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Há gestos e rotinas essenciais para reduzir o risco de uma contaminação que pode ser mortal. Chega a casa e não
sabe como agir? Tem um familiar suspeito ou infetado com covid-19 em casa? Como desinfetar as superfícies? Caiu
mais uma receita de vodka na caixa de e-mail? E como atacar o coronavírus na roupa? Precisa de motivação para
passar a montanha de roupa a ferro? Respondemos às dúvidas do momento com a nossa seleção de conselhos.
Também revelamos dicas para desinfetar o automóvel.
Limpeza de superfícies
A única boa notícia é que o coronavírus é um dos tipos de vírus mais fáceis de matar com o produto certo. Tem
uma capa à volta que se funde com outras células, infetando-as. Assim que quebramos esta capa, o vírus deixa de
fazer o seu trabalho.
Limpe as superfícies com detergente e água, antes de desinfetar. Esfregue energicamente, se a superfície
permitir, sem esquecer cantos, curvas e ranhuras.
Para desinfetar, use soluções diluídas de produtos com poder biocida. Siga as instruções do fabricante para
aplicar e garantir uma ventilação adequada. Nunca misture lixívia com amoníaco ou qualquer outro
detergente alcalino. A solução só será eficaz quando diluída na proporção correta.
Na casa de banho, use um detergente com desinfetante na composição (lixívia, peróxido de hidrogénio ou
cloreto de benzalcónio, por exemplo). A aplicação torna-se mais fácil. Comece pelas torneiras, lavatórios e
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26/03/2020 Como limpar e desinfetar a casa em tempo de coronavírus – Executive Digest
ralos, passando depois ao mobiliário, banheira ou duche, bidé e sanita. O chão é o último a receber o
tratamento de choque, mas não pode ser esquecido. Deixe secar ao ar e ventile o espaço.
Na cozinha, comece por lavar a loiça à mão ou na máquina, usando água quente e detergente.
Recomendamos limpar com água e detergente e desinfetar depois as portas dos armários e puxadores,
bancadas, portas e puxadores do frigorífico e das máquinas de lavar, fogão e respetivos comandos, lava-loiça,
torneira e ralo. Deixe secar ao ar e abra as janelas para ventilar o espaço.
Para mobiliário e equipamentos, use uma solução de água morna com um pouco de detergente adequado ao
tipo de superfície e material. Esfregue com um pano macio e seque de imediato. No caso de teclados,
comandos, telefones e telemóveis, o ideal é confirmar nas instruções se o fabricante sugere limpar com
toalhetes humedecidos em desinfetante ou em álcool a 70º. Evite partilhar a utilização de telemóveis,
auscultadores ou teclados. Se não for possível, desinfete-os antes e depois de cada utilização. Agora mais do
que nunca, o uso de uma capa lavável ou de uma simples película de plástico é uma excelente opção.
Para alcatifa, tapetes e cortinas, use produtos de limpeza ideais para estas superfícies. Depois de limpar, lave
segundo as instruções do fabricante. Se possível, regule a água para temperatura mais elevada e seque
completamente.
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Se não usar luvas, ao mexer em roupa suja, é essencial lavar as mãos no final.
Não sacuda roupa suja dentro de casa. Enrole-a de dentro para fora, fazendo um embrulho. Este cuidado
reduz o risco da propagação do vírus pelo ar.
Siga as instruções do fabricante da roupa na etiqueta. Se for possível, escolha a temperatura da água mais
elevada e seque completamente as roupas.
Quanto mais quente, melhor: o nosso corpo apresenta uma temperatura média de 37ºC. É a condição ideal
para a proliferação de vírus e bactérias. Para travar o coronavírus, a habitual lavagem a 30ºC pode não ser
suficiente. A maioria dos vírus não sobrevive a temperaturas acima de 60°C. O ideal será usar esta opção
para toalhas de mesa, toalhas de banho, roupas de cama, lenços e toalhas de cozinha. No cenário atual,
aumentar a frequência da lavagem ajuda.
Temperaturas extremas de frio e calor podem impedir a multiplicação do vírus. Se tiver máquina de secar
roupa, utilize-a durante 20 minutos para conseguir mais ação de calor e eliminar os germes.
Se precisa de motivação para passar a ferro, é agora. A base do ferro pode atingir mais de 100ºC: esta
temperatura pode contribuir para uma melhor higienização da roupa. Ao passar a roupa de uma pessoa
infetada ou com sintomas de covid-19, use a temperatura mais elevada possível para as peças e abuse do
vapor. Apesar de não existir evidência científica, mal não faz. Nesta fase, pondere deixar de usar os tecidos
mais delicados.
A máquina de lavar roupa pode ser a salvação nesta guerra, mas também requer limpeza. Este equipamento é,
muitas vezes, esquecido nas tarefas da casa, mas agora convém reduzir o risco ao máximo: há água nos tubos
ou cotão que fica na máquina. Deite um copo de vinagre branco diretamente no tambor e inicie um ciclo de
lavagem a quente de pelo menos 60ºC (também existem detergentes para limpar o tambor). Repita a operação
todos os meses para evitar a acumulação de detergente e impurezas na máquina.
Usar detergente a mais não aumenta a eficácia da limpeza. É contraproducente, além de desperdiçar. O
excesso de detergente deixa espuma de sabão na roupa e dificulta o enxaguamento completo. O mesmo
aplica-se à máquina, que acumula mais restos de detergente não totalmente dissolvido. Use a dose
recomendada.
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Se for possível, mantenha o doente num quarto e casa de banho de uso exclusivo. Aqui, faça a limpeza com
luvas à medida das necessidades (por exemplo, objetos e superfícies sujas) para evitar o contacto
desnecessário.
A pessoa doente deve permanecer numa divisão específica e longe dos outros em casa, seguindo as
orientações das autoridades de saúde.
Se não tiver outra casa de banho, deve ser a última pessoa a utilizá-la e deve limpar e desinfetar após cada
utilização pela pessoa doente. Use luvas descartáveis para mexer em roupa suja do doente e troque-as em
cada uso. Se usar luvas reutilizáveis, estas destinam-se apenas à limpeza e desinfeção de superfícies. Não
pode usá-las para outras tarefas. Lave as mãos logo após remover as luvas.
Se estiver perante um caso suspeito ou confirmado de infeção por covid-19 em casa, todos os resíduos
produzidos exigem um tratamento especial. Coloque um caixote do lixo de abertura não manual com saco de
plástico no quarto ou sala onde a pessoa se encontra em quarentena ou isolamento. Todos os resíduos que esta
pessoa produz devem ser colocados nesse contentor de uso exclusivo. Estes resíduos não devem ser calcados,
nem o saco apertado para sair o ar.
O saco só deve ser cheio até dois terços da capacidade. Os sacos, devidamente fechados com dois nós bem
apertados, com atilho ou adesivo, devem ser colocados dentro de um segundo saco, também este bem
fechado.
Depois, deposite no contentor de resíduos indiferenciados. Não o pouse, nem o encoste à roupa ou ao corpo.
No final, fácil: lavar as mãos.
O sabão e os detergentes são feitos de moléculas em forma de alfinete (cada uma com uma cabeça hidrofílica – que
se liga de imediato à água – e uma cauda hidrofóbica, que evita a água e prefere ligar-se a óleo e gordura). Quando
suspensas na água, estas moléculas flutuam como unidades solitárias, interagindo com outras moléculas e
agrupando-se em pequenas bolhas com as caudas hidrofóbicas voltadas para o interior. Algumas bactérias e vírus,
como o coronavírus, ébola, zica, dengue, têm membranas lipídicas. Estas são repletas de proteínas que permitem
ao vírus infetar as células. Quando lavamos as mãos com água e sabão, envolvemos todos os microrganismos da
pele com moléculas de sabão. Neste processo, as moléculas do sabão envolvem as proteções dos micróbios e vírus,
separando-os.
Funcionam como um pé de cabra. As proteínas essenciais libertam-se das membranas rompidas, o que mata as
bactérias e os vírus. Na prática, algumas moléculas de sabão quebram as ligações químicas que permitem às
bactérias e vírus colar-se às superfícies, retirando-os da pele. Ao lavar as mãos, todos os microrganismos destruídos
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Regra geral, os desinfetantes para as mãos não são tão fiáveis como o sabão. O desinfetante com pelo menos 60%
de etanol age de modo semelhante. Mas não pode remover tão facilmente os microrganismos da pele. Uma lavagem
bem feita com água e sabão basta para remover estes micróbios da pele. O desinfetante à base de álcool é um
recurso quando água e sabão não estão acessíveis. Em plena era de cirurgia robótica e terapia genética, é notável
como um pouco de sabão na água, uma receita antiga e inalterada, continua a ser uma das intervenções médicas
mais preciosas. Quando tocamos nos olhos, nariz e boca (um hábito que se repete a cada dois minutos e meio)
oferecemos aos micróbios perigosos uma porta de entrada nos nossos órgãos internos.
Lavar com sabão e água é uma das principais práticas de saúde pública para diminuir a taxa de uma pandemia e
limitar o número de infeções, evitando a sobrecarga dos hospitais. Mas a técnica só vale se todos lavarem as mãos
com frequência e profundidade. Faça uma boa espuma, esfregue as palmas das mãos e as costas das mãos, entrelace
os dedos, esfregue as pontas dos dedos contra as palmas das mãos e esfregue o punho com sabão ao redor dos
polegares. Mesmo os mais jovens e saudáveis têm de lavar as mãos com regularidade, sobretudo durante uma
pandemia.
As soluções que contêm pelo menos 70% de álcool são eficazes contra o coronavírus. Dentro do automóvel, poderá
limpar a maioria dos materiais com álcool isopropílico.
Não use lixívia ou água oxigenada dentro do carro. Pode danificar os estofos. Evite também produtos à base de
amoníaco no ecrã tátil: destroem o revestimento antirreflexo e de proteção.
Basta uma lavagem vigorosa com água e detergente suave para destruir o coronavírus. Melhor ainda: detergente e
água são seguros para a maioria dos interiores no carro, sobretudo tecidos e couro mais antigo que pode ter
começado a rachar. Neste caso, esfregar sim, mas sem exageros.
A maioria das peles e couros de imitação tem um revestimento de borracha para proteção. É seguro limpar com
álcool. Porém, com o tempo, pode deixar marcas e fazer perder a cor. Recomendamos o simples sabão em barra e
água para limpar manchas e sujidades no couro.
Se o carro tiver estofos em tecido, não abuse da água, nem do detergente. O objetivo não é fazer muita espuma.
Pior: se for absorvida em grande quantidade e ficar depositada nas almofadas interiores, pode deixar um cheiro a
mofo e criar bolores e humidade, tudo o que não deseja dentro do carro. A solução é limpar os tecidos com uma
pequena quantidade de água e detergente para roupa.
Na limpeza das superfícies, use um pano de microfibras. Este captura e varre as partículas de poeira e sujidade,
antes de poderem riscar ou arranhar os plásticos delicados ou brilhantes.
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Última manobra essencial: lave as mãos antes e depois de conduzir. Quando for atestar o carro de combustível, use
um lenço ou guardanapo de papel para segurar na pistola da mangueira. É um bom hábito para manter fora do
contexto da covid-19.
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