10/2004)


ADMINISTRATIVO. SUSPENSÌO DE PARTICIPA‚ÌO EM LICITA‚ÍES. MANDADO
DE SEGURAN‚A. ENTES OU îRGÌOS DIVERSOS. EXTENSÌO DA PUNI‚ÌO PARA
TODA A ADMINISTRA‚ÌO.

1. A puni•‹o prevista no inciso III do artigo 87 da Lei n¼ 8.666/93 n‹o produz


efeitos somente em rela•‹o ao —rg‹o ou ente federado que determinou a
puni•‹o, mas a toda a Administra•‹o Pœblica, pois, caso contr‡rio, permitir-se-ia
que empresa suspensa contratasse novamente durante o per’odo de suspens‹o,
tirando desta a efic‡cia necess‡ria.
2. Recurso especial provido.

STJ Ð MS 14.002/DF (28/10/2009)


ADMINISTRATIVO. DECLARA‚ÌO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR E
CONTRATAR COM A ADMINISTRA‚ÌO PòBLICA. EFEITOS EX NUNC DA
DECLARA‚ÌO DE INIDONEIDADE: SIGNIFICADO. PRECEDENTE DA 1» SE‚ÌO
(MS 13.964/DF, DJe DE 25/05/2009).

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1. Segundo precedentes da 1» Se•‹o, a declara•‹o de inidoneidade "s—
produz efeito para o futuro (efeito ex nunc), sem interferir nos contratos
j‡ existentes e em andamento" (MS 13.101/DF, Min. Eliana Calmon, DJe de
09.12.2008). Afirma-se, com isso, que o efeito da san•‹o inibe a empresa de
Òlicitar ou contratar com a Administra•‹o PœblicaÓ (Lei 8666/93, art. 87), sem, no
entanto, acarretar, automaticamente, a rescis‹o de contratos administrativos j‡
aperfei•oados juridicamente e em curso de execu•‹o, notadamente os
celebrados perante outros —rg‹os administrativos n‹o vinculados ˆ autoridade
impetrada ou integrantes de outros entes da Federa•‹o (Estados, Distrito Federal
e Munic’pios). Todavia, a aus•ncia do efeito rescis—rio autom‡tico n‹o
compromete nem restringe a faculdade que t•m as entidades da
Administra•‹o Pœblica de, no ‰mbito da sua esfera aut™noma de
atua•‹o, promover medidas administrativas espec’ficas para rescindir os
contratos, nos casos autorizados e observadas as formalidades
estabelecidas nos artigos 77 a 80 da Lei 8.666/93.

STF Ð ADC 16/DF (24/11/2010)


EMENTA: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL. Subsidi‡ria. Contrato com a
administra•‹o pœblica. Inadimpl•ncia negocial do outro contraente. Transfer•ncia
consequente e autom‡tica dos seus encargos trabalhistas, fiscais e comerciais,
resultantes da execu•‹o do contrato, ˆ administra•‹o. Impossibilidade
jur’dica. Consequ•ncia proibida pelo art., 71, ¤ 1¼, da Lei federal n¼ 8.666/93.
Constitucionalidade reconhecida dessa norma. A•‹o direta de constitucionalidade
julgada, nesse sentido, procedente. Voto vencido. ƒ constitucional a norma
inscrita no art. 71, ¤ 1¼, da Lei federal n¼ 8.666, de 26 de junho de 1993, com a
reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.032, de 1995.

Rcl-AgR 12.758/DF (24/4/2013)


Ementa: Agravo Regimental na Reclama•‹o. Responsabilidade Subsidi‡ria.
Artigo 71, ¤ 1¼, da Lei 8.666/93. Constitucionalidade. ADC n¼ 16.
Administra•‹o Pœblica. Dever de fiscaliza•‹o. Responsabiliza•‹o do ente
pœblico nos casos de culpa Òin eligendoÓ e de culpa Òin vigilandoÓ.
Reexame de matŽria f‡tico-probat—ria. Impossibilidade. Agravo regimental a que
se nega provimento. 1. A aplica•‹o do artigo 71, ¤ 1¼, da Lei n. 8.666/93,
declarado constitucional pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento
da ADC n¼ 16, n‹o exime a entidade da Administra•‹o Pœblica do dever
de observar os princ’pios constitucionais a ela referentes, entre os quais
os da legalidade e da moralidade administrativa. 2. As entidades
pœblicas contratantes devem fiscalizar o cumprimento, por parte das
empresas contratadas, das obriga•›es trabalhistas referentes aos
empregados vinculados ao contrato celebrado. (...)

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TCU Ð Ac—rd‹o 1127/2009-Plen‡rio
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da Uni‹o, reunidos em Sess‹o
Plen‡ria, em:

9.1. conhecer da presente consulta, por preencher os requisitos de


admissibilidade previstos no art. 1¼, inciso XVII, da Lei n¼ 8.443/92 c/c art. 264,
inciso III, do RITCU, para responder ao consulente, relativamente aos contratos
de loca•‹o de im—veis em que a Administra•‹o Pœblica figura como
locat‡ria, que:

9.1.1 pelo disposto no art. 62, ¤ 3¼, inciso I, da Lei n¼ 8.666/93, n‹o se
aplicam as restri•›es constantes do art. 57 da mesma Lei;
9.1.2. n‹o se aplica a possibilidade de ajustes verbais e prorroga•›es
autom‡ticas por prazo indeterminado, condi•‹o prevista no artigo 47 da Lei n¼
8.245/91, tendo em vista que (i) o par‡grafo œnico do art. 60 da Lei n¼
8.666/93, aplicado a esses contratos conforme disp›e o ¤ 3¼ do art. 62 da
mesma Lei, considera nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administra•‹o e (ii) o interesse pœblico, princ’pio basilar para o desempenho da
Administra•‹o Pœblica, que visa atender aos interesses e necessidades da
coletividade, impede a prorroga•‹o desses contratos por prazo indeterminado;
9.1.3. a vig•ncia e prorroga•‹o deve ser analisada caso a caso, sempre de
acordo com a legisla•‹o que se lhe imp›e e conforme os princ’pios que regem a
Administra•‹o Pœblica, em especial quanto ˆ verifica•‹o da vantajosidade da
proposta em confronto com outras op•›es, nos termos do art. 3¼ da Lei n¼
8.666/93;

STF Ð MS 23.550/DF (4/4/2001)


EMENTA: I. Tribunal de Contas: compet•ncia: contratos administrativos (CF, art.
71, IX e ¤¤ 1¼ e 2¼). O Tribunal de Contas da Uni‹o - embora n‹o tenha
poder para anular ou sustar contratos administrativos - tem
compet•ncia, conforme o art. 71, IX, para determinar ˆ autoridade
administrativa que promova a anula•‹o do contrato e, se for o caso, da
licita•‹o de que se originou. II. Tribunal de Contas: processo de
representa•‹o fundado em invalidade de contrato administrativo: incid•ncia
das garantias do devido processo legal e do contradit—rio e ampla
defesa, que imp›em assegurar aos interessados, a come•ar do particular
contratante, a ci•ncia de sua instaura•‹o e as interven•›es cab’veis.
Decis‹o pelo TCU de um processo de representa•‹o, do que resultou injun•‹o ˆ
autarquia para anular licita•‹o e o contrato j‡ celebrado e em come•o de
execu•‹o com a licitante vencedora, sem que a essa sequer se desse ci•ncia de
sua instaura•‹o: nulidade. Os mais elementares corol‡rios da garantia
constitucional do contradit—rio e da ampla defesa s‹o a ci•ncia dada ao
interessado da instaura•‹o do processo e a oportunidade de se manifestar e
produzir ou requerer a produ•‹o de provas; de outro lado, se se imp›e a

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garantia do devido processo legal aos procedimentos administrativos comuns, a
fortiori, Ž irrecus‡vel que a ela h‡ de submeter-se o desempenho de todas as
fun•›es de controle do Tribunal de Contas, de colorido quase - jurisdicional. A
incid•ncia imediata das garantias constitucionais referidas dispensariam previs‹o
legal expressa de audi•ncia dos interessados; de qualquer modo, nada exclui os
procedimentos do Tribunal de Contas da aplica•‹o subsidi‡ria da lei geral de
processo administrativo federal (L. 9.784/99), que assegura aos administrados,
entre outros, o direito a "ter ci•ncia da tramita•‹o dos processos administrativos
em que tenha a condi•‹o de interessado, ter vista dos autos (art. 3¼, II),
formular alega•›es e apresentar documentos antes da decis‹o, os quais ser‹o
objeto de considera•‹o pelo —rg‹o competente". A oportunidade de defesa
assegurada ao interessado h‡ de ser prŽvia ˆ decis‹o, n‹o lhe suprindo a
falta a admissibilidade de recurso, mormente quando o œnico admiss’vel Ž o de
reexame pelo mesmo plen‡rio do TCU, de que emanou a decis‹o.

STJ Ð EREsp 737741/RJ (21/8/2009)


ADMINISTRATIVO. CONTRATO ADMINISTRATIVO. RESCISÌO UNILATERAL.
INDENIZA‚ÌO POR LUCROS CESSANTES. CABIMENTO.
1. A rescis‹o do contrato administrativo por ato unilateral da Administra•‹o
Pœblica, sob justificativa de interesse pœblico, imp›e ao contratante a obriga•‹o
de indenizar o contratado pelos preju’zos da’ decorrentes (art. 69, I, ¤ 2¼,
do Decreto-Lei 2.300/86; art. 79, ¤ 2¼ da Lei 8.666/93), como tais
considerados, n‹o apenas os danos emergentes, mas tambŽm os lucros
cessantes (CC/1916, art. 1.059; CC/2002, art. 402). Precedentes.
2. Embargos de diverg•ncia a que se d‡ provimento.

STJ Ð RMS 15.166 (7/8/2003)


ADMINISTRATIVO. RECURSO ORDINçRIO EM MANDADO DE SEGURAN‚A.
LICITA‚ÌO. SAN‚ÌO DE INIDONEIDADE PARA LICITAR. EXTENSÌO DE
EFEITOS Ë SOCIEDADE COM O MESMO OBJETO SOCIAL, MESMOS SîCIOS
E MESMO ENDERE‚O. FRAUDE Ë LEI E ABUSO DE FORMA.
DESCONSIDERA‚ÌO DA PERSONALIDADE JURêDICA NA ESFERA
ADMINISTRATIVA. POSSIBILIDADE. PRINCêPIO DA MORALIDADE
ADMINISTRATIVA E DA INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSES PòBLICOS.

- A constitui•‹o de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os


mesmos s—cios e com o mesmo endere•o, em substitui•‹o a outra
declarada inid™nea para licitar com a Administra•‹o Pœblica Estadual,
com o objetivo de burlar ˆ aplica•‹o da san•‹o administrativa, constitui
abuso de forma e fraude ˆ Lei de Licita•›es Lei n.¼ 8.666/93, de modo a
possibilitar a aplica•‹o da teoria da desconsidera•‹o da personalidade
jur’dica para estenderem-se os efeitos da san•‹o administrativa ˆ nova
sociedade constitu’da.

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- A Administra•‹o Pœblica pode, em observ‰ncia ao princ’pio da moralidade
administrativa e da indisponibilidade dos interesses pœblicos tutelados,
desconsiderar a personalidade jur’dica de sociedade constitu’da com abuso de
forma e fraude ˆ lei, desde que facultado ao administrado o contradit—rio e a
ampla defesa em processo administrativo regular.
- Recurso a que se nega provimento.
*****

Por hoje Ž s— pessoal!

Bons estudos!

Erick Alves

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RESUMÃO DA AULA
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS: características
§ Administração atua nessa qualidade, com supremacia sobre o particular.
§ São regulados pelo direito público e, supletivamente, pelo direito privado.
§ Existência de cláusulas exorbitantes.
§ Natureza de contrato de adesão (cláusulas fixadas unilateralmente pela Administração).
§ Onerosidade e comutatividade.
§ Formalismo:
o Instrumento formal de contrato é obrigatório -> valores de concorrência e tomada de preços (inclusive
em casos de dispensa e inexigibilidade), exceto compras com entrega imediata.
o É possível contratos verbais para pequenas compras.
§ Natureza pessoal (intuitu personae): admite subcontratação parcial apenas se houver previsão no edital e
no contrato e estiver dentro do limite autorizado pela Administração.
§ Mutabilidade (ex: alteração unilateral, teoria da imprevisão).
§ Contratos privados: seguro, financiamento, locação, prestação de serviço público em que a Administração
é usuária (regem-se, predominantemente, pelo direito privado e, no que couber, pelo direito público,
inclusive cláusulas exorbitantes).

CLÁUSULAS NECESSÁRIAS
I. Objeto.
II. Regime de execução ou forma de fornecimento.
III. Preço, condições de pagamento e critérios de ajuste.
IV. Prazos de início e de conclusão, de entrega.
V. Crédito pelo qual correrá a despesa.
VI. Garantias oferecidas, quando exigidas.
VII. Direitos e responsabilidades das partes, penalidades cabíveis e valores das multas.
VIII. Casos de rescisão.
IX. Reconhecimento de direitos da Administração em caso de rescisão por inexecução do contrato.
X. Condições de importação, quando for o caso.
XI. Vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou.
XII. Legislação aplicável.
XIII. Obrigação do contratado de manter as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

CLÁUSULAS EXORBITANTES
§ Por modificação do projeto ou das especificações;
Alteração § Por acréscimo ou diminuição de seu objeto, em até 25% (ou até 50% de acréscimo em caso
unilateral de reforma de edifícios ou equipamentos).
§ Somente cláusulas de execução -> não pode alterar o equilíbrio econômico-financeiro.

§ Rescisão unilateral pela Administração:


ü Inadimplência do contratado, com ou sem culpa
ü Interesse público
Rescisão
ü Caso fortuito e força maior
unilateral O contratado tem
§ Quando a “culpa” é da Administração (não é cláusula exorbitante): direito à indenização
ü Amigável
ü Judicial

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§ Advertência
§ Multa
Aplicação de
§ Suspensão temporária de participação em licitação e de contratar, por até dois anos.
sanções
§ Declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração enquanto
perdurarem os motivos da punição ou até a reabilitação, no mínimo após dois anos.

§ Poderá ser exigida garantia do contratado, até 5% do valor do contrato (até 10% em
contrato de grande vulto com alta complexidade).
Exigência de § Deve haver previsão expressa no instrumento convocatório.
garantia § Modalidades de garantia (opção do contratado): caução em dinheiro ou títulos da dívida
pública; seguro garantia; fiança bancária.
§ Não se confunde com garantia da proposta (até 1% do valor estimado do objeto).

Fiscalização § Realizada por representante designado, permitida a contratação de terceiros para auxílio.
pela § Poderá determinar o que for necessário à regularização dos problemas observados ou, se
Administração as decisões ultrapassarem sua competência, solicitá-las a seus superiores.

§ Garante a continuidade dos serviços essenciais.


Ocupação
§ Hipóteses: (i) como medida cautelar; e (ii) após a rescisão do contrato.
temporária
§ Incide sobre bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao contrato.

Restrições à § Somente após 90 dias de atraso é que o contratado pode demandar a rescisão do contrato
oposição da administrativo ou, ainda, paralisar a execução dos serviços, após notificação prévia.
exceção do § Em caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, o
contrato não particular não poderá opor a exceção do contrato não cumprido mesmo diante de atraso de
cumprido pagamento superior a 90 dias.

DURAÇÃO DOS CONTRATOS


§ O prazo dos contratos não pode ser indeterminado.
§ Regra: prazo restrito aos créditos orçamentários (no mesmo exercício).
§ Exceções:
o Projetos incluídos no PPA -> máximo de 4 anos
o Serviços de execução continuada -> Até 60 meses e excepcionalmente por mais 12 meses
o Aluguel equipamentos e programas informática -> até 48 meses
o Segurança nacional e inovação tecnológica (licitação dispensável) -> até 120 meses

EXECUÇÃO DOS CONTRATOS


Ø Responsabilidade pelos encargos:
§ Fiscais, comerciais e trabalhistas -> da empresa contratada.
§ Previdenciários -> solidária com a Administração.

FORMAS DE RECEBIMENTO DO OBJETO


Ø Provisório e definitivo:
§ Obras ou serviços -> termo circunstanciado
§ Compras ou locação de equipamentos -> recibo (exceto equipamentos de grande vulto -> termo circunstanciado
Ø Definitivo (dispensado o provisório):
§ Gêneros perecíveis, serviços técnicos profissionais, obras e serviços até R$ 80 mil -> recibo.

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EXTINÇÃO DO CONTRATO
§ Naturalmente, por cumprimento do objeto ou término do prazo.
§ Impossibilidade material ou jurídica.
§ Anulação (ex tunc): dever de indenizar o contratado, exceto de este tiver contribuído para a ilegalidade.
§ Rescisão (ex nunc): unilateral, amigável ou judicial

TEORIA DA IMPREVISÃO
Eventos excepcionais e imprevisíveis, ou de consequências imprevisíveis, que provocam desequilíbrio da
equação econômico-financeira do contrato, e totalmente estranhos à vontade das partes.

Ø Fato do príncipe: ato geral de Governo, não relacionado diretamente com o contrato, que proíbe ou
encarece a execução.
Ø Fato da Administração: ato da Administração diretamente ligado ao contrato, que dificulta ou impede sua
execução.
Ø Força maior: evento humano, como uma greve ou rebelião.
Ø Caso fortuito: evento da natureza, como uma inundação.
Ø Interferências imprevistas: fatos imprevisíveis, preexistentes ao contrato, mas só descobertos
posteriormente ao início da execução; oneram, mas não impedem a execução.

ESPÉCIES DE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS


1. Contrato de fornecimento.
2. Contrato de obra pública.
3. Contrato de serviços.
4. Contrato de concessão de serviços públicos, de obra pública ou de uso de bem público.

Ø Execução das obras e serviços:


§ Execução direta: feita pela própria Administração.
§ Execução indireta: contratada com terceiros. Regimes de execução:
o Empreitada por preço global: valor fechado de toda a execução.
o Empreitada por preço unitário: valor unitário por unidades executadas.
o Empreitada integral: valor fechado de todo um empreendimento, pronto para funcionar.
o Tarefa: mão-de-obra para pequenos trabalhos.

Ø Contratos -> interesses opostos

Ø Convênios -> interesses comuns

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QUESTÕES COMENTADAS NA AULA

1. (Cespe – AGU 2013) Os contratos administrativos, embora bilaterais, não se


caracterizam pela horizontalidade, já que as partes envolvidas não figuram em posição de
igualdade.
2. (Cespe – CNJ 2013) Em virtude do princípio do formalismo, os contratos
administrativos devem ser formalizados por meio de instrumento escrito, salvo os de
pequenas compras para pronto pagamento, em que se admite contrato verbal com a
administração pública.
3. (Cespe – TRT10 2013) Para os fins legais, somente será considerado contrato o
ajuste firmado entre a administração pública e particular que seja assim expressamente
denominado em documento formal por escrito.
4. (Cespe – MIN 2013) O resumo do instrumento de contrato deve ser publicado na
imprensa oficial no prazo máximo de vinte dias, contados a partir do quinto dia útil do mês
seguinte ao de sua assinatura.

5. (Cespe – MTE 2014) Todos os contratos para os quais a lei exige licitação são
firmados intuitu personae, ou seja, em razão de condições pessoais do contratado,
apuradas no procedimento da licitação.

6. (Cespe – Polícia Federal 2014) O princípio da impessoalidade, no que se refere à


execução de obras públicas, proíbe a subcontratação de empresas para a execução de
parte do serviço licitado, porquanto a escolha pessoal do subcontratado pelo contratado
viola o interesse público.

7. (Cespe – TCU 2010) O regime de execução ou a forma de fornecimento constitui


cláusula necessária em todo contrato firmado pela administração pública.

8. (Cespe – MPTCDF 2013) No contrato administrativo, é vedada a existência de


cláusula compromissória que institua o juízo arbitral para dirimir conflitos relativos a direitos
patrimoniais disponíveis pertencentes a sociedade de economia mista.

9. (Cespe – Polícia Federal 2014) Como o contrato administrativo é um contrato de


adesão, todo o seu conteúdo será definido unilateralmente pela própria administração.

10. (Cespe – ICMBio 2014) O contrato administrativo exige licitação em qualquer


situação, cabendo à administração pública determinar as cláusulas exorbitantes, que
conferem poderes ao contratado, a fim de eliminar as desvantagens do contrato.

11. (Cespe – Polícia Federal 2013) A alteração contratual deve observar a


indispensabilidade do tratamento igualitário a todos que estejam na mesma situação e a
manutenção do interesse público.

12. (Cespe – TRT10 2013) A execução de contrato deve ser acompanhada e fiscalizada
por representante da administração designado especialmente para tal, não sendo permitida

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a contratação de terceiros para subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição, por
se tratar de atividade típica do Estado.

13. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Qualquer auxílio prestado pela fiscalização na
interpretação dos desenhos, memoriais, especificações e demais elementos de projeto, bem
como na condução dos trabalhos, poderá ser invocado para eximir a contratada da
responsabilidade pela execução dos serviços e obras.

14. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Não cabe à fiscalização paralisar e(ou) solicitar
o refazimento de qualquer serviço que não seja executado em conformidade com o projeto,
norma técnica ou qualquer disposição oficial aplicável ao objeto do contrato.

15. (Cespe – Bacen 2013) Durante a execução do contrato dos serviços de segurança e
vigilância do edifício sede do Banco Central do Brasil, o representante da administração
pública responsável por acompanhar e fiscalizar a execução do contrato tem autonomia
para autorizar a redução no número de postos de vigilância nele previstos.

16. (Cespe – MDIC 2014) Na administração pública, a gestão de contratos abrange as


etapas de gerenciamento, acompanhamento e fiscalização, desde a concepção do edital da
licitação até a assinatura do contrato.

17. (Cespe – TCU 2010) A declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a
administração pública constitui sanção, aplicável ao contratado, que não admite reabilitação.

18. (Cespe – TCU 2010) A sanção de suspensão temporária de participação em licitação


e impedimento de contratar com a administração pública por prazo não superior a dois anos
pode ser aplicada aos profissionais que tenham sofrido condenação definitiva por praticar,
de forma dolosa, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos.

19. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Em casos de faltas contratuais por parte do
contratado, é assegurado ao ente contratante o direito de intervir na execução do contrato,
de modo a garantir a continuidade de um serviço público considerado essencial à
sociedade.

20. (Cespe – TCU 2013) Visando resguardar o adequado cumprimento do contrato


administrativo, a administração pública deve indicar e exigir, entre as opções legalmente
previstas, a garantia a ser prestada pelo particular contratado para executar obras, serviços
e compras no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios.

21. (Cespe – MIN 2013) A prestação de garantia pelo particular é obrigatória para a
execução de contratos administrativos, por constituir exigência expressa em lei.

22. (Cespe – MPU 2010) A duração de contratos regidos pela Lei de Licitações está
limitada à vigência dos créditos orçamentários referentes a tais contratos. A única exceção
feita por essa lei são os projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no plano plurianual, os quais podem ser prorrogados se houver interesse da
administração.

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23. (Cespe – TCU 2010) Quando regidos pela Lei n.o 8.666/1993, os contratos relativos
ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática devem ter duração
adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários.

24. (Cespe – MIN 2013) Embora os contratos administrativos possam ser prorrogados, é
vedado à administração pública celebrar o contrato com prazo de vigência indeterminado.

25. (Cespe – Ministério da Justiça 2013) Considerados os limites estabelecidos pela lei,
o recebimento provisório ou definitivo da obra não exclui a responsabilidade civil e ético
profissional, por parte da contratada, pela solidez e segurança da obra ou do serviço e pela
perfeita execução do contrato.

26. (Cespe – TCU 2012) Aplica-se ao contrato administrativo a teoria das nulidades,
segundo sua configuração tradicional do direito privado. Assim, a declaração de nulidade do
contrato administrativo opera retroativamente, impedindo os efeitos jurídicos que ele deveria
produzir e desconstituindo os já produzidos, o que isenta inteiramente a administração
pública do dever de indenizar o contratado.

27. (Cespe – TJDFT 2013) Suponha que, na execução de determinada obra pública, o
contratado paralise a obra sem justa causa e sem prévia comunicação à administração.
Nesse caso, a administração estará legitimada a promover a rescisão do contrato após obter
autorização judicial em ação proposta com essa finalidade específica.

28. (Cespe – Polícia Federal 2013) Considere que uma empresa vencedora de certame
licitatório subcontrate, com terceiro, o objeto do contrato firmado com a administração
pública, apesar de não haver previsão expressa para tanto no edital ou no contrato. Nessa
situação, caso o contrato seja prestado dentro do prazo estipulado e com estrita observância
aos critérios de qualidade impostos contratualmente, não poderá a administração rescindir o
contrato unilateralmente, visto que não se configura hipótese de prejuízo ou
descumprimento de cláusulas contratuais.

29. (Cespe – CNJ 2013) Considere que uma sociedade empresária tenha celebrado
contrato administrativo de prestação de serviço com determinado órgão público. Nessa
situação hipotética, caso a administração julgue conveniente a substituição da garantia de
execução, o contrato poderá ser alterado unilateralmente.

30. (Cespe – MPE/TO 2012) O regime jurídico dos contratos previsto na Lei n.º
8.666/1993 confere à administração pública prerrogativas que incluem a exigência do
cumprimento do contrato, sem alteração das condições inicialmente pactuadas,
independentemente da ocorrência de álea econômica ou administrativa.

31. (Cespe – GDF 2013) Dada a necessidade de aumento da rede pública de ensino do
estado Y, o secretário de educação, com o intuito de construir uma nova escola pública,
resolveu consultar a procuradoria do estado para que esta esclarecesse algumas dúvidas
relacionadas ao modelo licitatório e às normas contratuais aplicáveis à espécie.
Com referência a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

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Desde que haja previsão editalícia e contratual, e depois de demonstrada analiticamente a
variação dos custos, a eventual contratada no processo licitatório poderá solicitar a
repactuação dos preços ajustados.

32. (FCC – TRT 14 2016) A empresa WX, vencedora de licitação promovida pela União
Federal, foi convocada para assinar o respectivo contrato administrativo. No curso do prazo
de convocação para a assinatura do contrato, a mencionada empresa solicitou prorrogação
do prazo, justificando a impossibilidade de assinar o contrato dentro do lapso temporal
inicialmente previsto. Nos termos da Lei nº 8.666/1993, o prazo de convocação para a
assinatura do contrato
a) não admite qualquer tipo de prorrogação.
b) poderá ser prorrogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o
seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.
c) admite prorrogação automática uma única vez, que, portanto, independe de justificativa,
bastando a solicitação da empresa contratante.
d) poderá ser prorrogado uma vez, por período igual ou superior, quando solicitado pela
parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela
Administração.
e) poderá ser prorrogado duas vezes, por período igual ou inferior, desde que solicitado pela
parte durante seu transcurso e haja motivo justificado aceito pela Administração.

33. (FCC – Procurador TCM/RJ 2015) Os contratos administrativos tem, em regra, o


prazo de vigência atrelado ao prazo de execução do respectivo crédito orçamentário, o que,
dessa forma, impede a prorrogação contratual e a vigência para além do prazo máximo
fixado na Lei nº 8.666/1993. Os contratos privados da Administração pública, no entanto,
admitem tanto disposições típicas de contrato administrativo quanto prorrogação automática,
como nos casos de
a) hipoteca, que prescindem de autorização legislativa para gravar bens públicos dominicais
e de uso especial, vedada apenas sua utilização sobre bens de uso comum do povo.
b) contrato de arrendamento de terras públicas, com dispensa de licitação, mas com prazo
de vigência típico dos contratos de prestação de serviço contínuo.
c) permissão de uso de espaços públicos, que podem ser firmados por prazo indeterminado,
mas podem exigir licitação.
d) contratos de locação, que exigem licitação ou procedimento para contratação por
dispensa de licitação, mas permitem sucessivas prorrogações do prazo de vigência, sem
estarem limitados ao prazo máximo de sessenta meses.
e) contrato de prestação de serviços contínuos, tais como limpeza e vigilância, que exigem
prévia licitação, mas admitem prorrogação por igual prazo sucessiva e repetidas vezes, sem
limite legal máximo, tal qual nos contratos de locação e arrendamento.

34. (FCC – TRT4 2015) A Administração necessita de um imóvel para instalar um posto
de saúde e está estudando as alternativas mais adequadas, do ponto de vista de valor,

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localização e prazo para disponibilização. De acordo com a legislação que rege a matéria,
afigura-se possível a
a) aquisição precedida de processo licitatório, que somente pode ser dispensado na
hipótese de desapropriação.
b) permuta, desde que com outro imóvel de igual valor, exclusivamente entre órgãos ou
entidades da Administração pública.
c) aquisição, com inexigibilidade de licitação, se comprovada a urgência no atendimento do
interesse público e observada a compatibilidade de preço com o mercado.
d) locação, dispensado o procedimento licitatório, se comprovado que as necessidades de
instalação e localização condicionam a escolha, observada a compatibilidade de preço com
o mercado.
e) aquisição ou locação, sempre precedida de licitação, cabendo a dispensa apenas na
hipótese de permissão de uso incidente sobre imóvel pertencente a outro órgão ou entidade
da Administração pública.

35. (FCC – Sefaz/PI 2015) Sabe-se que os contratos administrativos diferem dos
contratos regidos pelo direito privado. São muitas as peculiaridades e derrogações, podendo
ser destacada, como característica privativa daqueles contratos em face dos contratos
regidos pelo direito privado, a
a) possibilidade de prorrogação do prazo de vigência, independentemente da natureza do
objeto, a fim de atender o interesse público.
b) necessidade de autorização legislativa específica para celebração de contratos de
fornecimento e de prestação de serviços.
c) inexecução dos contratos, que enseja imediata suspensão dos pagamentos devidos pela
Administração pública, independentemente da natureza jurídica do objeto da avença.
d) necessidade de indenização do contratado por danos concretos e lucros cessantes no
caso de rescisão do contrato, ainda que se esteja diante de hipótese de culpa do contratado,
como caducidade ou encampação.
e) duração de grande parte dos contratos administrativos adstrita à vigência dos créditos
orçamentários a eles relativos.

36. (FCC – TRE/RR 2015) Uma das características dos contratos administrativos
denomina-se comutatividade, segundo a qual o contrato administrativo
a) deve ser executado pelo próprio contratado.
b) se expressa por escrito e com requisitos especiais.
c) é remunerado na forma convencionada.
d) pressupõe anterior licitação.
e) se reveste de obrigações recíprocas e equivalentes para as partes.

37. (FCC – Juiz TJ/PE 2015) No que tange ao regime jurídico dos contratos celebrados
pela Administração pública, é correto afirmar:

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a) Em contrato de obra pública, a inadimplência do contratado, com referência aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não pode onerar o objeto do contrato ou restringir a
regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.
b) A Administração pública pode alterar unilateralmente o contrato administrativo, para
restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do
contratado e a retribuição da administração para a justa remuneração da obra, serviço ou
fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do
contrato, na hipótese de sobrevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de
consequências incalculáveis, retardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou,
ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configurando álea
econômica extraordinária e extracontratual.
c) Em vista do princípio da supremacia do interesse público, considera-se que todo e
qualquer contrato firmado pelos entes da Administração pública é contrato administrativo,
dotado de cláusulas exorbitantes, tais como a possibilidade de alteração unilateral do ajuste.
d) Em face da indisponibilidade do interesse público, a solução de litígios por meio de
arbitragem não é admitida em contratos administrativos de nenhuma espécie.
e) Dado o formalismo dos contratos administrativos, é nulo e de nenhum efeito a celebração
de contratos por meio verbal, seja qual for o valor ou natureza da contratação.

38. (FCC – TCM/GO 2015) Os contratos administrativos e os de direito privado se


distinguem entre si, a despeito de ambos integrarem a categoria dos negócios jurídicos.
Contudo, apenas os contratos administrativos
a) obrigam terceiros estranhos à relação jurídica, o que se denomina força obrigatória do
vínculo.
b) podem ser ajustados de forma verbal e por prazo indeterminado, em razão do princípio da
indisponibilidade do interesse público sobre o privado.
c) podem ser unilateralmente modificados ou rescindidos pelo Poder Público, para
atendimento de um fim de interesse público, respeitado o seu equilíbrio econômico-
financeiro.
d) são mutáveis, possibilitando a instabilização da relação jurídica, desde que tenham sido
firmados por meio de procedimento licitatório, o que se denomina comutatividade.
e) são regidos predominantemente por normas de direito privado, em razão do princípio da
autonomia da vontade.

39. (FCC – TCM/GO 2015) O Município de Itumbiara, por intermédio de sua Secretaria da
Saúde, precisa adquirir um lote de vacinas que será utilizado na campanha de prevenção da
gripe “A”. Para tanto, a Secretaria está autorizada a
a) celebrar contrato em nome próprio, porque o ordenamento jurídico confere ao referido
órgão autonomia em relação ao Município.
b) adquirir o medicamento sem a formalização de contrato, de forma verbal, em nome do
Secretário, porquanto a exigência de formalização de ajuste por contrato escrito só se aplica
às pessoas jurídicas.

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c) celebrar contrato em nome próprio, porque o ordenamento jurídico confere a referido ente
público personalidade jurídica própria, a despeito de não conferir autonomia em relação ao
Município ao qual pertence.
d) celebrar contrato em nome do Município de Itumbiara, ao qual referido órgão público se
vincula.
e) celebrar contrato em nome do Secretário, autoridade máxima do referido órgão público,
não havendo necessidade de participação do Município, porque o órgão dispõe de
personalidade judiciária, a despeito de não possuir personalidade jurídica própria.

40. (FCC – Manausprev 2015) Quando se fala das características dos contratos
administrativos normalmente há alguma referência à mutabilidade da avença, o que
consiste, dentre outras hipóteses,
a) na faculdade de o Poder Público impor alterações unilaterais quantitativas e qualitativas,
independentemente do valor, desde que mantido o equilíbrio econômico- financeiro da
avença e que haja previsão orçamentária para tanto.
b) na possibilidade de alteração do objeto, garantia e valor dos contratos administrativos,
irrestritamente, desde que haja interesse público para tanto.
c) na possibilidade de, nos limites da lei, alteração unilateral pelo Poder Público contratante,
para adaptação à superveniente necessidade de adequação ao interesse público, mantido o
equilíbrio econômico-financeiro.
d) em admitir alterações unilaterais pelas partes, de acordo com os fundamentos legais
existentes e desde que mantido o equilíbrio econômico-financeiro da avença.
e) na possibilidade de aditamento para substituição da contratada diante de inadimplência
contumaz por parte da vencedora da licitação.

41. (FCC – TRE/SE 2015) O Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe decidiu realizar
procedimento licitatório para a construção de relevante obra pública. Assim, no instrumento
convocatório, fixou as condições em que pretende contratar, estabelecendo previamente as
cláusulas do contrato administrativo.
Trata-se especificamente da seguinte característica inerente aos contratos administrativos:
a) natureza intuitu personae.
b) bilateralidade.
c) mutabilidade.
d) contrato de adesão.
e) comutatividade.

42. (FCC – TRE/PB 2015) Os contratos administrativos diferem dos demais contratos
firmados pela Administração pública, pois
a) os contratos administrativos, em razão da incidência do regime legal, submetem-se ao
regime jurídico de direito privado, com exceção do que diz respeito às cláusulas
exorbitantes, que são de direito público e permitem a alteração unilateral quantitativa.

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b) a Administração pública, para a celebração dos contratos administrativos, é obrigada a
licitar; para os demais contratos e ajustes, não há essa obrigação.
c) os contratos administrativos sempre dispõem sobre serviços públicos, enquanto os
demais contratos podem tratar de objetos de outras naturezas, como contratações de
serviços de fornecimento.
d) os contratos administrativos podem ser verbais, a critério do administrador, não
importando a forma sob a qual estão revestidos, mas sempre estabelecem prerrogativas em
favor do Poder Público para que prepondere o interesse público.
e) os contratos administrativos permitem à Administração pública a alteração unilateral,
ainda que, para isso, dependa de fundamentos e justificativas e se submeta a limites, a fim
de afastar qualquer possibilidade de arbitrariedade.

43. (FCC – TRE/PB 2015) Equação econômico-financeira do contrato, nos dizeres de


José dos Santos Carvalho Filho, é a relação de adequação entre o objeto e o preço, que
deve estar presente ao momento em que se firma o ajuste. Quando é celebrado qualquer
contrato, inclusive o administrativo, as partes se colocam diante de uma linha de equilíbrio
que liga a atividade contratada ao encargo financeiro correspondente.
(Manual de Direito Administrativo, 25ª edição, 2012. São Paulo: Atlas, p. 197)
Essa equação:
a) serve de parâmetro fundamental para a definição da melhor proposta para a
Administração na fase de licitação, mas não impede que haja variações posteriores,
permitindo ao contratado a rescisão unilateral administrativa da avença.
b) deve acompanhar o contrato durante toda sua execução, razão pela qual a lei estabelece
mecanismos e garantias para restabelecimento daquele equilíbrio, permitindo, por exemplo,
aditamentos contratuais para alterações quantitativas no valor.
c) concede ao Poder Público a ferramenta de alterar o valor do contrato sempre que o
equilíbrio entre valor e objeto for comprometido, ficando o contratado obrigado a aceitar
essa ingerência, tanto em acréscimos, quanto em supressões.
d) recomenda que em todo início de ano seja feita nova pesquisa de mercado para
adequação e garantia dos valores reais objeto da contratação, permitindo a celebração de
novo ajuste, anualmente, entre as partes quando evidenciado o desequilíbrio.
e) está presente somente nos contratos que envolvam a prestação de serviço público, pois é
fundamental que a qualidade do serviço disponibilizado ao usuário seja mantida desde o
início do contrato.

44. (ESAF – Susep 2010) Caracterizam-se por serem regidos pelo direito privado quanto
ao conteúdo e aos efeitos, porém sem ignorar as limitações trazidas pelo regime jurídico
público, os contratos de:
a) fornecimento de mão de obra.
b) locação em que o Poder Público seja locatário.
c) concessão de serviço público.

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d) fornecimento de bens de consumo.
e) construção de obra pública.

45. (ESAF – CGU 2012) A coluna I, abaixo, traz as características de três instrumentos
jurídicos utilizados para a recomposição da equação econômico-financeira. Já a coluna II
traz a nomenclatura desses institutos. Correlacione as colunas I e II para, ao final, assinale a
sequência correta para a coluna I.

a) 1 / 2 / 3
b) 3 / 1 / 2
c) 2 / 1 / 3
d) 1 / 3 / 2
e) 3 / 2 / 1

46. (ESAF – Pref./RJ 2010) Referente aos contratos administrativos, assinale a opção
incorreta.
a) É motivo de rescisão contratual a subcontratação parcial do objeto do ajuste, desde que
não admitida no edital e no contrato.
b) Considera-se condição de eficácia do contrato administrativo a publicação do seu extrato
na imprensa oficial.
c) A Lei 8.666, de 1993, mitigou a lição tradicional de óbice à "Exceção de Contrato não
Cumprido", por parte do particular, quando houver inadimplemento da Administração,
prevendo hipótese de rescisão contratual em face do atraso de pagamento pelo Poder
Público.
d) É vedada a realização, pela Administração, de contratação verbal, de sorte que todo
ajuste pressupõe formalização mediante termo de contrato.

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e) O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a
terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução contratual, não excluindo ou
reduzindo tal responsabilidade a fiscalização do ajuste por agente da Administração.

47. (ESAF – CGU 2008) Na elaboração dos contratos a serem celebrados pela
Administração Pública, são cláusulas necessárias, exceto:
a) os casos de rescisão.
b) o regime de execução e a forma de recebimento.
c) o cronograma de desembolso dos recursos.
d) o crédito pelo qual ocorrerá a despesa.
e) o objeto e seus elementos característicos.

48. (ESAF – CGU 2012) O Tribunal de Contas da União, em sede de tomada de contas
ordinária, recomendou a autarquia federal que se abstivesse de prorrogar determinado
contrato firmado após procedimento licitatório ocorrido sob a modalidade de Pregão.
Acatando a recomendação do TCU, a autarquia iniciou procedimento licitatório para a
contratação do mesmo objeto, deixando de prorrogar a contratação.
Acerca do caso concreto acima narrado, indique a opção correta.
a) O TCU deveria ter chamado a empresa prejudicada em oitiva, visando garantir o
contraditório e a ampla defesa.
b) A empresa prejudicada teve ferido seu direito a contratação, adquirido quando se saiu
vencedora da licitação.
c) Há apenas expectativa de direito da empresa à prorrogação do ajuste, estando a decisão
no âmbito de discricionariedade da Administração.
d) Sendo a relação jurídica travada entre o TCU e a Administração Pública Federal, ambos
deveriam ter se preocupado em garantir o contraditório e a ampla defesa à empresa
prejudicada.
e) O contratado somente não faria jus à prorrogação se a contratação não tivesse sido
precedida de licitação.

49. (ESAF – CGU 2012) Em se tratando de serviços, executado o contrato, o seu objeto
será recebido provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização,
mediante termo circunstanciado assinado
a) pelo fiscal em até cinco dias úteis da comunicação escrita do contratado.
b) pelo fiscal em até quinze dias úteis da comunicação oral do contratado.
c) pelo gestor administrativo em até três dias úteis da comunicação escrita do contratado.
d) pelas partes em até quinze dias da comunicação escrita do contratado.
e) pelas partes em até três dias da comunicação escrita do contratado.

50. (ESAF – CGU 2008) São motivos para a rescisão do contrato administrativo, exceto:

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a) a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que
prejudique a execução do contrato.
b) a subcontratação total ou parcial do seu objeto, não admitidas no edital e no contrato.
c) a alteração do valor do contrato para reduzi-lo em vinte por cento.
d) o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento.
e) o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos e prazos.

51. (ESAF – CGU 2012) Determinada municipalidade firmou contrato de prestação de


serviços com a empresa "W". A contratação ainda vigia quando foi declarada nula, após o
Tribunal de Contas competente para fiscalizar o Município ter apontado vício insanável ante
a ausência de prévia licitação.
Acerca da situação fática acima narrada, assinale a opção correta.
a) Quando houve a declaração de nulidade, as prestações resolveram-se de parte a parte,
sendo dever de cada um suportar os próprios prejuízos.
b) O contratado faz jus à indenização dos prejuízos ainda que tenha concorrido para a
nulidade.
c) O ente público não poderá deixar de efetuar o pagamento pelos serviços prestados, ou
pelos prejuízos decorrentes do encerramento antecipado da avença.
d) O custo da desmobilização não deve integrar os danos emergentes porquanto já pago
nas parcelas iniciais do contrato.
e) Não há que se falar em indenização do contratado pelos lucros cessantes, sendo devida
apenas a reparação pelos danos emergentes regularmente comprovados.

52. (ESAF – CVM 2010) O regime jurídico dos contratos administrativos instituído pela Lei
n. 8.666/1993 confere à Administração, em relação a eles, as seguintes prerrogativas,
exceto:
a) modificá-los unilateralmente, respeitados os direitos do contratado.
b) aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste.
c) rescindi-los unilateralmente, nos casos especificados.
d) suspender pagamentos devidos, a título de sanção administrativa.
e) fiscalizar-lhes a execução.

53. (ESAF – CVM 2010) A critério da autoridade competente, e desde que prevista no
instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas contratações de
obras, serviços e compras, cabendo ao contratado optar por uma das seguintes
modalidades de garantia, exceto:
a) caução em dinheiro.
b) seguro-garantia.
c) cédula hipotecária.

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d) fiança bancária.
e) caução em títulos da dívida pública.

54. (ESAF – CGU 2012) Determinada empresa "A" fora punida com a penalidade inscrita
no inciso IV do art. 87 da Lei n. 8.666/93. Passados seis meses após a aplicação definitiva
da penalidade, seus únicos dois sócios constituíram a empresa "B", com o mesmo objetivo
social, mesmo quadro societário e mesmo endereço.
Após sua constituição, a empresa "B" acudiu à licitação conduzida pelo mesmo município
que aplicara a penalidade à empresa "A".
O município condutor do certame, após ter percebido o indigitado feito, (assegurados o
contraditório e a ampla defesa à empresa "B") estendeu à empresa "B" os efeitos da sanção
de inidoneidade para licitar aplicada à empresa "A", aplicando-se no caso em tela a
desconsideração da personalidade jurídica na esfera administrativa.
Acerca do caso concreto acima descrito, assinale a opção correta.
a) A extensão da penalidade à empresa "B" seria válida ainda que não tivesse sido
precedida de procedimento administrativo que lhe tenha garantido o contraditório e a ampla
defesa.
b) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" não era
autoexecutório e seria necessário levar o caso à apreciação do Poder Judiciário.
c) O ato administrativo que estendeu os efeitos da penalidade à empresa "B" é nulo, posto
que a lei não faculta à Administração Pública a possibilidade de desconsiderar a
personalidade jurídica para estender sanções administrativas a outra sociedade empresária.
d) A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica neste caso concreto
deu-se em respeito ao princípio da moralidade administrativa.
e) Somente Poder Judiciário, em situações envolvendo relação de consumo, poderia
desconsiderar a personalidade jurídica de uma empresa.

55. (ESAF – CGU 2012) A aplicação da teoria da imprevisão deriva da conjugação dos
seguintes requisitos, exceto:
a) Inimputabilidade do evento às partes.
b) Ausência de impedimento absoluto.
c) Imprevisibilidade do evento ou incalculabilidade de seus efeitos.
d) Grave modificação das condições do contrato.
e) Álea ordinária, também chamada de risco do negócio.

56. (ESAF – CGU 2012) A empresa "X", contratada pela União Federal, por intermédio do
Ministério da Fazenda para prestar serviços de limpeza, conservação e asseio, solicita ao
contratante a recomposição do equilíbrio econômico-financeiro do contrato em virtude do
aumento salarial determinado por dissídio coletivo da categoria profissional e com base na
teoria da imprevisão.

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Acerca da situação fática acima narrada e de acordo com a jurisprudência majoritária no
STJ, assinale a opção correta.
a) O dissídio coletivo é acontecimento imprevisível capaz de legitimar a aplicação da teoria
da imprevisão.
b) O dissídio coletivo é acontecimento previsível, porém de consequências incalculáveis e,
portanto, legitima a aplicação da teoria da imprevisão.
c) O dissídio coletivo da categoria profissional constitui-se em álea ordinária, capaz de
legitimar a teoria da imprevisão.
d) O aumento salarial dos empregados da contratada em virtude de dissídio coletivo
constitui evento certo que deveria ser levado em conta quando da efetivação da proposta.
e) O dissídio coletivo de categoria profissional configura álea extraordinária, capaz de
possibilitar a aplicação da teoria da cláusula rebus sic stantibus.

57. (Cespe – DP/MA 2011) Com relação ao que estabelece a Lei de Licitações acerca
dos contratos administrativos, assinale a opção correta.
a) Será nulo e sem nenhum efeito o contrato verbal com a administração, ainda que seu
objeto envolva pequenas compras de pronto pagamento.
b) Os contratos podem ser alterados unilateralmente pela administração quando
conveniente a substituição da garantia de execução.
c) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos podem
ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
d) A declaração de nulidade do contrato, imputável ao contratado, exonera a administração
do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data da
declaração.
e) Tratando-se de serviços essenciais, é vedada a ocupação provisória de bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, caso haja rescisão do contrato
administrativo.

58. (Cespe – TRT10 2013) Considere que, no decorrer de uma obra pública orçada
inicialmente em R$ 200 milhões, tenham sido lavrados dois termos aditivos. Considere,
ainda, que o primeiro termo aditivo tenha alterado o valor da obra para R$ 170 milhões e
que o segundo, necessário à conclusão do empreendimento, para R$ 220 milhões. Nessa
situação, o limite legal para aditivos foi observado, não havendo irregularidade.

59. (Cespe – Câmara dos Deputados 2012) A declaração de inidoneidade de uma


empresa foi publicada no primeiro dia de determinado mês. Nessa situação, o prazo para
interposição do pedido de reconsideração deve ser contado a partir da data da publicação
da declaração.

60. (Cespe – Auditor TCE PR 2016) O artigo 71 da Lei de Licitações assim dispõe: Art.
71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais resultantes da execução do contrato.

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§ 1.º A inadimplência do contratado com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e
comerciais não transfere à administração pública a responsabilidade por seu pagamento,
nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras e
edificações, inclusive perante o registro de imóveis. (redação dada pela Lei n.º 9.032/1995)
No julgamento da ADC n.º 16, o STF enfrentou a questão da constitucionalidade do § 1.º do
art. 71 acima transcrito e, após analisar se a administração pública poderia ser
responsabilizada pelos encargos trabalhistas devidos por empresas que prestem serviço ao
poder público, assentou o entendimento de que o dispositivo objeto do referido parágrafo é
A) parcialmente inconstitucional, devendo ser interpretado à luz dos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade.
B) constitucional, porém a norma somente se aplica aos casos em que a empresa
contratada for controlada por uma pessoa jurídica de direito público.
C) constitucional, pois não pode ser automaticamente transferida para a administração
pública a responsabilidade pela inadimplência negocial da empresa contratada.
D) inconstitucional, por ferir o princípio da supremacia do interesse público.
E) inconstitucional, pois a administração deve responder pelo risco administrativo.

61. (FGV – OAB 2015) O Município C está elaborando edital de licitação para a
contratação de serviço de limpeza predial. A respeito do prazo de duração desse contrato,
assinale a afirmativa correta.
A) O prazo de duração do contrato está adstrito à vigência do respectivo crédito
orçamentário, sem possibilidade de prorrogação.
B) O contrato de prestação de serviços pode ser celebrado pelo prazo de até 48 meses.
C) O contrato pode ser celebrado por prazo indeterminado, mantendo-se vigente enquanto
não houver melhor preço do que o da proposta vencedora da licitação.
D) O contrato poderá ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a
sessenta meses.
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GABARITO

2) C 3) E 4) C 5) C
1) C
7) C 8) E 9) E 10) E
6) E
12) E 13) E 14) E 15) E
11) C
17) E 18) C 19) C 20) E
16) E
22) E 23) E 24) C 25) C
21) E
27) E 28) E 29) E 30) E
26) E
32) b 33) d 34) d 35) e
31) E
37) a 38) c 39) d 40) c
36) e
42) e 43) b 44) b 45) b
41) d
47) c 48) c 49) d 50) c
46) d
52) d 53) c 54) d 55) e
51) c
57) d 58) E 59) E 60) C
56) d

61) d

(61) 98352 5872


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Referências:
Alexandrino, M. Paulo, V. Direito Administrativo Descomplicado. 22ª ed. São Paulo:
Método, 2014.
Bandeira de Mello, C. A. Curso de Direito Administrativo. 32ª ed. São Paulo: Malheiros,
2015.
Borges, C.; Sá, A. Direito Administrativo Facilitado. São Paulo: Método, 2015.
Carvalho Filho, J. S. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. São Paulo: Atlas, 2014.
Di Pietro, M. S. Z. Direito Administrativo. 28ª ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
Furtado, L. R. Curso de Direito Administrativo. 4ª ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.
Knoplock, G. M. Manual de Direito Administrativo: teoria e questões. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2013.
Justen Filho, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014.
Meirelles, H. L. Direito administrativo brasileiro. 41ª ed. São Paulo: Malheiros, 2015.
Scatolino, G. Trindade, J. Manual de Direito Administrativo. 2ª ed. JusPODIVM, 2014.

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