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Vimos que a Atenção Domiciliar é um ponto de atenção que se articula e se integra com toda a
rede de cuidados em saúde. Constitui-se em uma modalidade de atenção substitutiva (aos
leitos hospitalares de baixa e média complexidades) ou complementar (ao que a Atenção
básica já faz, monitorando seus frágeis restritos ao leito e ao lar) às já existentes.
Caracteriza-se por um conjunto de ações de promoção à saúde, prevenção e tratamento de
doenças e reabilitação prestadas em domicílio.
Observação
“O atributo de articular as ações curativas, preventivas, promocionais,
assistenciais e educativas não é exclusivo da assistência domiciliar, pode e deve
ocorrer em todos os espaços de assistência à saúde. No entanto, as produções
científicas têm ressaltado o domicílio com maior potência para promover essa
operacionalização” (KERBER; KIRCHHOF; CEZAR-VAZ, 2008).
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A atenção domiciliar, em sua essência, é um grande marcador do real trabalho em rede de um
município. A partir dos lares e das necessidades de saúde dos usuários em AD, vislumbramos
de forma muito mais ampla e fidedigna as fragilidades de uma rede.
Para compreender o lugar da Atenção Domiciliar no que denominamos RAS (Rede de Atenção
à Saúde) no SUS hoje, é de suma importância resgatar sua definição conforme Portaria
MS/GM 2527/2011:
Observação
Pode-se afirmar, ainda, que coexistem duas vertentes não excludentes que
mobilizam o gestor na decisão político-institucional em relação à atenção
domiciliar: uma racionalizadora, na qual a AD visa reduzir custos por meio da
substituição ou abreviação da internação hospitalar; e uma que intenciona a
reorientação do modelo tecnoassistencial, tendo a AD como espaço potente na
criação de novas formas de cuidar (SILVA et al., 2010).
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Uma pergunta que não quer calar:
O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) veio para substituir as Equipes de
Atenção Básica?
JAMAIS SUBSTITUÍ-LAS!
Seu principal objetivo deve ser disponibilizar para a população um conjunto de atividades
prestadas no domicílio, caracterizadas pela atenção ao paciente com quadro clínico que exija
frequência e especificidade de cuidados e tecnologias intermediários entre os oferecidos pelas
equipes de Atenção Básica e o Hospital.
Então, quais as principais diferenças entre as modalidades AD2 e AD3 e a AD1, segundo
a Portaria MS/GM 2.527/2011?
Perfil do paciente: O SAD tem o papel de acolher o paciente em períodos de doenças agudas
ou crônicas agudizadas, com instabilidade inicial que, se não revertida, levará o mesmo à
hospitalização (Modalidade AD2), ou a pessoa com um problema crônico e complexo de saúde
(Modalidade AD3, ventilação mecânica, por exemplo).
É papel das equipes de atenção básica o cuidado à pessoa com um problema crônico de
saúde, restrito ao leito ou do lar, estável clinicamente e que não demande visitas médicas
frequentes (Modalidade AD1).
Além disso
Há ainda diferenças quanto à estrutura: O SAD deve contar com
retaguarda de transporte mais ágil. A retaguarda em procedimento
eletivo para insumos e medicações, bem como exames de média
complexidade e especialidades médicas é semelhante a da rede básica.
Quando se configura uma urgência, a retaguarda do SAD é feita pela
UPA e demais portas de urgência do município.
Para compreender melhor quando um município brasileiro pode aderir ao Programa Melhor em
Casa e receber incentivo federal, alguns requisitos devem ser considerados.
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Saiba mais
Leia a Portaria MS/GM nº 1.533 (clique aqui), de 16 de Julho de 2012
que altera e acresce dispositivos à Portaria nº 2.527/GM/MS, de 27 de
outubro de 2011 e confira os requisitos no Art. 7º.
O Art. 7º da Portaria MS/GM nº 1.533 aponta que os requisitos para que os Municípios tenham
SAD são:
1. apresentar população igual ou superior a 40.000 (quarenta mil) habitantes, com base na
população estimada pelo ultimo censo oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE);
Pode ser que o seu município não tenha os requisitos mínimos citados para aderir ao Melhor
em Casa, ou seja, não se enquadra nos critérios para custeio federal de equipes especificas
(EMAD e EMAP) para atuarem nas modalidades AD2 e AD3.
Assim, cabe ao gestor municipal organizar sua Redes de Atenção à Saúde (RAS) para cumprir
os requisitos mínimos necessários – no caso de inadequação da estrutura da rede. Caso não
se enquadre no critério populacional, deve, como gestor pleno, adequar sua rede de atenção
para o atendimento das pessoas com demanda de AD, contando, inclusive, com a atenção
básica (dentro da capacidade técnica da equipe e capacidade instalada da rede).
Observação
A organização da atenção domiciliar na modalidade AD1, para
responder às necessidades da população e atuar com integralidade,
será apresentada no Módulo “A Atenção Domiciliar na Atenção Básica”
desde curso. Aguarde!
De acordo com a legislação, e considerando as ações propostas que devem ser oferecidas
pelas equipes de atenção domiciliar, há necessidade de se evidenciar ao máximo a população
elegível - ou seja, aquela que terá melhores resultados em seus índices de saúde quando
cuidadas em domicilio.
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Observação
Antes de passar para a principal atividade desta unidade, reflita: O que
é, e como se elabora um diagnóstico situacional?
Observação
Não só os idosos são portadores de dependências, mas vários outros
grupos populacionais, como os jovens vitimas de violência urbana por
exemplo.
Dados Secundários
Podem-se conhecer as características de um município – como o que você vive ou trabalha -
através de dados já consolidados:
2. Outro instrumento muito útil é o PLANO MUNICIPAL DE SAUDE, obrigatório por norma
federal para todos os municípios, que descreve bem o contexto do SUS local, incluindo
informações como o transporte sanitário, integração da RAS e dados demográficos.
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Dados Primários
Além destes dados, pode-se realizar o levantamento da população potencialmente
elegível para AD antes de se fazer todo planejamento em Saúde.
Um texto que seja conciso e objetivo pode ser o ponto de partida para a elaboração de um bom
projeto, procurando responder as seguintes questões:
1. Como o SUS do município está estruturado? Com quais equipamentos de saúde a população
pode contar e como eles funcionam?
3. O que falta? Quais são os encaminhamentos para melhoria ou aprimoramento das condições
constatadas?
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Atividades de Fixação
Estamos finalizando a Unidade 2 - Etapas para implantação de um SAD no seu
município: reflexões para gestores e equipes - deste módulo. Além das telas
apresentadas e da atividade realizada por você, ainda está disponível a atividade
de fixação. Aproveite!
Referências