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TRÁFICO DE SERES HUMANOS

(40Horas)

INTRODUÇÃO

O tráfico de seres humanos não é uma realidade recente. Na verdade, pode-se


mesmo afirmar que as primeiras práticas de tráfico de seres humanos remontam aos
tempos dos Descobrimentos quando se procedia a exportação de pessoas tendo como
principal fim o fornecimento de mão-de-obra escrava. Apesar de crime hediondo e
violação dos direitos humanos o tráfico de seres humanos tem sido perpetuado ao longo
de séculos afirmando-se como um fenómeno de difícil combate.
Segundo a Agência das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC),
todos os anos, 800 mil a 2,4 milhões de pessoas são vítimas do tráfico de seres humanos
no mundo.1 Embora os dados estatísticos disponíveis se traduzam inevitavelmente em
dados falaciosos, uma vez que nos encontramos diante de um crime cuja prova é
delicada, podemos, sem qualquer relutância, afirmar que o tráfico de seres humanos, nas
suas diferentes vertentes, tem aumentado no Mundo.

OBJETIVOS GERAIS
• Aumentar a eficiência dos instrumentos de política pública no combate ao
Tráfico de Seres Humanos;
• Reforçar o papel da Sociedade Civil como agente estruturante para o combate ao
Tráfico de Seres Humanos
• Difundir os valores da igualdade através da educação e informação;
• Prevenir o tráfico de seres humanos.

DESTINATÁRIOS
Formação de agentes qualificados/as que atuem no domínio da Prevenção,
Sensibilização e Combate ao Tráfico de Seres Humanos e no apoio às suas vítimas.

CONTÉUDOS PROGRÁMATICOS
PARTE I – CONHECER E PROBLEMATIZAR
1. Enquadramento Geral
1.1. O tráfico de Seres Humanos como uma violação de direitos
humanos.
1.2. O Tráfico de Seres Humanos como um problema à escala global.
1.3. A globalização dos mercados de trabalho, as desigualdades
económicas e sociais, a pobreza (feminização da pobreza), as migrações, as
desigualdades de género, a prostituição.
1.4. Compreensão da atuação das redes, as formas de controlo e os
modos de exploração.
2. Enquadramento Legislativo
2.1. Conhecimento da posição de Organismos Internacionais (ex.: ONU,
Conselho da Europa, OSCE, UE) sobre o problema do Tráfico de Seres
Humanos.
2.2. Identificação, ao nível nacional, dos quadros legais e de ação.
2.2.1. Código Penal Português / Brasileiro.
2.2.2. Lei n.º 23/2007 de 4 de Julho e sua regulamentação.
2.2.3. Decreto-Lei n.º 368/2997 de 5 de Novembro.
2.3. O Plano Nacional Contra o Tráfico de Seres Humanos como o
primeiro instrumento estratégico-nacional de intervenção contra o Tráfico de
Seres Humanos.

PARTE II – PROTEGER E APOIAR


1. Os/As Diferentes Profissionais da Intervenção
1.1. O Papel dos/as Profissionais (atitudes, crenças, vivências e perceções
face ao tráfico de seres humanos).
1.2. A importância do trabalho em rede.
1.2.1. Articulação no contexto nacional.
1.2.2. Articulação entre países de destino, trânsito e origem.
1.3. Analisar propostas de intervenção no que diz respeito aos
fundamentos, aos objetivos e ao papel dos/as diferentes interventores/as no
trabalho em rede

2. O processo de Apoio
2.1. Dinâmicas e processos associados às vivências de experiências
traumáticas.
2.2. Consequências e impacto da vitimação.
2.3. O Processo de Apoio tendo por base o modelo de intervenção em
crise.
3. Sinalização-Identificação-Integração das Vítimas de Tráfico de Seres
Humanos
3.1. Formas de sinalização, identificação e integração de vítimas de
tráfico: construção de uma abordagem integrada de aproximação e intervenção
com pessoas traficadas, permitindo a sua identificação como vítimas, bem como
uma intervenção holística ao nível das várias áreas do saber e de intervenção e
integração.

METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO:
Avaliação do Processo Formativo admite a realização de um teste qualitativo
final.

BIBLIOGRAFIA
BOAVENTURA SANTOS, CONCEIÇÃO GOMES, MADALENA DUARTE
E MARIA IOANNIS BAGANHA “Tráfico de Mulheres em Portugal para fins de
exploração sexual”–, Colecção estudos do Género, Comissão para a Cidadania e
Igualdade de Género, Lisboa 2008.
Global Report on Trafficking in Persons – UNITED NATION OFFICE OF
DRUGS AND CRIME, 2009.
Manual contra o Tráfico de Pessoas para Profissionais do Sistema de
Justiça Penal, NAÇÕES UNIDAS, 2009.
TEIXEIRA, MARCO Tráfico de Pessoas, da Percepção Social à Realidade
Policial, in Tráfico Desumano, Cadernos da Administração interna, Colecção de
Direitos Humanos e Cidadania, Outubro 2010
Report on Activities to Combat Human Trafficking – Fiscal Years 2001-
2005 U.S. DEPARTMENT OF JUSTICE (2006) Washington, DC, Deborah Weisel
(2005), Analyzing Repeat Victimization, Problem-Oriented Guides for Police e
Problem-Solving. Tools Series N.º 4, U.S. Department of Justice, Washington, DC.

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