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FUNDAMENTOS DA REGÊNCIA

O que é regência?

É a arte de transmitir a um conjunto instrumental ou vocal o


conteúdo rítmico e expressivo de uma obra musical comunicando-se
com os músicos através gestos convencionais.
A comunicação regencial manifestou-se de formas diferentes, de
acordo com as épocas e seus estilos em conformidade com os conjuntos
musicais.
Os instrumentos antigos responsáveis por conduzir a música e
realizar os conhecidos baixos-contínuos tais como: violino condutores,
violoncelos, clavicêmbalos ou até mesmo a regência sonora com batidas
de pés, palmas, bastões para marcar o tempo foram os precursores da
regência gestual.
Segundo Muniz Neto em seu livro “A comunicação gestual na
regência orquestral” o surgimento da regência gestual deu-se origem
com a orquestra clássica, dentro do espírito do rococó, galante entre
dois dos mais importantes compositores do período: Lully e Haydn.
Teoricamente não existe diferença alguma entre regência de
orquestra, banda ou coral. Na prática, no entanto, os diferentes tipos de
instrumentos existentes entre os grupos levam o maestro, seja ele de
orquestra, banda ou coral a adaptar a sua técnica gestual para melhor
equilibrar a sonoridade do grupo.

A importância da regência:

Segundo a maestra Monica Giardini um grupo musical seja


orquestra, banda, coral, sempre irá necessitar um líder, uma pessoa
que, com seus conhecimentos técnicos, dirija esse grupo em todos os
âmbitos: dê entradas para unificar o começo da música; equilibre a
sonoridade aberta ou fechada, forte ou fraca; corrige eventuais falhas e
distorções; ressalte o instrumento que tem a importância em dado
momento, e com tudo isso dar unidade estilística à obra.
Além da técnica, espera-se que o maestro também mantenha a
harmonia pessoal do grupo, dirimindo eventuais desentendimentos que
digam respeito ao trabalho. Como líder, deverá ter uma cultura não só
musical como geral, sólida, de forma que possa orientar seus músicos,
transmitindo segurança e confiança.
O que é Maestro?

O Maestro é o profissional responsável por reger ou conduzir,


trabalhos musicais dando unidade a um grande contingente de sons
instrumentais ou vocais.
Um Maestro tem a responsabilidade de não deixar que a
dinâmica musical se perca, quando executada em conjunto, seguindo
sempre a métrica musical.
Está sob as responsabilidades de um Maestro estudar as músicas
e partituras, trabalhar em conjunto com a orquestra, ensaiar as
passadas, os tempos métricos e toda a música, junto com toda a equipe
da orquestra, ensaiar cada instrumento separadamente, e arranjá-los
de forma a acertar a harmonia do projeto, ensaiar constantemente a
equipe, preparando-os para apresentações e concertos.

Ex: vide no Youtube ou em outra plataforma de vídeos alguns maestros


regendo orquestras, coros ou bandas.

Postura ou posicionamento do maestro:

Uma boa e adequada técnica de regência começa com uma


postura correta. A posição do corpo tem que ser cômoda estável e
seguro. Atualmente a técnica de regência é tridimensional com o
maestro totalmente enquadrado por uma moldura imaginária e seus
gestos terão como limite os lados dessa moldura. Segundo a maestra
Giardini esse enquadramento permite que os músicos localizados em
leque como em orquestras e banda e a frente do maestro como em coro
possam perceber com mais nitidez e eficiência seus movimentos. é
importante lembra que durante o concerto , o contato do músico com o
maestro é puramente visual.
Esse local situado à frente o maestro e por onde o maestro mostra
os gestos em direção dos músicos é chamado de Plano de regência ou
barra de apoio.
A postura de regência se inicia com a postura do maestro, em pé,
perante o grupo a ser conduzido (orquestra, banda coro). A postura
básica consiste em se posicionar com os pés ligeiramente afastado e os
braços dobrados em 90º (graus) com as mãos à frente, os cotovelos
distantes em aproximadamente quatro dedos da lateral e a frente do
corpo empunhando ou não a batuta horizontalmente à linha da cintura.

Movimentos do maestro

Quando o maestro rege, realiza no ar uma série de movimentos


que se mostra através dos eixos verticais, horizontais e de
profundidade. O eixo vertical transmite uma sensação de ataque ao
som, enquanto, os eixos horizontais e de profundidade transmite mais
fluidez do som.

Movimento vertical

Movimento horizontal
Para a realização dos movimentos feitos pelo maestro devemos
dominar um fundamento básico chamado de Impulso.
O impulso é o movimento que realiza com as mãos e o antebraço
cujo objetivo não é somente mostrar o pulso, mas também todos os
demais elementos da música (dinâmica, articulação, caráter, peso
sonoro e etc.). Devemos a princípio evitar o movimento com os ombros e
concentrar primeiramente nos movimentos das mãos e antebraços.
O impulso pode ser dividido em três partes: Rebote (arsis),
Preparação (thesis) e ictus.

O Rebote (arsis) é o movimento ascendente de saída do ictus onde


mostra a continuação do som.
A Preparação (thesis) é o movimento descendente de chegada ao
ictus.
O Ictus é o local onde se define o som e define a unidade e o
começo do pulso.

Ex: Treinar em frete do espelho os movimentos de arsis, thesis e ictus.

Movimento contínuo e descontínuo:


O movimento de um ictus ao outro ictus pode ser realizado de
modo contínuo ou descontinuo. O movimento contínuo é quando não
existe interrupção no sentido do movimento, enquanto, o movimento
descontínuo existe uma interrupção no sentido do movimento uma
espécie de parada (um “click” na munheca) na mudança do sentido do
movimento. Essa parada não deve interferir no pulso.

Ex: Praticar em frente do espelho o movimento contínuo e descontínuo


tanto na vertical quanto na horizontal.

O movimento contínuo e descontínuo nos dará base para a


realização das articulações a serem regidas na música.
Padrão de regência dos compassos

Toda marcação de compasso realizado pelo maestro e feito através


de uma série desenhos ao ar chamado de padrões de regência e este
segue um padrão universal usado tanto para reger orquestra, banda e
coro.
Tanto compassos simples como os compassos compostos seguem
o mesmo padrão. E o padrão de compassos simples são esses:

Esquema unário Esquema binário

Esquema ternário Esquema quaternário

Compasso a um: corresponde à figura geométrica de uma linha na


vertical. Um pulso somente por compasso usado em tempos rápidos de
3/8, 2/8, 3/4, 2/4 e etc...

Compasso a dois: corresponde à figura geométrica de uma linha na


vertical. Dois pulsos por compasso usados em tempos lentos de 2/8,
moderados de 2/4, 2/2, e 6/8, rápidos de 4/4 e etc... O desenho se
assemelha a letra “J” sendo o primeiro tempo para fora à direita e o
segundo tempo retornando para cima.

Compasso a três: corresponde à figura geométrica de um triangulo. Três


pulsos por compasso usados em tempos lentos de 3/8, moderato de
3/4 e 3/2, rápido de 9/8 e etc... O desenho se assemelha a um
“triângulo” sendo o primeiro tempo descendo para dentro à esquerda, o
segundo tempo à direita para fora e o terceiro tempo retornando para
cima.

Compasso a quatro: corresponde à figura geométrica de uma cruz.


Quatro pulsos por compasso usado em tempos lentos de 4/8, 2/4
(subdividido), moderados 4/4, rápidos de 12/8 e etc. O desenho se
assemelha a uma “cruz” sendo o primeiro tempo descendo pra fora à
direita, o segundo tempo à esquerda para dentro, o terceiro tempo à
direita para fora e o quarto tempo retornando para cima.

Obs: Todos os tempos (ictus) devem sempre coincidir com a barra de


apoio ou plano de regência. Nunca fora.

Ex: Treinar os padrões de regência a frente do espelho para melhor


visualização sempre alternando 1; 2; 3 e 4.
* Para a realização desse exercício o aluno deverá solfejar ritmicamente
enquanto realiza os movimentos dos esquemas de compassos.

No1.
No. 2
Contra tempo e sincopa:

Até o presente momento vimos à maneira de reger as nota que


coincidem com o tempo (ictus), mas o contrário dessas notas existe um
grupo de notas que soam sempre depois do tempo (ictus) denominadas
“notas em contra tempo” e são dois tipos: contra tempo e sincopa.
O contra tempo é toda nota que soa após a passagem pelo ictus e
é sempre precedido de pausa.
A sincopa
ncopa também é uma nota no contra tempo que soa após a
passagem pelo ictus,, mas ao contrário da primeira a sincopa é sempre
precedida de som.

contra tempo sincopa

Para reger as notas no contra tempo o maestro deverá ficar atento


a três movimentos distintos: bloqueio, ataque e saída.
Bloqueio: parar o movimento da regência um tempo (ictus) antes
da nota no contra tempo.
Ataque: realizar o ataque ao ictus seguinte com o dobro da
velocidade do pulso.
Saída: após realizar o som da nota no contra tempo continuar o
movimento da regência seguindo o pulso normalmente.
No. 3
No. 4
Ataque e preparação:

Alçar à batuta ou elevar as mãos sinaliza uma respiração. Cada


movimento respiratório de inspiração equivale à preparação para iniciar
a música. Essa inspiração é um gesto passivo através do qual o maestro
informa e prepara o músico para o tipo de articulação, dinâmica e
tempo da música que será tocado.

Gestos ativos: são caracterizados pela presença de tônus (vida)


que é a intenção do gesto com impulso de vontade ou de resolução por
parte do maestro para a realização do som.
Gestos passivos: mostram uma perda desse fator, pouco tônus
(sem vida) uma qualidade menos expressiva que claramente diz “não
toque”.

Logo após esse gesto passivo de preparação segue-se de imediato


o gesto ativo no qual os músicos visualizarão o tipo de som a ser
produzido.

Entradas:

Sempre no começo da música ou em locais onde uma nova idéia


musical irá começar seja por adição de novos instrumentos ou vozes, o
maestro realiza um movimento cheio de informações que indica ao
músico o local certo onde ele deverá começar a tocar. Esse movimento é
chamado de “entrada” e podem ser de três maneiras: téticas,
anacrústica ou acéfalas.
As entradas téticas são aquelas em que o som a ser produzido
coincide sempre com o ictus.

Entrada no primeiro tempo

Posicionando as mãos no terceiro tempo faremos um movimento


de arsis em direção ao quarto tempo e em seguida um movimento de
thesis em direção ao primeiro tempo preparando o som que se inicia no
ictus. O movimento de arsis e thesis será um gesto ativo onde o maestro
indicará para os músicos todo conteúdo musical seguir. Deverá ficar
claro para o músico que a subida do terceiro para o quarto tempo
significa uma respiração de preparação para que se ataque a nota no
primeiro tempo.
Entrada no segundo tempo

Posicionando as mãos no quarto tempo faremos um gesto passivo


(sem vida) de subida e interrompemos o movimento. Faremos um
movimento de arsis em direção ao primeiro tempo e em seguida um
movimento de thesis em direção ao segundo tempo preparando o som
que se inicia no ictus. O movimento de arsis e thesis será um gesto
ativo onde o maestro indicará para os músicos todo conteúdo musical
seguir. Deverá ficar claro para o músico que a subida do quarto tempo
até o ponto de parada não deverá conter informação alguma,
enquanto que movimento do primeiro para o segundo tempo significa
uma respiração de preparação para que se ataque a nota no segundo
tempo.

Entrada no terceiro tempo

Posicionando as mãos no primeiro tempo faremos um movimento


de arsis em direção ao segundo tempo e em seguida um movimento de
thesis em direção ao terceiro tempo preparando o som que se inicia no
ictus. O movimento de arsis e thesis será um gesto ativo onde o maestro
indicará para os músicos todo conteúdo musical seguir. Deverá ficar
claro para o músico que a subida do primeiro para o segundo tempo
significa uma respiração de preparação para que se ataque a nota no
terceiro tempo.

Entrada no quarto tempo

Posicionando as mãos no segundo tempo faremos um movimento


de arsis em direção ao terceiro tempo e em seguida um movimento de
thesis em direção ao quarto tempo preparando o som que se inicia no
ictus. O movimento de arsis e thesis será um gesto ativo onde o maestro
indicará para os músicos todo conteúdo musical seguir. Deverá ficar
claro para o músico que a subida do segundo para o terceiro tempo
significa uma respiração de preparação para que se ataque a nota no
quarto tempo.

As entradas anacrústicas e acéfalas são aquela em que o som a


ser produzido acontece após a passagem pelo ictus. O movimento se
assemelha ao realizado atrás quando abordamos a regência de notas no
contra tempo.

Entrada acéfala no primeiro tempo

Segundo a teoria musical todo compasso em que a comece antes


da metade do compasso é chamado de compasso acéfalo. Como foi
abordado anteriormente em contra tempo e sincopa as entradas de
compassos acéfalos será feita do mesmo procedimento que se realiza as
notas em contra tempo e sincopa, com os movimentos de bloqueio,
ataque e saída.

Posicionado as mãos na barra de apoio ou plano de regência no


quarto tempo faremos um movimento de arsis em gesto passivo (sem
vida) para cima até parar o movimento (bloqueio) em seguida realiza-se
o movimento de ataque (ataque) em direção ao primeiro tempo com o
dobro da velocidade do pulso após realizar o som da nota no contra
tempo continuar o movimento da regência seguindo o pulso
normalmente (saída). Neste caso movimento de arsis será um gesto
passivo e thesis será um gesto ativo onde o maestro indicará para os
músicos todo conteúdo musical seguir. Deverá ficar claro para o músico
que a subida do quarto tempo não existirá atividade ao contrario do
ataque ao primeiro tempo que significa uma respiração de preparação
para que se ataque a nota no contra tempo do primeiro tempo.

Entrada acéfala no segundo tempo

Posicionado as mãos em cima na barra de apoio ou plano de


regência no quarto tempo faremos um movimento de thesis em gesto
passivo (sem vida) para baixo até parar o movimento (bloqueio) no
primeiro tempo em seguida realiza-se o movimento de ataque (ataque)
em direção ao segundo tempo com o dobro da velocidade do pulso após
realizar o som da nota no contra tempo continuar o movimento da
regência seguindo o pulso normalmente (saída). Neste caso movimento
de thesis será um gesto passivo e arsis será um gesto ativo onde o
maestro indicará para os músicos todo conteúdo musical seguir. Deverá
ficar claro para o músico que a descida do quarto tempo para o primeiro
tempo não existirá atividade ao contrario do ataque ao segundo tempo
que significa uma respiração de preparação para que se ataque a nota
no contra tempo do segundo tempo.

Entrada anacrústica no terceiro tempo

Segundo a teoria musical todo compasso em que a comece depois


da metade do compasso é chamado de compasso anacrústico.

Posicionado as mãos na barra de apoio ou plano de regência no


primeiro tempo faremos um movimento de arsis em gesto passivo (sem
vida) para esquerda até parar o movimento (bloqueio) no segundo tempo
em seguida realiza-se o movimento de ataque (ataque) em direção ao
terceiro tempo com o dobro da velocidade do pulso após realizar o som
da nota no contra tempo continuar o movimento da regência seguindo o
pulso normalmente (saída). Neste caso movimento de arsis será um
gesto passivo e thesis será um gesto ativo onde o maestro indicará para
os músicos todo conteúdo musical seguir. Deverá ficar claro para o
músico que o movimento para o segundo tempo não existirá atividade
ao contrario do ataque ao terceiro tempo que significa uma respiração
de preparação para que se ataque a nota no contra tempo do terceiro
tempo.

Entrada anacrústica no quarto tempo

Posicionado as mãos na barra de apoio ou plano de regência no


segundo tempo faremos um movimento de thesis em gesto passivo (sem
vida) para direita até parar o movimento (bloqueio) no terceiro tempo em
seguida realiza-se o movimento de ataque (ataque) em direção ao quarto
tempo com o dobro da velocidade do pulso após realizar o som da nota
no contra tempo continuar o movimento da regência seguindo o pulso
normalmente (saída). Neste caso o movimento de thesis será um gesto
passivo e arsis será um gesto ativo onde o maestro indicará para os
músicos todo conteúdo musical seguir. Deverá ficar claro para o músico
que o movimento para o terceiro tempo não existirá atividade ao
contrario do ataque ao quarto tempo que significa uma respiração de
preparação para que se ataque a nota no contra tempo do terceiro
tempo.

Entrada em quiálteras

O procedimento para realizar as entrada em quiálteras segue o


mesmo principio das entradas em contra tempo já exposto aqui. É
fundamental que o maestro tenha em sua mente a subdivisão do tempo
das quiálteras.

Posicionado as mãos na barra de apoio ou plano de regência no


quarto tempo faremos um movimento de arsis em gesto passivo (sem
vida) para cima até parar o movimento (bloqueio) em seguida realiza-se
o movimento de ataque (ataque) em direção ao primeiro tempo com a
velocidade da subdivisão da quiáltera após realizar o som da nota no
contra tempo continuar o movimento da regência seguindo o pulso
normalmente (saída). Neste caso movimento de arsis será um gesto
passivo e thesis será um gesto ativo onde o maestro indicará para os
músicos todo conteúdo musical seguir. Deverá ficar claro para o músico
que a subida do quarto tempo não existirá atividade ao contrario do
ataque ao primeiro tempo que significa uma respiração de preparação
para que se ataque a nota no contra tempo do primeiro tempo.

Entrada em compasso acéfalo e anacrústico com valor menor que


uma colcheia

O procedimento para realizar as entrada em compasso acéfalo e


anacrústico com valor menor que uma colcheia segue o mesmo
principio das entradas em contra tempo já exposto aqui. É fundamental
que o maestro tenha em sua mente a subdivisão do pulso.
Ex: Pratique todas as entradas em frente ao espelho começando com a
semínima = 60 e posteriormente com andamentos mais rápidos,
semínimas = 80, 100 e 120. Depois praticar as mesmas entradas em
compasso binário (2/4) e ternário (3/4).

Nunca se devem marcar compassos com tempos ativos antes de


começar a música. Caso queira informar previamente ao grupo o
andamento, marque-os como se fossem pausas com gestos passivos
(sem vida). É de suma importância que ao realizar as entradas o
maestro esteja com seu contado visual diretamente ao músico que irá
começar a obra. Então sempre antes de realizar as entradas devemos
olhar para o músico e realizar o movimento dando o sinal para que
comece a tocar.
Pausas ou silêncio e cortes

Quando estudamos e aprendemos sobre as pausas sempre nos foi


falado que nesse exato momento existe um silêncio uma ausência de
som, mas o que sempre deixamos para trás é que nesse momento de
silêncio está acontecendo uma série de informações que o maestro deve
indicar e mostrar para os músicos.
A regência das pausas deve ser diferenciada das demais pelo fato
dela representar o silêncio. Como foi dito anteriormente, aqui os gestos
serão passivos. Uma marcação pequena e non espressiva é o suficiente
para indicar as pausas quando nem corte nem preparação são
necessárias.
As notas curtas ou destacadas que antecedem as pausas não
precisam de corte. Geralmente cortamos apenas quando em
movimentos lentos existe risco dos músicos não finalizarem essa nota
ao mesmo tempo. Existem dois tipos de cortes: corte pequeno e corte
grande.
O corte pequeno é feito com um simples fechar de dedos nas
mãos ou com a realização de um pequeno “click” de punho indicando
onde se encerra o som.
O grande corte é com um gesto passivo circular das mãos para
dentro indicando onde se encerra o som. Muito utilizado após fermatas,
finais de músicas e grande seções.
Todo movimento tem que ser preparado no tempo anterior para
que a indicação fique clara para o músico. Utilizaremos o mesmo
principio aplicado nas entradas em compassos téticos, mas sempre se
lembrando de preparar e cortar.
Em qualquer caso o gesto de corte deve conter todas as
características musicais do som que vai ser cortado. Se cortarmos um
som em dinâmica “piano”, esse corte deve ser mais suave ao contrario
de quando cortamos um som “forte” esse corte deve ser mais enérgico.

Ex: Nos próximos exercícios treinar todos os conceitos vistos até aqui com
muita atenção a regência das pausas e o corte sempre no final do
exercício.
No. 5
No. 6
Fermatas

Fermata, também chamado de corona ou coro, é a parada no


fluxo da musica cuja duração depende do contexto em que está
inserida. Cada tipo de fermata necessita de uma análise e prática
lógica. Na música existem vários tipos de fermatas como, por exemplo:
fermatas
rmatas de definição imprecisa e inexata (corais e em tempos lento),
fermatas de prolongação de som (tempos rápidos), mas na maioria das
vezes temos que fazer todas em tempo definido.
Para realizar as fermatas não existe segredo. O maestro deve
simplesmente e deter seu movimento onde o som deva ser prolongado. O
problema maior nas fermatas é como prosseguir após realizar as
fermatas.
Aqui existem três tipos de movimento que o maestro deve
executar: Continuar sem corte, com um pequeno corte ou com um grande
corte.

Continuar sem corte


corte:: realizar a fermata parando o movimento
no ictus onde está pedindo para que se realize a fermata. Após deve se
realizar o movimento de impulso ou preparação (arsis e thesis) similar
ao movimento de entradas em compassos téticos e prosseguir a
regência normalmente. O movimento de preparação (arsis e thesis) será
um gesto ativo onde o maestro indicará para os músicos todo conteúdo
musical a seguir.
Continuar com um pequeno corte corte: realizar a fermata parando o
movimento no ictus
ctus onde está pedindo para que se realize a fermata.
Após deve se realizar movimento um pequeno “click” de punho
indicando onde termina o som e em seguida com o movimento de
impulso ou preparação (arsis e thesis) similar ao movimento de
entradas em compassossos téticos e prosseguir a regência normalmente. O
movimento de preparação (arsis e thesis) será um gesto ativo onde o
maestro indicará para os músicos todo conteúdo musical a seguir.
Continuar com um grande corte: realizar a fermata parando o
movimento no o ictus onde está pedindo para que se realize a fermata.
Após deve se realizar movimento de um grande corte indicando onde
termina o som e em seguida com o movimento de impulso ou
preparação (arsis e thesis) similar ao movimento de entradas em
compassos téticos
ticos e prosseguir a regência normalmente. O movimento
de preparação (arsis e thesis) será um gesto ativo onde o maestro
indicará para os músicos todo conteúdo musical a seguir.
Após as fermatas o maestro deverá prestar muita atenção porque
sempre depois dos cortes haverá um determinado tipo de entrada, então
o maestro deverá realizar a entrada que for exigida.

Ex: Treinar as fermatas no exemplo a seguir.

No 7
Articulações

Articulação é a maneira que o músico executa as notas musicais.


Existem diversos tipos de articulações, cada um com uma
nomenclatura própria, que passaremos a abordar a seguir:

Legato

O legato (ligado) é a forma de articulação em que uma ou várias


notas se emendam dando um caráter doce ou expressivo à música.

Assim também, regência desses trechos em legatos na música


devem ser gestos que conectem um tempo ao outro, sem demonstração
de interrupção entre eles. Esses gestos freqüentemente se movem em
linhas diretas por movimentos curvos e circulares, de caráter
semelhante a arcos. O perigo ao usar esse gesto é que ele possa se
tornar muito suave perdendo a definição do ponto exato do tempo
(ictus). Em algumas ocasiões como em movimentos lentos, pode se usar
um leve “click” com as mãos. O antebraço faz a maioria dos movimentos
nos gestos legato, e os tempos são demonstrados pelo pulso. Mas tome
cuidado para que o pulso não balance, pois quando se movimenta o
antebraço o pulso não deve se mexer.

Quando regemos uma obra de caráter “legato expressivo”, usamos


como recurso expressivo mais o plano horizontal que vertical.

Non Legato

O Non legato (não ligado) é a forma de articulação na qual as


motas são tocadas no seu valor integral, mas não ligadas não muito
longas e não muito curtas.
Por ser de caráter neutro (non expressivo) usa-se um padrão de
regência plano com movimento praticamente só do pulso com pouca
intensidade no movimento do antebraço gerado apenas pelo reflexo do
rebote natural das mãos. O cotovelo deve ficar parado, mas relaxado
sem colar no corpo. Aqui sim usamos o “click” em algumas ocasiões
como ritmos pontuados e sincopas e principalmente em tempos lentos.

Staccato

Staccato (destacado) é a forma de articulação na qual a nota


executada tem a metade do seu valor. Cabe aqui não confundir o
staccato, que é uma diminuição da nota, com um marcato, que é uma
acentuação.

O maestro deve atentar para este ponto: o gesto para staccato tem
uma parada momentânea de todo o movimento (movimento
descontinuo) logo após o reflexo de cada tempo.
Por se tratar de um gesto curto, usa-se apenas o pulso na
regência staccato, não movimentando braço e antebraço. Para manter a
leveza do gesto o quarto tempo é dado pouco acima do primeiro tempo e
não no topo do quarto tempo.
Marcato

Aqui o gesto é um pouco mais pesado, marcado e acentuado a


cada tempo como se estivesse batendo uma bola de basquete.

A imagem da regência, assim como o som, deve acompanhar a grafia do


marcato que ataca e diminui.

Nesta articulação usa-se tanto só pulso quanto só braço, dependendo


do caráter e dinâmica na música.

Tenuto

Os gestos tenutos podem ser considerados como um gesto legato


muito pesado (com tônus muscular) e por isso mais plano e com uma
leve parada em cada tempo. Demonstram uma grande coesão da linha
musical.

A principal característica do gesto tenuto é que as mãos ficam um


pouco mais para trás, como se estivesse muito pesada, simulando uma
arcada de um instrumento de cordas como, por exemplo, um violoncelo.
Esse peso é que distingue o gesto tenuto do legato. Os tempos devem
estar conectados o mais possível, tomando-se o devido cuidado para
não produzir o efeito de “barriga” na nota. Ele não deve ser “apressado”
como no staccato nem “preguiçoso” como no legato. Cada tempo é
sustentado com ou sem intensidade, dependendo da música.
O tenuto é usado para destacar acordes sustentados e para
passagens melódicas de portamento.

Ex: Treinar os padrões de regência com as articulações a frente do


espelho para melhor visualização sempre alternando 1; 2; 3 e 4.

Compassos compostos

Compasso composto é aquele em que cada unidade de tempo é


subdividida em três notas
notas.. Eles podem ser divididos em regulares e
irregulares.. Os compassos regulares conhecidos são: 6/8, 9/8, 12/8.
Todos eles baseados no esquema de compassos simples.
Compassos composto regulares são aqueles em que cada tempo
do compasso possui a mesma duração. Os compassos compostos
irregulares são aqueles em que os tempos do compasso têm duração
diferente.

Binário composto Ternário composto Quatenário composto

Compasso binário composto regular (6/8): corresponde à figura


geométrica de uma linha na vertical. Dois pulsos subdivididos em três
por compasso. O desenho se assemelha a letra “J” sendo o primeiro
tempo para fora à direita e o segundo tempo retornando para cima.
Compasso ternário composto regular (9/8): corresponde à figura
geométrica de um triangulo. Três pulsos por compasso subdividido em
três. O desenho se assemelha a um “triângulo” sendo o primeiro tempo
descendo para dentro à esquerda, o segundo tempo à direita para fora e
o terceiro tempo retornando para cima.
Compasso quaternário regular (12/8): corresponde à figura
geométrica
ométrica de uma cruz. Quatro pulsos por compasso subdividido em
três. O desenho se assemelha a uma “cruz” sendo o primeiro tempo
descendo pra fora à direita, o segundo tempo à esquerda para dentro, o
terceiro tempo à direita para fora e o quarto tempo retornando para
cima.

No. 8
No. 9
No. 10
Compassos irregulares

Como foi mencionado anteriormente os compassos irregulares são


aqueles em que os tempos tem durações diferente, portanto, o maestro
deverá ficar atento a divisão rítmica para realizar o movimento
adequado.

Compasso irregular de cinco tempos ((5/4 e 5/8)


Compasso irregular de seis tempos (6/4 e 6/8 em movimento lento)

Compasso irregular de sete tempos (7/4 e 7/8)


Compasso irregular de oito tempos (8/8)
Compasso irregular de nove tempos (9/8)

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