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PAULISTA - PE
2019
FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA
CARLOS GEORGE DE OLIVEIRA CALDAS
PAULISTA - PE
2019
1
RESUMO
O presente artigo descreve as funções do gestor escolar e coordenador pedagógico, bem como seu processo de
trabalho e as formas de gestão que são possíveis praticar no ambiente escolar. Para melhor entendimento é
explanado o contexto histórico/político da educação no Brasil, e as diretrizes que a constitui. Tem como objetivo
principal detalhar as dimensões que constituem o trabalho do gestor escolar e coordenador pedagógico e
descrever a importância da formação desses profissionais para a gestão democrática. A pesquisa tem o teor
qualitativo de revisão bibliográfica, desse modo, foi realizado pesquisas de livros e artigos científicos com base
no tema trabalhado. Conclui-se a importância do investimento em formação contínua dos profissionais ligados a
gestão e coordenação das escolas, assim como, é imprescindível a gestão participativa para enfrentamento dos
problemas atuais que permeiam o ambiente escolar no Brasil.
Palavras-chaves: Gestor Escolar. Coordenador Pedagógico. Gestão Democrática.
Introdução
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1
Aluno egresso do Curso de Licenciatura Plena em Ciências com habilitação em Biologia tendo concluído o
curso em 2013. Atuando na área docente desde 2013 até a presente data nas áreas de biologia, matemática e
física. E-mail: carlosgeorge02@gmail.com.
ligados à educação básica no Brasil à dificuldade de acesso as escolas, permanência e
aprendizagem nas instituições de ensino (PACÍFICO, COLARES, 2009).
De acordo com Pacífico e Colares (2009), mudanças no processo de gestão do
sistema de educação podem ser um caminho para avançar na busca pela qualidade do ensino.
Para que isso ocorra, é necessário o investimento em capital intelectual, incluindo a formação
e qualificação dos profissionais que fazem parte do processo de gestão e coordenação
pedagógica.
A gestão no ambiente educativo é composta pelos gestores (diretor, vice-diretor) e
pelos coordenadores pedagógicos, sendo esses responsáveis pelo funcionamento e práticas
administrativas nas escolas. Os coordenadores possuem papel mediador entre professor-
estudantes-pais, além de conhecerem a demanda e as dificuldades pedagógicas do cotidiano.
Ademais, participam do processo de elaboração do projeto político pedagógico, avaliando e
buscando melhorias de acordo com as experiências observadas.
Profissionais escolares com formação sólida são capazes de trazer evoluções no
âmbito pedagógico, proporcionando desenvolvimento e gestão escolar inovadora. O
conhecimento sobre gestão democrática, práticas de gestão e administração escolar,
planejamento educacional e a prática cotidiana nas escolas, ajudam a identificar falhas e
melhorias no processo gerencial.
Portanto, é a partir do contexto da gestão educacional brasileira, que o presente artigo
é desenvolvido, com o objetivo geral de detalhar as dimensões que constituem o trabalho do
gestor escolar e coordenador pedagógico, e em âmbito específico descrever a importância da
formação dos gestores e coordenadores para a prática de uma gestão democrática.
Os objetivos apresentados contribuíram para uma abordagem qualitativa, visto que
busca descrever o tema estudado com base em pesquisas bibliográficas e documentais. No
tocante à pesquisa documental, foram lidos os seguintes documentos: Constituição de 1988, a
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e a Resolução que estabelece os Novos
Planos de Carreira e de Remuneração para o Magistério dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios.
Desenvolvimento
Paro (2010) afirma que as escolas com alto nível de aprendizagem possuem em sua
base uma gestão democrática. Porém, ele diz também que a gestão participativa ainda é pouco
conhecida pelos dirigentes escolares.
Nos estudos sobre educação e ensino, outro aspectos abordado é a pedagogia da
sustentabilidade, que tem como objetivo dinamizar aprendizagem que seja capaz de
transformar os indivíduos nos âmbitos sociais, culturais e ambientais (LIMA NETO et al,
2010), aproximando bastante da perspectiva democrática.
A educação para a sustentabilidade surge em meados dos anos 80, a partir das
conferências globais. Embora seja capaz de proporcionar mudanças além dos aspectos
ambientais e individuais, é caracterizada também pela busca de equidade social e
enfrentamento dos problemas educacionais.
Com base nisso podemos destacar a importância da inclusão desse pensamento no
processo de gestão das escolas, com a aproximação de estudantes, pais, funcionários e
professores, na construção de um espaço sustentável e democrático.
Desse modo, a coordenação pedagógica pode adquirir visão a partir dos aspectos da
pedagogia da sustentabilidade na preocupação de uma educação integradora e participativa, e
com capacidade inovadora.
A gestão escolar é executada com base nos princípios anteriores, realizada por
professores que assumem funções de coordenadores pedagógicos e gestores. O coordenador é
responsável pela organização, manutenção e gerenciamento dos processos didático
pedagógicos nas escolas. Desse modo, “no caso dos coordenadores pedagógicos, seus ritos
são definidos pelas suas atribuições e pelas tarefas desempenhadas; e isso visando à
organização escolar” (OLIVEIRA, 2017, p. 146).
Por outro lado, a coordenação pedagógica possui o papel de dinamizadora que
auxilia na integração das dimensões política, pedagógica e administrativo financeira da gestão
escolar, estimulando a melhoria e inovação do processo ensino-aprendizagem, a fim de
garantir o sucesso de todos. É a partir dessa função que são discutidas as estratégias de ensino,
qualificação dos professores e planejamento das atividades pedagógicas (GOMES, 2015;
MOREIRA, 2016). Para diversos autores, a coordenação pedagógica tem como função
promover a formação contínua dos professores.
O gestor escolar, de acordo com Paro (2010, p. 769), é definido como “aquele que
ocupa o mais alto posto na hierarquia escolar, com a responsabilidade por seu bom
funcionamento”. Ele é o responsável principal por executar e administrar políticas
pedagógicas que envolvam as necessidades da comunidade. Para isso, precisa possuir a visão
de conjunto, ter disciplina e consciência de valorização da escola (SILVA, 2009), além disso,
precisa possuir domínio nos aspectos pedagógicos e administrativos.
Portanto, é a partir dessa perspectiva que trabalha-se a gestão escolar, elemento
essencial para a organização nas instituições de ensino. Porém, muitos autores diferenciam a
administração e a gestão no ambiente escolar, como podemos ver no exemplo abaixo.
Os referidos enfoques são importantes para adquirir noção de como são empregadas
a visão de organizacional e como as atividades são construídas e distribuídas. Segundo
Martins (1999 apud Silva, 2009), o enfoque administrativo possui a visão burocrática do
individual para o coletivo, já o enfoque de gestão possui a visão ligada à equipe, à percepção
de coletividade. Essa última percepção liga-se ao que tratamos anteriormente, a gestão
democrática. Portanto, para o gestor escolar realizar suas atividades com êxito, necessita de
entusiasmo e aperfeiçoamento contínuo. De acordo com Silva (2009, p. 73) é preciso “estudar
constantemente na busca do aprimoramento e amadurecimento, criando dessa maneira uma
bagagem de experiências enriquecidas e que compartilhadas com os pares favorecem o
desenvolvimento profissional”. Contudo, a execução desse processo nem sempre é possível,
devido à falta de preparação sólida dos profissionais responsáveis por gerirem os espaços
educativos.
Considerações finais
O presente alcançou os objetivos propostos, uma vez que detalhou dimensões que
constituem o trabalho do gestor escolar e do coordenador pedagógico e descreveu a
importância da formação dessas funções.
Quanto às atividades desempenhadas pelos gestores e coordenadores pedagógicos é
possível concluir que os mesmos são de extrema importância para o funcionamento escolar. O
estímulo e a capacitação para inovação na gestão escolar favorece a criação de um ambiente
dinâmico e integrativo, capaz de proporcionar equidade e eficácia na qualidade do ensino.
Diante dos fatos, permite-se constatar que a temática da gestão democrática deve passar a
compor o cenário de gestores e coordenadores. Contudo, se faz necessário estudar o processo
de qualificação desses profissionais, visando acrescentar melhorias.
Dessa forma constatou-se que o gestor escolar é responsável pelos processos de
planejamento, execução e comando das atividades administrativas da escola. Já o coordenador
pedagógico está ligado ao acompanhamento pedagógico, principalmente dos professores e
estudantes.
Foram abordados as contribuições que uma gestão democrática, participativa e
sustentável são capazes de proporcionar. Todavia, é importante salientar que todo o processo
descrito durante o trabalho não é de fácil implementação, devido à estrutura burocrática e à
falta de investimento nas escolas públicas do Brasil, assim como a falta de investimento na
qualificação dos profissionais responsáveis.
Essa transformação só será alcançada com o forte trabalho dos gestores e
coordenadores nas experiências educativas de modo a dinamizar essa aprendizagem em todo
âmbito escolar. Além disso, para que possa ser construída, é necessária a formação por parte
dos gestores e coordenadores, de modo que possuam visão interdisciplinar e capacidade de
integrar essa visão à perspectiva de gestão democrática, vindo a confirmar que a formação
complementar é de extrema importância, e devendo ela ser garantida pelo Governo Federal,
por meio do Ministério da Educação.
REFERÊNCIAS
______. MEC. Resolução no. 3, de 08 de outubro de 1997. Fixa Diretrizes para os Novos
Planos de Carreira e de Remuneração para o Magistério dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB0397.pdf. Acesso em: 27 set. 2019.
CÁRIA, N. P; SANTOS, M.P. Gestão e democracia na escola: limites e desafios. Regae: Rev.
Gest. Aval. Educ. Santa Maria, v. 3 n. 6 Jul./dez. 2014, p. 27-41.
NUNES, C. Anísio Teixeira entre nós: A defesa da educação como direito de todos. Educação
& Sociedade, ano XXI, nº 73, Dezembro. 2000.