7. PANCREATITE AGUDA
– Pâncreas é um órgão que tem função mista no organismo, tendo sua porção exócrino, com ação no
sistema digestório e sua porção endócrina responsável por secretar Insulina e Glucagon.
–O pâncreas exócrino tem função de: Secreção de lipase; Secreção de bicarbonato; Facilitação da
absorção de Vitamina B12 e Zinco, pela produção de Fator Intrínseco; Secreção de fatores
antibacterianos; Modulação da função da mucosa intestinal; Proteção contra a autodigestão.
– As fases de estimulação neuronal do pâncreas exócrinas e consiste em: (1) Cefálica, com
estímulos vagais (cheiro, visão); (2) Gástrica, com distensão do estômago (reflexo vagovagal); (3)
Intestinal, com distensão do intestino (estímulos endócrinos e neuronais, pela ação de Acetilcolina e
Hormônios.
– Pâncreas Exócrino produz: Zimogênios, que são proenzimas; Coenzimas, como pró-colipase que
ativa a Colipase; Enzimas, como α-amilase e Lipase; Inibidores pancreático da secreção de tripsina.
– Consiste numa inflamação aguda do pâncreas e, algumas veze, dos tecidos adjacentes. Os fatores
desencadeantes mais comuns são cálculos biliares e ingestão excessiva de álcool. A gravidade da
pancreatite aguda é classificada como leve, moderada ou grave com base na presença de
complicações locais e falência de órgãos transitória ou persistente. O diagnóstico baseia-se na
apresentação clínica e em amilase e lipase séricas.
– O evento que dá início ao processo está relacionado a uma agressão direta da glândula,
geralmente por deficiência na drenagem e escoamento do suco pancreático. Ocorre, uma auto-
digestão da glândula pelas enzimas pancreáticas. Uma vez deflagrado o processo de autólise
pancreática, a evolução da pancreatite (se leve ou severa) já está pré-determinada. Os critérios de
severidade incluem a presença de insuficiência orgânica (choque, insuficiência pulmonar e
insuficiência renal) ou a presença de complicações locais (especialmente necrose pancreática).
Nestas circunstâncias, a evolução natural (quer na modalidade edematosa, intersticial ou
necrosante) faz-se para a cura ou, nas formas graves, para a morte.
– A impactação de cálculos biliares é ainda a causa mais comum de pancreatite aguda. Outras
condições que provocam a obstrução da ampola são: tumor ampular, tumor pancreático e
ascaridíase. O mecanismo proposto consiste no refluxo de bile para o interior do ducto pancreático,
desencadeando a autodigestão pancreática. O alcoolismo é outra causa comum de PA; o álcool pode
atuar aumentando a síntese de enzimas responsáveis pelo processo inflamatório, com lesão tóxica
direta do etanol e formação de cilindros proteináceos que obstruem os dúctulos. A hiperlipidemia é
responsável por PA sobretudo em pacientes diabéticos mal-controlados e em alcoolistas; acredita-se
que a lipase pancreática metabolize triglicérides em ácidos graxos livres, nocivos ao tecido
pancreático.
– Patogênese da Pancreatite Aguda: Ativação da tripsina e enzimas pancreáticas; Prejuízo da
microcirculação pancreática; Possibilidade de progressão da pancreatite leve para uma necrosante
severa.
7.2 Diagnóstico da Pancreatite Aguda
– Diagnóstico clínico: Quase todos os pacientes com pancreatite aguda apresentam dor abdominal,
que geralmente se localiza no epigástrio, irradiando-se para o dorso (dor em “faixa”)
– Exames laboratoriais para o diagnóstico de Pancreatite Aguda (PA):
✔ Leucocitose e hiperglicemia são alterações comuns na PA, refletindo o grau de inflamação
sistêmica;
✔ Aumento dos valores de uréia e creatinina podem ocorrer devido insuficiência pré-renal
(hipovolemia);
✔ Aumento da fosfatase alcalina e bilirrubinas sugerem pancreatite biliar;
✔ A amilase pancreática costuma elevar-se no primeiro dia e mantém-se elevada por 7-10 dias.
A amilase pode estar normal em casos de pancreatite crônica agudizada;
✔ Na PA a amilase pode elevar-se em três vezes ou mais o limite da normalidade (>400UI/L).
✔ A lipase pancreática também se eleva na PA, porém permanece por mais tempo elevada que
a amilase (até 15 dias). Apresenta uma sensibilidade igual à da amilase (85%), porém uma
especificidade maior (80%).
8. DIABETES MELITOS
✔ Insulina: É o principal hormônio que afeta os níveis de glicose no sangue. Consiste uma
pequena proteína sintetizada nas células beta das ilhotas de Langerhans, no pâncreas. Ela
age por meio de receptores de membrana e seus principais tecidos-alvo são o fígado, o
músculo e o tecido adiposo. A insulina sinaliza o estado alimentar. Ela ativa as vias e
processos envolvidos na captação e estocagem de combustíveis metabólicos, e inibe as vias
envolvidas na degradação de combustíveis.
✔ Glucagon: Age nas mesmas células que a insulina. Mobiliza as reservas energéticas para a
manutenção da glicemia entre as refeições. No fígado estimula a glicogenólise; No tecido
adiposo estimula a lipólise, liberando ácidos graxos Estimula a gliconeogênese e a
cetogênese; Liga-se a um receptor específico de membrana.
– Diabetes melito é a desordem endócrina mais comumente encontrada na prática clínica. Pode ser
definida como uma síndrome caracterizada por hiperglicemia proveniente de resistência à insulina,
ou, então, absoluta ou relativa falta de insulina.
– O diabetes melito primário é geralmente classificado em:
• Diabetes Melito Tipo 1: É encontrado em aproximadamente 15% de todos os pacientes
diabéticos. Ele pode ocorrer em qualquer idade, porém é mais comum em jovens, com um
pico de incidência entre nove e 14 anos de idade. A absoluta falta de insulina é a
consequência da destruição autoimune das células beta produtoras do hormônio. Pode existir
um fator ambiental precipitante, como uma infecção viral.
• Diabetes melito Tipo 2: Diabetes tipo 2 responde por aproximadamente 85% de todos os
pacientes diabéticos e pode ocorrer em qualquer idade. Ele é mais comum entre 40 e 80
anos, mas atualmente está sendo relatado em populações de adolescentes e crianças.
Diabetes Tipo 2: Ocorre resistência dos tecidos periféricos à ação da insulina, de modo que
os níveis de insulina podem apresentar-se normais ou elevados e, ainda assim, persistirem os
sintomas. Obesidade é a característica clínica mais comumente associada a este tipo de
diabetes.
– O diabetes melito secundária pode ocorrer como resultado de doença pancreática, doenças
endócrinas, como a síndrome de Cushing, terapia com drogas, e, raramente, anormalidades nos
receptores de insulina.
– O diabetes melito não é caracterizado apenas pela presença de hiperglicemia, mas também pela
ocorrência de outras complicações tardias: Microangiopatia é caracterizada por anormalidades nas
paredes de pequenos vasos sanguíneos; Retinopatia pode levar à cegueira, devido à hemorragia
advinda da proliferação de vasos na retina; Nefropatia leva, em última instância, à insuficiência
renal; Neuropatia pode tornar-se evidente por diarreia, hipotensão postural, impotência, bexiga
neurogênica e úlceras neuropáticas nos pés.
– Em condições normais a glicemia é mantida em valores normais por mecanismos regulatórios,
onde:
✔ Valores normais de glicemia: 70 – 99 mg/dL
✔ Intolerância à glicose: 100 – 125 mg/dL
✔ Diabetes: acima de 126 mg/dL
8.3 Hipoglicemia