Você está na página 1de 76

UNIJUÍ– Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e


da Comunicação
Curso de Administração – Bacharelado – Modalidade Presencial
Trabalho de Conclusão de Curso

RAFAEL HELENCO
CLEIDE MARISA RIGON

VIABILIDADE ECONÔMICA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM


AVIÁRIO PARA PRODUÇÃO DE OVOS DE GALINHA

Trabalho de Conclusão de Curso

Santa Rosa, RS, 1º semestre de 2015.


RAFAEL HELENCO
CLEIDE MARISA RIGON

VIABILIDADE ECONÔMICA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM


AVIÁRIO PARA PRODUÇÃO DE OVOS DE GALINHA

Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão do Curso de Administração


da Universidade Regional do Noroeste do Rio
Grande do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como
requisito parcial à Conclusão de Curso e
consequente obtenção de título De Bacharel em
Administração.

Santa Rosa, RS, 1º semestre de 2015.


VIABILIDADE ECONÔMICA PARA IMPLANTAÇÃO DE UM AVIÁRIO PARA
PRODUÇÃO DE OVOS DE GALINHA¹
Rafael Helenco²; Cleide Marisa Rigon³

¹Trabalho de Conclusão de Curso de Bacharelado em Administração da Unijuí.


²Aluno do curso de Bacharelado em Administração da Unijuí,
rafael_helenco@sicredi.com.br
³Professora orientadora, curso de Administração da Unijuí, cleide@unijui.edu.br

RESUMO

Este trabalho tem como objetivo geral verificar as condições físicas, estruturais e
econômicas de uma pequena propriedade rural para implantação de um aviário para
produção de ovos de galinha, para manter o pequeno agricultor no campo, com
qualidade de vida. O presente projeto se justifica porque há interesse da família
proprietária da mesma implementar o projeto se este se mostrar viável do ponto de
vista estrutural e financeiro. Para tanto, foi feito pesquisa de campo, de mercado e
bibliográfica. A pesquisa se classifica, quanto aos fins, em descritiva e exploratória.
Quanto aos meios, trata-se de uma pesquisa de campo, bibliográfica e estudo de
caso. Para a realização do trabalho foram estudadas as teorias para se entender o
que é o agronegócio, PRONAF, planejamento, investimento, financiamento, custos,
viabilidade econômica, aspectos financeiros, mercadológicos e operacionais do
projeto. Foi analisada a área de terra onde se pretende instalar o aviário para
produção de ovos de galinha e o possível aproveitamento da infraestrutura já
existente. O recurso para o investimento foi projetado com financiamento total do
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), recurso
esse que subsidiará as despesas da manutenção do aviário (alimentação,
vacinação, manejo) até o início da receita. As receitas foram projetadas para 6
períodos anuais, a partir da venda dos ovos nos mercados Benedetti, Super Tem-
Tem, Mercado REX e padaria São Francisco de Três de Maio – RS, na venda do
descarte e do esterco para produtores agrícolas locais. O investimento inicial e os
custos foram projetados com base na pesquisa feita no mercado fornecedor de Três
de Maio – RS e pela internet. Com estes dados pode-se analisar a viabilidade
econômica através dos cálculos dos métodos financeiros Payback, o Valor Presente
Líquido e Taxa Interna de Retorno. Após a avaliação dos resultados entendeu-se
que a execução do projeto se torna viável e atrativo do ponto de visto econômico e
financeiro.

Introdução
A intenção deste trabalho é realizar um estudo para analisar a viabilidade
econômica para implantação de um aviário para produção de ovos de galinha numa
pequena propriedade rural, para a permanência do homem do campo no campo com
qualidade de vida. Essa propriedade, no decorrer histórico do agronegócio no Brasil
foi descapitalizando e chegou a uma área de 1,5 ha de terra. O presente projeto foi
pensado com a intenção da sua aplicabilidade para sanar uma problemática
presente nos dias de hoje, no interior, especialmente nessa propriedade. As
pequenas propriedades estão em estado de falência devido a desleal concorrência
3

com a agricultura latifundiária. Esse processo é histórico e exige que os


minifundiários repensem sua forma de trabalhar na terra. A cultura do plantio soja e
trigo, nas últimas décadas, não é mais viável em pequenas áreas de terra. O
agricultor que não buscar novas alternativas para se manter no campo, em
pequenas propriedades, não conseguirá resultados economicamente satisfatórios
para permanecer no agronegócio, acontecendo assim, o êxodo rural. Também, para
atender uma necessidade do acadêmico de administração elaborar um projeto para
a aplicação do conhecimento adquirido no curso e promover ações que melhorem a
qualidade de vida da nossa região. Com esse intento, foram estabelecidos objetivos
específicos que nortearam a pesquisa para a avaliação da concretização do objetivo
geral deste projeto.

Metodologia
Para a realização deste projeto foi feito pesquisa, tomando-se como teoria
Vergara (2000, p. 47) que, quanto aos fins, classifica-a em descritiva e exploratória.
Foi feita uma pesquisa exploratória porque procurou-se obter mais informações e
conhecimentos sobre a criação de galinhas poedeiras no setor do agronegócio,
especialmente em nossa região, para a avaliação da viabilidade da implantação de
um aviário no Distrito de Quaraim – Três de Maio – RS e, pesquisou-se os aspectos
mercadológicos para o sucesso do negócio. Também, foi realizada uma pesquisa
descritiva porque descreve a necessidade da adequação do pequeno agricultor em
atividades alternativas no setor do agronegócio e, visitou-se propriedades afins do
intento deste projeto para aproveitá-las como modelo.
Quanto aos meios, segundo Vergara (2000, p. 49) a pesquisa, pode ser classificada
em pesquisa de campo, pois foi feita uma avaliação da necessidade do fornecimento
de ovos para abastecer o mercado consumidor de Três de Maio – RS e, a
investigação da viabilidade da implantação de um aviário para criação de galinhas
poedeiras numa pequena propriedade no Distrito de Quaraim – Três de Maio – RS.
Como estudo de caso porque foi analisada a necessidade de um pequeno núcleo
familiar implementar um negócio que viabilizasse a permanência do mesmo no
campo com sustentabilidade e qualidade de vida. E, a pesquisa também é
bibliográfica porque foi pesquisada na literatura informações para a implantação do
projeto. O universo da pesquisa é a propriedade rural de uma área de 1,5 ha de
terra, localizada no Distrito de Quaraim – Três de Maio – RS e, os sujeitos do
empreendimento são o Sr. Sérgio Helenco e o Sr. Rafael Helenco. A coleta de
dados deste estudo aconteceu em levantamento de informações sobre a
necessidade de abastecimento de ovos nos mercados e padarias de Três de Maio –
RS, visitação em aviários de galinhas poedeiras da região, pesquisa de preços para
o investimento e projeção de receitas e despesas, tomando-se como referência o
preço atual dos produtos no mercado. Dessa forma foi possível definir-se os valores
para cálculo dos indicadores de Ponto de Equilíbrio, Retorno do Investimento, Taxa
Interna de Retorno, Valor Presente Líquido e o Payback. Essa avaliação foi feita
com sustentação teórica e, assim foi possível definir a viabilidade econômica do
empreendimento.

Resultados e Discussões
O Brasil se posiciona como um mercado que atingiu um grau de excelência
na produção de ovos. De janeiro a setembro de 2014, o Brasil produziu 27 bilhões
de ovos, crescimento de 6% na comparação com igual período de 2013. O mercado
interno é o grande consumidor, com 99,62% no período.
4

No ano de 2014, a produção nacional de ovos de galinha foi de 2,826 bilhões de


dúzias, o maior número já registrado na série histórica da pesquisa, iniciada em
1997. Houve aumento de 3,1% em relação a 2013. Apesar das reduções
significativas na produção de Goiás (-4,8%), Santa Catarina (-3,7%) e do Amazonas
(-3,9%), houve crescimento substancial em São Paulo, no Espírito Santo e Rio
Grande do Sul.
O uso do ovo na alimentação do brasileiro acontece devido aos esclarecimentos
sobre os benefícios do mesmo para a saúde humana e a descapitalização crescente
do brasileiro que, com a perda do poder aquisitivo do salário mínimo, troca a compra
da carne (que está com o preço muito elevado) pela compra de ovos.
Neste cenário, projetou-se a construção de um aviário para atender a necessidade
de um núcleo familiar e porque há demanda no mercado. O proprietário, Sr. Sérgio
Helenco tinha interesse em começar um novo empreendimento para permanecer no
campo mas, não tinha clareza e nem conhecimento de como fazer. Assim, para
cumprir uma determinação para a conclusão do curso de Administração, elaborou-se
um projeto que veio atender as expectativas do referido sujeito.
Através da pesquisa de campo, análise bibliográfica, estudo da área rural e da
infraestrutura existente, pesquisa de preço no mercado, fez-se a projeção financeira
da viabilidade da implementação do aviário para criação de galinhas poedeiras com
recursos financiados pelo PRONAF, no valor de R$ 190.458,00, com taxa de juros
de 2% a.a., podendo ser pago em até 10 anos, para suprir os custos de investimento
inicial. Tomando-se como base os preços atuais do mercado, projetou-se receitas e
despesas no período de 6 anos para identificar o tempo para recuperar o valor
investido (Payback), segundo Braga (1989). O período para recuperar o
investimento inicial neste empreendimento foi de 3,89 anos. A Taxa Interna de
Retorno apresentou um resultado de 15,12% a.a. Pode-se dizer que o resultado é
muito bom, pois a taxa exigida pelo financiamento foi de 2%a.a. (Taxa Mínima de
Atratividade - TMA). O valor obtido com o cálculo do Valor Presente Líquido (VPL)
foi de R$ 102.568,69, ou seja, um resultado positivo, o que representa um ótimo
resultado, pois todo o valor de VPL igual à zero ou positivo torna o investimento
viável, conforme explica Dolabela (1999). O ponto de equilíbrio do empreendimento
é que haja uma produção efetiva de 62,98% da capacidade do aviário. As vendas
serão procedidas a cada 02 dias nos mercados Benedetti, Super Tem-Tem,
Mercado REX e padaria São Francisco com nota de produtor rural em nome do Sr.
Sérgio Helenco. O transporte dos ovos será feito por uma camionete adequada para
o mesmo, que custará o valor de R$ 18.000,00.
Após avaliação dos resultados, sugere-se que o empreendimento seja efetivado pois
este apresenta resultados positivos e muito atrativos.

Conclusão
Após a avaliação dos resultados deste projeto, foi constatado que é viável a
implantação de um aviário para criação de galinhas poedeiras na área de 1,5 ha, de
propriedade do Sr. Sérgio Helenco, no Distrito de Quaraim – Três de Maio – RS.
Para que este empreendimento obtenha êxito, é importante que sejam aplicadas as
teorias que orientam o manejo correto das aves. O consumo de ovos está crescendo
no Brasil, especialmente no RS. Os mesmos são consumidos in natura ou, na
produção de outros alimentos. Sendo assim o mercado oferece demanda. Como o
investimento inicial terá retorno em menos de 4 anos, há real possibilidade de se
expandir o negócio, visto que tem espaço físico na referida propriedade e retorno
financeiro atrativo. Assim, através da elaboração desse projeto criou-se uma
5

possibilidade de empreendimento embasado teoricamente e viável economicamente


para aplicação em pequenas propriedades rurais para a permanência do homem do
campo no campo e, a satisfação do acadêmico, em colaborar para melhoria da
qualidade de vida da região.

Palavras-chave: Viabilidade Econômica, Pequeno Agricultor, Agronegócio,


Qualidade de Vida, PRONAF.

Referências Bibliográficas
BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. 1. ed.
São Paulo: Atlas, 1989.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luiza. 10 ed. São Paulo 1999.
VERGARA. Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em
Administração. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2000.
6

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................... 8


LISTA DE PLANILHAS ................................................................................................ 9
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 10
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO.......................................................... 11
1.1 Delimitação do Tema ................................................................................... 11
1.2 Questão de Estudo....................................................................................... 12
1.3 Objetivos ...................................................................................................... 13
1.3.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 13
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................... 13
1.4 Justificativa ................................................................................................... 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 15
2.1 Conceito de Agronegócio ............................................................................. 15
2.1.1 Empresário Rural ......................................................................................... 15
2.1.2 Pronaf........................................................................................................... 16
2.2 Investimentos ............................................................................................... 16
2.3 Financiamentos ............................................................................................ 17
2.4 Custos .......................................................................................................... 17
2.4.1 Classificação dos custos .............................................................................. 18
2.4.1.1 Custos Fixos ............................................................................................. 18
2.4.1.2 Custos Variáveis ....................................................................................... 18
2.4.2 Serviços ....................................................................................................... 19
2.4.3 Receitas ....................................................................................................... 19
2.4.4 Demonstrativo do Resultado do Exercício ................................................... 19
2.5 Análises Econômicas - Financeiras ............................................................. 20
2.5.1 Lucratividade ................................................................................................ 20
2.5.2 Rentabilidade ............................................................................................... 20
2.5.3 Ponto de Equilíbrio ....................................................................................... 21
2.6 Viabilidade Econômica ................................................................................. 21
2.7 Aspectos Mecadológicos.............................................................................. 21
2.7.1 Consumidor .................................................................................................. 21
2.7.2 Concorrentes ................................................................................................ 21
2.7.3 Fornecedor ................................................................................................... 21
2.8 Aspectos Operacionais ................................................................................ 21
2.8.1 Localização .................................................................................................. 21
2.8.2 Instalações ................................................................................................... 21
2.8.3 Processo e Tecnologia ................................................................................. 21
2.9 Aspectos Finaceiros ..................................................................................... 21
2.9.1 Taxa Mínima de Atratividade (TMA) ............................................................. 21
2.9.2 Fluxo de Caixa ............................................................................................. 21
2.9.3 Payback ....................................................................................................... 21
2.9.4 Valor Presente Líquido (VPL)....................................................................... 21
2.9.5 Taxa Interna de Retorno (TIR) ..................................................................... 21
3 METODOLOGIA .......................................................................................... 30
7

3.1 Tipo de Estudo ............................................................................................. 30


3.2 Plano de Coleta dos Dados.......................................................................... 32
3.3 Plano de Análise e Interpretação dos Dados ............................................... 36
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................... 37
4.1 Caracterização da Propriedade .................................................................... 37
4.2 Descrição do Negócio .................................................................................. 38
4.3 Aspectos Mercadológicos ............................................................................ 38
4.3.1 Cliente/Consumidor ...................................................................................... 40
4.3.2 Concorrentes ................................................................................................ 41
4.3.3 Fornecedores ............................................................................................... 41
4.4 Aspectos operacionais e técnicos ................................................................ 42
4.4.1 Tamanho e localização ................................................................................ 42
4.4.2 Processo e Tecnologia ................................................................................. 45
4.4.3 Organização e gerenciamento ..................................................................... 59
4.5 Aspectos Financeiros ................................................................................... 59
4.6 Aceitabilidade ............................................................................................... 68
4.7 Vulnerabilidade ............................................................................................ 69
CONCLUSÃO............................................................................................................ 71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 72
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Imagem de satélite do Distrito de Quaraim ..............................................37

Figura 2 – Imagem de satélite da Propriedade .........................................................37

Figura 3 – Galpão já existente na Propriedade .........................................................44

Figura 4 – Galpão de Postura....................................................................................45

Figura 5 – Parte Interna do Galpão de Postura..........................................................58


LISTA DE PLANILHAS

Planilha 1 – Investimento Inicial ................................................................................61

Planilha 2 – Demonstrativo do Resultado do Exercício mensal.................................62

Planilha 3 – Planilha de Fluxo de Caixa.....................................................................63

Planilha 4 – Demonstrativo de Cálculos Realizados .................................................68


INTRODUÇÃO

Ultimamente, a agricultura familiar tem despertado a atenção dos mais


diversos segmentos sociais, que passaram a vê-la como um modelo alternativo para
o desenvolvimento rural, com a finalidade de diminuir a pobreza, promover a
qualidade de vida e utilizar de forma racional os recursos naturais. De acordo com o
Censo Agropecuário (1996 apud GUANZIROLI e CARDIM, 2000), “os
estabelecimentos familiares representam 85,2% dos estabelecimentos rurais do
país”.

Entretanto, nota-se que a maioria desses estabelecimentos familiares obtém


renda muito baixa, decorrente de infraestrutura deficiente, falta de assistência
técnica, altos custos operacionais, a urbanização dos jovens do campo, etc. De
acordo com Santos (2001), uma vez identificado as principais causas da redução de
lucros nas pequenas propriedades, é necessária a implantação de medidas, tais
como: aumentar as vendas, otimizar ou ampliar a carteira de produtos e serviços,
criar novos usos para o produto ou serviço, criar novos canais de venda, praticar
preços mais competitivos, melhorar a qualidade dos produtos, promover a satisfação
dos empregados, promover redução de custos, entre outros.

O apoio à agricultura familiar, no país, está centrado no Programa Nacional


de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que tem como objetivo
fortalecer a agricultura familiar, contribuindo, dessa forma, para geração de emprego
e renda, melhorando a qualidade de vida dos produtores familiares (BATALHA,
2001). Cerqueira e Rocha (2002) ressaltam que “o apoio financeiro do PRONAF
direciona-se às atividades agropecuárias”.

Nesse contexto, elaborou-se o presente projeto para viabilizar a produção


aviária de ovos de galinha numa pequena propriedade rural para torná-la
autossustentável e oferecer condições de permanência do homem do campo no
campo, com qualidade de vida, utilizando recursos do PRONAF.
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

1.1 Delimitação do Tema

Nas últimas décadas, a trajetória da agricultura brasileira foi marcada pelo


intenso processo de modernização entre 1965 e 1980, pela crise econômica dos
anos 1980 que redundou no esgotamento do padrão de financiamento agrícola
oficial, e, pela instituição do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (PRONAF), no ano de 1996.

O advento do uso da tecnologia no campo tem requerido a atualização de


informações e a adoção de mecanismos de aprendizagem e de formação
profissional e empresarial dos produtores rurais, o que tem penalizado muitos
pequenos produtores rurais, os quais têm sido sistematicamente desalojados do
ambiente em que estão inseridos, dada a necessidade de se produzir em grande
quantidade, com elevado padrão de qualidade e a preços competitivos.

Foge do alcance responsabilizar o pequeno agricultor pela exclusão dos


mesmos do campo. È um processo histórico, fruto da modernização do agronegócio.
Porém, é possível que as consequências de tal processo histórico sejam superadas,
tendo em vista iniciativas governamentais de dinamização de projetos direcionados
às pequenas propriedades para transformá-las em pequenas empresas
autossustentáveis, que gerem produtos diferenciados das grandes empresas
agropecuárias.

O objetivo de toda empresa rural é produtividade e lucratividade no menor


período possível. Para que isso aconteça, é necessário que se faça um
planejamento estratégico das atividades a serem desenvolvidas. Sendo assim, é
preciso que se entenda todas as variáveis diretamente ligadas ao processo
produtivo e a interdependência entre elas.

Realizar um empreendimento sem um planejamento prévio e constantemente


atualizado é correr sério risco de fracasso, uma vez que os caminhos para se atingir
12

os objetivos finais nem sempre são os mais eficazes, fazendo com que
constantemente se tenha que mudar de estratégia e rever os métodos de execução.

Planejar significa projetar um trabalho para que se atinja determinados


objetivos ou metas e a coordenação de meios ou recursos para atingi-los. Nesse
contexto, pode-se definir como planejamento, o ato de conhecer as características
ambientais e estruturais da propriedade para o sucesso do projeto.

A partir desta realidade faz-se necessário a inovação do agronegócio na


pequena propriedade rural para que esta ofereça condições de permanência do
pequeno agricultor no meio rural. Partindo desse pressuposto elaborou-se o
presente projeto para verificar a viabilidade de um aviário para produção de ovos de
galinha, com objetivo de tornar uma pequena propriedade rural autossustentável e
oferecer condições para manter o pequeno agricultor no campo com qualidade de
vida.

1.2 Questão de Estudo

Para este projeto tem-se o seguinte tema: “Viabilidade econômica para


implantação de um aviário para produção de ovos de galinha numa pequena
propriedade rural, no setor do agronegócio”.

A questão de estudo será verificar a viabilidade econômica e ambiental da


implantação de um aviário para produção de ovos numa propriedade rural de
pequeno porte, utilizando financiamento Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (PRONAF), para manter o pequeno agricultor no campo, com
qualidade de vida.

Palavras-Chave: Viabilidade Econômica, Pequeno Agricultor, Agronegócio,


Qualidade de Vida, PRONAF.
13

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar as condições físicas, estruturais e econômicas de uma pequena


propriedade rural para implantação de um aviário para produção de ovos de galinha,
para manter o pequeno agricultor no campo, com qualidade de vida.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Verificar a viabilidade da implantação de um aviário para produção de


ovos de galinha usando o recurso do Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (PRONAF);

• Analisar o espaço físico e ambiental para a implantação do projeto;

• Pesquisar a necessidade comercial para a implantação do aviário;

• Projetar o custo-benefício para a viabilidade do projeto;

1.4 Justificativa

Existe a intenção da implantação de um aviário para produção de ovos de


galinha numa pequena propriedade rural no setor do agronegócio. Pretende-se, com
este projeto, analisar a viabilidade física, estrutural e econômica para a execução do
intento e compreender a importância do Planejamento Estratégico dentro de uma
propriedade rural para o sucesso do negócio e a manutenção do pequeno agricultor
no campo.

De acordo com (GUANZIROLI, 2001), “a agricultura familiar consiste em


unidades de produção, cuja base produtiva baseia-se na mão-de-obra familiar; com
a mão-de-obra assalariada, ocorrendo de forma ocasional ou em quantidade inferior
a familiar”.
14

Desenvolve, em geral, sistemas complexos de produção, combinando


diversas culturas, criações animais e transformações primárias, determinados por
fatores como preço e lucro, porém, distinta da lógica de mercado, visto que “a
agricultura familiar tem como objetivo principal atender as necessidades da família”,
(PASSINI, 1999).

A avicultura apresenta-se como uma atividade que pode ser desenvolvida


numa pequena propriedade rural, até mesmo em locais onde não há condições de
plantio mecanizado. Caracteriza-se também pela pouca influência das condições
climáticas no seu desenvolvimento.

O planejamento estratégico é requisito para o sucesso do negócio e deve ser


feito para o curto, médio e longo prazo. Devem ser definidas metas e estratégias
para alcançá-las. Sem planejamento não se sabe se realmente chegou-se onde era
preciso.

O planejamento estratégico é obtido com esforço concentrado da direção da


empresa, tendo como fundamento a sua missão e sua definição de negócio
considerando-se o levantamento, análise e proposição de soluções
mediante um plano de ação que objetive garantir a qualidade desejada
pelos clientes da organização segundo Colenghi (2007).

Assim, pesquisou-se e elaborou-se este projeto através de um planejamento


estratégico para a obtenção de resultados positivos com a implantação de um
aviário para produção de ovos de galinha numa pequena propriedade rural para
manutenção do homem do campo no campo.
15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Conceito de Agronegócio

Agronegócio (também chamado agrobusiness ou agribusiness) é o conjunto


de negócios relacionados à agricultura dentro do ponto de vista econômico.

Segundo Contini (2001), “o conceito de agronegócio implica na idéia de


cadeia produtiva, com seus elos entre laçados e sua interdependência”. A agricultura
moderna extrapolou os limites físicos da propriedade. Dependendo, cada vez mais,
de insumos adquiridos fora da fazenda, e sua decisão do que produzir, quanto e
como está fortemente relacionada ao mercado consumidor. Há diferentes agentes
no processo produtivo, inclusive o agricultor, em uma permanente negociação de
quantidades e preços.

GUILHOTO, FURTUOSO e BARROS (2000) utilizaram o conceito de


agronegócio estabelecido por DAVIS e GOLDBERG (1957), como sendo a “soma
total das operações de produção e distribuição de suprimentos agrícolas, das
operações de produção na fazenda, do armazenamento, processamento e
distribuição dos produtos agrícolas e itens produzidos a partir deles”.

2.1.1 Empresário Rural

Na definição de Rogério Monteiro, “empresário rural é aquele que investe seu


capital na exploração econômica da atividade agrícola e pecuária”.

Para Maria Helena Diniz, empresário rural é aquele que “exerce atividade
agrária seja agrícola, pecuária, agroindustrial ou extrativa, procurando conjugar, de
forma racional, organizada e econômica, segundo os padrões estabelecidos pelo
governo e fixados legalmente, os fatores terra, trabalho e capital”.

No dizer de Marcelo Bertoldi, “o empresário rural é aquele que se utiliza da


terra, retirando dela bens destinados ao consumo”.
16

2.1.2 Pronaf

Conforme explicação existente na Cartilha de acesso ao Pronaf publicada


pelo SEBRAE, o programa destina-se a fortalecer as atividades desse segmento e
de suas cooperativas, financiando projetos individuais ou coletivos para aumentar a
renda do produtor rural e agregar valor ao produto e à propriedade.

Ainda segunda a Cartilha, para ter acesso ao PRONAF, é necessário:

- Trabalhar na terra em condição de proprietário, posseiro, arrendatário,


parceiro ou concessionário (assentado) do Programa Nacional de Reforma Agrária
(PNRA);

- Residir na propriedade rural ou em local próximo;

- Dispor de área inferior a quatro módulos fiscais;

- Ter renda bruta familiar, nos últimos 12 meses, inferior a R$ 360 mil.

- Ter no máximo dois empregados.

2.2 Investimentos

Segundo Holanda (1987) para determinar o valor total dos investimentos de


um projeto, “é necessária avaliar as especificações e determinações dos
componentes do investimento em termos físicos e os preços ou custos de mercado
desses produtos”.

O estudo dos investimentos necessários tem por objetivo estimar o total de


recursos de capital necessário para a realização do projeto, sendo ele de
suma importância para determinar os elementos necessários de estimativa
dos investimentos, para através destes estruturar os meios pelos quais
serão adquiridos esses recursos para viabilidade do projeto, avaliando
custos de capital, rentabilidade e prioridade segundo Casarotto Filho e
Kopittke (1994, p. 198).
17

Segundo Buarque (1984, p.28) o objetivo da etapa de investimentos é


“determinar as necessidades de recursos financeiros para executar o projeto, pô-lo
em marcha e garantir o seu funcionamento inicial”.

“Investimento é qualquer aplicação de recursos de capital com vistas a


obtenção de um fluxo de benefícios, ao longo de um determinado período futuro
(HOLANDA, 1987, p.259)”.

2.3 Financiamentos

Segundo Woiler e Mathias (1996, p. 36), o volume de capital emprestado, em


geral, “é um aspecto de grande relevância para determinar o total de investimento a
ser feito em certo projeto”. O mesmo pode ser dito com relação ao cronograma de
desembolsos dos recursos, ou seja, o próprio prazo de implantação de determinado
projeto.

O ponto de partida para a análise dos recursos a serem aplicados no projeto é


a determinação do volume total de investimento a ser feito e o correspondente
cronograma de desembolso durante a implantação. Com esses dados, será possível
a busca e seleção das fontes de recursos capazes de satisfazerem as necessidades
do projeto. Como existe certa rigidez na oferta de fundos no Brasil, o processo de
seleção da estrutura ótima de financiamento acaba restrito a poucas opções. Mesmo
assim, “existe a necessidade de fazer um compromisso entre o que a empresa
espera conseguir de recursos e as condições que os órgãos financiadores acabam
impondo” (WOLIER e MATHIAS, 1996, p.145).

2.4 Custos

Conforme Casarotto Filho e Kopittke, (1994, p. 99) “custo é qualquer


compreensão monetária atribuída aos fatores de produção (capital, trabalho,
matéria-prima, tecnologia)”.
18

Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2000, p.199) “os custos normalmente


são subdivididos em custos de produção e despesas gerais. Os custos de produção
são aqueles que ocorrem até a fabricação do produto. Como exemplos tem-se o
custo das matérias-primas ou o custo de manutenção”.

De um ponto de vista econômico, podemos considerar como custo todo e


qualquer sacrifício feito para produzir um determinado bem, desde que seja
possível atribuir um valor monetário a esse sacrifício. Os custos
correspondem, assim, às compensações que devem ser atribuídas aos
proprietários dos fatores de produção a fim de que eles se disponham a
fazer esse sacrifício, colocando à disposição do projeto os serviços desses
fatores (HOLANDA, 1987, p.225).

2.4.1 Classificação dos custos

2.4.1.1 Custos Fixos

Segundo Woiler e Mathias (1986, p. 162), “os custos fixos são aqueles que
independem do volume de produção”. De modo geral, os custos fixos correspondem
às imobilizações (sobretudo de equipamentos e instalações) cujo uso será feito por
vários anos, sendo então a depreciação o custo associado a cada ano. Os custos
fixos decorrem da estrutura administrativa e operacional que tem de ser formada
para a operação da empresa.

Segundo Holanda (1974, p.177), “os custos fixos são aqueles que se mantêm
constantes, independente das variações nas capacidades produtivas, ou seja,
qualquer que seja o grau de utilização da capacidade produtiva”.

2.4.1.2 Custos Variáveis

Segundo Braga (1994. p.180) “os custos variáveis, são aqueles cujo valor
total aumenta ou diminui direta e proporcionalmente com as flutuações ocorridas na
produção ou venda, sendo com o aumento ou diminuição das mesmas”.

Alguns tipos de custos podem se alterar se houver uma modificação na


capacidade produtiva e em inúmeras empresas os únicos custos realmente
variáveis, são as matérias-primas. Mas em algumas empresas, há custos
variáveis relacionados com a mão de obra, que tende a crescer com a
medida com que se aumente a produção (Martins 1996, p.254).
19

2.4.2 Serviços

Definir o produto ou serviço cuja demanda vai ser projetada, pois envolve
variáveis relacionadas com os diversos aspectos técnicos, econômicos,
financeiros, administrativos e legais da empresa, sendo lícito supor as
possibilidades de êxito na medida em que estes itens forem ordenados e
organizados (Holanda 1987, p.96).

Segundo Woiler e Mathias (1996, p. 64) “é importante definir o objetivo do


estudo que, neste caso, será admitido como sendo o mercado para a determinação
da viabilidade de um projeto, e o correspondente grau de detalhe a que se que
chegar”.

2.4.3 Receitas

Conforme Holanda (1987, p. 229) as receitas são “os fluxos financeiros de um


determinado projeto, que o mesmo recebe a cada ano que passa de sua vida útil,
direta ou indiretamente, graças a suas operações”.

“Em geral, no nível do Estudo de Viabilidade Econômica (EVTE), trabalha-se


com valores agregados, representando grandes itens, como “receitas”, apenas um
valor por período” (MOTTA e CALÔBA, 2006, p. 179).

Segundo Casarotto Filho e Kopittke (2000, p. 202) “para efeito de Análise do


Investimento, as receitas adicionais decorrentes de uma nova fábrica ou de um novo
equipamento normalmente são apenas as operacionais, ou seja, o produto do
aumento de produção pelo preço unitário”.

2.4.4 Demonstrativo do Resultado do Exercício

Segundo Basso (1996, P. 219), “a demonstração do resultado do Exercício é


o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um
determinado exercício social”.

O demonstrativo de resultado do exercício projetado é a demonstração


financeira, que será estruturada com base nos orçamentos auxiliares
(vendas, produção e despesas operacionais), constituindo-se em
instrumento de suma importância para a tomada de decisão do comitê de
20

planejamento financeiro e orçamento, em termos econômicos, e seus


reflexos nos aspectos financeiros e patrimoniais na empresa, no período
estimado (ZDANOWICZ, 1989, p. 209).

2.5 Análises Econômicas - Financeiras

Segundo Holanda (1987, p. 321) “a análise financeira de um projeto ou de


uma empresa tem por objetivo, fundamentalmente, avaliar os riscos do
empreendimento e estimar a sua rentabilidade”.

2.5.1 Lucratividade

Embora a análise do lucro seja efetuada com base em técnicas


quantitativas, existem algumas dificuldades conceituais para sua realização.
A análise da lucratividade pode referir-se à empresa ou se específica para
produtos, serviços e departamentos. As empresas que já tem uma cultura
de planejamento preferem fazer os dois tipos de analise (Santos 2001, p.
239).

A situação da empresa sempre será favorável quando se verifica aumento da


receita líquida de vendas e nas margens de lucratividade (operacional e líquida).
Deve-se destacar que “a principal margem de lucratividade é a operacional, uma vez
que está diretamente relacionada com o risco do negócio, ou seja, com a
capacidade das empresas de gerar faturamento superior aos desembolsos de caixa
(custos + despesas operacionais)” (SANTOS, 2005, p.20).

Conforme Santos (2005, p. 20) mostra que a lucratividade é “a capacidade da


empresa de gerar lucro em sua atividade operacional, ou seja, apresenta o quanto
da receita total se transforma em lucro”.

2.5.2 Rentabilidade

Segundo Braga (1996, p. 30) a rentabilidade é “o grau de êxito econômico


obtido por uma empresa em relação ao seu capital investido, ou seja, apresenta o
percentual que o investimento proporcionou de rendimento financeiro”.
21

“Os diversos índices de rentabilidade da empresa podem avaliar seu


resultado em relação ao patrimônio líquido, ativo ou vendas. O principal parâmetro
utilizado para avaliação de resultado é o lucro líquido” (SANTOS, 2001, p.239).

A análise isolada da rentabilidade pode mascarar a real situação financeira


da empresa, uma vez que é calculada sobre o lucro líquido, que pode ser
manipulado com a venda de ativos produtivos para pagamento de despesas
não operacionais. Nesse caso, o que se recomenda é o cálculo da
rentabilidade baseando no lucro operacional (Santos 2005, p. 22).

2.5.3 Ponto de Equilíbrio

Segundo Casarotto Filho e Kopittke, (2000, p. 241) “a finalidade da


classificação dos custos em fixos e variáveis é que ela permite uma comparação
melhor entre alternativas com diferentes estruturas de custos”. Pode-se verificar qual
a melhor alternativa para diferentes níveis de produção ou demanda, isto é, achar o
ponto de equilíbrio entre estas alternativas.

Toda empresa precisa de certo volume de vendas para poder cobrir seus
custos fixos, já que estes representam um encargo desvinculado do volume de
produção. Desse modo, somente a partir de um determinado volume de vendas é
que a empresa começará a ter lucro.

A análise do ponto de equilíbrio – também conhecido break even point ou


ponto de ruptura – permite o volume de vendas capaz de proporcionar lucro
zero, aquele ponto em que a receita da empresa iguala seu custo total.
Quando as vendas da empresa se situarem acima do ponto de equilíbrio,
ela começará ater lucro (SANTOS, 2001, p. 232).

“Ponto de equilíbrio é a quantidade de venda mensal que deve ser realizada


para gerar receitas suficientes para pagar todo o custo variável gerado, todas as
despesas comerciais geradas e todas as despesas fixas que a empresa tiver no
mês” (SEBRAE, 2005, p. 29).

2.6 Viabilidade Econômica

Para Fernandez (1999), o estudo de viabilidade econômica deve “comparar o


retorno econômico projetado, baseado em dados do estudo de viabilidade de
22

mercado, com alternativas de investimento ou com uma taxa mínima de atratividade


esperada para o capital investido”. Assim o autor ainda revela que o estudo de
mercado é uma das ferramentas componentes estruturais do estudo de viabilidade
de uma empresa no mercado

BUARQUE (1984) enfatiza sobre a relevância dos projetos de viabilidade


econômica para o sucesso do empreendimento, que podem ocorrer em dois
sentidos:

Projeto como instrumento de planejamento microeconômico, de maneira


definir a otimização dos recursos necessários a uma determinada produção.
Projeto como instrumento de análise e observação das consequências do
uso de determinados recursos, em relação aos objetivos macroeconômicos
do plano de desenvolvimento BUARQUE (1984).

Segundo Woiler e Mathias (1996) “os gastos com os estudos de viabilidade


são os menores de todos os custos de investimento, porém os benefícios se
perpetuaram por toda a trajetória da empresa”. Além disso, deve ficar claro que os
objetivos e estratégias de um projeto de viabilidade econômico financeiro devem ser
acompanhados, medidos e se necessários adaptados no decorrer de sua
implantação.

O estudo de viabilidade econômica abrange todos os aspectos que são de


vital importância para o empreendimento como os mercadológicos, operacionais e
financeiros.

2.7 Aspectos Mercadológicos

È o ponto de partida para fazer a estimativa ou previsão de vendas para um


período futuro.

Para Woiler e Mathias (1996) a análise de mercado, além de oferecer


elementos para a elaboração de projetos, provoca a ascensão do mercado para
muitos produtos, o lançamento de novos produtos e a obsolescência de outros.
23

Dolabela (1999) complementa que a principal resposta que a análise de


mercado traz para a empresa é a identificação das ameaças e oportunidades do
setor de atuação.

O estudo sobre os aspectos mercadológicos traz as informações necessárias


para o negócio no que tange o conhecimento do mercado de atuação, como os
clientes, concorrentes e fornecedores. Podendo assim fazer projeções das
necessidades do mercado, do preço de venda, custos e distribuição da mercadoria,
além de diminuir suas incertezas diante de um ambiente econômico de constantes
mudanças, inovador e globalizado.

2.7.1 Consumidor

A pesquisa do consumidor indicará a empresa segundo Chiavenato (1998),


quem são os atuais compradores e os potenciais, onde, como e quando compram,
dando subsídios à empresa para se adequar a este mercado e conquistar um maior
número de clientes.

Dolabela (1999) enfatiza que para o consumidor é muito importante quando a


empresa associa o seu produto a algum tipo de serviço, pois assim estará
agregando valor ao seu produto e gerando um diferencial dos concorrentes, tendo a
possibilidade de atrair mais clientes.

Kotler (1998) define o mercado consumidor como indivíduos e famílias que


compram bens e serviços para o consumo pessoal, e é em virtude disso que a
empresa deve trabalhar diariamente.

2.7.2 Concorrentes

Chiavenato (1998) define o mercado concorrente como sendo pessoas ou


organizações que oferecem produtos e serviços iguais ou similares aos que se
pretende oferecer aos consumidores e, além disso, também disputam os mesmos
fornecedores.
24

2.7.3 Fornecedores

Os fornecedores são definidos por Chiavenato (1998), como o conjunto de


pessoas ou organizações que suprem a empresa de insumos e serviços necessários
para o seu funcionamento.

Tendo bons fornecedores e empresa estará abastecida com recursos


produtivos, recursos naturais, matéria-prima e mão-de-obra da melhor qualidade,
buscando sempre alguma vantagem competitiva frente os concorrentes da empresa.

2.8 Aspectos Operacionais

2.8.1 Localização

Woiler e Mathias (1996) ressaltam que o estudo de localização não se


restringe a um projeto de implantação de um negócio, mas devido à dinâmica do
mercado, ele deve ser usado também para, expandir o que existe implantar outra
unidade ou realocar a atual.

A decisão do melhor local para instalação deve estar baseada em fatores


como a facilidade de acesso, tanto de fornecedores, clientes e funcionários, e
segundo Pasqualini et al. (2010) aos custos de produção, fonte de matéria prima,
desperdício e qualificação de mão-de-obra, custos de expansão, aparecimento de
novos mercados, atração por isenção de impostos, políticas internas e tendências
econômicas, entre outras.

2.8.2 Instalações

Convém atentar para o fato de que ao se planejar uma obra, deve-se evitar
terrenos de baixada, evitando problemas com alta umidade, baixa movimentação de
ar e insuficiente insolação higiênica no inverno. Deve-se estar atento também à
possível obstrução do ar por outras construções e barreiras naturais e artificiais
próximas aos galpões avícolas, o que dificultaria a ventilação natural, trazendo
prejuízos ao conforto térmico no verão segundo (TINOCO, 2001).
25

De acordo com recomendações da EMBRAPA, os galpões devem ter


dimensão compatível com a produção, devem ser construídos com material
adequado e com facilidades indispensáveis, como suprimento de água e ração,
ventilação e instalação elétrica e, esgoto. Devem permitir fluxo de processo e de
pessoas.

2.8.3 Processo e Tecnologia

Processo e tecnologia são fatores decisórios no sucesso das empresas, para


se destacarem perante as concorrentes em um mercado muito competitivo essas
estão investindo cada vez mais em tecnologia e aprimorando seus processos. Em
qualquer ramo de negócio temos que acompanhar as evoluções do mercado.

Conforme enciclopédia processos "são um conjunto de atividades interligadas


e ordenadas, unidas por uma visão central e que busca realizar um objetivo. Ligadas
às áreas especifícas, consome recursos e usa informações". "São a utilização de
recursos (materiais, pessoas, financeiros e informação), para o alcance dos
objetivos da organização".

Segundo Chiavenato (1998, p.608), “a tecnologia envolve a soma total dos


conhecimentos acumulados a respeito de como fazer as coisas: incluem invenções,
técnicas, aplicações, desenvolvimento [...]”. Assim, a empresa que tem seu setor de
desenvolvimento e tecnologia, ativo e avançado consegue ter um diferencial frente
os seus concorrentes, além de conseguir influenciar o seu ambiente e não apenas,
ser influenciado.

Segundo o ensinamento de João Luiz Lani, uma das principais limitações no


processo de gerenciamento de propriedades rurais é “a ausência de um
planejamento pautado em informações temáticas compatíveis com o tamanho da
área”, afirmando ainda, que o planejamento molda o futuro da propriedade:

O planejamento estratégico é um instrumento eficaz de modelar o futuro,


possibilitando o desenvolvimento organizacional integrado da propriedade
rural. Durante esse planejamento, define-se qual será a atividade principal
do empreendimento, levantam-se as vantagens competitivas, delimitam-se
26

as características fortes e fracas, e definem-se quais ações devem ser


implementadas para tornar o empreendimento sustentável. (2004, p. 19)

Uma técnica administrativa que, através da análise do ambiente de uma


organização, cria a consciência das suas oportunidades e ameaças dos
seus pontos fortes e fracos para o cumprimento da sua missão e através
desta consciência, estabelece o propósito de direção que a organização
deverá seguir para aproveitar as oportunidades e evitar riscos (Fischmann e
Almeida 1991).

Atacar três espaços complementares: a) definir um problema de unidade


coletiva que possa garantir o trato de informações com o sigilo e a
objetividade necessários; b) apostar num cenário possível com atenção
cuidadosa no fator tecnológico emergente, provocador de mudanças
estruturais fortes; finalmente, c) analisar as estruturas (empresarial,
gerencial e informacional) de modo a adequá-las aos desafios do cenário a
ser buscado de acordo com Montenegro (1988).

2.9 Aspectos Financeiros

Analisando os aspectos financeiros vamos demonstrar qual a situação da


empresa e o planejamento financeiro projetará para ela o futuro que se quer chegar.
Compete à um administrador financeiro, segundo Groppelli e Nikbakht (1998, p.17)
“maximizar o preço das ações de sua empresa, enquanto mantem o risco no mais
baixo nível possível”, e para isso é preciso conhecer os aspectos econômicos e
financeiro necessários para fazer estas análises.

2.9.1 Taxa Mínima Atrativa - TMA

A escolha entre alternativas nas quais investir os fundos limitados disponíveis,


envolve custos de oportunidade, pois comprometer-se com um investimento pode
significar rejeitar outros (SAMANEZ, 2007).

É imprescindível verificar a atratividade financeira do projeto, levando-se em


consideração a Taxa de Mínima Atratividade (TMA) que pode ser considerada como
a melhor taxa, com baixo grau de risco, disponível para aplicação do capital em
análise sendo utilizada para comparar investimentos. Segundo Brito (2010), a TMA é
“uma taxa que pode ser definida de acordo com a política de cada empresa”. No
entanto, a determinação ou escolha da TMA é de grande importância na decisão de
alocação de recursos nos projetos de investimento. Para Galesne et al., (1999)
27

citado por Brito (2010), a taxa de desconto, ou a TMA mais apropriada para decisões
de investimento é a taxa do custo de capital.

Gitman (2001) considera o custo de capital como o retorno exigido pelos


financiadores de capital e, portanto, a TMA que a empresa deveria considerar em
seus projetos de investimento.

2.9.2 Fluxo de Caixa

Segundo Souza e Clemente (2009), após relacionadas as alternativas viáveis


tecnicamente é que se analisam quais delas são atrativas financeiramente. É nessa
última parte que os indicadores gerados auxiliarão o processo decisório.

Existem inúmeras metodologias para a avaliação do investimento, dentre


essas destacam-se o método do Payback, do Valor Presente Líquido (VPL) e o
método da Taxa Interna de Retorno (TIR).

2.9.3 Payback

Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), Brigham e Ehrhardt (2006) abordam o


payback descontado como um método de análise. Este instrumento, assim como o
payback simples, busca evidenciar o tempo necessário para recuperar o
investimento inicial. Porém, existe uma diferença significativa, o payback descontado
passa a considerar o valor do dinheiro no tempo. Assim, é um instrumento mais
refinado, proporcionando uma análise mais elaborada, apesar de manter as outras
falhas, referentes à distribuição dos fluxos de valores, bem como daqueles que
ocorrem após o período de recuperação.

De acordo com Lapponi (2000) é o tempo necessário para recuperar o capital


investido. Existem duas variações desse método, denominadas payback simples e
payback descontado.

Payback simples (PBS)


28

É um método simples que calcula o tempo necessário para a soma das


receitas se equipararem com o valor do capital investido, porém é um método
deficiente uma vez que não considera o valor do dinheiro no tempo.

Payback descontado (PBD)

É um método que assim como no payback simples calcula o tempo de retorno


do investimento, entretanto apresenta como vantagem a correção do valor da
variação do dinheiro no tempo. Basicamente o método do payback descontado
consiste na realização do somatório dos fluxos de caixa até que se iguale ao valor
do investimento.

2.9.4 Valor Presente Líquido (VPL)

É o método mais utilizado na análise de investimentos de projetos e consiste


na concentração de todos os valores esperados de um fluxo de caixa futuro na data
zero (SOUZA e CLEMENTE, 2009).

O VPL proporciona uma comparação entre o investimento e os retornos


esperados com todos os valores no momento atual. Quando o VPL ≥ 0,
pode-se concluir que o projeto analisado pode ser considerado, pois o
capital investido e a TMA serão cobertas e ainda gerará ganho líquido ao
investidor. Se o VPL < 0, o projeto é considerado economicamente inviável,
pois o capital investido não será recuperado, o projeto não irá remunerar e
tão pouco gerar lucro extra, portanto rejeita-se o projeto de investimento
(BROM e BALIAN, 2007).

Para Souza (2003, p. 74) o valor presente líquido corresponde “a diferença


entre o valor presente das entradas líquidas de caixa associadas ao projeto e o
investimento inicial necessário”.

Gitman (2001) afirma que o VPL “é uma técnica de orçamento sofisticada. O


seu valor é determinado subtraindo-se do valor inicial de um projeto, o valor
presente das entradas líquidas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo do
capital da empresa”.
29

Desta forma, o valor presente líquido é uma medida de quanto valor é criado
ou adicionado hoje, realizando determinado investimento. Para tanto, faz-se
necessário trazer a valor presente todos os fluxos de caixa esperados, utilizando
uma taxa de desconto e após, reduzir estes valores do desembolso inicial do projeto.

Conforme Lemes Júnior, Cherobim e Rigo (2002) “utilizar o VPL para a


tomada de decisões facilita o alcance do principal objetivo do administrador
financeiro, que é de maximizar a riqueza do acionista ou proprietário”. O valor
presente líquido de um projeto é bastante sensível a variações na taxa de desconto.
Quanto maior for essa taxa, menos valem os fluxos de caixa do projeto, e menor é o
VPL resultante. A taxa de desconto dos fluxos de caixa representa o retorno
esperado pelos investidores.

2.9.5 Taxa Interna de Retorno (TIR)

É a taxa que iguala o fluxo de caixa operacional ao valor a ser


investido no projeto. O método da TIR não tem a finalidade de
avaliar a rentabilidade absoluta a determinado custo de capital,
como o VPL; seu objetivo é encontrar uma taxa intrínseca de
investimento (LEMES JÚNIOR et al., 2010; SAMANEZ, 2007).
3 METODOLOGIA

Neste tópico constam os tipos de pesquisa, o plano de coleta, análise e


interpretação dos dados e da proposta de sistematização dos resultados.

3.1 Tipo de Estudo

Segundo Vergara (2000, p. 47) “a pesquisa se qualifica em relação a dois


aspectos: quanto aos fins e quanto aos meios”.

a) quanto aos fins:

Vergara (2000, p. 47) classifica a pesquisa como:

- Exploratória: realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado


e sistematizado Por sua natureza de sondagem, não comporta a hipótese que,
todavia, poderão surgir durante ou ao final da pesquisa.

Vergara (2000, p. 47) classifica a pesquisa como:

- Descritiva: expõe características de determinada população ou de


determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e
definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve,
embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de opinião insere-se nessa
classificação.

Alves (2003, apud Rigonetal 2007, p. 52-53) classifica a pesquisa como:

- Exploratória: tornar mais explícito a questão de estudo, aprofundar as ideias


em questão. Este tipo de pesquisa permite o levantamento bibliográfico e o uso de
entrevistas com as pessoas que já tiveram experiência acerca do objeto a ser
investigado. A pesquisa bibliográfica e o estudo de caso são exemplos de pesquisa
exploratória.
31

Alves (2003, apud Rigonetal 2007, p. 52-53) classifica a pesquisa como:

- Descritiva: descreve as características de determinada organização, ou


ainda estabelece relações entre fenômenos (variáveis), adota-se como
procedimentos a coleta de dados, com uso da entrevista e da observação, e como
recursos, os questionários e/ou formulários, entre outros. É utilizado nas pesquisas
de levantamento.

b) Quanto aos meios:

Alves (2003, apud Rigonetal 2007, p. 52-53) classifica a pesquisa como:

- Estudo de caso: trata-se de um estudo em profundidade, exaustivo, radical,


de uns poucos objetos, visando obter o máximo de informações que permitam o
amplo conhecimento, o que seria impossível em outras pesquisas. É muito
encontrado em pesquisas exploratórias.

Alves (2003, apud Rigonetal 2007, p. 52-53) classifica a pesquisa como:

- Pesquisa de campo: é investigação empírica realizada no local onde ocorre


ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo.

Vergara (2000, p. 49) classifica a pesquisa como:

- Estudo de caso: é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas


essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público,
uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento.
Pode ou não ser realizado no campo.

Vergara (2000, p. 49) classifica a pesquisa como:

- Pesquisa de campo: é investigação empírica realizada no local onde ocorre


32

ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo.

Para a realização deste projeto foi feito pesquisa exploratória porque


procurou-se obter mais informações e conhecimentos sobre a criação de galinhas
poedeiras no setor do agronegócio, especialmente em nossa região, para a
avaliação da viabilidade da implantação de um aviário no Distrito de Quaraim – Três
de Maio – RS e, pesquisou-se os aspectos mercadológicos para o sucesso do
negócio. Também, foi realizada uma pesquisa descritiva porque descreve a
necessidade da adequação do pequeno agricultor em atividades alternativas no
setor do agronegócio e, visitou-se propriedades afins do intento deste projeto para
aproveitá-las como modelo.

Quanto aos meios, a pesquisa, pode ser classificada em pesquisa de campo,


pois foi feita uma avaliação da necessidade do fornecimento de ovos para abastecer
o mercado consumidor de Três de Maio – RS e, a investigação da viabilidade da
implantação de um aviário para criação de galinhas poedeiras numa pequena
propriedade no Distrito de Quaraim – Três de Maio – RS. Como estudo de caso
porque foi analisada a necessidade de um pequeno núcleo familiar implementar um
negócio que viabilizasse a permanência do mesmo no campo com sustentabilidade
e qualidade de vida. E, a pesquisa também é bibliográfica porque foi pesquisada na
literatura informações para a implantação do projeto.

3.2 Plano de Coleta dos Dados

O trabalho foi realizado com o proprietário de uma pequena área rural, Sr.
Sérgio Helenco, onde está sendo estudada a implantação de um aviário para
produção de ovos de galinha como uma empresa rural que oferece condições de
autossustentabilidade e lucratividade para a permanência do homem do campo no
campo com qualidade de vida.

O espaço físico está localizado no Distrito de Quaraim, município de Três de


Maio, RS, numa área física de 1,5 ha de terra. A propriedade dispõe de um galpão
de 300 metros quadrados que será adaptado para as fases de cria e de recria,
33

seguindo as orientações do Manual de Segurança e Qualidade para a Avicultura de


Postura do EMBRAPA (p. 36) de acordo com a ANVISA:

Preparação do pinteiro (galpão para pintainhas)

Os galpões destinados à criação das pintainhas, devem ser higienizados


antes da chegada de novo lote, obedecendo ao seguinte cronograma:

1. Os restos de ração dos comedouros e dos silos e o esterco dos cavaletes e


pisos, devem ser retirados para facilitar a limpeza geral do galpão. A lavagem dos
galpões deve ser feita para facilitar a remoção dos dejetos, poeira e penas, através
da aplicação de jatos de água com alta pressão, iniciando-se da parte mais alta, no
sentido de cima para baixo acompanhando a declividade do galpão;

2. Todos os equipamentos e instalações devem ser lavados minuciosamente,


principalmente nas juntas de madeira e dobras de gaiolas. A caixa d’água deve ser
lavada objetivando a higienização da mesma. Os comedouros e bebedouros devem
ser limpos e higienizados;

3. A desinfestação é realizada para eliminar os insetos/animais nocivos à


saúde das aves e humana. A desinfecção deve ser feita com desinfetante, aplicados
na parte interior e exterior do galpão, e quando realizada o aplicador não pode entrar
em contato com o produto. Devem ser utilizados produtos aprovados e
recomendados para uso na avicultura, devendo ser observada as normas técnicas e
de segurança para aplicação e armazenamento dos produtos;

4. Se necessário, são efetuados reparos nos madeiramentos, para dar


melhores condições de alojamento para as pintainhas. As lâmpadas são limpas e as
queimadas são trocadas para melhorar a iluminação, o que facilita o acesso das
aves à ração e à água. No sistema de criação em piso, a cama do aviário deve ser
de boa qualidade, sem evidências de fungos, ausente de substâncias tóxicas, baixa
condutividade térmica, de partículas de tamanho médio, boa capacidade de
absorção de umidade, macia e deve cobrir uniformemente o piso do galpão
34

atingindo a espessura de 5 a 10 cm de altura. Dentre os materiais que são utilizados


para cama de aviário, destacam-se: sabugo de milho triturado, bagaço de cana,
sepilho ou maravalha de madeira, casca de arroz, palha de feijão e feno de
gramínea.

Após a lavagem e desinfecção do(s) galpão(ões), deve ser realizado um vazio


sanitário com duração entre 15 a 20 dias para entrada de um novo lote.

No caso de criação com a utilização de círculo de proteção, as folhas de


compensado devem ser dispostas para que o círculo apresente a altura de 40 a 60
cm de altura e 3 metros de diâmetro, para alojar cerca de 500 pintainhas.

Deve ser tratada com desinfetante, aplicados na parte interior e exterior do


galpão.

Também, serão retiradas as paredes de tábuas das laterais e serão


colocadas cortinas para a ventilação, iluminação e proteção das aves. Será
construído piso liso para adequar o espaço para colocação das pintainhas para a 1ª
e 2ª fases. As pintainhas serão criadas em piso, dentro de círculos de arame até a 2ª
semana. Após será feita a redistribuição de espaço para o término da cria e início da
recria. Será utilizado nesse galpão o espaço superior do mesmo para armazenagem
do trato e outras necessidades em local seco, arejado e separado do espaço de piso
usado para cria e recria.

Um novo galpão será construído para a fase de produção das galinhas


poedeiras. Esse galpão medirá 333 metros quadrados. O galpão será feito com base
de concreto e pilares e paredes de madeira. As paredes frontais e de fundo serão
feitas de tábuas. As laterais ficarão abertas, com sistema de cortinas para proteção
do frio no inverno. O mesmo será coberto com telhas de barro.

Para a compra dos materiais de construção para adaptação e construção do


novo galpão sugere-se as empresas Sabiá Materiais de Construção e Cerâmica e
Madeireira Pandolfo.
35

A estrutura interna será disposta de 2 fileiras de gaiolas com 3 camadas cada


fileira. Das 6 camadas de gaiolas, as duas superiores terão 84 gaiolas e as outras 4
camadas terão 83 gaiolas. Cada gaiola comportará 8 galinhas. Assim, a estrutura
interna do galpão terá espaço para a criação de 4.000 galinhas de postura.

Após pesquisa de preços na região e pela internet é viável a compra das


gaiolas, comedouros, bebedouros, campânulas e sistemas de cortina pela internet
que oferece compra segura e garantia de entrega no prazo estabelecido.

Para a implementação do projeto foi feito pesquisa de campo nos mercados e


padarias de Três de Maio, RS para a ciência da necessidade de abastecimento de
ovos nos mesmos. Verificou-se que apenas uma granja do município abastece os
mesmos, as outras granjas abastecedoras são de outros municípios.

Para a aquisição das pintainhas, após pesquisas de preço e de qualidade


sugere-se que as mesmas sejam compradas no fornecedor Pintos Foletto de Três
de Maio, RS, sendo a Agropecuária Foletto também aquela que oferece o melhor
preço e qualidade nos insumos como alimentação, remédios e outros. A compra do
arame para os círculos para fase da cria também será feita neste estabelecimento.

Melhor preço encontrado para aquisição das embalagens para entrega dos
ovos foi da empresa SANOVO através da pesquisa na região e pela internet.

Sugere-se que a compra do carro seja feita na empresa Grilo Automóveis de


Três de Maio, RS por oferecer melhor preço, qualidade e garantia do mesmo.

O abastecimento de água e energia deverá ser feito pelas únicas empresas


que oferecem esses serviços no Distrito de Quaraim – Três de Maio – RS.

A mão-de-obra empregada para a implementação do projeto será familiar, 02


pessoas. Esporadicamente será contratado um auxiliar para ajudar na limpeza e
desinfecção.
36

3.3 Plano de Análise e Interpretação dos Dados

Alves (2003, apud Rigonetal 2007, p. 52-53) “também podem ser tratados de
forma qualitativa como, por exemplo, codificando-os, apresentando-os de forma
mais estruturada e analisando-os”.

A análise e interpretação dos dados foram realizadas de forma qualitativa,


descritiva, buscando a análise dos dados necessários para a implantação do referido
aviário.

Após pesquisa de mercado percebeu-se a necessidade da oferta de ovos


para o abastecimento dos mercados e padarias de Três de Maio – RS. Avaliando a
estrutura física e financeira projetou-se a criação de 4.000 galinhas poedeiras que
serão alojadas, inicialmente na fase da cria e recria em um galpão de piso e, para a
postura num galpão com gaiolas. Estima-se que por dia serão colhidos 3.000 ovos.
A coleta será feita manualmente de 4 a 5 vezes ao dia. Os ovos serão recolhidos,
levados para a sala de ovos, lavados, passados pelo processo de ovoscopia,
embalados e armazenados por dois dias. A entrega será nos mercados e padarias
será feita de 2 em 2 dias. O valor estimado de recebimento, durante a pesquisa foi
variável de R$ 2,75 a R$ 3,50. Para a avaliação deste projeto, usou-se o valor
mínimo de R$ 2,75 pela venda da dúzia de ovos. Também, será feita venda dos
descartes e esterco a cada final de fase de produção. Em gastos com alimentação,
manuseio e outros gastos estima-se o mensal de R$ 16.178,00. Assim, durante um
mês ter-se-á como receita líquida o valor de R$ 4.547,00.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Caracterização da Propriedade

A propriedade localiza-se no Distrito de Quaraim, município de Três de Maio,


RS. É composta por 1,5ha de terra, sendo que 1ha de terra plana e 0,5ha de terra
acentuada. Seguem imagens de satélite do Distrito de Quaraim (Figura 1) e, da
referida propriedade (Figura 2).

Figura 1 – Imagem de satélite do Distrito de Quaraim


Fonte: Google/maps

Figura 2 – Imagem da satélite da propriedade


Fonte: Google/maps
38

4.2 Descrição do Negócio

A ideia do negócio começou com a necessidade da sobrevivência no campo


de uma família com uma pequena propriedade de terra. A mesma vem de um
processo de descapitalização e perda de espaço físico devido à frustrações
sequencias de safras de trigo e soja e endividamento bancário. Devido a esse
contexto, pesquisou-se várias alternativas de produções agrícolas e, considerando-
se a pequena área de terra, percebe-se que a atividade mais apropriada para o caso
é a produção de aves (galinhas) para postura. Assim, para implantação do aviário foi
preciso escolher o espaço físico adequado para a construção do galpão.

Tendo em vista às necessidades físicas e a oferta de um terreno apropriado,


escolheu-se uma área plana para a construção do galpão.

Após a adequação e construção dos galpões, para iniciar a criação das aves
poedeiras, as pintainhas serão adquiridas de um fornecedor certificado.

As aves serão tratadas com ração apropriada para postura. Serão escolhidas
aves vermelhas que oferecem uma melhor qualidade dos ovos e preço no mercado.

Após 18 semanas de criação coletar-se-á os ovos para se procederem as


primeiras vendas.

Também, como fontes de renda serão feitos os descartes das galinhas que
passaram do ciclo de postura e, será a feita a venda do esterco.

4.3 Aspectos Mercadológicos

Nos últimos anos, o Brasil atingiu uma marca histórica de consumo de ovos,
registrando 180 ovos para cada brasileiro. Esse avanço satisfatório para o criador de
galinhas poedeiras também se deve especialmente à derrubada do mito dos
malefícios do ovo para a saúde. Segundo pesquisas realizadas nos últimos 30 anos,
foi comprovado que o consumo diário de ovo não aumenta o risco de doenças do
39

coração em pessoas saudáveis. Conforme site http://www.saudedica.com.br


pesquisas recentes mostram que consumir ovos trazem os seguintes benefícios
para a saúde:

- Os ovos têm grandes benefícios para os olhos. De acordo com um estudo,


um ovo por dia pode prevenir degeneração ocular devido ao conteúdo de
carotenóides, especialmente a luteína e zeaxantina.

- Em outro estudo, os pesquisadores descobriram que pessoas que comem


ovos todos os dias reduzem o risco de desenvolver cataratas, por causa da luteína e
zeaxantina em ovos.

- Um ovo contém 6 gramas de proteína de alta qualidade e todos os nove


aminoácidos essenciais para a saúde humana.

- De acordo com um estudo da Harvard School of Public Health, não há


nenhuma ligação significativa entre o consumo de ovo e doenças cardíacas. Na
verdade, de acordo com o estudo, o consumo regular de ovos pode ajudar a
prevenir coágulos sanguíneos, acidente vascular cerebral e ataques cardíacos.

- Eles são uma boa fonte de colina. Uma gema tem cerca de 300
microgramas de colina. A colina é um nutriente importante que ajuda a regular o
cérebro, sistema nervoso e sistema cardiovascular.

- Eles contêm o tipo certo de gordura. Um ovo contém apenas 5 gramas de


gordura e apenas 1,5 gramas de gordura saturada.

- Nova pesquisa mostra que o consumo moderado de ovos não têm um


impacto negativo sobre o colesterol. De fato, estudos recentes têm demonstrado que
o consumo regular de dois ovos por dia não afeta o perfil lipídico de uma pessoa e
podem, de fato, melhorá-lo.
40

- Os ovos são um dos únicos alimentos que contêm naturalmente a Vitamina


D.

- Os ovos podem prevenir o câncer de mama. Em um estudo, as mulheres


que consumiam pelo menos seis ovos por semana reduziram o risco de câncer de
mama em 44%.

- Ovos ajudam na saúde do cabelo e unhas por causa do seu elevado teor de
enxofre e grande variedade de vitaminas e minerais.

Após pesquisa nos mercados e padarias de Três de Maio (público alvo),


concluiu-se que os mesmos se abastecem de fornecedores de algumas granjas da
região e apenas 1 granja do município. Percebeu-se, a partir dessa realidade, que
há um grande espaço no mercado para a oferta do produto pretendido.

Optou-se a venda dos produtos no município de Três de Maio - RS, em


supermercados e padarias, porque há mercado para o consumo, carência na oferta
do produto, facilidade de deslocamento e entrega e, pela venda com nota fiscal de
produtor rural (Bloco modelo 15), que proporciona redução do pagamento de
impostos.

4.3.1 Cliente/Consumidor

Para implementação do projeto foi feita visitação aos mercados e padarias de


Três de Maio – RS para verificar a necessidade do produto ovos de galinha pelos
mesmos. Assim, obteve-se uma proposta de compra:

- Supermercado Benedetti: 70% da produção.

- Super Tem-Tem: 15% da produção.

- Mercado REX: 9% da produção.

- Padaria São Francisco: 6% da produção.


41

Agricultores do município de Três de Maio – RS.

4.3.2 Concorrentes

- Granja Renascer – Lajeado Reginaldo, Santa Rosa – RS.

- Granja Cachoeira – Lajeado Cachoeira, Três de Maio – RS.

Devido à demanda ser maior de que a oferta do produto em Três de Maio –


RS, a concorrência torna-se quase nula. Como o distrito de Quaraim está localizado
próximo da cidade, tem-se a vantagem de diminuir o custo em gastos com
transporte para a entrega em relação à Granja Renascer que se localiza na
Localidade de Lajeado Reginaldo no município de Santa Rosa – RS.

4.3.3 Fornecedores

Após pesquisa de mercado, percebeu-se que os prováveis fornecedores, pela


viabilidade qualitativa e econômica serão:

- Agropecuário Foletto – fornecedor de rações, remédios e insumos para


produção e manutenção do aviário.

- Pintos Foletto – fornecedor das pintainhas.

- ARTABAS – Fornecedor das gaiolas, comedouros, bebedouros e sistemas


de cortina.

- Postos de Serviços Fritsch Ltda – fornecedor de combustível.

- Cerâmica e Madeireira Pandolfo – fornecedor de telhas, tijolos e madeiras


para construção do galpão.

- Sabiá Materiais de Construção – fornecedor de cimento e areia.


42

- RGE – fornecedor de luz elétrica.

- Prefeitura Municipal de Três de Maio – RS – fornecedor das Licenças


Ambientais e água potável.

- Sanovo – fornecedor de embalagens.

- Grilo Automóveis – fornecedor do veículo.

- Mão-de-Obra – familiar.

4.4 Aspectos operacionais e técnicos

4.4.1 Tamanho e localização

A localização dos galpões é de suma importância para a obtenção de


resultados satisfatórios no desenvolvimento da atividade. Em qualquer circunstância,
para a instalação de novos complexos avícolas, sempre é preciso um estudo prévio
ou planejamento das condições mínimas necessárias ao bom funcionamento das
instalações.

Convém atentar para o fato de que ao se planejar uma obra, deve-se evitar
terrenos de baixada, evitando problemas com alta umidade, baixa
movimentação de ar e insuficiente insolação higiênica no inverno. Deve-se
estar atento também à possível obstrução do ar por outras construções e
barreiras naturais e artificiais próximas aos galpões avícolas, o que
dificultaria a ventilação natural, trazendo prejuízos ao conforto térmico no
verão segundo (TINOCO, 2001).

A largura a ser considerada para o galpão está relacionada ao clima da região


onde o mesmo será construído e ao projeto de organização das gaiolas. Segundo
Tinôco (1996), normalmente recomenda-se como limites máximos:

- larguras até 8,00 a 10,00 m – clima frio e úmido


43

- larguras até 10,00 a 14,00 m – clima quente e seco

No que diz respeito ao pé-direito, desde 1950, Kelly et al. verificou que, “à
medida que se aumenta o pé-direito de uma cobertura, não se altera o tamanho da
sombra, mas diminui a temperatura do solo, porque a sombra se move mais
rapidamente”. Segundo esses autores, em locais onde há ocorrência de céu
descoberto, altas temperaturas, baixa precipitação e a baixa umidade são
constantes, coberturas com pé-direito variando de 3,00 a 4,00 m são recomendadas,
pois possibilitam maior exposição dos animais ao céu, que geralmente é mais frio do
que a superfície animal. Esses autores mostraram em seus estudos que,
aumentando-se a altura do abrigo, os animais na sombra ficam expostos a maior
exposição do céu frio, possibilitando, assim, aumento do efeito de arrefecimento
térmico ambiente.

Conforme Givens (1965), “em locais onde o céu se apresenta total ou


parcialmente encoberto e com alta umidade relativa, instalações com pé-direito alto
não são recomendadas, pois expõem o animal a maior carga térmica de radiação”.

De acordo com Kelly et al.(1957), “pé-direito alto é recomendado para áreas


com céu claro e baixa umidade relativa do ar”.

Considerando as recomendações do EMBRAPA e aproveitando a


disponibilidade física da propriedade que já dispõe de um galpão com as
características semelhantes às indicadas, optou-se em adaptá-lo, tornando-o viável
para o recebimento das pintainhas. Nesse espaço será feita a cria e a recria das
aves. Assim, esse espaço físico será utilizado por 17 semanas. Segue foto do
galpão que será adaptado (Figura 3).
44

Figura 3 – Galpão já existente na Propriedade


Fonte: Rafael Helenco, 2015

Após as 17 semanas da cria e recria, as aves serão transportadas para o


galpão de postura.

Esse galpão de postura será construído. Escolheu-se um terreno plano para


construção do mesmo. Ele medirá 90 metros de comprimento, 3,7 metros de largura
e 3 metros de pé-direito. O mesmo terá base construída com tijolos e o restante da
estrutura em madeira e coberto com telhas de barro.

Foi feita visitação em propriedade que contém um galpão semelhante com


aquele que se pretende construir. Segue foto do mesmo (Figura 4).
45

Figura 4 – Galpão de postura


Fonte: Propriedade Sr.Claudir Rutzen, município de Horizontina – RS.

4.4.2 Processo e Tecnologia

A criação de aves pode ser dividida em três fases:

1ª Fase - Cria ou Inicial: de 1 dia até 6 semanas de idade;

2ª Fase - Recria: de 7 a 17 semanas de idade;

3º Fase - Produção: de 18 a 76 semanas de idade, podendo ainda se


estender de 90 até 120 semanas se for realizada uma ou duas mudas forçadas.
Geralmente esta prática está diretamente ligada ao preço do ovo no mercado.

1ª Fase - Cria ou Inicial – 1 dia até 6 semanas de idade Cuidados Iniciais:

É de grande importância que o produtor compre os pintinhos de granjas


conhecidas e respeitadas no mercado, capaz de fornecer aves de boa qualidade.

Inicialmente é necessário preparar o galpão para a recepção das pintinhas.


Para tanto se deve:
46

- Montar círculos, campânulas ou aquecedores, testando seu funcionamento;

- Distribuir comedouros e bebedouros, forrar o piso dos círculos com papel;

- Momentos antes da chegada das pintinhas, deve-se completar os


bebedouros com água e os comedouros com ração ou espalhá-la sobre a forração
de papel dependendo da hora e das condições de temperatura ligar as campânulas
ou aquecedores. A primeira água de bebida deve ser preparada com uma solução
de 5 quilos de açúcar para cada 200 litros de água;

- Nos criatórios de bateria ou gaiolas ajustar as grades dos comedouros;

- As pintinhas recém-chegadas nas caixas devem ser descarregadas no


interior do galpão, distribuindo-as em torno dos círculos de proteção, ou das baterias
ou gaiolas. Deve-se ainda verificar o peso de algumas aves e realizar a contagem;

- Verificar ainda, o funcionamento dos equipamentos e a temperatura do


ambiente em torno das campânulas ou aquecedores. Lembrar que a temperatura do
ambiente é muito importante para o bom desenvolvimento das aves.

- A distribuição dos pintinhos dentro do círculo de confinamento indica o grau


de conforto;

- O círculo de confinamento é utilizado para evitar que as aves se afastem


muito da campânula ou aquecedor. O círculo pode ser feito de papelão corrugado,
metal, duratex ou tela de arame resistente. Os materiais sólidos são utilizados
quando há necessidade de se evitar correntes de ar. As telas de arame resistentes
evitam o sufocamento quando as aves se amontoam sobre elas e permite a entrada
de ar adequada. O círculo de confinamento deve ter aproximadamente de 50 a 60
cm de altura e, estar a uma distância de 0,6 a 1 m da extremidade da campânula. O
círculo geralmente pode ser removido após uma semana.

Manejo:
47

O manejo é o cuidado necessário e apropriado desde a espera, a chegada e


a criação das pintainhas. Para que aconteça o máximo de aproveitamento e
produção das galinhas poedeiras é preciso:

- Regular a altura das cortinas ao longo do dia e da noite para manter o


ambiente do criatório em condições ideais de conforto térmico, ventilação e umidade
relativa. A altura das cortinas é regulada de acordo com as condições internas do
galpão para que as aves tenham conforto. Após quinze a vinte dias devem-se
manter as cortinas abaixadas, a não ser em momento de frio e ou chuvas de vento.

- Manter os bebedouros iniciais, ou pendulares sempre limpos e com água


fresca no mínimo duas vezes ao dia. Conferir os bebedouros de válvula
regularmente, para evitar sujeiras, entupimentos e/ou vazamentos.

- Colocar fina camada de ração para evitar desperdício pelo fato de os


pintinhos ciscarem e comerem sobre a ração. Deve-se repor a ração nos
comedouros no mínimo 4 vezes ao dia. Nos comedouro tubulares rodar os pratos
para a renovação de ração no mínimo 4 vezes ao dia. A altura do prato em relação
ao tubo deve ser regulada para evitar grandes quantidades de ração no prato
evitando desperdício.

- Deve-se regular a altura dos bebedouros e comedouros a cada semana,


facilitando o acesso das aves:

Bebedouro -> estar na altura do dorso, ou acima da cabeça em caso de


válvula.

Comedouros -> estar na altura do papo.

Disposição típica dos equipamentos dentro do círculo:

O espaço disponível para as aves, quando criadas em piso, deve ser


gradualmente aumentado com o seu desenvolvimento. Inicialmente, os círculos de
48

proteção devem ser individualmente aumentados à partir do segundo dia. Com cinco
a seis dias, juntar dois círculos. Com doze a quinze dias, toda a metade do galpão
deve estar ocupada.

Posteriormente, o galpão deve estar totalmente ocupado (até no máximo 20


dias). Os comedouros e bebedouros são substituídos e aumentados em número à
medida em que há alterações de espaço. Em criações com baterias ou gaiolas, os
espaços são ocupados dobrados até a debicagem, quando se faz a distribuição e
primeira seleção em número de aves por gaiola. Deve-se manter sempre o mesmo
número de aves por gaiola ou bateria para assegurar a uniformidade.

Na fase de recria é necessário selecionar as aves mais fracas agrupando-as


separadamente para melhorar a uniformidade do lote.

As telas laterais e as passarelas internas e externas devem ser regularmente


varridas, sendo mantidas sempre limpas. Os arredores do galpão devem ser
mantidos limpos. Deve-se retirar diariamente do galpão as aves mortas, lançando-as
em fossa ou incinerando-as. Nunca deixar aves mortas sobre o solo nem lançá-las
em cursos d`água.

Para controle da granja, realizar diariamente registros em fichas próprias,


anotando-se peso da ração consumida, número de aves mortas e ou descartadas.
Ainda se possível, anotar a quantidade de luz natural do dia, bem como
temperaturas máxima e mínima, além de vacinações e tratamentos.

Debicagem:

A debicagem deve ser feita para manter a uniformidade do lote, além de


prevenir o canibalismo e evitar o desperdício de ração. Esta deve ser realizada
primeiramente entre 7 e 10 dias de idade, aproveitando o fato de que as pintinhas
estão no círculo de proteção o que facilita apanhá-las. Uma segunda debicagem
deve ser feita entre 10 e 12 semanas, em condições normais de criação.
49

Na primeira debicagem retira-se 1/3 do bico, enquanto que no segundo corte


deve ser realizado de forma que o bico superior fique com um comprimento entre 5 e
6 mm à partir das narinas. Para a debicagem o produtor deve estar atento para os
seguintes detalhes:

- Debicar somente aves sadias e nas idades recomendadas;

- Considerar este processo um modificador da anatomia do bico, por isso tem


de ser feito com critério e por pessoal especializado e competente.

- O debicador e as lâminas de corte devem ser revisados antes do início da


operação para garantir sua eficiência;

- Este processo de debicagem deve ser preciso e organizado, para não


causar estresse nas aves;

- Evitar cortes desuniformes no bico;

- A lâmina de corte deve estar rósea (520º C) na debicagem das pintinhas e


rubra (620º C) na segunda debicagem, de forma a garantir uma eficaz cauterização
do bico, evitando hemorragias e possíveis formações de calos;

- A quantidade de ração dos comedouros deve ser aumentado pelo menos


dois dias após a debicagem.

2ª Fase - Recria – 7 semanas a 17 semanas de idade:

Fatores importantes para um desenvolvimento perfeito das aves poedeiras:

Desenvolvimento corporal:

O desenvolvimento corporal é um fator importante de controle do manejo, é


medido pelo peso médio do lote, pois permite verificar se a ave está se
50

desenvolvendo de acordo com a linhagem de origem. A análise de peso permite


ainda, garantir a uniformidade do lote, que serve para avaliar o desenvolvimento
geral diante das práticas de manejo na granja.

Lotes que possuam desenvolvimento de peso dentro dos limites padrões de


peso corporal da linhagem escolhida para trabalhar e uma uniformidade em torno de
80% são garantias de maturidade sexual a uma idade fisiologicamente adequada e
um desempenho de produção economicamente esperado.

Assim, temos que as pesagens devem ser feitas da seguinte maneira:

- Pesagens feitas semanalmente durante toda a fase de recria que vai desde
7 semanas até 18 semanas. Deve-se definir um dia para esta atividade e realizar
sempre no mesmo horário, isto para causar o mínimo estresse;

- Pesar uma amostra entre 1 a 3 % do lote;

- Pesar aves de diferentes locais ao longo de todo o galpão, tomando as


amostras de aves a serem pesadas ao acaso;

- Realizar as pesagens individuais e estes pesos anotados em uma ficha


apropriada para a análise de uniformidade. Utilizam-se balanças do tipo
dinamômetro ou relógio, suspensas na estrutura do galpão. Para facilitar a pesagem,
manter a balança calibrada e na altura dos olhos;

- As aves devem ser contidas pelas duas pernas, impedindo que se debatam
evitando contusões;

- O cálculo da uniformidade é feito pelo peso médio, adicionando 10 %, tendo


assim o limite inferior e superior da amostra. Posteriormente, verifica-se o número de
aves que estão dentro destes padrões.

Exemplo:
51

Número de aves pesadas: 150

Peso médio das aves: 1.600 g

Limite do intervalo de avaliação: - 10% = 1.440g+10% = 1.760g

Número de aves dentro do limite de 1.440g a 1.760g: 122

Uniformidade: (122/150) x 100 = 81,33%

Água:

Constitui cerca de 75% do peso corporal de uma ave adulta e cerca de 65%
do peso de um ovo. Consumida duas vezes mais do que a ração pelas aves,
podendo aumentar com a elevação da temperatura. A água é um alimento mineral e
como tal apresenta em sua composição, diferentes sais minerais. É potável quando
não tem contaminação bacteriana, nitritos e nitratos, bem como substâncias
orgânicas.

Os cuidados com água de bebida envolvem desde sua captação,


armazenamento, distribuição e ainda análises periódicas em laboratório, que
poderão determinar a necessidade de tratamento. Assim, deve-se procurar
orientação nos departamentos de água e esgoto da localidade da granja, para
maiores informações referentes à qualidade. Em regiões quentes a temperatura da
água de bebida deve estar abaixo da temperatura ambiente.

Alimento:

A alimentação das aves, nas diferentes fases de vida, é de grande


importância no manejo da granja e para o desenvolvimento econômico do lote de
poedeiras. A ração deve ser balanceada e conter os nutrientes necessários para o
perfeito desenvolvimento das aves. Grande parte destes nutrientes como as
52

vitaminas, pode perder seu valor nutricional quando exposto à umidade, luz solar ou
calor. Por isso é recomendável não armazenar a ração por períodos longos,
devendo sempre guardá-las em condições ideais de temperatura, umidade e ao
abrigo de raios solares diretos. O peso do lote, segundo a idade, poderá determinar
alteração na quantidade de ração a ser consumida diariamente.

3ª Fase – Produção - 18 semanas de idade até o abate:

Cuidados iniciais:

- Transferir as frangas de 18 semanas para o galpão de postura;

- Durante a transferência realizar a seleção e padronização das aves,


agrupando as frangas pela conformação (peso corporal) e maturidade sexual
(desenvolvimento da crista). Considerado um processo extremamente estressante
para as frangas, o processo de transferência deve seguir as seguintes
recomendações:

- Colocar ração à vontade nos comedouros;

- Orientar as aves como beber água, especialmente se o sistema de


bebedouros for diferente daqueles usados durante a recria;

- Evitar práticas de manejo que causem estresse às aves, na semana que se


segue a transferência.

Formas ou Sistemas de Criação:

A criação das galinhas poedeiras pode ser realizada de três formas. Uma
delas é diretamente sobre o piso em todas suas fases, dentro da gaiola e, ainda,
combinando piso na fase inicial e gaiola nas outras duas fases. Este último sistema
de criação pode ser considerado o mais adequado, pois traz benefícios desde a
facilidade da coleta dos ovos e redução dos números de ovos sujos até ao melhor
53

alojamento de aves por m2, além de uniformizar os lotes dentro do sistema de


produção.

O número e disposição das gaiolas no interior do galpão interferem


diretamente na definição do comprimento e largura do mesmo. Podem ser
totalmente abertos, apenas com uma cerca viva ao sul, para impedir que o vento
incida diretamente sobre a criação facilitando ainda a retirada dos estercos. Os
beirais do telhado devem ser longos para fora do galpão, evitando a entrada de
chuvas. O ideal é que a construção do galpão seja realizada acima do solo e o piso
sob as gaiolas precisam ser de terra para que haja maior absorção da umidade dos
estercos. Sob as gaiolas que se encontram nas laterais, o piso inclinado e voltado
para fora é o mais adequado, pois evita o acúmulo de água das chuvas.

Os locais de armazenamento, tanto de ovos quanto de alimentos, não devem


dar acesso a outras aves, animais silvestres ou domésticos e insetos. Para
armazenamento dos ovos o local não deve produzir mau cheiro ou qualquer tipo de
risco para o produto, de preferência, no centro do terreno. Para isso é preciso ter:

- Local para receber o ovo;

- Local para classificação, ovoscopia e embalagem;

- Local de armazenamento e expedição;

- Local para depósito de embalagem;

- Local apropriado e devidamente aparelhado para lavagem de recipientes,


bandejas e esterilização;

- Vestiários e sanitários.
54

Para processar os ovos ou derivados, as instalações devem ser projetadas,


construídas e mantidas de forma a assegurar condições adequadas de higiene e
tecnologia.

Manejo:

Durante sua fase de produção, definida como o ápice do processo, a galinha


precisará de cuidados especiais, como mantença de um ambiente tranquilo e evitar
movimentação no local onde elas estiverem alojadas. Geralmente a melhor forma de
controlar o desenvolvimento corporal das aves é a pesagem semanal até a 30º
semana. Este manejo é fundamental para manter a uniformidade dos lotes e
consequentemente, uma maior produtividade.

Outro cuidado indispensável é o controle das moscas no recinto,


principalmente quando o foco for esta fase de produção. Quanto à presença do
esterco, este só deverá ser retirado do galpão junto com todo o lote ou quando for
realizar a muda forçada. A retirada tardia do esterco torna este mais seco e de
melhor qualidade.

Fase final da produção:

Com a saída das aves, o galpão deve ser preparado para a recepção de
novas aves, para tanto, é indispensável os seguintes cuidados:

- Retirar restos de ração nos comedouros e água dos bebedouros;

- Retirar equipamentos removíveis, promovendo completa lavagem e


desinfecção destes;

- Retirar a cama ou esterco, ensacar e isolar da área da granja;

- Varrer pisos, gaiolas, telas e estrutura do telhado;


55

- Passar vassoura de fogo, e posteriormente lavar com jato de água, inclusive


as cortinas;

- Repor os equipamentos após a secagem do galpão, levantar as cortinas e


proceder a sua total desinfecção;

- Lavar os reservatórios de água, passar uma solução com desinfetante pela


tubulação, seguida de água limpa;

- Promover uma limpeza dos arredores do galpão eliminando penas, entulhos


e matos;

- Programar um vazio sanitário por um período mínimo de 15 dias;

- Para a criação em gaiolas, lavar todo o equipamento e fazer os reparos


necessários.

Muda Forçada:

A renovação de penas, mais conhecida como muda forçada, poderá ocorrer


diversas vezes na vida normal de uma ave. Em sua fase de crescimento ocorre duas
mudas sucessivas antes de a ave ter o empenamento definitivo, chamado de
empenamento de base. Nas poedeiras comerciais esta muda ocorre apenas depois
de um longo período de produção e a completa troca de penas demora cerca de
quatro meses, sendo que durante este tempo não há postura.

Para melhorar o processo produtivo da ave e para que o produtor não fique
com estas paradas por muito tempo, existe um manejo que induz a queda das penas
e crescimento de novas plumagens, conhecido como muda forçada. As formas mais
conhecidas são: através de medicamentos, métodos nutricionais e métodos de
manejo.
56

Um dos programas muito utilizado para muda forçada segue os seguintes


passos:

- Inicialmente a ave deve ser submetida ao jejum por 10 dias. Quando esta
perder em torno de 25% do peso, suspenda o jejum;

- Durante os primeiros quatro dias de jejum, ofereça para as aves pedriscos


de calcário ou farinha de ostra para que elas não utilizem o cálcio dos ossos para
produzir os ovos;

- A ração oferecida deve ter baixo valor nutricional, dia sim dia não, do 11º ao
18º dia;

- Do 19º ao 28º dia ofereça ração de postura a cada dois dias;

- A partir do 29º dia de muda ofereça 100 g de ração de postura por dia;

- Suspenda o fornecimento de luz artificial durante a muda. Utilize apenas a


luz natural;

- Após o 28º dia coloque 30 minutos de luz artificial por semana durante o
mês e quantos aumentos de 15 minutos forem necessários até chegar a 17 horas de
iluminação. Permaneça até o final da produção com essa quantidade de luz;

As aves submetidas ao programa de muda forçada devem atingir 50% da


postura oito semanas após o inicio do processo.

Os ovos:

O manejo com os ovos deve ser realizado de forma muito cuidadosa e


criteriosa, com a finalidade de evitar ovos sujos, marcados ou quebrados. A maneira
mais indicada é manter as gaiolas e ninhos limpos e fazer coleta de ovos, ao menos,
quatro vezes ao dia (o ideal é que se faça o maior número de coletas ao dia).
57

Transporte: os ovos devem ser transportados em veículos sem atritos para


que não haja quebra.

Acondicionamento: os ovos devem ser acondicionados na casa de ovos e


identificados de qual galpão vieram.

Lavagem: esse processo é importante para desinfetar a casca e melhorar o


aspecto visual. Utilize água de boa qualidade e lave os ovos em um período de no
máximo quatro horas após a postura.

Ovoscopia: depois de lavados e secos, os ovos devem passar pelo processo


de ovoscopia, no qual o ovo é observado através da luz para identificar possíveis
anomalias.

Para o aproveitamento da infraestrutura na propriedade, um galpão medindo


300 metros quadrados será adaptado para o processo da primeira e segunda fase
(cria e recria) da criação das aves.

Serão retiradas as paredes laterais (tábuas) do mesmo e colocadas as


cortinas de acordo com as orientações técnicas. Será construído piso na parte
interior do galpão para a criação das pintainhas do 1º dia até a 17ª semanas.

Para a fase da cria será ocupado a metade do galpão. Serão feitos círculos
de arames para acondicionamento das pintainhas. Após, seguindo orientação
técnica os mesmos serão aumentados gradualmente de acordo com o crescimento
das aves até a 2ª semana. Depois desse tempo, retira-se completamente os círculos
e ocupa-se integralmente o espaço para o término da cria.

Terminada a cria, inicia-se a fase da recria. Para esta fase será utilizado o
mesmo galpão, aumentando-se o espaço físico onde as aves permanecerão,
ocupando-se, assim integralmente o piso do galpão.
58

Para a terceira fase será construído um galpão na área citada acima (Figura
2), medindo 90 metros de comprimento, 3,7 metros de largura e 3 metros de pé-
direito. O sistema para a criação das aves de postura será em gaiolas distribuídas
em 02 fileiras.

No centro terá um corredor, medindo 1 metro de largura. Cada fileira terá 03


camadas de gaiolas medindo 45 centímetros de largura, 1 metro de comprimento e
40 centímetros de altura. Cada gaiola alojará 8 galinhas.

Foi feita pesquisa de campo e observou-se na propriedade do Sr. Claudir


Rutzen um galpão que serviu de modelo para este projeto. Segue foto do mesmo
(Figura 5).

Figura 5 – Parte interna do galpão de postura


Fonte: Propriedade Sr.Claudir Rutzen, município de Horizontina – RS.

O manejo será feito manualmente. A distribuição do trato será feita 04 vezes


ao dia e a coleta dos ovos de 4 a 5 vezes ao dia. A distribuição de água será através
de bebedouros automáticos, sistema de bicos.
59

Após a coleta dos ovos, estes serão levados para a sala de ovos para
classificação, lavagem, secagem, ovoscopia, embalagem e estocagem.

Nas embalagens de papelão para os ovos estarão as informações


necessárias para o cumprimento da lei.

4.4.3 Organização e gerenciamento

A manutenção da estrutura do aviário de galinhas poedeiras será mantida


pela Unidade Familiar composta por 02 pessoas e um ajudante esporádico, que
auxiliará na limpeza e desinfecção dos galpões.

4.5 Aspectos Financeiros

“Investimento é toda a alocação de capital em algum ativo que tem como


objetivo principal a geração de lucro para o dono do investimento”. (ASSAF NETO,
2006).

Segundo Souza (2003, p. 68) “o investimento constitui a troca de algo certo


(recursos econômicos) por algo incerto (fluxos de caixa a serem gerados pelo
investimento no futuro)”. Compreende recursos financeiros a serem aplicados em
determinado projeto. Pode ter como destino o financiamento de bens, serviços e
capital de giro. Também compreende a troca de dinheiro por um ativo cujo valor no
futuro espera-se que seja superior ao atual, ou seja, aplicação de capital com
objetivo de ampliar benefícios econômicos na forma de lucros ou redução de custos.

No caso das pequenas propriedades rurais, sobretudo na atividade avícola de


postura, os investimentos compreendem a aquisição de equipamentos necessários
ao desenvolvimento da atividade, acompanhando as evoluções tecnológicas do
setor.

Os recursos financeiros para a implantação do projeto serão do Programa


Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF). Será financiado
60

100% do investimento inicial para construção de um galpão para postura, aquisição


das gaiolas, comedouros, bebedouros, sistema de cortinas, pintainhas, alimentação
até a obtenção de recurso com a venda dos ovos, aquisição de veículo, licença
ambiental e outras pequenas despesas.

Para construção do galpão estima-se o gasto de R$ 29.750,00 (Vinte e nove


mil setecentos e cinquenta reais). O galpão comporta uma estrutura de 333 metros
quadrados. Para a edificação do mesmo será usada mão-de-obra familiar e
acompanhamento esporádico de um pedreiro.

Para a instalação das gaiolas, comedouros e bebedouros prevê-se o gasto de


R$ 81.500,00 (oitenta e um mil e quinhentos reais).

Na instalação das cortinas no galpão de cria e recria calcula-se um gasto de


R$ 2.350,00 (dois mil trezentos e cinquenta reais).

Na aquisição das 4.000 pintainhas gastar-se-á aproximadamente R$ 6.600,00


(seis mil e seiscentos reais).

Na obtenção de licenças ambiental será gasto o valor de R$ 750,00


(setecentos e cinquenta reais).

Para aquisição do veículo para transporte dos ovos investir-se-á o valor de R$


18.000,00 (dezoito mil reais).

Em adequações na propriedade e adaptação do galpão serão investidos


3.500,00 (três mil e quinhentos reais).

Em gastos com alimentação até o recebimento da primeira produção calcula-


se o valor de R$ 43.008,00 (quarenta e três mil e oito reais) e, em outras despesas
como combustível para a primeira entrega, documentação do veículo, água, luz,
confecção das primeiras embalagens, estima-se aproximadamente um valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais).
61

Somando-se todas as despesas previstas, estima-se que o financiamento


deverá ser no valor de R$ 190.458,00, com taxa de juros de 2% ao ano, com prazo
de pagamento de até 10 anos. Segue planilha demonstrativa das previsões de
investimento inicial (Planilha 1).

Planilha 1 – Investimento Inicial


Fonte: Rafael Helenco 2015

Após pesquisa de campo visitando propriedades que cultivam a criação de


galinhas para postura, especificamente na propriedade do Sr. Claudir Rutzen e
estudos teóricos, projetou-se uma média de produção mensal. Considerando que as
4.000 galinhas poedeiras fossem de ótima qualidade (80% de rendimento) teríamos
uma provável postura de 3.200 ovos por dia, resultando em 96.000 ovos por mês
(8.000 dúzias de ovos). Na projeção do intento, considerando o risco do negócio
estabeleceu-se uma planilha de despesas e receitas em cima de 75% da
capacidade produtiva das aves. Então, teríamos uma postura de 90.000 ovos ao
mês (7.500 dúzias de ovos).

A viabilidade do projeto determina que no mínimo, considerando o custo para


produção das 4.000 galinhas e parcela anual do financiamento, venda-se 75.576
ovos por mês (6.298 dúzias de ovos), isto é, 62,98% da capacidade produtiva das
galinhas. Esse percentual seria o ponto de equilíbrio do negócio.

Essa projeção foi feita a partir de uma variável do preço de venda da dúzia de
ovos, considerando o valor mínimo de R$ 2,75 (dois reais e setenta e cinco
62

centavos). No dia da visitação 28/03/2015 o preço cotado para a dúzia de ovos era
de R$ 3,50 (três reais e cinquenta centavos).

Segue planilha do Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE):

Demonstrativo de Resultados do Exercício Mensal


Mês atual
Receitas
Saldo % Vendas
Vendas brutas 20.725,00
(-) Devoluções e abatimentos
Vendas líquidas 20.725,00 100%

(-) Despesas operacionais 16.178,00 78,1%


Vendas 3.750,00 18,1%
Embalagem 2.625,00 12,7%
Combustível 1.125,00 5,4%
Administrativas 12.428,00 60,0%
Despesas Mão-de-Obra 788,00 3,8%
Ração e insumos 10.240,00 49,4%
Utilidades (água, luz e outros) 250,00 1,2%
Manutenção 1.000,00 4,8%
Despesas gerais (inclui serviços) 150,00 0,7%
Lucro Operacional 4.547,00 21,9%

Resultado não-operacional 0,0%


Lucro antes de impostos 4.547,00 21,9%
(-)Impostos 0,0%
Lucro (prejuízo) líquido 4.547,00 21,9%
Planilha 2 – Demonstrativo de resultado do exercício mensal
Fonte: Rafael Helenco 2015

Considerando a pesquisa de campo realizada em propriedades rurais,


tomando-se como modelo a propriedade de Sr. Claudir Rutzen, estudos científicos e
pesquisas de preços no mercado (Demonstrativo de resultado do exercício mensal),
estabeleceu-se, como projeção de fluxo de caixa em 06 períodos anuais os valores
da seguinte tabela:
63

FLUXO DE CAIXA DE SEIS PERÍODOS ANUAIS


PERÍODO EM ANOS
ITENS 1 2 3 4 5 6

1. SALDO INICIAL 0,00 27.282,00 81.846,00 144.134,05 198.698,05 253.262,05

2. RECEBIMENTOS
2.1. Vendas
2.1.1. Venda de Ovos 123.750,00 247.500,00 226.875,00 247.500,00 247.500,00 226.875,00
2.1.2. Descarte 0,00 0,00 18.315,00 0,00 0,00 18.315,00
2.1.3. Esterco 600,00 1.200,00 1.100,00 1.200,00 1.200,00 1.100,00
Total de Vendas 124.350,00 248.700,00 246.290,00 248.700,00 248.700,00 246.290,00
2.2. Outros Recebimentos
2.2.1. Receitas diversas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL DE RECEBIMENTOS 124.350,00 248.700,00 246.290,00 248.700,00 248.700,00 246.290,00

3. PAGAMENTOS
3.1. Compras
3.1.1. Fornecedor Ração 61.440,00 122.880,00 112.640,00 122.880,00 122.880,00 112.640,00
3.1.1. Fornecedor Embalagens 15.750,00 31.500,00 28.875,00 31.500,00 31.500,00 28.875,00
3.1.1. Outros Fornecedores 0,00 0,00 6.043,95 0,00 0,00 6.043,95
Total Pagamentos Compras 77.190,00 154.380,00 147.558,95 154.380,00 154.380,00 147.558,95

3.2. Despesas Fixas


3.2.1. Mão-de-obra 4.728,00 9.456,00 8.668,00 9.456,00 9.456,00 8.668,00
3.2.2. Salários 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
3.2.3. Encargos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
3.2.4. Agua 600,00 1.200,00 1.100,00 1.200,00 1.200,00 1.100,00
3.2.5. Luz 900,00 1.800,00 1.650,00 1.800,00 1.800,00 1.650,00
3.2.6. Telefone 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
3.2.7. Combustível 6.750,00 13.500,00 12.375,00 13.500,00 13.500,00 12.375,00
3.2.8. Manutenção 6.000,00 12.000,00 11.000,00 12.000,00 12.000,00 11.000,00
3.2.9. Veículos 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
3.2.10. Pro-Labore 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
3.2.11. Despesas Financeiras 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
3.2.11. Outras 900,00 1.800,00 1.650,00 1.800,00 1.800,00 1.650,00
Total Despesas Fixas 19.878,00 39.756,00 36.443,00 39.756,00 39.756,00 36.443,00

TOTAL DE PAGAMENTOS 97.068,00 194.136,00 184.001,95 194.136,00 194.136,00 184.001,95

4. RESULTADO FLUXO CAIXA PERÍODO 27.282,00 54.564,00 62.288,05 54.564,00 54.564,00 62.288,05

5. SALDO ACUMULADO 27.282,00 81.846,00 144.134,05 198.698,05 253.262,05 315.550,10


Planilha 3 – Planilha de Fluxo de Caixa
Fonte: Rafael Helenco, 2015
64

A descrição dos 6 períodos anuais foi feita levando-se em conta a iniciação da


cria, da recria, da postura, muda forçada, descarte e venda de esterco. Este ciclo
repete-se a cada 120 semanas.

Pensando-se na máxima produtividade para a eficácia dos resultados, a cada


descarte já estarão prontas novas galinhas de postura que ocuparão as gaiolas
(desinfetadas). Assim, projeta-se a manutenção de 75%, no mínimo, da capacidade
produtiva das galinhas.

Todo investimento de recursos financeiros pode ser estudado mediante a


utilização de métodos de análise de investimentos específicos, objetivando
identificar a viabilidade, bem como, o prazo de retorno do mesmo.

Payback descontado

Alguns autores, entre eles Lemes Júnior, Rigo e Cherobim (2002), Brigham e
Ehrhardt (2006) abordam o payback descontado como um método de análise. Este
instrumento, assim como o payback simples, busca evidenciar o tempo necessário
para recuperar o investimento inicial. Porém, existe uma diferença significativa, o
payback descontado passa a considerar o valor do dinheiro no tempo. Assim, é um
instrumento mais refinado, proporcionando uma análise mais elaborada, apesar de
manter as outras falhas, referentes à distribuição dos fluxos de valores, bem como
daqueles que ocorrem após o período de recuperação.

Para se utilizar o método do payback descontado, pega-se uma taxa de


desconto para verificar o número exato de períodos em que o empreendimento
recupera o valor inicial investido. Normalmente, essa taxa de desconto usada é a
taxa mínima de atratividade (TMA), a qual é determinada pelo próprio investidor
como parâmetro para remuneração de seu capital.

Nesse projeto usou-se o payback descontado para avaliação do retorno do


capital investido. O capital inicial investido será 100% financiados através dos
recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
65

(PRONAF). Esse financiamento tem uma taxa de juros de 2%a.a., portanto, nossa
taxa mínima de atratividade (TMA) para o cálculo do payback descontado será
2%a.a.

Algebricamente tem-se a fórmula do cálculo do payback descontado.

PR = Período de recuperação
CFt = Entrada de recursos total no ano t
Io = Capital investido inicialmente

Utilizando-se dessa fórmula chegou-se a um resultado de retorno do capital


investido inicialmente de 3,89 períodos (anos), isto é, que em menos de 4 anos ter-
se-á o retorno do capital investido inicialmente, o que supõe a viabilidade desse
projeto.

Valor Presente Líquido

Para Souza (2003, p. 74) o valor presente líquido corresponde “a diferença


entre o valor presente das entradas líquidas de caixa associadas ao projeto e o
investimento inicial necessário”.

Gitman (2001) afirma que o VPL “é uma técnica de orçamento sofisticada. O


seu valor é determinado subtraindo-se do valor inicial de um projeto, o valor
presente das entradas líquidas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo do
capital da empresa”.

Desta forma, o valor presente líquido é uma medida de quanto valor é criado
ou adicionado hoje, realizando determinado investimento. Para tanto, faz-se
66

necessário trazer a valor presente todos os fluxos de caixa esperados, utilizando


uma taxa de desconto e após, reduzir estes valores do desembolso inicial do projeto.

Conforme Lemes Júnior, Cherobim e Rigo (2002) “utilizar o VPL para a


tomada de decisões facilita o alcance do principal objetivo do administrador
financeiro, que é de maximizar a riqueza do acionista ou proprietário”. O valor
presente líquido de um projeto é bastante sensível a variações na taxa de desconto.
Quanto maior for essa taxa, menos valem os fluxos de caixa do projeto, e menor é o
VPL resultante. A taxa de desconto dos fluxos de caixa representa o retorno
esperado pelos investidores.

O Valor Presente Líquido (VPL) é uma fórmula matemática-financeira utilizada


para calcular o valor presente de uma série de pagamentos futuros descontando
uma taxa de custo de capital estipulada. Ele existe, pois, naturalmente, o dinheiro
que vamos receber no futuro não vale a mesma coisa que o dinheiro no tempo
presente. Isso pode parecer um pouco abstrato, mas não é. Isso acontece pela
mesma maneira que existe o próprio juro, a incerteza do amanhã. O dinheiro no
futuro, vale menos, justamente por não termos certeza de que vamos recebê-lo.
Portanto, esse calculo justamente faz esse ajuste, descontando as devidas taxas do
fluxo de caixa futuro.

VPL = Valor Presente Líquido


FC = Fluxo de caixa de cada período
i = Taxa de desconto escolhida
j=1

Aplicando a fórmula no presente projeto chegou-se a um resultado de VPL =


R$ 102.568,69.
67

Esse resultado significa que, embora exista um ganho financeiro de R$


125.092,10 (Total de receitas menos o investimento = R$ 315.550,10 – R$
190.458,00). O valor presente desse fluxo de caixa futuro vale R$ 102.568,69.
Sendo assim, valeria investir nesse projeto por qualquer valor abaixo do VPL e, não
valeria, em qualquer valor acima de VPL.

Taxa Interna de Retorno

Taxa interna de retorno (TIR) é a taxa necessária de retorno quando é


utilizada como taxa de desconto, resulta em VPL igual a zero.

Utilizando a TIR, determina-se uma única taxa de retorno para avaliar a


viabilidade de um projeto. Essa taxa é interna, porque depende somente dos fluxos
de caixa do investimento, e não de taxas oferecidas de algum outro lugar.

Assim, a TIR representa a taxa de juros para a qual o valor presente das
entradas de caixa resultantes do projeto iguala o valor presente dos desembolsos do
mesmo. A TIR representa desta forma, a taxa de remuneração do capital investido.

F = Fluxo de caixa de cada período


t = período em questão

Aplicando-se a fórmula acima no projeto, chegou-se a conclusão de que o


investimento em questão tem uma taxa de retorno de 15,12%. Assim, comparando-
se com a taxa mínima de atratividade do investimento (de 2%) que seria o retorno
mínimo esperado de retorno sobre o investimento inicial, temos um índice de
sucesso na realização do projeto.
68

Segue abaixo a planilha demonstrativa dos resultados calculados no período


de 6 anos, tomando-se por base o valor investido incialmente, projeção de
faturamento e taxa de juros do investimento.

Planilha 4 – Demonstrativo de cálculos realizados


Fonte: Rafael Helenco, 2015

4.6 Aceitabilidade

Os brasileiros consumiram 9% mais ovos no ano de 2014. A pesquisa é do


Instituto Ovos Brasil. Em 2013, o consumo era calculado em 168 unidades por ano,
chegando em 2014, a 180 ovos por pessoa.

O Brasil se posiciona como um mercado que atingiu um grau de excelência


na produção. Assim como já foi desconstituído o mito de que a carne de
frango é produzida à base de hormônios, a população brasileira aprende
que o ovo não é responsável pelo aumento de níveis de colesterol no
sangue segundo o Instituto de Ovos Brasil.

De janeiro a setembro de 2014, o Brasil produziu 27 bilhões de ovos,


crescimento de 6% na comparação com igual período de 2013. O mercado interno é
o grande consumidor, com 99,62% no período.

No ano de 2014, a produção nacional de ovos de galinha foi de 2,826 bilhões


de dúzias, o maior número já registrado na série histórica da pesquisa, iniciada em
1997. Houve aumento de 3,1% em relação a 2013. Apesar das reduções
significativas na produção de Goiás (-4,8%), Santa Catarina (-3,7%) e do Amazonas
(-3,9%), houve crescimento substancial em São Paulo, no Espírito Santo e Rio
Grande do Sul.
69

O uso do ovo na alimentação do brasileiro acontece devido aos


esclarecimentos sobre os benefícios do mesmo para a saúde humana e
descapitalização crescente do brasileiro que, com a perda de poder aquisitivo do
salário mínimo, troca a compra da carne (que está com o preço muito elevado) pela
compra de ovos.

4.7 Vulnerabilidade

A vulnerabilidade do negócio acontecerá se ocorrer o manejo incorreto na


criação das galinhas. A alimentação representa, aproximadamente 70% do custo de
produção da atividade de postura. È também a principal responsável pelo
desenvolvimento e produção das aves, o que interfere diretamente da rentabilidade
da criação. Por isso é necessário que se tenha acesso a ração de excelente
qualidade, de acordo com a fase com que a ave se encontra.

O espaço deve atender toda a população de aves, que deve ser criada com
conforto em termos de instalações e condições climáticas adequadas às
temperaturas para evitar a perda de produtividade e mortalidade das galinhas.
As pessoas responsáveis pelo trato das galinhas devem ser bem treinadas e
atentas. Devem observar e anotar tudo que acontece na criação de poedeiras, para
reconhecer possíveis problemas e preveni-los.

A limpeza e a desinfecção das instalações são fatores determinantes do


sucesso da criação de galinhas poedeiras. Medidas como: vacinações, debicagem,
separação de aves doentes e descartes devem ser bem conduzidos. Ter um médico
veterinário para acompanhar situações de urgência é imprescindível para se evitar
doenças e possíveis perdas.

O fornecimento incorreto de água e ração, bem como a incorreta coletagem


dos ovos, implicam no aumento desnecessário de custos com ração, além de serem
a principal causa da instabilidade da produção. Tendo em vista que o problema
deve-se a falta de capacitação técnica dos cuidadores. Assim, sugere-se a
capacitação dos envolvidos na criação das galinhas para se evitar perdas.
70

É necessário que se escolha uma boa linhagem de galinhas para que estas
tenham baixa taxa de mortalidade, capacidade de postura acima de 240 ovos por
ano, alta porcentagem de ovos grandes, boa capacidade de pigmentar as gemas,
resistência a doenças, alta taxa de eclosão, fertilidade, qualidade interna do ovo,
maturidade sexual precoce e baixa incidência de manchas no seu interior.

Os elementos citados acima são imprescindíveis para se evitar a


vulnerabilidade do negócio.
CONCLUSÃO

Este projeto foi pensado para atender a necessidade de uma família,


proprietária de uma pequena área rural para que a mesma permaneça no campo
com qualidade de vida. No decorrer histórico do agronegócio no Brasil, os
minifundiários foram se descapitalizando.

A referida família, com a cultura do plantio de soja e trigo, na última década,


foi se descapitalizando devido a concorrência com os latifundiários, perdas por
intempéries, falta de investimento tecnológico, até chegar numa área mínima de 1,5
ha de terra.

Após muito estudo bibliográfico, pesquisa de campo, pensou-se na realização


deste projeto para o cumprimento de uma exigência acadêmica e o atendimento real
da necessidade acima citada. Então, este projeto avaliou a Viabilidade Econômica
Para Implantação de um Aviário Para Produção de Ovos de Galinha nesta
propriedade rural, localizada no Distrito de Quaraim, Três de Maio, RS.

Embasado nas teorias sobre planejamento estratégico, aspectos


mercadológicos e financeiros de um negócio, investimento e custo, financiamento e
riscos, levantamento e estudos de dados sobre a atividade avícola de postura,
avaliou-se a implementação do projeto.

Assim, após estudos concluiu-se que a implantação do projeto de um aviário


para produção de ovos de galinha na pequena propriedade torna-se viável e muito
atrativo visto que em menos de 4 anos retira-se o capital investido, sendo que o
prazo para pagamento do financiamento pode ser de até 10 anos. Espero que este
projeto seja realmente implementado e aperfeiçoado para que o homem do campo
permaneça no campo com qualidade de vida e satisfação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES Magda. Como escrever teses e monografias: um roteiro passo a passo.


RJ: Campus, 2003.

BALSADI, O. Características do Emprego Rural nos Anos 90. Dissertação


(Mestrado em Desenvolvimento Econômico, Espaço e Meio Ambiente) - Instituto de
Economia da Unicamp, Campinas, 2000. Disponível em
“http://cutter.unicamp.br/document/?code=000615849”. Acesso em: 25.10.2010

BERTOLDI, Marcelo M. Curso Avançado de Direito Comercial, vol. I: Teoria Geral


do Direito Comercial, Direito Societário 2ed. ver. e atual. . São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2003, p.68

BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. 1. ed.


São Paulo: Atlas, 1989.

BRAGA, Roberto; Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. São


Paulo: Atlas, 1996.

BRITO, P. L. et al. Estudo da viabilidade técnica da implantação de uma granja de


codornas na região de Brazlândia-DF. Brasília: UPIS, 2010. (Boletim técnico). 48 p.

BROM, L. G.; BALIAN, J. E. A. Análise de investimentos e capital de giro: Conceitos


e aplicações. São Paulo: Saraiva, 2007.

BUARQUE, Cristovam; Avaliação Econômica de Projetos. 19 ed. Rio de


Janeiro:Campus, 1984.

BUARQUE, Cristovam. Avaliação econômica de projetos: uma apresentação


didática,Rio de Janeiro: Campus 1991.

CASAROTTO Filho, Nelson; Projeto de Negócio – Estratégias e Estudos de


Viabilidade. São Paulo: Atlas, 2002.
73

CASAROTTO Filho, Nelson; KOPITTKE, Bruno Hartumut. Análise de


investimentos. São Paulo: Atlas, 2000.

CONTINI, Elisio. Dinamismo do agronegócio brasileiro. Disponível em:


“http://www.agronline.com.br/artigos/artigo.php?id=454&pg=2&n=2” . Acesso em:
26.10.2010

DINIZ, Maria Helena. Código Civil anotado, São Paulo: Ed. Saraiva, 2002 p.574.

DOLABELA, Fernando. O segredo de Luiza. 10 ed. São Paulo 1999.

FERNANDEZ, J.A.C.G. Preferências quanto à localização e influência do ciclo


de vida familiar. Dissertação de mestrado. Florianópolis: UFSC, 1999.

FISCHMANN, A. A. ; ALMEIDA, M. I. R. de. Planejamento estratégico na prática.


São Paulo, Atlas, 1991, p. 164

FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para Trabalho Científico:


elaboração e formatação. 14 ed. Porto Alegre: S.N, 2008.

GITMAN, L. J. Princípios de Administração Financeira. 2 ed. Porto Alegre: Bookman,


2001.

GRAZIANO DA SILVA, José. A nova dinâmica da agricultura brasileira.


Campinas: Unicamp-Instituto de Economia, 1996. 217p.

GROPPELLI, A. A; NIKBAKHT, Ehsan. Administração Financeira. 3ed. São Paulo:


Saraiva, 1998.

GUILHOTO, J. J. M.; FURTUOSO, M.C.O. ; BARROS, G.S. de C. O Agronegócio na


economia brasileira, 1994 a 1999. Piracicaba, CEPEA/USP. Set. 2000. 139 p.
Disponível em: http://www.cna.org.br/IndicadoresN/Agosto00/metodologia.HTM>.
Acesso em: 29.10.2010
74

HOLANDA, Nilson; Planejamento e projetos – uma introdução as técnicas de


planejamento e elaboração de projetos. Rio de Janeiro: Apec, 1974.

HOLANDA, Nilson; Planejamento e projetos - – uma introdução as técnicas de


planejamento e elaboração de projetos. 13 ed. Fortaleza: Estrela, 1987.

LANI, João Luis. Planejamento Estratégico de Propriedades Rurais. Mato


Grosso: Centro de Produções Técnicas, 2004.

LAPPONI, J. C. Projetos de Investimento: Construção e avaliação do fluxo de


caixa. São Paulo: Lapponi Treinamento e Editora, 2000.

LEMES JÚNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. S. Administração financeira:


princípios, fundamentos e práticas financeiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

Manual de Segurança e Qualidade para a Avicultura de Postura da EMBRAPA (p.


36).

MARTINS, Eliseu; Contabilidade de Custos -Inclui o ABC. 5 ed. São Paulo: Atlas,
1996.

MONTEIRO, Rogério – art 970, p. 117 in Comentários ao Código Civil Brasileiro

MONTENEGRO, E. de F. Gerenciando em ambiente de mudança. São Paulo:


McGraw Hill, 1988.

MOTTA, Régis da Rocha, CALÔBA, Guilherme Marques; Análise de


investimentos: Tomada de decisão em projetos industriais. São Paulo: Atlas,
2006.

NASCIMENTO, Carlos Alves. Evolução das Famílias Rurais no Brasil e Grandes


Regiões: Pluriatividade e Trabalho Doméstico, 1992-1999. Dissertação (Mestrado
em Desenvolvimento Econômico, Espaço e Meio Ambiente) - Instituto de Economia
75

da Unicamp, Campinas, 2002. Disponível em:


<http://cutter.unicamp.br/document/?code=vtls000359254>. Acesso em 20.10.2010

OLEIAS, V. J. Disponível em: <http://www.cds.ufsc.br/~valmir/cl.html>. Acesso em


25.10.2010
CARTILHA DE ACESSO AO PRONAF. Disponível em
<http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/F8D5FB4FAB4789938325771C00
68DA07/$File/NT00044052.pdf>. Acesso em: 30.10.2010
SAMANEZ, C. P. Gestão de investimentos e geração de valor. São Paulo: Pearson
Prentice hall, 2007.

SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos:


fundamentos, técnicas e aplicações. 6. ed. 2. reimp. São Paulo: Atlas, 2009.

VERGARA Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em


Administração. 3ª edição. São Paulo Atlas S.A. – 2000.

WOILER, Samsão; MATHIAS, Washington Franci; Projetos – Planejamento,


Elaboração e Análise. 1 ed. São Paulo: Atlas, 1986.
WOILER, Samsão; MATHIAS, Washington Franco. Projetos: Planejamento,
Elaboração e Análise. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996.

CHIAVENATO, Idalberto. Teoria geral da administração: abordagens descritivas e


explicativas. 5.ed. São Paulo: Makron, 1998.

KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento,


implementação e controle. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1998.

Você também pode gostar