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Remédios constitucionais
Habeas corpus
Na Constituição da República de 1988 a ação de habeas corpus foi previs-
ta no artigo 5.º, LXVIII, in verbis:
Art. 5.° [...]
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
[...]
O habeas corpus não pode ser utilizado para a correção de qualquer outra
coisa que não seja coação ou iminência direta de coação à liberdade de ir e vir.
Ele é uma ação de natureza penal, de procedimento especial e isenta de custas.
Mandado de segurança
O mandado de segurança é uma ação judicial que permite ao impetrante
recorrer ao Poder Judiciário contra o abuso e a ilegalidade de um órgão do
próprio Estado, ou cometido por alguém que exerça atividade estatal por
delegação. Ele encontra sua previsão Constitucional no artigo 5.º, incisos
LXIX e LXX. Vamos ler inicialmente o artigo 5º LXIX:
Art. 5.° [...]
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade
ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;
[...]
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Remédios constitucionais
O STF aceita, se for razoável e não houver excesso, que a liminar seja limi-
tada pela lei – mesmo sob o argumento doutrinário de que se estaria ferindo
a “separação dos poderes”. Os casos de vedações à liminar estão dispostos no
art. 7.º, §2.º da Lei 12.016/2009.
Cabimento
Cabe impetrar mandado de segurança:
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Remédios constitucionais
Descabimento
Não cabe impetrar mandado de segurança contra lei ou ato normativo
em tese porque a lei em si não causa lesão, os atos administrativos que
efetivam ou concretizam a lei é que podem ser atacados por mandado
de segurança.
Não cabe contra ato judicial passível de recurso ou correição (STF, Sú-
mula 267); abrandou-se para aceitar se a decisão for teratológica ou
se a impetração for de terceiro que não foi parte no feito e deveria ter
sido, para evitar que sobre ele venham a incidir os efeitos da decisão
proferida.
Não cabe impetrar mandado de segurança contra ato para qual haja pre-
visão de recurso administrativo com efeito suspensivo: para se utilizar do
mandado de segurança deve-se renunciar ao recurso administrativo.
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Remédios constitucionais
Considerações finais
Contra ato de tribunal o competente para apreciação de mandado de se-
gurança será o próprio tribunal.
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Remédios constitucionais
[...]
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Remédios constitucionais
Mandado de injunção
É um remédio constitucional à disposição de quem se sentir prejudicado
pela falta de norma regulamentadora que inviabilize o exercício dos direitos,
liberdades e garantias constitucionais, prescrito no inciso LXXI do artigo 5.º
da Constituição Federal, in verbis:
Art. 5º [...]
[...]
Legitimação
O mandado de injunção pode ser intentado por qualquer pessoa, física
ou jurídica, que se veja impossibilitada de exercer um dado direito constitu-
cional por falta de norma regulamentadora, possuindo legitimidade ativa no
processo, portanto, o próprio titular do direito constitucional obstado por
inércia do legislador.
I - o Presidente da República;
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Remédios constitucionais
VI - o Procurador-Geral da República;
Objeto
No mandado de injunção busca-se solução para um caso concreto.
O autor da ação tem um direito subjetivo obstado pela inércia do legislador.
Julgamento
Na ação direta de inconstitucionalidade por omissão, a competência para
o julgamento, no âmbito federal, é exclusiva do Supremo Tribunal Federal.
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Remédios constitucionais
Posições doutrinárias
Na doutrina, a questão não é pacífica, mas a orientação dominante é no
sentido de que o Poder Judiciário, reconhecendo a existência da omissão in-
constitucional, deverá supri-la, criando a norma regulamentar faltante, para
que seja aplicada provisoriamente ao caso concreto, até a edição da norma
regulamentadora pelo órgão competente.
Posição do STF
O STF, em princípio, não aderiu a essa posição da doutrina. Essa posição
tímida vinha conferindo pouca efetividade ao mandado de injunção, o STF
apenas reconhecia a existência da omissão inconstitucional e dela dava
ciência ao órgão competente, requerendo a edição da norma. Sendo assim, a
orientação dominante no STF era no sentido de que a decisão em mandado de
injunção possui eficácia declaratória (reconhecendo a inconstitucionalidade
da omissão) e eficácia mandamental (comunicando ao órgão competente
omisso, para a adoção das providências cabíveis), não cabendo ao Poder
Judiciário elaborar a regra faltante e aplicá-la ao caso concreto.
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Remédios constitucionais
Habeas data
O habeas data é uma ação constitucional, de natureza civil, submetida a
rito sumário. Foi introduzido pela Constituição Federal de 1988, por meio do
artigo 5.º, inciso LXXII, in verbis:
Art. 5º [...]
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo;
[...]
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Remédios constitucionais
O habeas data poderá ser ajuizado por qualquer pessoa física, brasileira
ou estrangeira, e também por pessoa jurídica.
O habeas data tem natureza de ação personalíssima, pois por meio dela o im-
petrante só pode pleitear informações relativas a si próprio e não de terceiros.
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Remédios constitucionais
Ação popular
Surgiu com a Constituição de 1934 e assim como o voto, a iniciativa po-
pular, o plebiscito e o referendo, a ação popular constitui importante instru-
mento de democracia direta e participação política.
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular
ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor,
salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
[...]
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Remédios constitucionais
Hely Lopes Meirelles (1992, p. 127) conceituou a ação popular, nos se-
guintes termos:
Ação popular é o meio constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter
a invalidação de atos ou contratos administrativos – ou a estes equiparados – ilegais e
lesivos do patrimônio federal, estadual e municipal, ou de suas autarquias, entidades
paraestatais e pessoas jurídicas subvencionadas com dinheiros públicos.
condição de cidadão;
ilegalidade do ato;
lesividade do ato.
O autor da ação deve estar no gozo dos seus direitos cívicos e políticos,
ou seja, deverá ser eleitor. Apenas o cidadão poderá propor ação popular;
ele pode ser brasileiro, nato ou naturalizado, inclusive ter entre 16 e 18 anos,
uma vez que é possível votar a partir dos 16 anos, e ainda o português equi-
parado, no gozo de seus direitos políticos.
O ato questionado tem que ser ilegal ou contrário aos princípios gerais
que orientam a Administração Pública.
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Remédios constitucionais
Para legitimar o ajuizamento da ação popular, não basta que o ato seja
ilegal, ele deve ser lesivo ao patrimônio público (STJ, REsp. 111.527/DF).
Isto quer dizer que o réu na ação popular pode concordar tacitamente
com o que foi pedido na inicial, pela revelia, ou pode confessá-la expressa-
mente, passando a atuar a favor do pedido, contra o ato praticado.
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Remédios constitucionais
Atividades de aplicação
Julgue os itens a seguir como certo ou errado.
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11. (Cespe) Associação com seis meses de constituição pode impetrar man-
dado de segurança coletivo.
15. (Cespe) A ação popular contra o presidente da República deve ser julga-
da pelo STF.
19. (Cespe) Qualquer cidadão poderá impetrar habeas data no Poder Ju-
diciário para assegurar o conhecimento de informações relativas a sua
pessoa disponíveis na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),
independentemente de ter formulado o pedido diretamente na agência.
21. (Cespe)A CF exige que o habeas data seja cabível apenas contra ato de
autoridade pública.
22. (Cespe) Por serem ambas ações de cunho especial voltadas a proteger
direitos violados por atos ilegais e lesivos, praticados por autoridades pú-
blicas, é correto afirmar que o mandado de segurança e a ação popular
possuem finalidades próximas, sendo, em determinadas situações, indi-
ferente que se ajuíze uma ou outra.
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Remédios constitucionais
Dicas de estudo
Livros: Mandado de Segurança, de Luiz Fux da editora Forense e Manual
das Ações Constitucionais, de Gregório Assagra de Almeida da editora Del
Rey.
Referências
ALMEIDA, Gregório Assagra de. Manual das Ações Constitucionais. Belo Hori-
zonte: Del Rey, 2007.
BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. 9. ed. São Paulo: Saraiva,
2011.
LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 15. ed. São Paulo: Sarai-
va, 2011.
MORAES, Guilherme Peña de. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. Niterói: Im-
petus, 2008.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São
Paulo: Malheiros, 2003.
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Remédios constitucionais
Gabarito
1. Certo.
2. Errado.
3. Errado.
4. Errado.
5. Certo.
6. Errado.
7. Errado.
8. Errado.
9. Errado.
10. Errado.
11. Errado.
12. Errado.
13. Errado.
14. Certo.
15. Errado.
16. Errado.
17. Errado.
18. Errado.
19. Errado.
20. Errado.
21. Errado.
22. Errado.
23. Certo.
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