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“A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas
novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam
criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes
que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se
propõe.”
(Jean Piaget)
CAPÍTULO 1 – Magnetismo 03
CAPÍTULO 2 – Eletromagnetismo 10
CAPÍTULO 4 – Transformadores 29
BIBLIOGRAFIA 102
ÍNDICE 103
O magnetismo é uma forma de energia apresentada apenas por alguns materiais, tais como ferro,
aço, compostos de ferro, ligas especiais, níquel e cobalto.
Entre outras propriedades, os corpos com magnetismo apresentam a de atrair outros corpos.
Nota-se, entretanto, que só os corpos feitos com os materiais citados no parágrafo anterior podem
ser atraídos.
Existem diversas aplicações para o magnetismo, como por exemplo: motores e geradores
elétricos, alto-falantes, fitas e discos magnéticos, etc.
1.1 – O Ímã
Os corpos que possuem magnetismo são denominados ÍMÃS. Os ímãs são, em sua maioria,
produzidos pelo homem (ÍMÃS ARTIFICIAIS); há, porém, o ÍMÃ NATURAL, a MAGNETITA,
que é composta de tetróxido de triferro (F3O4), encontrado na natureza. Quando se faz um corpo
adquirir propriedades magnéticas, ele pode perdê-Ias em pouco tempo ou conservá-Ias por toda a
sua existência. No primeiro caso temos um ÍMÃ TEMPORÁRIO e no segundo caso um ÍMÃ
PERMANENTE. Ambos possuem aplicações práticas. Por exemplo, os ímãs permanentes são
usados em microfones, alto-falantes, pequenos motores elétricos, bússolas, medidores elétricos,
etc. Exemplos de aplicações típicas dos ímãs temporários são o guindaste magnético e a
fechadura elétrica. Um ímã natural é permanente.
Por outro lado, também existem duas maneiras básicas de se desmagnetizar um ímã. A primeira,
é através do uso da corrente elétrica contínua, num processo semelhante ao da magnetização. A
outra é elevando-se a sua temperatura até um valor determinado, chamado “Ponto de Curie”,
que varia de acordo com o material.
Ponto de Curie é a temperatura na qual um ímã se desmagnetiza.
F
H =
m
F = Força (Newtons)
m = Massa magnética (Webers)
φ
β=
S
2
No SI a densidade de fluxo magnético é expressa em Weber por metro quadrado (Wb/m ) e a sua
unidade recebeu o nome de TESLA (T).
−4
A unidade de indução magnética do sistema CGS é o Gauss. 1 Gauss = 10 Tesla.
Para melhor compreendermos o conceito de indução magnética, imaginemos um campo
magnético “H”, uniforme, no vácuo. Se colocarmos uma barra de ferro desmagnetizada em seu
interior, ocorrerá uma orientação dos seus domínios magnéticos, magnetizando-a (figura abaixo).
A interação desses dois campos gera um campo resultante Podemos observar que, internamente
à barra, as linhas de força têm sentidos coincidentes enquanto que, fora dela, há pontos onde os
sentidos são exatamente opostos ou formam ângulos entre si. O campo resultante terá
aproximadamente a forma abaixo:
1.11 – Permeabilidade ( µ )
A permeabilidade exprime a facilidade que um determinado meio oferece ao estabelecimento de
um campo magnético. Esta grandeza é expressa pela relação
β
µ =
H
Por ser uma razão entre duas grandezas de mesma natureza, a permeabilidade relativa é um
número adimensional. A permeabilidade do ar é igual a 1.
A classificação dos materiais em magnéticos e não magnéticos baseia-se nas fortes propriedades
magnéticas do Ferro e é dividida em três grupos:
1 – Materiais ferromagnéticos (µr >> 1) – Neste grupo estão o Ferro, o Aço, o Níquel, o Cobalto
e algumas ligas como o Alnico (Fe + Al + Ni + Co), o Permalloy (Ni + Fe), o Mumetal (76% Ni +
17% Fe + 5% Cu + 2% Cr) e as Ferrites, que são materiais cerâmicos.
Abaixo, a permeabilidade relativa de alguns materiais ferromagnéticos:
Ferro = até 6.500
Permalloy = até 200.000
Mumetal = até 100.000
Ferrite = até 3.000
2 – Materiais paramagnéticos (µr > 1) – Este grupo de materiais apresenta permeabilidade
relativa ligeiramente maior do que 1 e a ele pertencem o Alumínio, a Platina, o Manganês e o
Cromo.
3 – Materiais diamagnéticos (µr < 1) – Neste grupo estão o Bismuto, o Antimônio, o Cobre, o
Zinco, o Mercúrio, o Ouro e a Prata.
Observação:
Da equação da permeabilidade na página anterior, podemos escrever:
β = H. µ
Analisando esta equação, observamos que a permeabilidade de um meio atua como um variador
do campo magnético, concentrando-o ou dispersando-o, dependendo se o material do campo
induzido “B” possui permeabilidade maior ou menor que a do campo original “H”.
OERSTED foi o primeiro homem a observar que uma corrente elétrica pode dar origem ao
magnetismo, mostrando que há estreita ligação entre magnetismo e eletricidade. Sua experiência
foi simples: fazendo passar uma corrente por um condutor, pôde notar que isto provocava o
deslocamento de uma bússola próxima do mesmo, e que o sentido e a intensidade do movimento
da bússola estavam relacionados com o sentido e a intensidade da corrente elétrica.
Hoje utilizamos normalmente a corrente elétrica para produzir campos magnéticos. A esse campo
magnético produzido pela passagem de uma corrente elétrica, chamamos CAMPO
ELETROMAGNÉTICO. Toda vez que há uma corrente elétrica circulando num condutor cria-se
um campo magnético ao redor desse condutor, cujo sentido depende do sentido da corrente
elétrica.
Chamamos de FORÇA MAGNETOMOTRIZ (f.m.m.) à causa do aparecimento de um campo
magnético. Num condutor percorrido por uma corrente elétrica, a força magnetomotriz é a própria
corrente,
Fmm = I
Observa-se, porém, que quando o condutor é enrolado em forma de bobina (ou SOLENÓIDE),
isto é, em forma helicoidal ou semelhante, os efeitos do campo magnético tornam-se "N" vezes
mais fortes, conforme o número de VOLTAS ou ESPIRAS descritas pelo mesmo, o que nos
permite dizer que a força magnetomotriz é então
Fmm = N . I
N = número de espiras
Neste caso, a unidade de força magnetomotriz pode ser denominada AMPÈRE-ESPIRA, (Ae)
porém alguns autores usam apenas o símbolo (A).
r P
I
H=
L
onde:
I = intensidade da corrente, em Ampères (A)
L = 2.π.r = comprimento da linha de força, em metros (m)
No caso de uma bobina (ou solenóide), a intensidade no seu interior será dada por:
N.I
H =
√ 4.R2 + L2
onde:
N = Número de espiras
I = intensidade da corrente, em Ampères (A)
R = Raio do solenóide (m)
L = Comprimento do solenóide (m)
300 x 2
H = H = 3.865 A/m
√ 4 x 0,02 2
+ 0,15 2
H H
Obs.: Caso se utilize o sentido eletrônico da corrente, deve-se usar a mão esquerda.
I
– +
L
ℜ =
µ.S
Fmm
φ =
ℜ
EXEMPLO: Na bobina abaixo, de 1.000 espiras, determinar a corrente necessária para gerar um
fluxo de 4 mWb em um núcleo de ferrite maciço de espessura 8 cm, cuja permeabilidade relativa é
de 2.000.
20 cm
30 cm
I
25 cm
35 cm
φ 4 x 10-3
β = = = 1T
S 40 x 10-4
β 1
H = = = 397,89 A/m
µ 8 π x 10-4
Fmm 437,6
I = = 1.000 I = 0,438 A
N
Nos motores elétricos, que são circuitos magnéticos mais complexos, o entreferro é inevitável,
pois o rotor deve ficar livre para girar no interior do estator. Contactores, relés e cabeças
magnéticas de gravadores de fita e de discos magnéticos também são dispositivos que
apresentam entreferro.
O seu tamanho pode variar de milésimos de milímetros até alguns poucos milímetros e, apesar do
seu pequeno comprimento, afetam o comportamento do circuito magnético de forma significativa,
uma vez que o ar apresenta uma relutância muito mais alta do que o núcleo, dificultando assim, a
passagem do fluxo magnético.
Este, por sua vez, ao atravessar o entreferro, se dispersa, ocupando uma área maior que a do
núcleo. Esse fenômeno se chama “espraiamento”. Como consequência, a área da seção aparente
do entreferro (Se), que é a área efetivamente ocupada pelo fluxo, é maior do que a área da seção
do núcleo (SN).
O valor da área da seção aparente do entreferro é estimada através do “Coeficiente de Dispersão”
(cd). Este é sempre maior que 1 (um) e deve ser multiplicado pela área do núcleo para se obter a
área do entreferro.
Se = SN . cd
EXEMPLO: Calcular a corrente necessária na bobina abaixo para que o fluxo gerado seja igual a
15 x 10-3 Wb. O núcleo é quadrado, sua espessura é de 18 cm e as dimensões no desenho estão em
centímetros.
N = 1.100 espiras
µr = 242 (núcleo)
0,2
cd = 1,167
5 30 5
Logo:
β 1,67
HN = = = 5.500 A/m
µ 3,04 x 10-4
A Fmm no núcleo será então:
FmmN = HN . LN = 5.500 x 139,8 x 10-2 = 7.689 Ae
Indução no entreferro:
φ 15 x 10-3
βe = = = 1,43 T
S.cd 90 x 10-4 x 1,166
O campo magnético no entreferro será:
β 1,43
He = = = 1.137.957 A/m
µ0 4 π x 10-7
F = µ0 . H2 . S
β2.S
F =
µ0
φ2
F =
µ0 . S
onde:
N = 60 espiras
2 cm
I = 0,5 A
µr = 3.000 (núcleo)
8 cm
2 cm
2 cm 2 cm
8 cm
L 0,24
ℜ= = = 2,122 x 105 A / Wb
µ.S 3,77 x 10-3 x 3 x 10-4
A redução da força magnetizante a zero deveria fazer cair também a zero o valor da densidade de
fluxo. Entretanto, isto não ocorre, e o material permanece com alguma imantação (0-B), na figura);
este resíduo é chamado DENSIDADE DE FLUXO REMANENTE (REMANESCENTE ou
RESIDUAL). O maior valor da densidade de fluxo residual, que é conseguido com a imantação
da amostra até a saturação, é conhecido como REMANÊNCIA do material.
Para fazer desaparecer esse magnetismo residual é necessário imantar o material em sentido
contrário, invertendo o sentido da corrente. A força magnetizante necessária para anular a
densidade de fluxo remanente (0-C) é chamada FORÇA COERCITIVA ou CAMPO
COERCITICO, e o maior valor desta força, justamente o correspondente ao maior valor da
densidade de fluxo remanente, é chamado COERCIVIDADE do material.
O aumento progressivo da força magnetizante, em setido inverso, provoca um aumento na
densidade de fluxo, também no sentido inverso, até, novamente, a saturação do material (C-D),
desta vez também no sentido inverso.
Reduzindo a força magnetizante até zero, verificamos que o material apresenta, novamente, um
magnetismo remanente, desta vez no sentido inverso (0-E) e para desmagnetizá-lo é necessário
submetê-lo a uma força magnetizante no mesmo sentido inicial da experiência (0-F), invertendo
novamente o sentido da corrente.
O retardamento observado na variação da densidade de fluxo justifica o nome de HISTERESE
adotado para designar o fenômeno em apreço, pois esta palavra significa atraso, retardamento.
"O SENTIDO DE UMA FORÇA ELETROMOTRIZ INDUZIDA É TAL QUE ELA SE OPÕE,
PELOS SEUS EFEITOS, À CAUSA QUE A PRODUZIU."
Sentido do
Movimento
Sentido do
Campo
Sentido da
Corrente
∆φ
E= –
∆t
E = força eletromotriz induzida (valor médio), em VOLTS (V)
∆φ = variação de fluxo magnético, em WEBERS (Wb)
∆t = tempo decorrido durante a variação de fluxo, em SEGUNDOS (s)
Observação: O sinal (–) indica que a f.e.m. induzida se opõe, pelos seus efeitos, à causa que a
produziu.
∆φ
E= –N.
∆t
É importante ressaltar que a f.e.m. induzida depende na realidade da rapidez com que o fluxo
magnético varia (∆φ / ∆t) e não propriamente do fluxo, pois um condutor em repouso submetido a
um campo magnético constante não apresenta f.e.m. induzida.
Quando um condutor se movimenta num campo magnético, ou quando o ímã produtor do campo
é aproximado ou afastado do condutor em repouso (ou ainda quando o ímã e o condutor se
movimentam com velocidades diferentes), a f.e.m. induzida depende diretamente da grandeza do
campo, da velocidade com que o condutor se movimenta em relação ao campo e do comprimento
da parte do condutor submetida ao campo:
N Emáx
α
S
e = β . L . v . sen α
e = valor instantâneo da f.e.m. induzida no condutor, em Volts (V)
β = densidade do fluxo magnético, em Teslas (T)
L = comprimento da parte do condutor submetida ao campo magnético, em Metros (m)
v = velocidade com que o condutor atravessa o campo, em (m/s)
sen α = seno do ângulo entre a direção do movimento do condutor e a direção do campo
Esse valor será zero quando α = 0º ou α = 180º, uma vez que sen 0º = sen 180º = 0.
Por outro lado, esse valor será máximo quando α = 90º, resultando em sen 90º = 1.
e = Emáx . sen α
3.4 - Indutância
Indutância é a propriedade que tem um corpo condutor de fazer aparecer em si mesmo ou noutro
condutor uma força eletromotriz induzida.
Para que seja criada uma força eletromotriz induzida num condutor, é necessário, como já foi
estudado, que o mesmo esteja submetido a um campo magnético variável. Portanto, a indutância
de um corpo é uma propriedade que só se manifesta quando a corrente que passa pelo corpo
varia de valor, o que produz um campo magnético variável, ao qual está submetido o próprio
corpo ou um outro condutor.
Quando o corpo induz em si mesmo uma força eletromotriz, chamamos o fenômeno de AUTO-
INDUÇÃO e dizemos que o corpo apresenta AUTO-INDUTÂNCIA. A força eletromotriz induzida
neste caso é conhecida também como FORÇA ELETROMOTRIZ DE AUTO-INDUÇÃO ou
FORÇA CONTRA - ELETROMOTRIZ (f.c.e.m.), como descrito na página anterior (Lei de
Faraday).
Em muitos casos, porém, a indutância estará submetida a uma fonte de corrente alternada
senoidal. Neste caso, podemos dizer que o valor médio da f.c.e.m. em uma espira calculado para
um quarto de ciclo (T / 4) será:
∆φ
Emédia =
∆t
φmáx
Emédia = = 4 . f . φmáx
T
4
2 . Emáx
Como numa onda senoidal Emédia = , temos:
π
4 . π . f . φmáx
Emáx = 2
=> Emáx = 2 . π . f . φmáx
V1 N1
= V1 N1 N2 V2
V2 N2
Obs.: O estudo mais detalhado dos transformadores se encontra em nossa Apostila de Máquinas
Elétricas I.
Um corpo pode apresentar pequena ou grande indutância, conforme suas características físicas.
Como unidade de indutância foi escolhido HENRY (H).
Um corpo condutor tem uma autoindutância de 1 HENRY, quando é capaz de produzir em si
mesmo uma força eIetromotriz induzida de 1 VOLT, sempre que é percorrido por uma corrente
que varia na razão de 1 AMPÈRE POR SEGUNDO.
Dois condutores apresentam uma indutância mútua de 1 HENRY, quando uma força eletromotriz
de 1 VOLT é induzida em um deles, em conseqüência da variação de corrente no outro, na razão
de 1 AMPÈRE POR SEGUNDO.
N2.d2.µr.10-6
L=
0,46.d + c
µr = Permeabilidade relativa
µ . NA . NB . S
M=
L
µ = permeabilidade do meio
NA = No. de espiras da bobina A
NB = No. de espiras da bobina B
S = Seção do circuito magnético
L = comprimento do circuito magnético
2
M2
K =
LA . LB
M = Coeficiente de Indutância Mútua
LA = Coeficiente de auto-indutância da bobina A
LB = Coeficiente de auto-indutância da bobina B
Lt = L1 + L2 + L3 + . . .
1 1 1 1
= + + + ...
Lt L1 L2 L3
Na associação com indutância mútua, temos as seguintes expressões para cálculo da indutância
total ou equivalente:
Lt = L1 + L2 ± 2M
O sinal (+) é usado quando as forças eletromotrizes induzidas mutuamente se somam às de auto-
indução. O sinal (–) é usado quando as forças eletromotrizes induzidas mutuamente se opõem às
de auto-indução.
( L1 . L2 ) – M2
Lt =
L1 + L2 ± 2M
O sinal (–) é usado no denominador quando os indutores se ajudam mutuamente; o sinal (+) é
usado quando estão em oposição.
4.2 - O Transformador
No capítulo 2 vimos que quando um condutor (ou uma bobina) é atravessado(a) por uma corrente
elétrica variável é produzido um campo magnético também variável que, caso suas linhas de força
atravessem um outro condutor ou bobina, aparece neste(a) uma f.e.m. induzida. A este fenômeno,
dá-se o nome de Indutância Mútua.
Transformadores são máquinas elétricas muitíssimo importantes, que podem ser usadas para
transformar valores de tensões ou correntes variáveis, para casar impedâncias e para isolar
partes de um circuito elétrico.
Se φM é o valor máximo deste fluxo e ω = 2.π.f (sua pulsação), ele induz, como vimos na página
14, em cada espira que o abraça, uma f.e.m. cujo valor máximo é de ω.φM. Esta f.e.m. é
defasada de 90º em atraso com respeito ao fluxo, conforme mostra o diagrama da figura abaixo:
V1
I0 φ
E2
E1
E1M = ω . φM . N1
Esta f.e.m. é representada no diagrama pelo vetor E1 a 90º em atraso com relação ao vetor φ que
representa o fluxo. Analogamente, o mesmo fluxo induz no outro enrolamento composto por N2
espiras, a f.e.m. secundária cujo valor máximo será:
E2M = ω . φM . N2
Esta f.e.m. é representada no diagrama pelo vetor E2, a 90º atrasado em relação a φ, e portanto
em fase com E1.
E1 ω . φM . N1
=
E2 ω . φM . N2
Considerando que a freqüência à qual os dois enrolamentos estão submetidos é a mesma e que o
transformador é ideal, no qual todo o fluxo produzido pelo primário é aproveitado pelo secundário,
temos:
E1 N1
=
E2 N2
isto é, as duas f.e.m., primária e secundária, estão entre si na razão direta do número de espiras
dos respectivos enrolamentos.
Pela Lei de Faraday (pág. 13), a tensão média de auto-indução no primário de um transformador é
igual a:
∆ φp
Ep = – Np .
∆t
donde
Ep ∆ φp
= – (1)
Np ∆t
∆ φp
Es = – Ns .
∆t
donde
Es ∆ φp
= – (2)
Ns ∆t
Como estamos considerando um transformador ideal, em que todo o fluxo magnético produzido
no primário é aproveitado pelo secundário, temos
∆φP = ∆φS = ∆φ
EP ES EP NP
NP = NS ou =
ES NS
Pelas expressões acima, podemos deduzir que, dependendo dessa relação, é possível fazer
TRANSFORMADORES REDUTORES DE TENSÃO e TRANSFORMADORES ELEVADORES DE
TENSÃO. Tudo depende da relação entre o número de espiras do primário e o número de espiras
do secundário.
Um transformador pode funcionar ligado a uma fonte de C.C. desde que a intensidade da corrente
no primário seja variável. Como exemplo, pode-se citar a bobina de ignição do sistema elétrico de
um automóvel.
∆φp
Emédia = Ep = Np .
∆t
φmáx
Emédia = Ep = Np . = 4 . f . Np . φmáx
T
4
2 . Emáx
Como numa onda senoidal Emédia = , temos:
π
4 . π . f . Np . φmáx
Ep (máxima) = 2
= 2 . π . f . Np . φmáx
Ep = Volts (rms)
f = Hertz
φmáx = Weber
Sp = Ss ou Ep . Ip = Es . Is
então
Ep Is Np
= =
Es Ip Ns
Ep
Zp = (1)
Ip
e que:
Np . Es
Ep = = α . Es (2)
Ns
Mas,
Ns . Is Is
Ip = = (3)
Np α
Zp = α . Es = α2 .
Es
Is Is
α
donde:
Zp 2
Zp = α2 . Zs ou = α
Zs
V1
Vn = 127 V
Exemplo:
Enrolamento com
polaridade desconhecida
110V
220V
Uma outra forma de se construir um transformador para múltiplas tensões de entrada é através da
instalação de “taps”, que são terminais de derivação do enrolamento, como mostra a figura
abaixo:
220 V
127 V
110 V
0V
(Comum)
Uma desvantagem deste tipo de configuração é que, dependendo da tensão de alimentação, uma
parte do enrolamento fica sem utilização.
Da mesma forma, enrolamentos múltiplos podem ser usados no secundário, inclusive
proporcionando a possibilidade de isolação galvânica entre eles, o que pode ser interessante ao
utilizar-se um mesmo transformador para alimentar cargas diferentes e de circuitos e/ou tensões
independentes:
12 V
127 V
35 V
4.10 - Autotransformadores
Os autotransformadores possuem estrutura magnética idêntica à dos transformadores normais,
mas diferem destes na parte elétrica: os dois enrolamentos A.T. e B.T. não formam dois
complexos de espiras distintas, mas são, pelo contrário, agrupados num único enrolamento.
Nestas condições, o enrolamento B.T. é constituído por uma parte das espiras que forma o
enrolamento A.T.
Sua principal vantagem é a economia de cobre, uma vez que parte das espiras do enrolamento
A.T. são substituídas pelo enrolamento B.T. Além disso, também economiza-se na seção dos
condutores do enrolamento B.T. pelo fato de parte da corrente neste enrolamento ser suprido pela
corrente do enrolamento A.T. Esta economia, porém, é tanto menor quanto maior for a diferença
entre as tensões nos enrolamentos A.T. e B.T. Na prática o autotransformador não é utilizado
quando a relação entre a alta e a baixa tensão é maior do que 3.
Além disso, o autotransformador apresenta menor queda de tensão e maior rendimento em
virtude da parcial compensação das correntes no enrolamento B.T.
O autotransformador também tem a característica de ser reversível, isto é, pode funcionar tanto
como redutor como elevador de tensão.
Deve-se ficar atento quando da utilização de autotransformadores, ao fato de neste caso não
existir isolação galvânica entre os dois enrolamentos,
O diagrama esquemático do autotransformador pode ser visualizado na figura abaixo:
I0
I1’
N1
I2
N2
I1’
I0 I2
Autotransformador Monofásico
E2 = E1 . N2
N1
N2 . I2 = N1 . I1’
No grupo de espiras compreendidas entre os dois bornes secundários, que são comuns também
ao enrolamento primário, as duas correntes I2 e I1’ sobrepõe-se, pois possuem sentido contrário,
formando uma corrente igual em valor à diferença aritmética das mesmas. No autotransformador
com carga, as correntes adquirem assim a distribuição indicada na figura abaixo:
I1’
I2
(I2 – I1’)
I1’ I2
É fácil ver que se realiza uma dupla economia de cobre. Fazendo de fato a comparação com um
transformador normal, observa-se em primeiro lugar que das N1 espiras necessárias ao
enrolamento A.T., N2 espiras são economizadas, pois estas são substituídas pelas N2 espiras
necessárias ao enrolamento B.T. Em segundo lugar, enquanto no transformador normal a seção
dos condutores do enrolamento B.T. deve suportar integralmente a corrente I2, no
autotransformador as N2 espiras do enrolamento B.T. (desprezando a corrente em vazio I0)
devem suportar somente a diferença das correntes (I2 – I1’).
Exemplo:
Um transformador abaixador trifásico com primário em triângulo e secundário em estrela terá os
seus terminais identificados como:
H1, H2, H3 => Enrolamento primário
X0, X1, X2, X3 => Enrolamento secundário
Exercícios:
1 – Um transformador monofásico ideal possui 500 espiras no primário e 100 espiras no secundário.
Qual será sua tensão secundária, se alimentarmos seu primário com uma tensão de 220V? R: 44 V
2 – Que número de espiras deverá ter o secundário de um transformador monofásico ideal cujo
primário tem 300 espiras, se quisermos elevar uma tensão de 220V para 380V? R: 518 espiras
3 – Um transformador ideal de 1000 VA possui 250 espiras no primário, no qual circula uma
corrente de 2A. Qual o número de espiras do secundário, cuja tensão é de 100V? R: 50 espiras
4 – Calcule a tensão nas velas de ignição ligadas ao secundário de um transformador com 60 espiras
no primário e 36.000 espiras no secundário, se o primário está ligado a um alternador de 12V.
R: 7.200V
5 – O primário de 110V de um trafo de potência tem 220 espiras. Três secundários fornecem 600V,
35V e 12,5V cada um. Calcule o número de espiras necessárias em cada secundário. Calcule
também a potência do primário, sabendo que os enrolamentos secundários alimentam cargas de
100Ω, 7Ω e 25Ω, respectivamente, e que o seu rendimento η = 87%. R: 1200, 70 e 25 espiras;
P1 = 4.346,26W
6 – Um autotransformador abaixador de 600/480V alimenta uma carga de 10kVA. Calcule as
correntes nas linhas do primário e do secundário e a corrente no enrolamento comum a ambos os
circuitos (primário e secundário). R: I1 = 16,67A; I2 = 20,83A; I2 – I1 = 4,17A
7 – Um transformador precisa casar a impedância de saída de um amplificador, que é de 512Ω, com
um alto-falante de 8Ω. Calcular o número de espiras do secundário, sabendo que o seu primário tem
1.000 espiras. R: 125 espiras
EM
EM = ω . φM . N ou φM = ω.N
EM = Tensão
ω=2.π.f
N = Número de espiras
Desta forma, se o transformador for alimentado com tensão e freqüência constantes, as perdas no
ferro independerão da carga, sendo consideradas constantes tanto em vazio como com carga.
Estas compreendem, além das perdas no pacote laminado do núcleo, também as perdas
adicionais, que são devidas aos defeitos de isolamento entre as lâminas e as perdas nos
parafusos e porcas de fixação do núcleo que são sujeitos aos fluxos dispersos.
Xm
Xm
PS PP - Pperdas
η= x 100 = x 100
PP PP
Pperdas = corresponde às perdas totais (no ferro e no cobre). As perdas no ferro são constantes
para tensão de entrada e freqüência constantes; as perdas no cobre variam com a carga
aplicada ao transformador.
VS(vazio) – VS(carga)
R(%) = x 100
VS(carga)
4.16 - Ensaios
Normalmente, um transformador de potência, após a sua fabricação, é submetido a uma série de
ensaios, a fim de verificar se sua construção se deu de acordo com o seu projeto. Entre os
diversos ensaios aos quais os transformadores são submetidos, podemos destacar três principais:
ensaio da relação de transformação, ensaio em vazio e ensaio em curto-circuito.
Esses ensaios se destinam a determinar a relação de tensão entre o primário e o secundário, o
rendimento e a regulação de um transformador.
Uma vez que a tensão nominal é aplicada aos terminais de baixa tensão, a tensão nominal
também aparece nos terminais do lado de alta tensão. Deve-se atentar para que estes terminais
de alta tensão estejam apropriadamente isolados um do outro e do contato com as pessoas.
O processo para a execução do ensaio a vazio é o que se segue:
1 – Leva-se o transformador ajustável, desde zero até a tensão nominal, para o enrolamento em
que está ligado o voltímetro;
2 – Lê-se a potência a circuito aberto Pca no wattímetro, a tensão nominal Vnom no voltímetro e a
corrente de magnetização Im no amperímetro;
3 – Calculam-se as perdas no ferro a partir da fórmula abaixo, onde Rx é a resistência do
enrolamento de baixa tensão escolhido.
Vcc
Ze1 =
Icc
5 – Calcula-se Re1 pela leitura do wattímetro dividida pela leitura do amperímetro ao quadrado:
Pcc
Re1 =
I2cc
6 – Calcula-se Xe1 a partir de Ze1 e Re1, obtidos pelos passos 4 e 5 acima, usando:
O ensaio de curto-circuito, bem como seus dados, cálculos e sua aplicação à regulação dos
transformadores, é ilustrado no exemplo que se segue:
Exemplo:
Um transformador abaixador de 2.300 / 230V x 20kVA, é ligado conforme a figura no topo desta
página, com o lado de baixa tensão curto-circuitado. Os dados lidos no lado de alta tensão são:
Leitura do wattímetro = 250W
Leitura do voltímetro = 50V
Leitura do amperímetro = 8,7A
Solução:
Vcc 50V
a) Ze1 = = = 5,75 Ω
Icc 8,7A
Pcc 250
Re1 = = = 3,3 Ω
(Icc)2 (8,7)2
Re1 3,3
para Xe1, θ = arc cos = arc cos = 55º
Ze1 5,75
Ze1 5,75 Ω
b) Ze2 = = = 0,0575 Ω
α 2
102
Re1 3,3 Ω
Re2 = = = 0,033 Ω
α 2
102
Xe1 4,71 Ω
Xe2 = = = 0,0471 Ω
α2 102
E2 – V2 235 – 230 5
R(%) = x 100 = x 100 = x 100 = 2,175 %
V2 230 230
Cada tipo de ligação acima possui um comportamento específico e é utilizado de acordo com a
necessidade da aplicação. No entanto, a forma mais comum em transformadores de potência
abaixadores é a última (4), com o primário em triângulo e o secundário em estrela. Esta
configuração tem a vantagem de possuir, no secundário, um ponto comum aos três enrolamentos
(neutro).
VAB VB
VBC
N
VA VC
30º
30º
A VCA C
As tensões de fase VA, VB e VC, que se encontram defasadas entre si de 120º, formam as
bissetrizes do triângulo equilátero (cujos ângulos internos são de 60º) formado pelas tensões de
linha VAB, VBC e VCA, o que significa que entre aquelas e estas, existe uma defasagem de 30º.
Na pág. 25 vimos que um transformador monofásico pode ter o seu primário em fase ou
deslocado de 180º em relação ao primário, dependendo da sua polaridade. No caso dos
transformadores trifásicos, quando existe uma diferença no tipo de ligação entre primário e
secundário (∆-Y ou Y-∆), haverá também um deslocamento adicional de 30º entre primário e
secundário, como mostrado na figura acima.
A figura abaixo mostra os diferentes deslocamentos angulares, de acordo com o tipo de ligação:
H2 X2 H2 X2
Grupo 1
Deslocamento
Angular = 0º H1 H3 X1 X3 H1 H3 X1 X3
H2 H3 X1 H2 X3 X1
Grupo 2
Deslocamento
Angular = 180º H1 X3 X2 H1 H3 X2
H2 X2 H2 X2
Grupo 3
Deslocamento
Angular = 30º H1 H3 X3
X1 H1 H3 X1 X3
H2 X3 X1 H2 H3 X1
Grupo 4
Deslocamento
Angular = 210º X3 X2
H1 H3 X2 H1
Observando-se a figura, vê-se que esta conexão presta-se otimamente para suportar uma carga
desequilibrada, como por exemplo, uma carga monofásica.
A carga monofásica em questão é alimentada por uma fase secundária e o neutro, e não altera as
tensões das demais fases.
A corrente secundária I2 provoca a absorção da corrente primária I1, a qual circula através dos fios
1’ e 2’ sem interferir nas outras duas fases primárias.
Cada coluna do transformador funciona como um transformador monofásico independente e por
esta razão este tipo de conexão é o indicado para transformadores redutores que alimentam redes
de distribuição de baixa tensão com quatro fios.
Da mesma forma que os transformadores normais, os autotransformadores podem ser
monofásicos ou trifásicos, sendo que neste último caso praticamente só é utilizado o agrupamento
em estrela, sendo o condutor neutro (centro da estrela) comum a ambos os circuitos, primário e
secundário, como mostra a figura abaixo.
H1 H2 H3
X1 X2 X3
Atualmente já existem transformadores de potência secos, impregnados com Epóxi, mas a grande
maioria ainda é banhada a óleo. Os transformadores secos, apesar de mais simples e
praticamente não exigirem manutenção, ainda são mais caros do que os a óleo.
O óleo, no transformador, tem duas funções:
1 – Aumentar o isolamento entre as espiras e bobinas
2 – Refrigerar os enrolamentos e o núcleo
Em geral, é utilizado o óleo mineral puro, mas já existem óleos sintéticos à base de silicone, que
possuem a vantagem de não serem inflamáveis, mas são mais caros.
No passado era utilizado um tipo de óleo chamado “ASCAREL” ou PCB (Bifenila Policlorada), que
hoje tem a sua utilização proibida devido o seu alto teor tóxico e agressividade ao Meio Ambiente.
Ainda existem transformadores e capacitores de correção de fator de potência antigos em
funcionamento que usam esse tipo de óleo. No entanto, por ocasião da sua reforma ou
manutenção (a vida útil de um transformador pode chegar aos 30 anos e às vezes mais,
dependendo das suas condições de trabalho), é obrigatória a sua substituição por outro tipo de
óleo, devendo o transformador ser descontaminado e o Ascarel descartado por empresas
especializadas e credenciadas pelos órgãos ambientais.
O óleo isolante, com o passar do tempo, vai alterando as suas características, seja por ação da
temperatura, da umidade ou outros fatores. Assim, ele pode perder gradativamente as suas
propriedades isolantes e ter sua rigidez dielétrica reduzida, o que pode colocar em risco a
integridade tanto do transformador quanto das pessoas que trabalham nas suas proximidades,
uma vez que estamos falando de risco de explosão.
Por esta razão deve-se, pelo menos uma vez por ano, recolher uma amostra do óleo isolante e
submetê-la a uma série de análises (as mais utilizadas são a Físico-Química e a Cromatográfica)
e, dependendo do resultado, o óleo deve ser submetido a um tratamento, que pode ser o
chamado TERMOVÁCUO (para reduzir a umidade e aumentar a rigidez dielétrica),
REGENERAÇÃO (quando existe acidez elevada, ou outra contaminação), ou em alguns casos
mais graves, o óleo deverá ser substituído.
100 . In
IK3 =
Z(%)
Exemplo:
Calcular a corrente de curto-circuito na saída de um transformador com as seguintes
características:
Potência = 1.000 kVA
Tensão secundária = 380 V
Impedância = 4,63%
Conservador de óleo
Tanque
Radiadores
Buchas B.T.
Buchas A.T.
Solução:
a) Sabemos que S = V . I . √ 3 Logo, I = S / V . √ 3
Ip = (500 x 103) / (25 x 103 x 1,732)
Ip = 11,5 A
Observemos a ação da chave para converter a C.A. gerada em C.C. variável, no resistor. A
primeira figura mostra o resistor de carga, a chave, as escovas do gerador e os fios de ligação. A
tensão nos terminais do gerador é mostrada no primeiro semiciclo, de zero a 180º, quando a
tensão é positiva e, portanto, acima da linha de referência zero. Esta tensão aparece nas escovas
e é aplicada à chave, com a polaridade mostrada. A tensão causa o fluxo de uma corrente que
parte da escova negativa, passa pela chave, pelo resistor de carga e retorna à escova positiva. A
forma de onda da tensão nos terminais do resistor de carga está mostrada. Observe que é
exatamente a mesma que a tensão nos terminais do gerador, já que o resistor está ligado
diretamente às escovas.
Para converter a tensão C.A. gerada em uma tensão C.C. variável, a chave deve ser invertida
duas vezes em cada ciclo. Se o gerador tem uma saída de 60 ciclos de C.A. em cada segundo, a
chave deve ser invertida 120 vezes por segundo, para converter C.A. em C.C. É impossível
manusear a chave com esta alta velocidade. Também não seria prático o projeto de um
dispositivo mecânico que funcionasse com a chave. Embora ela possa, teoricamente, fazer o seu
serviço, tem de ser substituída por algo que consiga trabalhar em alta velocidade.
Os anéis coletores do gerador elementar podem ser alterados de maneira a produzir o mesmo
efeito da chave mecânica. Para tal fim, eliminamos um dos anéis e cortamos o outro
longitudinalmente. Cada uma das extremidades da espira e ligada a um dos segmentos do anel.
Estes segmentos são isolados eletricamente entre si, assim como do eixo ou qualquer outra parte
da armadura. O anel cortado é chamado de "comutador" e seu efeito de converter C.A. em C.C. é
chamado de comutação.
As escovas são agora colocadas em posições opostas, com relação ao comutador. Os segmentos
do anel são dispostos de tal maneira, que são colocados em curto circuito pelas escovas quando
a espira passa nas posições onde a sua tensão é zero.
Quando a espira do induzido gira, o comutador liga automaticamente cada uma das extremidades
da espira de uma escova para a outra, cada vez que a espira completa meia rotação. Isto tem
exatamente o mesmo efeito que a chave inversora.
Embora a saída do gerador com duas espiras seja muito mais próxima de C.C. constante do que a
saída do gerador de uma só espira, ainda há ondulação demais para aplicação nos equipamentos
elétricos. Para tornar a saída verdadeiramente constante, constrói-se o induzido com um grande
número de espiras e o comutador é dividido em um grande número de lâminas.
Vimos que uma corrente pode ser induzida em um condutor, quando ele corta as linhas de força
de um campo magnético. Se uma peça de metal sólido corta as linhas de um campo magnético,
uma corrente será induzida no interior dessa peça. Se essa mesma peça tiver uma seção
transversal de grande área, oferecerá uma pequena resistência à passagem da corrente. Como
resultado, passará uma corrente de grande intensidade na peça de metal. Esta corrente chama-se
“CORRENTE PARASITA” ou “CORRENTE DE FOUCAULT”.
Como os induzidos e as peças polares do estator são construídos com fios condutores enrolados
em torno de peças (núcleos) de metal, correntes parasitas serão induzidas nestes núcleos, da
mesma maneira que a corrente útil é induzida nos condutores do gerador. Essas correntes
parasitas são prejudiciais porque não têm utilidade prática, apenas aquecendo os núcleos de
metal (o que representa perda de energia), e reduzindo o rendimento das máquinas.
Para manter as correntes parasitas com o mínimo de intensidade os núcleos são construídos de
chapas finas laminadas sobrepostas, em lugar de peças sólidas. As lâminas são isoladas
eletricamente entre si, limitando o valor das correntes parasitas.
Um gerador “série” tem as suas bobinas de campo ligadas em série com o induzido e, portanto,
toda a corrente passa tanto pelo campo como pela carga. Quando o gerador não está ligado a
uma carga, o circuito estã aberto e não há passagem de corrente para excitar o campo. O campo
série típico tem poucas espiras de fio grosso, uma vez que por ele circula a mesma corrente do
induzido e da carga.
Um gerador composto tem tanto um campo série como um campo paralelo, formando um circuito
série-paralelo. Existem duas bobinas em cada uma das peças polares, uma delas ligada em série
e a outra em paralelo. As bobinas do campo paralelo são excitadas por uma parte da corrente do
induzido, enquanto que a corrente total da carga passa pelas bobinas em série. Dessa forma,
quando a carga aumenta, a intensidade do campo também aumenta.
Para que um gerador produza uma f.e.m., é necessário que haja rotação do seu induzido no
campo magnético criado pela corrente nas bobinas de campo. No entanto, nos geradores auto-
excitados, se a corrente do campo depende da corrente do induzido, como a geração é iniciada?
A resposta está no “magnetismo remanescente ou residual”, causado pelo seu uso anterior,
devido ao efeito da histerese. Este magnetismo é suficiente para iniciar o processo de geração.
Bobina Escova
Se girarmos as escovas de alguns graus, elas passarão a formar um curto-circuito nas bobinas
quando estas ainda estão cortando linhas de força. Como conseqüência, uma tensão será
induzida na espira em curto e a corrente de curto-circuito causará centelhamento nas escovas.
Esta condição é indesejável, porque a corrente de curto-circuito pode danificar seriamente as
bobinas e queimar o comutador. Ela pode ser corrigida pela rotação de ambas as escovas, de
maneira que a comutação ocorra quando a bobina esté perpendicular ao campo.
Os geradores de CC funcionam eficientemente quando o plano da bobina faz um ângulo reto com
as linhas do campo, no momento em que as escovas colocam a bobina em curto. Este plano, que
faz um ângulo reto com o campo, é chamado “Plano de Comutação” ou “Plano Neutro”. As
escovas colocarão a bobina em curto quando não há corrente passando pela mesma.
Para evitar esse centelhamento, as escovas deveriam ser deslocadas para o novo plano neutro.
No entanto, como esse efeito varia com a corrente, o plano neutro se desloca com a variação da
corrente, exigindo uma nova posição das escovas para cada corrente do induzido.
Em máquinas pequenas, os efeitos da reação do induzido são reduzidos e o deslocamento
mecânico das escovas pode ser utilizado. Nas máquinas de maior porte, no entanto, são usados
meios mais aperfeiçoados para eliminar a reação do induzido, tais como enrolamentos de
compensação e interpolos.
Os enrolamentos de compensação consistem de uma série de bobinas embutidas em ranhuras na
superfície dos pólos. Estas bobinas são ligadas em série com o induzido, de modo que o campo
por elas gerado irá cancelar o efeito da reação do induzido, para todos os valores de corrente.
Como resultado, o plano neutro fica estacionário e as escovas, uma vez ajustadas, não têm de ser
movidas.
Uma outra maneira de minimizar os efeitos da reação do induzido é a colocação de pequenos
pólos auxiliares, chamados “interpolos”, entre os pólos principais. Os interpolos são enrolados
com poucas espiras de fio grosso, ligadas em série com o induzido. O campo por eles gerado
cancela exatamente a reação do induzido para todos os valores da corrente de carga, melhorando
a comutação.
Vta = Vg – Ia ra (1)
Vt = Vg – Ia (ra + rs ) (2)
IL = Ia – I d (3)
rs IL
Ia
ra Vt
Vta
Vg
Exemplo:
Um gerador girando a 1.200 rpm tem uma tensão gerada de 120V. Calcular a nova tensão gerada se:
a) o fluxo do campo diminuir de 10%, permanecendo constante a velocidade;
b) a velocidade cair para 1.000 rpm, permanecendo invariável o fluxo.
a) Se o fluxo cair 10% a tensão gerada cairá na mesma proporção, ficando igual a 90% da tensão
original:
Vg2 = 120V x 90% = 120 V x 0,9 Vg2 = 108V
1.200 1.000
b)
120
=
Vg2
Vg2 = 120 x 1.000 / 1.200 Vg2 = 100V
VS(vazio) – VS(carga)
R(%) = x 100
VS(carga)
Exemplo:
Um gerador em derivação tem uma tensão de saída de 120V com carga máxima. Quando a carga é
retirada, a tensão aumenta para 150V. Qual o seu percentual de regulação de tensão?
150 – 120 30
R(%) = 120 x 100 = 120 x 100 = 0,25 x 100 R(%) = 25%
- Perdas no cobre:
2
Perdas por I R na armadura
2
Perdas por I R no campo em derivação
2
Perdas por I R no campo em série
- Perdas no ferro:
Perdas por correntes parasitas
Perdas por histerese
- Perdas mecânicas:
Perdas por atrito no mancal (rolamento)
Perdas por atrito das escovas com o comutador
Perdas por atrito com o ar
As perdas no cobre são por efeito Joule, devido à resistência elétrica presente no fio dos
enrolamentos.
Pu Pu
η= x 100 ou η= x 100
Pt Pu + Perdas
η = rendimento (%)
Pu = Potência Útil na saída
Pt = Potência Total na entrada
Exemplo:
Um gerador em derivação tem uma resistência de armadura de 0,4 Ω, uma resistência de campo de
60 Ω e uma tensão no terminal de saída de 120V quando está fornecendo uma corrente de carga de
30A. Calcule: (a) a corrente de campo; (b) a corrente na armadura; (c) as perdas no cobre com a
carga acima; (c) se as perdas mecânicas e no ferro forem de 350W, qual o rendimento com a carga
dada?
Solução:
O circuito equivalente do gerador está representado na figura abaixo:
Ia IL = 30A
ra = 0,4 Ω
rd = 60 Ω Vt = 120V Carga
+ Id
Vg
–
a) Id = Vt / Rd = 120 / 60 Id = 2 A
b) Ia = IL + Id = 30 + 2 Ia Ia = 32 A
c) Perda na armadura = I2a ra = 322 (0,4) = 410 W
Perda no campo em derivação = I2d rd = 22 (60) = 240 W
Perdas no cobre = 410 + 240 Perdas no cobre = 650 W
d) Rendimento = 100 x Psaída / (Psaída + Perdas)
Psaída = Vt . IL = 120 x 30 = 3.600 W
Perdas totais = Perdas no cobre + Perdas no ferro + Perdas mecânicas
perdas totais = 650 + 350 = 1.000 W
Rendimento = 100 x 3.600 / (3.600 + 1.000) = 100 x 3.600 / 4.600
Rendimento = 78,3 %
Fleming, de forma análoga aos geradores, estabeleceu uma regra para se determinar o sentido do
movimento de um condutor submetido a um campo magnético e pelo qual circula uma corrente
elétrica. Essa regra se chama Regra da Mão Direita e pode ser visualizada na figura abaixo. Com
ele é possível se determinar o sentido de rotação de um motor, desde que conhecidos os sentidos
do campo magnético e da corrente elétrica (sentido eletrônico).
Se o dedo indicador apontar para o sentido do campo e o dedo médio apontar para o sentido do
movimento dos elétrons, o indicador apontará para o sentido do movimento do condutor.
Id IL
rs
Ia
rd ra Vt
Vta
Vg
Na realidade, o que causa a passagem da corrente através das bobinas do induzido é a diferença
entre a tensão aplicada ao motor (Vt) e a f.c.e.m. (Vg). Assim, a tensão verdadeiramente efetiva
na armadura é Vt – Vg. Esta tensão efetiva determina o valor da corrente no induzido, que será
dada pela expressão:
Vt – Vg
Ia =
Ra
Além disso, de acordo com a segunda lei de Kirchoff, a soma das quedas de tensão ao longo de
um circuito fechado é igual ä soma das tensões aplicadas. Portanto, temos:
Vt = Vg + Ia . ra + Ia . rs
A resistência interna do induzido de um motor CC é muito baixa, geralmente menor que 1Ω. Se
esta resistência fosse a única oposição à passagem da corrente, esta corrente seria muito intensa.
Por exemplo, suponhamos um motor com uma resistência de induzido de 1Ω e uma tensão de
alimentação de 230V. A corrente no induzido, de acordo com a lei de Ohm, teria um valor de I = V
/ R = 230 / 1 = 230A. Esta corrente excessiva queimaria o induzido.
No entanto, a f.c.e.m. se opõe à tensão aplicada e limita o valor da corrente no induzido. Se este
mesmo motor posuir uma f.c.e.m. de 220V, a nova tensão efetiva que atuará no induzido será de
V = 230 – 220 = 10V e a nova corrente de armadura será igual a: Ia = 10 / 1 = 10A.
No momento da partida, uma vez que não há movimento, pois o motor se encontra parado, não há
ainda a produção de f.c.e.m. e isso faria com que a corrente de partida atingisse valores
excessivamente elevados. Para contornar esse inconveniente, instalam-se dispositivos de partida
nos motores CC a fim de limitar a corrente de partida. No passado, utilizavam-se resistores
limitadores em série com a armadura, que iam sendo retirados gradativamente à medida em que o
motor ia ganhando velocidade e a f.c.e.m. ia aumentando de valor.
Modernamente, dispositivos eletrônicos são utilizados com a mesma função e de forma mais
eficiente. Porém, para fins didáticos, os dispositivos de partida limitadores de corrente serão
representados, nas figuras, como resistores variáveis.
Motor Composto
A B
O gráfico “A” mostra a variação da velocidade em função da carga (conjugado). Ele contém quatro
curvas. Podemos observar que a velocidade do motor paralelo é menos sensível aos aumentos de
carga, enquanto que, no motor série, a velocidade aumenta muito com a redução da carga. O
motor composto assume comportamento intermediário.
Já o gráfico “B” mostra o conjugado em função da corrente no induzido. Enquanto que no motor
paralelo ele varia linearmente, no motor série ele varia segundo uma parábola, uma vez que é
função do quadrado da corrente.
7.1 - Transformadores
1 – Um transformador monofásico possui os seguintes dados de placa:
Primário = 127V
Secundário = 220V x 1kVA
Espiras do primário = 200
η = 93%
Calcular, admitindo uma densidade de corrente de 3A/mm2:
a) O número de espiras do secundário;
b) A seção do fio do primário;
c) A seção do fio do secundário.
1 – Um gerador em derivação produz 100V quando sua rotação é de 800rpm. Qual será a sua
tensão de saída se sua velocidade aumentar para 1.200rpm, mantendo-se constante o fluxo do
campo?
3 – Um gerador em derivação tem uma resistência de campo de 50Ω em série com um reostato.
Quando a tensão de saída do gerador é de 110V, a corrente de campo é de 2A. Qual a resistência
do reostato?
4 – Um gerador solicita 80CV de um motor diesel quando a sua saída é de 50kW. Qual o
rendimento deste gerador?
5 – Um gerador tem uma saída de 230V em vazio. Qual o seu fator de regulação, se a tensão a
plena carga for de 220V?
7.3 - Motores CC
3 – Qual o rendimento de um motor em derivação que, alimentado por uma tensão de 200V,
apresenta uma f.c.e.m. de 190V e possui resistência do circuito de armadura de 0,2Ω, resistência
de campo de 100Ω e impulsiona uma bomba d’água que requer 12CV no seu eixo?
4 – Um motor composto de 10HP em derivação longa é alimentado por uma fonte de 120V. A
corrente com carga máxima é de 86A. A resistência do campo em derivação é 90Ω, a resistência
da armadura de 0,07Ω e a resistência do campo série de 0,06Ω. Calcule:
a) A corrente do campo em derivação;
b) A corrente na armadura;
c) A f.c.e.m.;
d) O rendimento, com carga máxima;
e) As perdas no cobre em condições de carga máxima;
f) As soma das perdas por rotação e no ferro.
Introdução
A elaboração de um esquema completo de proteção para uma instalação elétrica industrial
envolve várias etapas, desde o estabelecimento de uma estratégia de proteção, selecionando os
respectivos dispositivos de atuação, até a determinação dos valores adequados para a calibração
destes dispositivos.
Para que um sistema de proteção atinja a finalidade a que se propõe, deve responder aos
seguintes requisitos básicos:
a) Seletividade
É a capacidade que possui o sistema de proteção de selecionar a parte danificada da rede e
retirá-Ia de serviço sem afetar os circuitos sãos.
b) Exatidão e segurança de operação
Garante ao sistema.uma alta confiabilidade operativa.
c) Sensibilidade
Representa a faixa de operação e não operação do dispositivo de proteção.
Todo projeto de proteção de uma instalação industrial deve ser feito globalmente e não
setorialmente. Projetos setoriais Implicam numa descoordenação do sistema de proteção,
trazendo, como conseqüência, interrupções desnecessárias de setores de produção, cuja rede
nada depende da parte afetada do sistema.
Basicamente, um projeto de proteção é feito com dois dispositivos: fusível e relé. E para que os
mesmos sejam selecionados adequadamente é necessário se proceder à determinação das
correntes de curto-circuito nos vários pontos do sistema elétrico.
Os dispositivos de proteção contra correntes de curto-circuito devem ser sensibilizados pelo valor
mínimo desta corrente.
A proteção é considerada ideal, quando reproduz a imagem fiel das condições do circuito para o
qual foi projetada, isto é, atua dentro das limitações de corrente, tensão e tempo para as quais
foram dimensionados os equipamentos e materiais da instalação.
A capacidade de um determinado circuito ou equipamento deve ficar limitada ao valor do seu
dispositivo de proteção, mesmo que isto represente a sub-utilização da capacidade dos
condutores ou da potência nominal do equipamento. .
Os dispositivos de proteção devem ser localizados e ligados adequadamente aos circuitos,
segundo regras gerais estabelecidas por normas e a seguir resumidamente abordadas:
a) Os dispositivos devem ser ligados em cada condutor não aterrado do circuito a ser
protegido.
b) Nos circuitos em que há derivação de ramal com seção inferior ao circuito principal,
protegido por um dispositivo de corrente nominal adequado aos condutores de menor seção,
não há necessidade de se aplicar nenhuma proteção adicional no ponto de derivação.
Fusíveis
São dispositivos destinados à proteção dos circuitos elétricos e que se fundem quando são
percorridos por uma corrente de valor superior àquele para a qual foram projetados.
Os fusíveis operam dentro de suas características próprias de tempo x corrente, conforme pode
ser observado pela figura abaixo, para fusíveis NH:
Quando instalados em circuitos onde existem motores instalados, deve-se garantir que o fusível
não atue com a corrente de partida do motor.
Em geral, são tropicalizados, isto é, podem operar em ambientes cuja temperatura esteja
compreendida numa faixa de - 25°C a + 55°C (característica dos relés térmicos, tipo 3UA, de
fabricação SIEMENS). Para outros fabricantes, deve ser consultado o catálogo correspondente.
Os relés de sobrecarga, quando aquecidos à temperatura de serviço, têm, nas suas curvas
características de disparo, os tempos reduzidos, em geral, a 25% ou a 50% dos tempos indicados.
Os relés de sobrecarga devem ser protegidos contra as elevadas correntes de curto-circuito.
Normalmente, os fabricantes fornecem a capacidade máxima dos fusíveis que devem ser
empregados no circuito para garantir a integridade do relé e que em nenhuma hipótese deve ser
superada.
Curto-Circuito
Como vimos, ao dimensionarmos dispositivos de proteção, um dos parâmetros decisivos para sua
correta escolha é sua capacidade de interrupção de corrente. É de suma importância que esta
seja maior que a máxima corrente de curto-circuito calculada para o trecho a ser protegido pelo
dispositivo, sob pena do dispositivo não cumprir corretamente sua função.
Por esta razão, a determinação das correntes de curto-circuito nas instalações elétricas é
fundamental para elaboração do projeto de proteção e coordenação dos seus diversos elementos.
Os valores destas correntes são baseados no conhecimento das impedâncias, desde o ponto de
defeito até a fonte geradora.
As correntes de curto-circuito adquirem valores de grande intensidade, porém, com duração
geralmente limitada a frações de segundo. São provocadas, mais comumente, pela perda de
isolamento de algum elemento energizado do sistema elétrico. Os danos provocados na
instalação ficam condicionados à intervenção correta dos elementos de proteção. Os valores de
pico estão, normalmente, compreendidos entre 10 e 100 vezes a corrente nominal do ponto de
defeito da instalação e dependem da localização deste.
Além das avarias provocadas pela queima de componentes da instalação, as correntes de curto-
circuito geram solicitações de natureza mecânica, atuando, principalmente, sobre os barramentos,
chaves e condutores, ocasionando o rompimento dos apoios e deformação na estrutura dos
quadros de distribuição, caso o dimensionamento destes não seja adequado.
Tipos de Curto-Circuito
Os defeitos nas instalações elétricas podem ocorrer em uma das seguintes formas:
a) Curto-circuito trifásico
Quando as tensões nas três fases se anulam no ponto de defeito. Na maioria das instalações
industriais, o máximo valor da corrente de curto-circuito é obtido durante a ocorrência de uma
falha trifásica. É utilizado na seleção dos dispositivos de proteção e manobra e no
dimensionamento dos barramentos.
b) Curto-circuito bifásico
Este defeito pode ocorrer em duas situações distintas, ou seja: na primeira, há o contato somente
entre dois condutores de fases diferentes e na segunda, além do contato direto entre os citados
condutores, há a participação do elemento terra.
c) Curto-circuito fase-terra
À semelhança do anterior, o defeito monopolar pode ocorrer em duas situações diversas: na
primeira, há somente o contato entre um condutor fase e a terra e na segunda, há o contato
simultâneo entre dois condutores fase e a terra.
A base de qualquer sistema de proteção está calcada no conhecimento dos valores das correntes
de curto-circuito da instalação. Deste modo são dimensionados os fusíveis e disjuntores, e
determinados os valores nominais dos dispositivos e equipamentos a serem utilizados, em função
dos limites da corrente de curto-circuito indicados pelos fabricantes dos mesmos.
100 . In
IK3 =
Z%
Exemplo:
Calcular a corrente de curto-circuito na saída de um transformador com as seguintes
características:
Potência = 1.000 kVA
Tensão primária = 25 kV
Tensão secundária = 380 V
Impedância = 4,63%
IK3 = 32.815 A
Aterramento
Toda instalação elétrica de alta e baixa tensão, para funcionar com desempenho satisfatório e ser
suficientemente segura contra risco de acidentes vitais, deve possuir um sistema de aterramento
dimensionado adequadamente para as condições particulares de cada projeto.
Um sistema de aterramento visa:
a) Segurança de atuação da proteção;
b) Proteção das instalações contra descargas atmosféricas;
c) Proteção do indivíduo contra contatos em partes metálicas da instalação energizadas
acidentalmente;
d) Uniformização do potencial em toda área do projeto, prevenindo contra tensões perigosas
que possam surgir durante um curto fase-terra.
Resistência de Terra
Para um perfeito funcionamento de um sistema de aterramento, sua resistência de terra deverá
estar dentro de certos limites, que são estabelecidos por normas específicas. De uma maneira
geral, considera-se como resistência de terra o efeito de três resistências, a saber:
a) A resistência relativa às conexões existentes entre os eletrodos de terra (hastes e cabos);
b) A resistência relativa ao contato entre os eletrodos de terra e a superfície do terreno em
torno dos mesmos;
c) A resistência relativa ao terreno nas imediações dos eletrodos de terra, denominada
também, de “resistência de dispersão”.
O primeiro componente é de valor desprezível perante os demais e, por isso, não é considerado
no dimensionamento do sistema de aterramento. Na prática, a resistência de terra pode ser
geralmente identificada como sendo as resistências especificadas em “b” e “c”.
Generalidades
Normalmente as concessionárias de serviço público de eletricidade, estabelecem limites de carga
para o fornecimento de energia elétrica aos consumidores em tensão secundária, ou baixa tensão.
A partir desses limites, há necessidade de instalação de uma subestação abaixadora a qual deve
obedecer aos padrões estabelecidos pela concessionária, para que possa ser aprovada. A
entrada será em média tensão em 13 kV, 25kV, 34kV, ou mesmo em alta tensão, como 138kV.
Por se tratar de uma instalação de alta tensão, devem ser tomadas todas as medidas exigidas
pelas normas específicas. Além disso, todos devem estar cientes de que se trata de uma
instalação perigosa, exigindo medidas e procedimentos de segurança.
Veremos a seguir, de uma forma sucinta, os componentes básicos de uma subestação
abaixadora, de forma a permitir que tenhamos uma visão global do assunto.
12
13 13
Barramento de A.T.
15
14 14
Barramento de B.T.
Aterramento
Devido à presença de altas tensões, é importante garantir que todos os pontos que possam ser
tocados estejam devidamente aterrados a fim de proteger os indivíduos que estiverem na
subestação. Para reduzir a “Tensão de Toque” e a “Tensão de Contato”, todas as partes
metálicas da subestação devem estar aterradas, incluindo estruturas, equipamentos, painéis, etc.
Para reduzir a “Tensão de Passo”, uma malha de aterramento deve ser instalada no piso da
subestação.
Mais detalhes sobre aterramento e outras proteções podem ser encontrados no capítulo 5 da
norma NBR 14039 – Instalações Elétricas de Média Tensão (de 1 kV a 36,2 kV).
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Procedimentos básicos de segurança em uma subestação e em eletricidade em geral
Uma vez que estamos lidando com níveis de tensão e corrente elevados e que apresentam riscos
para a vida humana, são necessários diversos cuidados e procedimentos de segurança ao
executarmos serviços em subestações ou em eletricidade em geral. Lembraremos aqui alguns
desses procedimentos básicos, porém fundamentais:
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Bibliografia:
102 Máquinas Elétricas I – Engº. José Roberto Preira - 4ª Edição - 2014 102
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ÍNDICE
CAPÍTULO 1 – Magnetismo 3
1.1 - O Ímã 3
1.2 - A Natureza dos Materiais Magnéticos 3
1.3 - Magnetização e Desmagnetização 4
1.4 - Princípio da Inseparabilidade dos Pólos 5
1.5 - Campo Magnético 5
1.6 - Magnetismo Terrestre 5
1.7 - Atração e Repulsão Entre Ímãs 6
1.8 - Fluxo Magnético (φ) 6
1.9 - Intensidade de Campo Magnético (H) 6
1.9.1 – Campo magnético uniforme 7
1.10 - Densidade de Fluxo Magnético (β) 7
1.11 - Permeabilidade (µ) 8
1.12- Permeabilidade Relativa (µr) 9
CAPÍTULO 2 – Eletromagnetismo 10
2.1 - Força Magnetomotriz (Fmm) 10
2.2 - Intensidade de Campo Magnético (H) 10
2.3 - Sentido do Campo em Torno de um Condutor 12
2.4 - Sentido do Campo Produzido por uma Bobina Helicoidal 12
2.5 - Relutância (ℜ ) 13
2.6 - “Lei de Ohm” para Magnetismo 13
2.7 - Circuitos Magnéticos 13
2.8 – Resolução de Circuitos Magnéticos 14
2.9 - Circuito Magnético com Entreferro 15
2.9.1 - Cálculo de um Circuito Magnético com Entreferro 16
2.10 - Força Portante de um Eletroímã 17
2.11 - Métodos para Magnetização ou Imantação 19
2.12 - Curvas de Magnetização 19
2.13 - Histerese 20
103 Máquinas Elétricas I – Engº. José Roberto Preira - 4ª Edição - 2014 103
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CAPÍTULO 4 – Transformadores 29
4.1 - Necessidade de transformação das correntes alternadas 29
4.2 - O Transformador 29
4.3 - O Transformador Ideal 30
4.4 - Princípio de Funcionamento 30
4.5 - Relação entre a corrente primária e secundária 35
4.6 - Impedância Refletida 35
4.7 - Polaridade dos enrolamentos (Fase) 36
4.8 - Ensaio de polaridade 36
4.9 - Transformadores de vários enrolamentos 37
4.10 - Autotransformadores 38
4.10.1 - Funcionamento em vazio 38
4.10.2 - Funcionamento sob carga 39
4.11 - Identificação dos Terminais 40
4.12 - Transformador Real 41
4.13 - Circuito equivalente de um transformador real 41
4.14 - Rendimento de um transformador 43
4.15 - Regulação de um Transformador 43
4.16 - Ensaios 43
4.17 - Ensaio em vazio da relação de transformação 44
4.18 - Ensaio em vazio das perdas no ferro 44
4.19 - Ensaio de curto-circuito 44
4.20 - Transformação Trifásica 47
4.21 - Principais ligações 48
4.22 - Deslocamento angular 49
4.23 - Transformadores de Potência 51
4.24 - Normas aplicáveis aos Transformadores 52
4.25 - Impedância de um transformador de potência 52
4.26 - Cálculo da corrente de curto-circuito 53
4.27 - Partes de um transformador de potência a óleo 54
4.28 - Placa de identificação 56
104 Máquinas Elétricas I – Engº. José Roberto Preira - 4ª Edição - 2014 104
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CAPÍTULO 6 – Motores de C.C. 75
6.1 - Regra de Fleming para motores 75
6.2 - O Motor elementar C.C. 76
6.3 – A ação do comutador em um motor CC 77
6.4 - Reação do induzido 77
6.5 - Inversão do sentido de rotação 78
6.6 - Força Contra-Eletromotriz 78
6.7 - Variação da Velocidade 80
6.8 - O Motor Paralelo 81
6.9 - O Motor Série 81
6.10 - O Motor Composto 82
BIBLIOGRAFIA 102
ÍNDICE 103
105 Máquinas Elétricas I – Engº. José Roberto Preira - 4ª Edição - 2014 105
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