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Erre, mas erre feio 

(​Parte​1) 
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Publicado originalmento no Blog: ​https://comoserrelevante.blogspot.com/

Por Alvaro Nassaralla


INSTAGRAM: @AlvaroNassaralla
alvaronassaralla@gmail.com 

Quando escrevia essa postagem, fui obrigado a incluir as derrotas da


seleção brasileira de 7 a 1 pela Alemanha e 3 a 0 pela Holanda.
Confesso que não havia cogitado incluir futebol nesse tema. Mas foi
inevitável ...

Doeu ver a nossa seleção ser massacrada pela Alemanha. Doeu muito.
Mas longe de mim entrar em qualquer mérito a respeito das causas
desse fiasco.

O que vou falar, sim, é da importância de errarmos muito –no sentido de


testar – em busca de inovação. Ou seja, mostrar que errar é uma forma
de risco que temos de assumir para alcançarmos o pote colorido
embaixo do arco-íris. Ou a taça dourada da Copa do Mundo ...

Erramos porque somos imperfeitos e somos perfeitos porque


erramos!

Prateleira by Irmãos Campana

Pense em como somos reprimidos por cometermos erros, muitas vezes


banais, durante toda nossa vida. Se ficarmos presos a reprimendas de
terceiros ​–​ e, porque não, também, de nós mesmos ​– ,​ jamais
poderemos romper com o ciclo de tudo o que já existe.

Nossa expressão criativa depende diretamente de tentativas e erros.


Sem esse processo de experimentação fica difícil encontrar caminhos
originais e que representem de fato uma vida plena e criativa.
Errar faz parte da vida, assim como a imperfeição. Vi em um livro que os
índios ​Cherokees​ cometem propositalmente erros em seus artesanatos
para mostrar que nada é perfeito no mundo.

Além disso é melhor criar algo imperfeito, com erros, do que não criar,
você concorda? Criar algo implica assumir riscos.

A menos que você esteja disposto a não assumir nenhum risco e


acredita que está tudo certo em sua vida, ​a saída é sair do seu conforto
e buscar o que é ser relevante em um mundo onde o ontem já não
conta mais ...

Saber jogar com o erro

Pessoas muito criativas sabem jogar com o erro. Uma delas é o


designer de moda ​Jum Nakao​, como mostra o livro C
​ riatividade
Brasileira - Gastronomia, Design e Moda​:
"Jum explicou que não usa a tenologia para acertar
de modo mais preciso, como pensamos no século 20,
mas, sim, para poder errar. Com o computador,
desenhos e projetos podem ser refeitos rapidamente,
ideias podem ser discutidas e dispensadas pela
equipe com maior fluência, pesquisas são realizadas
com mais eficácia, amplas e livres. O resto, o
material dispensado, permanece registrado".

No mesmo livro, os irmãos ​Campana,​ designers de móveis


mundialmente premiados, também se valem do erro como inspiração. ​O
erro é uma ruptura com o que existe e eles sabem 'ler' oportunidades e
padrões nos defeitos​:
"Humberto [Campana] relata que, muitas vezes, o
irmão e ele são convidados a irem às fábricas. Lá,
sua atenção se volta para o que sai 'errado', o
refugo. 'Vemos o que viraria lixo ali: a peça com
defeito, as aparas', diz Fernando [Campana]".

Na segunda parte dessa postagem, vou falar de erros que viram acertos
e de como os erros podem adicionar tempero na criatividade!

E você, tem algum erro que mudou sua vida para melhor? Compartilhe
conosco!

Citações:

“Criatividade Brasileira - Alex Atala, Fernando e Humberto Campana, Jum Nakao:


Gastronomia, design, moda” ​-​ ​Andréa Naccache / Editora Manole

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