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Erre, mas erre feio 

(​Parte 2​) 
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Publicado originalmento no Blog: ​https://comoserrelevante.blogspot.com/

Por Alvaro Nassaralla


@AlvaroNassaralla

Até onde se saiba, ninguém acerta todas as vezes e em tudo o que 


faz. Pelo contrário, quem mais acerta é quem mais errou e persistiu 
de forma inteligente na busca de seus objetivos. 

Aceitar nossas falhas, dar a nós mesmo a possibilidade de errar, 


pode ser o maior presente a que nos permitimos. Com isso, estamos 
sempre uma passo mais livres e podemos percorrer estradas: 
estradas a serem descobertas, que ainda não têm placas de 
sinalização e nem estão mapeadas. E isso é lindo! 
Aí reside a aventura da descoberta criativa. Invadir caminhos sem 
roteiros para se chegar a lugares que antes nem poderíamos 
imaginar! 

Erro e acerto, tomando o risco do erro como meio de alcançar 


nossos potenciais criativos. 

Erros que viram acertos 

Eu mesmo posso dizer que falhar e manter uma atitude otimista, as 
vezes, não é nada fácil. Admito aos leitores do Relevante que faço 
força para ser otimista e vou conseguindo dar meus passos de 
vitória! Aprender a ter esse tipo de atitude é fundamental, 
principalmente em tempos de mudanças ​DEScontínuas​. 

A pergunta é: para que tanto medo de errar se muitas vezes eles 


mesmos nos 'pregam peças' ? 

Neil Gaiman​, o consagrado escritor e desenhista de quadrinhos, 


criou acidentalmente o nome de sua personagem ​Coraline​. Segundo 
o livro ​Erros Fantásticos​ (Editora Intrínseca), quando foi escrever 
CArOline, ​Gaiman​ trocou a letra ​A​ pelo ​O​. Ao reler o que havia 
escrito, gostou do achado e disse que esse, sim, pareceu-lhe um 
nome de verdade. De fato, o nome dá um charme a mais para o 
roteiro que muitos chamam de 'contos de fadas às avessas'. 
O livro virou uma ​animação​ que bateu vários recordes de bilheteria 
no cinema mundial e é a minha animação favorita dentre as 
blockbusters.​   

Outro caso é o do pintor holandês ​Van Gogh​. Ele sofria de 


esquizofrenia e, ao contrário do que a maioria pensa, não pintava 
freneticamente quando estava acometido de surtos. Ele produzia, 
sim, e muito, durante os períodos em que estava livre da influência 
dos sintomas da doença. 

Porém, a vibração das cores que ele passava para sua telas (o 
movimento que conseguia dar aos objetos e paisagens através de 
seus pequenos e rápidos traços), muito de se deve ao fato do que 
ele pôde ver quando dos ataques da doença mental. Vamos dizer 
quando ele estava 'errado' para os padrões da dita normalidade, ele 
via um novo mundo e podia agora passar para suas telas.  
Medo de errar 

Identifiquei 4 principais razões do medo que temos de errar. São 


elas: 

1. Não ser bom o suficiente 

Se você sabe que ainda não é bom o suficiente, já temos um grande 


passo. Mas é fácil, então, cair numa armadilha justamente nessa 
parte. Você pensa: - 'Se não sou bom o suficiente e ainda por cima 
for cometer um erro, aí então vai ficar claro para todos a minha 
incompetência'. E aí você empaca. 

Arrisque-se nas horas certas. Encontre possibilidades para cometer 


erros, ir testando e se conhecendo. Com o acúmulo de erros e 
acertos, você vai construindo conhecimento e experiência. E corre o 
risco de descobrir caminhos inexplorados, criativos e oportunidades 
de valor. 

2. Ter de admitir que você não sabe 

Em tempos hiper-informados, parece que as pessoas temem cada 


vez mais dizer que não sabem algo. Faça mais perguntas sem medo! 

 
3. Críticas 

Diz o provérbio que se até Jesus Cristo foi criticado, por que eu 
também não seria? Proponho retirar o adjunto 'até' e pensarmos que 
Jesus foi criticado e crucificado justamente por incomodar o status 
quo. 

Então, você está disposto a ir até que ponto? Mudar sua vida para 
uma mais criativa? Lutar e contribuir para um mundo melhor? 

 
4. Autocríticas exageradas 

Antes de tudo, desculpe a si mesmo. Saia da emoção e faça a 


separação entre erro e o sentimento de fracasso. Essa é uma 
maneira de não internalizar sentimentos negativos. 

Uma forma de aumentar a tolerância consigo mesmo é entender que 


o erro é uma estrada, uma aventura. Ou então pense que se há uma 
laranja podre na árvore, quantas outras estarão doces? 

O erro pode ser uma abertura de novos espaços para oportunidades. 

E aí? Você tem outros motivos para ter medo de 


errar? E como os vence? Arrisque-se e nos conte! 

Comentários, observações, críticas, inspirações?​ 😄 


alvaronassaralla@gmail.com 

INSTAGRAM: @AlvaroNassaralla 

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