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7015791-68.2018.8.22.0001 - Petição Cível
POLO ATIVO
POLO PASSIVO
REQUERIDOS: ANTONIO SERAFIM DA SILVA JUNIOR, AYRTON SENA 100 SETOR CHACAREIRO - 76804-120 -
PORTO VELHO - RONDÔNIA, JAILTON VIANA DE ALMEIDA, RUA BARBACENA 2381 CONCEIÇÃO - 76804-
120 - PORTO VELHO - RONDÔNIA
DECISÃO
O Ministério Público do Estado de Rondônia promove Ação Civil por Atos de Improbidade Administrativa com
Pedido de Liminar em face de Jailton Viana de Almeida e Antônio Serafim da Silva Junior.
Narra o parquet que entre os dias 22 de janeiro e 02 de março de 2016, Jailton Viana de Almeida, então Secretário
Geral de Finanças da Câmara Municipal de Candeias do Jamari, desviou, em proveito próprio, o valor de R$ 53.515,00, o qual
pertencia à Casa Legislativa.
Discorre que o acesso aos valores, disponíveis em contas da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, exigia a
inserção de duas senhas distintas: uma de responsabilidade de Jailton, por ser Secretário de Finanças, e outra de
responsabilidade de Antônio, por ser presidente da Câmara. Ocorre que este último forneceu sua senha a Jailton, o que
possibilitou o desvio dos valores, que se deu mediante cinco transferências online.
Liminar deferida no id 17849524 para indisponibilidade bens e valores, localizou apenas uma motocicleta Honda/CG
125 Fan, placas NDW 7962 em nome do requerido Antonio Serafim da Silva Junior.
Após notificado, o requerido Antonio Serafim da Silva Junior apresentou defesa prévia (id 32075647), aduzindo em
síntese, ilegitimidade passiva, que a lei nº 8.429/92 não se aplica ao agentes políticos, não há de conduta e ato ímprobo.
O requerido Jailton Viana de Almeida foi notificado por edital. Decorrido o prazo do edital, os autos foram remetidos à
curadoria de ausentes que apresentou defesa por negativa geral (id 36074188).
É o necessário. Decide-se.
Pela análise de cognição sumária da documentação acostada, é possível constatar indícios de atos ímprobos.
A conduta de Antonio Serafim da Silva Junior, Presidente da Câmara Municipal, materializada na entrega de sua
senha pessoal e intransferível a terceiros, foi o fato primordial que deu causou lesão ao erário. Portanto, tem-se que é parte
legitima na presente ação, porquanto, ad cautelam, verifica-se suposta omissão.
Aduz o demandado Antonio Serafim da Silva Junior, por ser agente politíco, que a lei nº 8.429/92, lei de improbidade
administrativa, não se aplica a conduta por ele levada a efeito, devendo tão somente ser aplicada a legislação pertinente ao
crime de responsabilidade.
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15/04/2020 · Processo Judicial Eletrônico - 1º Grau
No entanto, a matéria é pacificada tanto no âmbito do Supremo Tribual Federal ( informativo n. 853) quanto no
Superior Tribunal de Justiça, a propósito o entendimento do STJ veiculado no REsp 1.216.168/RS:
Assim, tendo em vista que a controvérsia suscitada pelo requerido encontrasse resolvida pelas cortes superiores,
afasta-se a alegação de inaplicabilidade da lei de improbidade.
A defesa prévia, por negativa geral, do requerido foi apresentada pela Defensoria Pública, No entanto, analisando
as documentações acostada aos autos, ad cautelam, possível verificar que o demandado operacionalizou transferências de
valores públicos, indevidos, diretamente para sua conta pessoal, acarretando lesão ao erário público.
II – Indícios da Ilicitude
Os elementos coligidos permitem inferir indícios quanto à prática de ato ímprobo pelo demandado, já que há indícios
do ato que teria atentado contra os princípios da administração e causado dano ao erário com o direcionamento do processo
licitatório, conforme documentações juntadas aos autos e narrativa do parquet em sua exordial.
Comporta salientar firme entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de que existindo indícios de
cometimento de atos enquadrados na Lei de Improbidade Administrativa, a petição inicial deve ser recebida, na medida em
que, na fase inicial prevista no art. 17, §§ 7º, 8º e 9º, da Lei n. 8.429/92, vale o princípio do in dubio pro societate, a fim de
possibilitar o maior resguardo do interesse público (in EDcl no REsp 847.945/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 02/12/2010, DJe 14/12/2010).
Cite-se o demandado para apresentar contestação no prazo de 15 dias, anotando-se a advertência prevista no art.
344 do CPC.
Vindo resposta remetam-se os autos ao MP para manifestação no prazo de 15 dias, quando também deverá se
manifestar sobre possível prescrição da pretensão punitiva, bem como para especificação de provas, justificando a sua
necessidade, sob pena de indeferimento.
Após, ao demandado para especificação de provas, no prazo de 5 dias, justificando a sua necessidade, sob pena de
indeferimento.
Intimem-se.
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15/04/2020 · Processo Judicial Eletrônico - 1º Grau
20041315440700000000035321798
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