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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
ECOLOGIA

DINÂMICA DE POPULAÇÕES

Prof. Dr. Oriel Herrera Bonilla


Monitores: Giuliane Sampaio
John David

Fortaleza - CE

Versão 2010
Dinâmica de Populações

É o conjunto de todos os indivíduos de uma mesma espécie, que habita


uma área determinada.

Populações de Juazeiros no Nordeste conjunto de todos os


indivíduos dessa espécie que habitam o Nordeste brasileiro.
Exemplo: população de babaçus no Cariri cearense.

Normalmente nos climas tropicais, como é o caso do NE brasileiro, as


populações não ocorrem isoladas.

Diversas espécies coabitam numa mesma área e nessa área


podem ser reconhecidas as populações de diversas espécies.
Atributos Biológicos de Populações

Densidade
Tamanho da população em relação a alguma unidade de espaço.
É avaliada e expressa como o número de indivíduos ou a biomassa da população
por unidade de área ou de volume.

Exemplos de densidade: 200 árvores/há; 5 milhões de


diatomáceas/cm3; 200 kg de peixe/há de superfície aquática.

Densidade bruta
Número (ou biomassa) por unidade de espaço total.

Densidade específica ou ecológica:


Número (ou biomassa) por unidade de espaço ou habitat. Isto é a
área/volume disponível que pode ser colonizada(o) pela população.
Atributos Biológicos de Populações

Os métodos de calcular densidades populacionais

Censos totais ou contagem total: válido para organismos grandes ou bem


visíveis localizadas em áreas pequenas.
Amostragem: a amostragem pode ser determinada pelo método dos
transectos, talhões ou quadrados. O tamanho dos quadrados é função do tipo
de comunidade ou porte dos indivíduos e da complexidade de sua distribuição
na área.
Métodos de marcação e recaptura: método próprio para animais móveis,
na qual são capturados exemplares de uma população, marcados e liberados.
E posteriormente determina-se as populações.
Amostragem por retirada: o número de organismos retirados de uma área,
em amostras sucessivas, e o número anteriormente removido são plotados nas
abscissas.
Método sem área: é método que se aplica a organismos sésseis, tais como
árvores. A partir de uma série de pontos aleatórios, mede-se a distância até o
indivíduo mais próximo em cada um de quatro quadrantes. A densidade por
unidade de área é estudada a partir da distancia média.
Natalidade
Capacidade de uma população aumentar em número de indivíduos.

A taxa de natalidade é equivalente à taxa de nascimento na terminologia do


estudo da população humana (demografia).
Novos indivíduos nascimento, eclosão, germinação ou divisão.

Natalidade máxima que é a produção máxima teórica de novos indivíduos


sob condições ideais (sem fatores ecológicos limitantes).
Natalidade ecológica a qual refere-se ao aumento populacional sob condição
real específica do ambiente.

A natalidade geralmente é expressa como uma taxa determinada pela


divisão entre o número de novos indivíduos produzidos e o tempo, ou
como o número de novos indivíduos produzidos por unidade de
tempo, por unidade de população (Taxa de natalidade específica).
Mortalidade
Morte dos indivíduos da população.

É a antítese da natalidade. Os cálculos sobre natalidade e mortalidade devem levar


em conta o tamanho de cada população.

Distribuição etária
Influencia tanto a natalidade como a mortalidade.

As proporções entre os vários grupos etários de uma população determinam o


estado reprodutivo atual da população e indicam o que poderá ser esperado no
futuro.
Potencial biótico (Pb) ou potencial reprodutivo
Propriedade inerente a um indivíduo ou organismo de se reproduzir,
de sobreviver, ou seja, de aumentar quantitativamente, não levando em
consideração a resistência do meio em que ele vive.

É a soma algébrica da quantidade de prole produzida em cada ato de


reprodução, da quantidade de atos de reprodução em dado período de tempo.

Exemplo: um único casal de pássaros chocando 6 ovos/ano, deverá


produzir 14.348.907 de descendentes ao final de 15 anos, desde que a
resistência do ambiente (Ra) seja igual a zero e a razão sexual (Rs) seja
igual a 0,5. Assim o é porque o potencial biótico, neste caso, tem a
seguinte expressão
Dispersão populacional

Distribuição de itens em torno da média.ou seja o padrão de


distribuição de itens de uma população
Os movimentos de emigração, imigração e, migração

A emigração afeta a forma local de crescimento, da mesma maneira


que a mortalidade. A imigração age como a natalidade.

Três formas básicas de distribuição das populações:


Aleatória - o ambiente é muito uniforme e onde não há tendência à
agregação.
Uniforme - a competição entre indivíduos é severa ou onde há um
antagonismo positivo que promove um espaçamento uniforme
Agregada - só são considerados os indivíduos.

A determinação do tipo de distribuição é importante na seleção de métodos


de amostragem e ela é muito influenciada por barreiras e pela capacidade de
movimento, inerente aos indivíduos ou as formas diseminantes. A dispersão é
o meio de se colonizarem áreas novas ou despovoadas.
Formas de crescimento populacional
Padrões característicos de aumento das populações

Dois padrões básicos de comparação de acordo com formas de curvas de


crescimento desenhadas em escalas aritméticas:

Curva de crescimento em forma de “J”


a densidade aumenta rapidamente, de forma exponencial; parando
abruptamente quando a resistência ambiental se torna efetiva

Curva de crescimento sigmoidal ou em forma de “S”


a população aumenta lentamente no inicio, depois, mais rapidamente
(aproximando-se, talvez de uma fase logarítmica), mas logo a taxa de
aumento vai diminuindo, aos poucos, à medida que a percentagem de
resistência ambiental vai aumentando, até o equilíbrio ser alcançado e
mantido.
Fatores que regulam o tamanho das populações

O alimento

Carga biótica máxima


é o tamanho máximo de determinada população que um ambiente pode
suportar.

Competição entre populações de diferentes espécies:


quando duas populações competem pelo mesmo espaço ou alimento.

A densidade e tamanho da população


a taxa de crescimento de certas populações é auto-regulada por sua
própria densidade.
Oscilações que limitam o crescimento populacional

I) Densidade populacional;

II) Suprimento de alimentos;

III) Competição interespecífica;

IV) Predatismo;

V) Parasitismo;

VI) As doenças.
A POPULAÇÃO HUMANA

Moradias deterioradas, condições insalubres, escassez


de alimentos e de água potável, doenças, e desnutrição.

Que dizer, porém, do futuro?

Será que as pessoas terão de suportar indefinidamente estas duras realidades da


vida?

Para complicar a situação, que dizer do quadro desalentador e sombrio que os


cientistas ambientalistas e outros predizem em resultado do contínuo
crescimento demográfico?

Os cientistas e ambientalistas dizem que estamos conspurcando nosso próprio ninho,


por poluirmos o ar, a água e o solo de que dependemos.

Será que isso por fim extinguirá a civilização como a conhecemos?


Conseqüências da superpopulação

Primeiro de tudo, será que a população mundial continuará


expandindo-se indefinidamente?
Existe algum indício de até que ponto ela chegará?
Será que há gente demais?

Segundo projeções do Fundo Populacional da ONU, a população terráquea


poderá atingir 14 bilhões antes de estabilizar-se. Outros, contudo, estimam que
ela variará entre 10 e 11 bilhões. Seja qual for o caso, as perguntas cruciais são:
a) Haverá gente demais?
b) Pode a Terra comportar e suportar, uma população duas a três vezes maior
que a atual?

Pode a Terra produzir o suficiente para alimentar 10 bilhões, ou 14 bilhões de


pessoas?
O que pensar de uma situação em que a população seja o dobro ou o triplo da
atual?

Há evidências de que são necessários aproximadamente cinco quilos de cereais para


produzir um quilo de bife. Portanto, apenas a quarta parte dos habitantes da Terra, que
são os que comem carne, consomem quase a metade da produção total de cereais.
Conseqüências para o ambiente

o crescimento populacional é apenas um dos fatores que representa uma


ameaça para o bem-estar futuro da humanidade.

O jornal The New York Times cita o economista Daniel Hamermesh dizendo
que “as emissões do efeito estufa estão mais intimamente relacionadas com o
nível de atividade econômica do que com o número de emitentes”.

Frisando basicamente o mesmo ponto, Alan Durning, do Worldwatch Institute,


comenta: Ele aponta que esta “quinta parte mais opulenta” da humanidade
produz quase nove décimos dos clorofluorcarbonos e mais da metade de
todos os gases que produzem o efeito estufa, que ameaçam o ambiente.

“O bilhão de pessoas mais ricas do mundo criaram uma forma de civilização tão
consumista e esbanjadora que o planeta corre perigo. O estilo de vida deste escalão
superior (os que dirigem carros, os comedores de filé, os bebedores de refrigerantes e os
consumidores de itens descartáveis) constitui uma ameaça ecológica de gravidade sem
par, excetuando-se, talvez, o crescimento populacional”.
A verdadeira questão

Culpar apenas o crescimento demográfico pelas dificuldades que


confrontam a humanidade hoje em dia é desperceber o verdadeiro ponto.

A questão que nos confronta não é a de que estamos ficando sem espaço
vital ou de que a Terra é incapaz de produzir alimento suficiente para
uma dieta saudável para todos, ou de que todos os recursos naturais
estarão esgotados dentro em breve.

A verdadeira questão é que cada vez mais pessoas aspiram a um nível


sempre mais elevado de consumo material, sem considerar as
conseqüências de suas ações.

O escritor Alan Durning se expressa do seguinte modo:

“Numa biosfera frágil, o derradeiro destino da humanidade talvez


dependa de se cultivar um senso mais profundo de auto-restrição,
alicerçado numa difundida ética de se limitar o consumo e descobrir
o enriquecimento não-material”.
É provável que as pessoas em toda parte cultivem voluntariamente a auto-
restrição, limitem o consumo e busquem o enriquecimento não-material?

Mesmo que um número alentado de pessoas se conscientizasse dos fatos e


começasse a mudar o seu modo de vida, ainda assim não se conseguiria
inverter as coisas em curto prazo.

Observem-se os muitos grupos de ativistas ambientalistas e de estilos


alternativos de vida que surgiram no decorrer dos últimos anos. Alguns deles
talvez tenham tido êxito em ganhar as manchetes, mas será que exerceram
algum impacto real nos modos de agir das chamadas correntes principais da
sociedade?

Qual é então o problema ou verdadeira questão?

É que o SISTEMA INTEIRO (comercial, cultural e político) está


voltado para a promoção do conceito da obsolescência inata e
do CONSUMISMO de itens descartáveis. Neste contexto, não
pode haver mudança sem uma reconstrução total, do alicerce
para cima. E isso exigiria uma REEDUCAÇÃO AMBIENTAL
maciça em todos os campos.

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