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Biografia Nirvana

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Assista covers de Nirvana


Biografia
agora!
Biografia originalmente publicada no site Dying Days
Assista Nirvana agora!

Notícias O Nirvana foi uma das bandas mais importantes que surgiu nesse
final de século e milênio. Sobre seus méritos musicais e líricos, isto
Biografia Nirvana deve ser avaliado usando-se critérios pessoais e subjetivos, ficando
Carta ao Arnaldo Batista a cargo de cada um decidir e formar sua opinião (ficar indiferente é
difícil). Mas sua importância para o mundo do rock'n'roll, e sua
Lista das Músicas participação no cenário artístico dessa era que se acaba, isto sim é
Cronologia Nirvana inquestionável, podendo-se até dizer, sem medo de errar, que a
banda marcou indelevelmente a história da música.
Entrevista com Kurt

Interpretações de musicas
O grupo acabou sendo escolhido como o símbolo da geração
grunge, e, da mesma maneira que este movimento, o seu sucesso
Guitarras foi muito rápido. Mas isso não significa que a banda tenha tido
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pouca repercussão. Muito pelo contrário: foi super explorada e
exposta durante esse período, sendo que dessa maneira, sua
Carta suicida história se confunde com a do próprio grunge, dadas as semelhança
entre suas trajetórias (vida curta, super exposição na mídia,
Kurt D.Cobain suicidio ou
assassinato? descaracterização dos propósitos iniciais, etc). O final prematuro de
ambos é derivado de vários fatores, sendo que isso dá margem
Nirvana Fotos para muita discussão, discussão esta que fica bem caracterizada
Shows Históricos por acontecer entre dois grupos bem distintos: aqueles que acham
que o grunge (e o Nirvana) foi apenas uma moda passageira e
Curiosidades exclusivas descartável, que teve sorte por ter sido escolhido pela MTV para ser
nirvana
a "bola da vez"; e os que não vêem dessa forma, e consideram o
movimento como algo válido e com atitude, e que teve o azar de
cair nas malhas do comercialismo exacerbado que toma conta do
cenário musical de hoje em dia (ainda que, no começo, o
movimento tenha sido algo tipicamente underground).

Kurt Donald Cobain nasceu em 20 de fevereiro de 1967, em


Aberdeen (à aproximadamente 220 quilômetros ao sul de Seattle),
no estado americano de Washington. Devido aos constantes
problemas entre seus pais (um mecânico e uma secretária, que
vieram a se separar definitivamente quando ele tinha 7 anos), ele
morou em vários lugares diferentes, e desde cedo mostrou-se um
garoto muito irriquieto, e com problemas de saúde que lhe
obrigavam a tomar sedativos e outros remédios (como o Ritalin)
para acalmar sua hiperatividade e fazê-lo concentrar-se na escola.
Mas os esforços quanto aos seus estudos foram em vão, e logo ele
se desligou da vida escolar. Passava grande parte de seu tempo
sozinho, ouvindo música e pintando, na maioria das vezes, na casa
de outros parentes que aceitavam cuidar do garoto-problema. Sua
conturbada infância seria refletida anos mais tarde em várias
músicas que ele compôs para o Nirvana. Assim, ainda cedo, ele
teve contato e se apaixonou pelo rock'n'roll, e ouvia bandas como
Beatles, Monkees, Clash, Kiss, Black Sabbath, Sex Pistols e Led
Zeppelin. Aos 14 anos ganhou uma guitarra de aniversário, e ficava
cada vez mais claro que a vida do garoto seria sobre algo voltado à
música, mais especificamente, ao rock'n'roll.

Kurt foi crescendo e em sua adolescência acabou envolvendo-se


com a cenário musical underground da região, onde conheceu e
trabalhou com algumas bandas. Entre elas, o Melvins, um dos mais
importantes nomes da região e que serviu de inspiração para
grande parte das bandas que mais tarde fariam parte do grunge,
entre elas, o próprio Nirvana. O som feito pelo grupo era mais ou
menos aquilo que veríamos mais tarde virar referência em Seattle:
algo entre o punk e o heavy metal. Kurt chegou a formar uma banda
(chamada Fecal Matter) com o baixista do Melvins, Dale Crover,
mas foi o vocalista, Buzz Osbourne, quem lhe apresentou em 1985
o seu futuro melhor amigo, Krist Novoselic. Foi também Buzz quem
lhe apresentou outras bandas que seriam mais tarde a influência
punk do Nirvana, como Stooges, Black Flag e Flipper. Meses
depois, Kurt e Krist (que também possuia interesse pelo punk rock)
mudam-se para Olympia, atraídos pelo cenário musical dessa
cidade. Lá se tornam figurinhas fáceis nos shows e bares de rock
underground. Formam sua primeira banda em 1986, chamada Stiff
Woodies. Cobain ficou com a bateria e Krist com o baixo, e os
outros instrumentos ficavam com vários amigos diferentes, que
entravam da banda para logo depois sair. Da mesma maneira que
mudavam as formações, mudava o nome da banda: passaram
também por Skid Row e Sellouts. Durante essas mudanças, as
posições entre os membros também eram trocadas, e no final de
1986, a banda estava com Cobain cantando e tocando guitarra,
Krist ainda no baixo e Aaron Burkhart na bateria. Com a saída de
Aaron, Chad Channing assume as baquetas, e a banda troca o
nome definitivamente para Nirvana (título tirado de um dos
conceitos chaves da religião budista ).

O ano de 1986 também foi importante por causa da criação do selo


alternativo Sub Pop, pelos amigos Jonathan Poneman e Bruce
Pavitt, sendo que este último viera para Seattle ao lado de Kim
Thayil, que mais tarde formaria o Soundgarden. O objetivo do selo
era ajudar bandas independentes em início de carreira, que
pipocavam aos montes nesta região. Seria o responsável por
mostrar o Nirvana ao mundo, pouco tempo depois.

Assim, podemos dizer que o ano de 1987 marca o início da


meteórica carreira do Nirvana. Este início é o mesmo de todas as
bandas saídas do underground: shows e pequenas apresentações
em bares, festas e universidades locais. Mas já era notável que o
trio tinha algo mais do que as tantas outras bandas que buscavam
seu lugar ao sol. O som produzido por eles já se caracterizava por
ser uma mistura contagiante da agressividade e rebeldia do punk
rock com o peso e energia do metal/hard rock. A banda ainda não
construía as cativantes melodias que mais tarde viriam a se tornar
um dos fatores responsáveis pela popularização do conjunto ao
redor do mundo, mas já se percebia a facilidade e a criatividade de
Kurt em criar músicas e refrões simples, "pegajosos" e
empolgantes.

O som também era ainda bastante sujo, em comparação com o que


viria depois. Por fim, Kurt se destacava por seu carisma e letras
simples e honestas que escrevia, com as quais o público jovem que
passou a admirá-lo se identificou imediatamente. Desta maneira, a
banda ganhou notoriedade no underground americano em pouco
tempo, ganhando um público fiel e que iria se tornar mais tarde a
essência dos personagens da cultura grunge, assim como Kurt
Cobain seria eleito o porta-voz dessa geração.

Foi através dessa relativa fama que o produtor Jack Endino tomou
conhecimento da banda. Depois de encontrá-los e ficarem amigos,
ele ajudou-os a produzir algumas fitas demo com as quais
convenceu seu amigo Jonathan Poneman, da Sub Pop, a firmar um
contrato com eles. O primeiro fruto desse contrato foi um single
lançado em dezembro de 1988 com as música "Love Buzz" (cover
de uma banda holandesa chamada Socking Blues) e "Big Chesse".
O lançamento final desse single foi marcado por alguns problemas
(era originalmente para ter sido lançado em junho) devido às
dificuldades financeiras da gravadora. Apesar de fazer um
excepcional trabalho de divulgação de várias excelentes bandas
que não encontravam apoio nas grandes gravadoras (que sempre
vêem com maus olhos pequenas bandas que podem roubar o lucro
certo que elas possuem ao investir nos grandes nomes mundiais), a
Sub Pop continuava a ser um pequeno selo alternativo e
underground, e os problemas financeiros freqüentemente
atrapalhavam os dignos propósitos de seus fundadores. E acabou
não sendo diferente com o Nirvana, que não só viu o atraso do
lançamento de "Love Buzz", como também teve que aceitar um
aumento no preço final do material, para tentar evitar uma possível
perda de dinheiro investido pela gravadora. Felizmente, não foi o
que aconteceu: o single vendeu bem, principalmente devido ao fato
de o Nirvana já possuir um público fiel, formado nas famosas e
incendiárias apresentações da banda em Olympia e Seattle.
Empolgada com o sucesso, a Sub Pop resolve arriscar e investir em
um álbum para o trio, além de promover um grande esquema de
divulgação para eles. Por fim, vale destacar que o single de "Love
Buzz" ficou também conhecido por ter sido o primeiro a fazer parte
de uma promoção especial da Sub Pop, chamada "The Singles
Club", que distribuia singles das bandas de seu cast em formato
vinil para os clientes que assinaram esse serviço e pagavam por
isso uma pequena quantia mensal. Com o dinheiro arrecadado
nesse original e triunfante esquema comercial, a Sub Pop pagou a
estadia em Seattle de um famoso editor inglês da revista "New
Music Express". O objetivo era fazê-lo conhecer a fervilhante cena
underground da região, de maneira que ele a divulga-se lá fora. Não
deu outra: o influente editor, chamado Everett True, ficou
impressionado com bandas como Mudhoney, Nirvana e
Soundgarden, e as fez virar notícia na Europa também. A partir
desse momento, o grunge também passou a receber atenção por
parte da indústria musical e dos amantes do rock'n'roll que não
necessariamente moravam em Seattle ou arredores. Ainda não era
a histeria que viria a ser na primeira metade da década seguinte,
mas o embrião do sucesso do grunge começou a se desenvolver aí.
As bandas de Seattle passaram a fazer turnês maiores e
começaram a ver seus nomes escritos e reconhecidos em várias
revistas e publicações dos EUA e da Europa. E o Nirvana desde o
começo aparecia como o expoente desse movimento, a despeito de
haverem bandas mais experintes, como o Soundgarden, Mother
Love Bone e o Mudhoney, que já algum tempo batalhavam no
underground em busca do merecido reconhecimento (e que não
demoraria a chegar).

Assim, enquanto o Nirvana continuava em um ritmo alucinante de


shows e apresentações, o grupo começa a pensar também na
gravação de seu primeiro disco, oferecido pela Sub Pop. A banda
também teve apoio financeiro de Jason Everman (que mais tarde
teria uma rápida passagem como baixista do Soundgarden), que
acabou tendo, como agradecimento por parte da banda, seu nome
citado no encarte do álbum como guitarrista. Na verdade, ele só
tocou com o grupo em uma ocasião: na gravação de um cover do
Kiss, a música "Do You Love Me?", que entrou em um disco tributo
aos caras-pintadas lançado pouco antes da gravação do primeiro
álbum do Nirvana. Este começa então a ser produzido em 1988,
sendo que sua produção demorou aproximadamente dois meses, à
um custo final de exatos 606,17 dólares. Finalmente, o álbum
intitulado "Bleach" foi lançado em junho de 1989 (a Sub Pop ainda
possuia os velhos problemas financeiros que atrasaram a sua
chegada às lojas, apesar de a situação estar melhorando
sensivelmente). Curiosamente, no encarte, a grafia do primeiro
nome de Cobain aparece como Kurdt. O disco vende cerca de
35.000 cópias e dá um bom retorno à Sub Pop, confirmando que a
cena local (que logo à seguir convencionaria-se chamar de grunge)
e bandas como o Nirvana estavam chamando cada vez mais
atenção, inclusive das grandes gravadoras.

"Bleach" é um pequeno clássico. Estão lá as melodias grudentas


(ainda que não tão grudentas), os riffs simples e criativos, a energia
punk e os vocais ensandecidos de Cobain. Tudo ainda bastante
tosco e primal. Vários são os destaques do disco, entre eles, "About
a Girl", "Downer", "Negative Creep", "School" e "Floyd the Barber".

Durante a turnê de divulgação do álbum, o fantasma das mudanças


no line-up voltam a assombrar a banda. Chad Channing sai em
maio de 1990 alegando diferenças musicais com os outros dois
integrantes, e para seu lugar inicialmente é chamado Dale Crover
do Melvins, antigo amigo de Kurt. Mas este também não fica muito
tempo, e logo depois quem assume as baquetas é Dan Peters, do
Mudhoney. Na verdade, esses bateristas estavam apenas
quabrando um galho para o Nirvana, enquanto estes não achavam
um baterista definitivo, até por que os dois já tinham suas bandas
para levar adiante. É com Peters na bateria que o Nirvana grava,
ainda em 1990, seu segundo single, chamado "Sliver", e que além
da música-título possuia também a música "Dive". Gravam também,
juntamente com o produtor Butch Vig (que hoje em dia é o baterista
da banda Garbage e produziu outros clássicos do rock alternativo,
como o disco "Siamese Dream" do Smashing Pumpkins e "Dirty" do
Sonic Youth), um EP chamado "Blew". Este mini-disco possui seis
músicas, entre elas, a primeira versão de "Smells Like Teen Spirit",
que mais tarde se tornaria a canção de maior sucesso do conjunto
(e que teve seu riff principal copiado de uma música do grupo
Boston). "Blew" saiu em uma edição limitada, o que faz dele uma
raridade hoje em dia. E, em outubro de 1990, eles finalmente acham
um baterista definitivo: é Dave Grohl, que veio da banda de
hardcore Scream.

O Nirvana continuava a sair do anonimato cada vez mais


rapidamente, e depois de finalmente resolver negociar com as
várias grandes gravadoras que assediavam a banda, eles são
aconselhados pelos amigos do Sonic Youth e resolvem assinar
contrato com a DGC (uma divisão da Geffen Records) em abril de
1991. A Sub Pop também ganhou com a mudança, afinal, o
pequeno selo arrecadou um bom dinheiro pela rescisão de contrato
com o Nirvana, devidamente pago pela DGC.

De casa nova, a banda entra em estúdio ainda em 1991 para gravar


seu segundo álbum. Novamente com a produção de Butch Vig, o
resultado é lançado em 24 de setembro do mesmo ano, e é
chamado "Nevermind". O disco conta com uma ótima produção, que
destaca bem as excelentes melodias criadas por Cobain, além de
limpar bastante o som produzido pelo conjunto, que no final das
contas acaba soando mais comercial e acessível do que em
"Bleach". Mas isso tudo sem perder as virtudes que caracterizaram
o Nirvana desde o início: o disco é recheado de riffs inesquecíveis,
belas letras, músicas agressivas (mostrando que a veia punk da
banda continuava latente), outras pesadas e mais voltadas ao
hardcore, sempre com bases e arranjos simples mas extremamente
bem sacados e criativos, além de mostrar também uma outra faceta
de Cobain: a de compor belíssimas baladas. Enfim, é uma obra-
prima do início ao fim, onde todas as músicas se destacam. Apontar
destaques é difícil, da mesma maneira que é dificil não se
emocionar com músicas como "Smells Like Teen Spirit"(que virou o
hino do grunge), "In Bloom", "Drain You", "On a Plain" e "Lounge
Act". "Come as You Are" e "Lithiun" viraram hits radiofônicos de
imediato, além, claro, de "Smells Like Teen Spirit". A citada veia
punk fica evidente em "Territorial Pissings" e "Stay Away". E o lado
mais delicado e emotivo de Cobain nos dá duas pérolas chamadas
"Polly" e "Something in the Way". No final do ano, muitas revistas e
a imprensa em geral não hesitam em eleger "Nevermind" como um
dos melhores discos de rock já lançados.

"Nevermind" acaba sendo um evento quase que único na história da


indústria fonográfica e da música em geral: o disco, que de acordo
com as previsões iniciais da DGC iria vender aproximadamente
100.000 cópias, atinge hoje o impressionante número de
10.000.000 de cópias vendidas, e continua a vender regularmente
mesmo depois de quase uma década de seu lançamento.

Mesmo sem contar com divulgação pela MTV ou rádio, o disco virou
um fenômeno de vendas logo de início, e ficou durante muito tempo
nas paradas de sucesso (tendo atingido a primeira posição nas
paradas americanas em fevereiro do ano seguinte). O Nirvana tem
seu nome levado à posição de grande sensação do rock mundial,
assim como toda geração de bandas de Seattle tem seus nomes
reconhecidos e expostos. O grunge vira a moda do momento, e
começa a ser impiedosamente explorado pela mídia, assim como
todas as bandas que faziam parte desse cenário. Seattle, que antes
disso havia dado "apenas" Jimi Hendrix ao mundo, passa a ser o
grande centro das atenções. Kurt Cobain vê sua vida invadida e
seus valores completamente deturpados, em nome do
comercialismo selvagem. Vira um típico (e talvez, o maior de todos)
ícone pop, e seu rosto é estampado em camisetas, revistas, posters
e tudo mais que a indústria do lucro conseguia inventar. Isso tudo,
sem levar em consideração se o público entendia ou não a
mensagem e o conteúdo, não só do Nirvana, como também de toda
a estética grunge. O importante era aproveitar o momento e
explorar o movimento, uma vez que uma geração de jovens inteira
se identificou de imediato com a proposta das bandas vindas de
Seattle, e, em especial, do Nirvana.
Aí começam os problemas. Kurt mostra imediatamente ser incapaz
de suportar e ser aquilo em que ele se transformou. Esse tipo de
sucesso o incomodava, e o seus antigos problemas com as drogas
voltam a atrapalhar sua carreira e o seu relacionamento com as
pessoas próximas. Assim como começa a ficar evidente também a
sua tendência a ser depressivo (fato já facilmente percebido através
do conteúdo lírico do Nirvana), a ponto de ser diagnosticado como
maníaco-depressivo, com fortes tendências suicidas. Contribui com
essa última conclusão o fato de Cobain possuir uma coleção de
armas em casa, e adorar posar para fotografias com elas,
geralmente apontado-as para sua própria cabeça (sem contar o clip
de "Come as You Are", que fala por si só). Ainda assim, nada
atrapalhou a incrível ascensão do Nirvana, e por volta de 1992, eles
possuiam prestígio e sucesso poucas vezes vistos antes na história
do show-business.

Para muitos, isso não fazia diferença: o Nirvana e o grunge como


um todo eram apenas uma moda passageira e descartável criada
pela MTV, que consegue catapultar quem quiser para o sucesso.
Para esses, a atitude e o conteúdo lírico do movimento eram algo
inexistente, descritos como "niilismo de boutique". A tal geração X
era simplesmente um monte de pré-adolescentes que esboçavam
uma rebeldia sem causa, apenas para provarem aos adultos que
não eram os jovens mimados, alienados e fúteis que pareciam ser.
Mas para outros, o grunge significou muito mais do que isso: foi a
retomada de valores na música que estavam esquecidos e
ignorados pela mídia fazia um bom tempo. Música essa que, no
início da década de 90, caracterizava pela quase completa
desvencilhação entre a qualidade lírica e a qualidade musical
propriamente dita. Resumindo: bandas com muita pose e poucas
idéias. Na verdade, conjuntos bons e inteligentes existiam e sempre
vão existir, mas estavam presos ao underground (aquele mesmo
que foi o pano de fundo do início do Nirvana), e não obtinham apoio
o suficiente para terem seus trabalhos bem divulgados; ou então
faziam parte de uma corrente musical específica com público
específico, como o bom e velho heavy metal. E o que se via e ouvia
era justamente o lixo mais comercial e despretenscioso de idéias e
atitude possível. E aí entra Seattle e o seu underground, que, talvez
em um lance de sorte, ou talvez por competência e qualidade de
seus personagens, acabou indo além e fez a mídia se arrepender
rapidamente dessa incredulidade com relação a sua validade. Essa
mídia, ao sentir o cheiro de dólares, corre atrás e consegue se
recuperar, e aí estavam Pearl Jam, Soundgarden, Alice in Chains,
Screaming Trees e o próprio Nirvana ajudando à encher os cofres
de todas as partes envolvidas. Os fatos e bandas estavam aí,
cabendo a cada um decidir sobre os méritos e os deméritos do
grunge enquanto movimento e estilo musical. O seu fim prematuro
serviu para os detratores de Seattle jogar na cara dos apreciadores
o quão vazio e superficial era a idéia toda, afinal, se não o fosse,
não perderia o gás tão cedo; estes, por sua vez, rebatem - não
desprovidos de razão - dizendo que daqui por diante, em um mundo
onde a TV e os meios de comunicação em massa são os grandes
formadores de opinião, vai ser sempre assim, ídolos e estilos serão
levados do anonimato ao sucesso em um dia (e vice-versa), à bem
entender da vontade desses grandes tubarões, e independente da
qualidade e dos méritos de seus "produtos". Bom, essa questão
pode ser discutida eternamente, e não é o propósito desse texto
estender isto ainda mais adiante...
A rotina alucinante do Nirvana continuava: shows lotados,
entrevistas, matérias em revistas, em jornais e em programas de
televisão eram o dia-a-dia do trio. A banda não tinha tempo para
descansar e botar as idéias no lugar, uma vez que tudo aconteceu
muito rápido. Muitas vezes faziam shows em grandes lugares (no
Hollywood Rock de 1993 eles tocaram para 35.000 pessoas),
mesmo insatisfeitos com isso, pois preferiam os pequenos shows e
concertos que faziam em início de carreira. "Em um pequeno
ginásio, nossa energia flui melhor" comentou Dave Grohl, na
ocasião do Hollywood Rock. Kurt mostrava-se com medo de perder
aqueles "verdadeiros" e antigos fãs do início de carreira da banda,
nos tempos de shows em bares e pequenos locais. Algumas
apresentações na televisão americana ficaram famosas, como a no
"Saturday Night Live", onde Cobain e Novoselic se beijam após a
performance da banda. Aparecem também no "Headbanger's Ball"
(um programa da MTV) e também em um programa da BBC
chamado "Top of the Pops", onde eles dublam "Smells Like Teen
Spirit" da maneira mais desleixada (e hilária) possível. E ainda com
relação aos shows, a banda insiste em não mudar sua imagem,
sempre usando as roupas rasgadas e velhas além de protagonizar
as já costumeiras seções de quebra-quebra de intrumentos (que
também acontecem sem cerimônia nos programas de TV), herança
de um passado não muito distante como banda underground. No
Hollywood Rock de 1993, Kurt continua a protagonizar atitudes
nada convencionais, e choca a todos ao masturbar-se diante das
câmeras. Ele começa a mostrar-se cada vez mais desequilibrado,
não só mentalmente como também fisicamente.

Fora da música, seu romance com a vocalista do conjunto Hole,


Courtney Love, rendia fofocas e matérias para os inúmeros
tablóides sensacionalistas (e mesmo para respeitadas revistas e
jornais), que não cansavam de noticiar (e inventar) brigas e
quaisquer outros acontecimentos relacionados à dupla. Eles se
casaram em uma cerimônia realizada no Hawaii em fevereiro de
1992, e anunciaram que estavam esperando uma filha para agosto.
Na imprensa, surgiram boatos de que Love e Cobain continuavam a
consumir heroína e outras drogas regularmente, mesmo estando ela
grávida. Eles negavam tudo veementemente, apesar dos problemas
de saúde de Cobain ficarem cada vez mais claros, chegando
inclusive a obrigar o Nirvana a cancelar alguns shows.

Isso fez com que algumas instituições de proteção à criança


entrassem com um processo na justiça de Los Angeles, tentando
tirar a futura guarda da criança do casal, mas sem obter sucesso.
Frances Bean Cobain nasceu com saúde em 18 de agosto de 1992.
Um pouco antes disso, em junho, Kurt confirmara que estava
sofrendo de problemas crônicos no estômago (certamente,
causados pelo constante uso de drogas, desde a infância), tendo
sido inclusive levado à um hospital em Belfast depois de um show
na Europa, pouco tempo atrás.

Com uma família para cuidar, Kurt pareceu acalmar um pouco,


tentando suavizar a rotina de rock-star (ainda que contrariado). O
Nirvana passou a escolher melhor os shows em que se
apresentaria, e passada a euforia inicial, eles tentaram virar um
grupo de rock normal. Devido a impossibilidade de lançar material
inédito ainda em 1992, decidem lançar uma coletânea de antigas
gravações da banda, com músicas que só saíram em singles,
raridades, demos e lados B, para saciar a grande legião de fãs,
ávida por novidades do grupo. "Incesticide" é um bom álbum, que
mostra um Nirvana mais seco e sujo do que em "Nevermind", afinal,
a maioria das faixas que lá estão foram produzidas e gravadas no
período em que a banda ainda não estava em uma grande
gravadora e não gozava das facilidades que esta proporciona.
Várias são as faixas que se destacam, entre elas, as contagiantes
"Son of a Gun", "Been a Son" e "Molly's Lips", as diferentes versões
das já conhecidas "Downer", "Sliver", "Dive" e "Polly" (essa última
tocada em ritmo de punk rock, bem diferente da versão que ficou
conhecida no disco "Nevermind"), além da clássica "Aneurysm", que
sempre foi um dos pontos altos nos shows da banda. Destaque final
para a capa do disco, que é um desenho feito por Kurt quando este
costumava pintar.

Em 1993, a banda volta finalmente aos estúdios para a gravação de


um novo disco. O produtor escolhido foi Steve Albini e o novo
trabalho foi concluído em duas semanas, durante a primavera
americana. Ao mesmo tempo, ficavam fortes os rumores de que
Cobain estava tendo uma nova recaída, e seus problemas pessoais
voltavam a perturbar a banda. Pouco tempo depois, esses rumores,
infelizmente, começaram a se mostrar verdadeiros: Kurt teve uma
overdose de heroína no dia 2 de maio e só se salvou devido ao
rápido atendimento médico, fato que foi escondido da imprensa
durante um longo tempo; em junho, Courtney Love chamou a polícia
na casa do casal, pois Kurt supostamente estaria trancado no
banheiro com uma de suas armas dizendo que iria se suicidar;
ainda em junho, no final do mês, ele é vítima de uma nova
overdose, em um hotel de New York, antes de uma apresentação
da banda no Roseland Ballroom. Depois de superar esses
acontecimentos, ele aceita se internar em um centro de
recuperação, para ver se consegue se livrar definitivamente das
drogas. Mas Kurt não aguenta muito tempo e sai desse centro antes
de terminar o programa.

A despeito de todos esses problemas, "In Utero" é lançado em 23


de setembro de 1993. É mais um excelente disco de Cobain e cia:
letras interessantes e pessoais, riffs e melodias carregados de
emoção, belas baladas, canções transpirando angústia e
indignação, e muita inspiração e criatividade. O disco tem alguns
momentos bem mais raivosos do que em "Nevermind", como nas
extremas "Tourette's", "Milk It", "Scentless Apprentice" e na mais
contida e inspirada "Very Ape". Possui também seus momentos
acessíves e feitos sob medida para virar hit de rádio, como em
"Heart Shaped Box" e "Frances Farmer Will Have Her Revenge on
Seattle". "Rape Me" é endereçada à repórter Lynn Hirschberg, da
revista "Vanity Fair", que foi a primeira a questionar se Kurt e
Courtney seriam bons pais para a pequena Frances Bean. "Dumb"
e "Radio Friendly Unit Shifter" são músicas com letras bem
pessoais, com destaque para a última que explode em um segundo
refrão emocionante e que poderia muito bem responder sozinho por
Kurt Cobain ("Hate your enemies, save your friends, find a place,
speak the truth", grita ele). "Serve the Servants" está para "In Utero"
assim como "Smells Like Teen Spirit" está para "Nevermind": é a
canção que fala sob a ótica da tão difamada geração X. "Pennyroal
Tea" é uma das mais belas músicas compostas por Kurt (e que
ficaria muito mais bonita e emocionante na versão acústica tocada
pela banda meses depois). Por fim, "All Apologies" fecha de
maneira enigmática esse excelente disco, onde Kurt se desculpa
pelas coisas não terem acontecido de maneira diferente. Mais duas
considerações sobre "In Utero": vê-se claramente que o disco está
mais sujo e com produção mais displiscente em certos aspectos do
que em "Nevermind". Na verdade, os instrumentos estão mais altos
e evidentes, e a qualidade da gravação deles está melhor. Mas a
produção como um todo, a harmonia das músicas, está mais suja e
descuidada, dando a nítida impressão de que foi este mesmo o
objetivo da banda e de Albini: tentar fazer o Nirvana soar como em
início de carreita, talvez como uma resposta para aqueles que
insistiam em dizer que o grupo tinha se vendido ao mainstream e ao
mundo pop. Em várias músicas ouvimos guitarras distorcidas (isso
chega ao limite em "Milk It") e até barulhos de microfonias e coisas
do tipo, resultantes do fato de a banda ter tocado as canções como
se fosse ao vivo, sem overdubs. Isso é, sem dúvida alguma, um dos
destaques do álbum, apesar da técnica dos músicos (que nunca foi
o grande mérito do grupo, até pelo contrário) ter sido assim
completamente ignorada aqui: ficou mais valorizada a emoção que
o Nirvana sempre passou em suas composições. Inclusive, muitos
boatos surgiram na época dando conta que a DGC não tinha ficado
nem um pouco satisfeita com isso tudo. Ainda sim, devido ao
prestígio do grupo na gravadora, eles conseguiram manter essa
idéia inicial, cedendo apenas em remasterizar o disco com o
produtor Scott Lit (que já trabalhou com o REM). Ele deu uma suave
limpada no disco, mas no final das contas, não mudou muita coisa.
A consideração final é acerca das letras que Kurt escreveu para
esse disco, que realmente estão excelentes, mais maduras e, por
vezes, intimistas. Em faixas como "Serve the Servantes", "Radio
Friendly Unit Shifter", "All Apologies" e "Frances Farmer Will Have
Her Revenge on Seattle" fica evidente que não podemos acusar
Cobain de toda aquela falta de conteúdo que assombrava o rock na
época em que o grunge surgiu.

"In Utero" também foi aclamado pela crítica e pelo público.


Obviamente não fez o mesmo sucesso que "Nevermind", mas de
qualquer maneira o Nirvana voltara a ficar em evidência. A banda
parte para mais uma exaustiva turnê em outubro, contando com a
ajuda do guitarrista Pat Smear (ex-Germs). Eles ainda acham um
tempo para gravar um show acústico para a MTV, em novembro.
Esse show foi certamente o último grande momento da carreira do
Nirvana, e, sem dúvida alguma, um dos melhores: Cobain parece
estar no auge da inspiração para cantar e interpretar, e a banda
toda (juntamente com todos os outros músicos de apoio) está muito
bem.

Esse não foi o primeiro show acústico promovido pela MTV, mas
certamente foi o que popularizou esse tipo de apresentação, além
de ter sido um dos mais emocionantes. A banda não tocou seus
maiores sucessos, mas soube escolher muito bem as músicas que
fariam parte do repertório, e que acabaram se encaixando
perfeitamente no contexto e nesse tipo de show.

No total foram 6 covers: "The Man Who Sold the World" de David
Bowie, "Jesus Doesn't Want me for a Sunbeam" do Vaselines,
"Where Did You Sleep Last Night" do Leadbelly e "Plateau", "Oh,
Me" e "Lake of Fire" do Meat Puppets. Essa última banda, uma das
que Cobain mais gostava quando jovem, subiu ao palco como
convidada, para tocar suas três músicas. Todas essas seis canções
ficaram excelentes, com atuações magistrais de Cobain, com
destaque para "Jesus Doesn't Want me for a Sunbeam" e "Plateau",
que ficarem realmente emocionantes. A banda tocou ainda algumas
músicas de seu repertório, como "Come as You Are", "About a Girl",
"Polly" e "Pennyroyal Tea". Essa última pode ser apontada como o
destaque final do disco, uma atuação belíssima de Kurt, muito
emotiva e inspirada. A música foi toda interpretada por ele, uma vez
que ela precisou apenas de voz e violão. Kurt calou a boca de uma
vez por todas daqueles que falavam que ele não sabia cantar .
Ainda pela MTV, a banda grava um especial de final de ano. O final
de ano que seria o último vivido por Kurt Cobain.

Continuando na estrada, a banda faz seu último show nos EUA no


dia 8 de janeiro de 1994, no Center Arena de Seattle. Depois de um
pequeno descanso, no dia 2 de fevereiro eles partem para uma
turnê européia, que pretendia cobrir vários países desse continente,
entre eles, França, Portugal, Iugoslávia, Alemanha e Itália. Mas
depois de um show em Roma, na Itália, a banda decide dar um
tempo para mais um descanso, uma vez que Kurt não estava
aguentando a dura rotina de shows e apresentações. Juntamente
com Courtney, ele decide tirar mais umas férias na própria Itália,
para descansar um pouco.

Ele parecia estar cada vez mais fragilizado e doente, e o seu


problema com as drogas o impedia definitivamente de levar uma
vida normal. No dia 4 de março, Courtney Love achou Kurt Cobain
inconsciente em seu quarto, no hotel Rome's Excelsior. Ele acabara
de ter uma overdose de um tranquilizante chamado Rohypnol,
misturado com champagne. A partir daí, a situação não teria mais
volta. A banda tentou divulgar que esse acontecimento foi apenas
um acidente, mas logo descobriu-se a existência de uma carta de
despedida escrita por Kurt, provando assim que sua vontade era
mesmo suicidar-se. Amigos, empresários, banda, parentes e fãs
mobilizam-se, pois viram que a situação dessa vez era muito grave.
Depois de permanecer em coma por 20 horas, Kurt acorda e é
convencido à voltar para Seattle e ingressar novamente em um
centro de recuperação. Era evidente que ele precisava de muito
repouso e tempo para se recuperar.

Em Seattle, antes ainda de Kurt ingressar no referido centro, uma


outra ocorrência deixa todo mundo ao seu redor alarmado
novamente: no dia 18 de março, ele trancou-se em seu quarto em
sua mansão, novamente com uma arma tirada de sua coleção e
ameaçando matar-se. Mais uma vez o problema é contornado e
finalmente no dia 30 do mesmo mês ele dá entrada no Exodus
Recovery Center, em Los Angeles, para iniciar um tratamento
intensivo visando sua recuperação. Os médicos desde cedo
alertaram que não seria uma tarefa fácil, tendo em vista que sua
dependência estava muito violenta e seus problemas no estômago
também ajudavam a manter seu organismo muito fraco e
desequilibrado. Mas a situação volta a ficar complicada mais rápido
do que todos esperavam, e dessa vez, irremediavelmente:
aproveitando uma falha imperdoável de segurança do Exodus
Recovery Center, Kurt escapa no dia seguinte à sua entrada e a
partir daí não mais foi visto. Diz-se que ele passou de 3 a 4 dias
perambulando pelas ruas da cidade tentando achar drogas para
consumir, como se fora um mendigo.

No dia 8 de abril de 1994, um eletricista contratado por Courtney


Love foi na mansão dos Cobains para instalar um sistema de
alarme. Andando pelo subsolo da casa, ele tropeça em algo, perto
de uma mesa. Ao acender a luz, ele percebe que havia esbarrado
em um corpo estirado ao chão, com a cabeça esfacelada devido
provavelmente à um tiro disparado pela arma que estava caída ao
seu lado. Em cima da mesa, uma carta. De acordo com a perícia
médica que logo foi chamada ao local, Kurt Cobain se suicidara 4
dias antes, aproximadamente, no dia 4 de abril, mesmo dia em que
sua mãe foi a delegacia declarar seu filho como desaparecido. Em
seu organismo, havia heroína o suficiente para matá-lo sem que ele
necessitasse de um tiro de uma arma de calibre 38 na cabeça: era
apenas uma questão de minutos. De uma vez por todas, estavam
confirmadas todos os diagnósticos que lhe taxavam como um
maníaco-suicida em potencial.

Sua morte abalou o mundo do rock. Centenas de programas


especiais em rádios e televisões prestavam suas homenagens ao
jovem talentoso que não soube levar sua vida e controlar seus
problemas pessoais, de maneira a aproveitar os lados bons da fama
e do sucesso. Muitos o acusaram de egoísmo (realmente, em um
mundo materialista como o nosso, é difícil entender como alguém
que pode ter tudo que quer na vida seja tão depressivo como Kurt o
fora), mas poucos perceberam que a droga era em seu caso, antes
de tudo, uma doença e uma fraqueza. Isso, misturado à notoriedade
e ao dinheiro (de alguém que nunca quis tê-los), escreveu o
atestado de óbito de Cobain. Muitas pessoas ficam iradas quando
lêem esse tipo de defesa à Kurt Cobain e a frase que mais usam é
algo do tipo: "Ninguém é obrigado a ficar famoso e aparecer na
televisão". Será? O que matou Kurt foi justamente isso, sua
incapacidade de controlar sua ambição e seu objetivo, não só
causada pelo fato de ele ser dependente químico e sofrer de
depressões mortais e outros desequilíbrios expostos
freqüentemente ao longo desse texto. Também ajudaram a terminar
de maneira trágica a carreira do Nirvana o fato de tudo ter
acontecido muito rápido na trajetória da banda, e o fato de terem
sido escolhidos pela mídia para serem os porta-vozes de uma
geração. Dificilmente alguém doente e sensível como Kurt Cobain
poderia ter aguentado tal fardo e evitado se tornar o que ele acabou
se tornando, por mais que não quisesse. Cobain até que tentou
negar seguir os caminhos que o levassem a vender sua rebeldia e
estética para uma multidão de pré-adolescentes que não entendia
nada que ele queria dizer, mas necessitavam de diferentes ídolos
de plástico a cada ano. Mas mesmo lutando contra tudo isso, a
mídia encarregou-se de colocar sua atitude e imagem em uma
embalagem bem agradável e atraente para a comercialização sem
limites.

Kurt Cobain foi alçado a posições ainda mais altas das que ele já
gozava entre seus fãs e seguidores. Para esses, hoje ele repousa
ao lado de Jimi Hendrix, Jim Morrison e Janis Joplin. Sua morte foi o
primeiro passo para o fim da chamada era grunge. Surgiram teoria
absurdas como as que garantiam que a morte de Cobain fora
arquitetada e executada por Courtney Love, e até pelo FBI. Os
detratores de Seattle riam à toa, dizendo estarem certos desde o
início. A aura mágica de Seattle aos poucos foi se desfazendo até
sumir quase que completamente.

Dave Grohl passou um tempo em silêncio, e hoje em dia é o


guitarrista e vocalista de uma banda de bastante sucesso, o Foo
Fighters, que conta também com o guitarrista Pat Smear, e já tem
três discos lançados: "Foo Fighters" (lançado em 1995), "The Colour
and the Shape" (que possui uma canção em homenagem à Kurt,
chamada "My Hero") e "Theres Nothing Left To Loose". O som da
banda é parecido com o do Nirvana, com mais pitadas de punk rock
e energia, deixando as melodias tristes e raivosas para trás. Já Krist
Novoseliv ficou mais tempo longe da música (tempo que aproveitou
para participar de várias causas de cunho social), e apenas em
1997 ele resolveu levar adiante um outro projeto, bem menos
convencional. É a banda Sweet 75, que conta com uma vocalista
venezuelana que canta algumas músicas em espanhol e músicas
bem mais ecléticas e variadas do que na época de Nirvana. Dave e
Krist lançaram no final de 1994 o disco "Unplugged in New York",
que contém a histórica apresentação do Nirvana em formato
acústico para a MTV. E em 1996, lançaram um registro ao vivo do
grupo, chamado "The Muddy Banks of the Wishkah", que possui os
maiores sucessos do conjunto tocados em vários shows em lugares
diferentes.

Por muito tempo foi especulado o lançamento de material inédito do


Nirvana, que ainda possui muitas músicas que não foram lançadas
em disco. A maioria delas circula em mp3 pela internet, mas os fãs
ainda aguardam um lançamento oficial. A idéia inicial de Dave e
Krist era de lançar uma box set, caixa contendo vários cd's de
material inédito. O lançamento esteve nos planos, Dave e Krist
inclusive trabalharam na seleção de material para que a caixa fosse
lançada para coincidir com os 10 anos de Nevermind, mas uma
briga judicial impediu o projeto fosse adiante. De um lado, Courtney
Love, detentora da maior parte dos direitos sobre as músicas em
nome da família Cobain e de outro Dave e Krist, os remanescentes
da banda discutiram na justiça o futuro da obra do Nirvana.
Courtney não queria a caixa, era favorável num primeiro momento a
uma coletânea contendo os maiores sucessos da banda e uma
única faixa inédita. Através de um acordo judicial em 2002, ficou
decidido que a coletânea seria lançada primeiro, ainda no final
daquele ano. A box set seria lançada em 2003. Assim surgiu em
novembro de 2002 a coletânea "Nirvana" contendo os maiores
sucessos da banda e a inédita "You Know You're Right", gravada
poucos meses antes da morte de Kurt Cobain em 1994. Na mesma
época é lançado o livro "Journals" baseado nos diários de Kurt, que
vem a somar as biografias "Heavier Than Heaven" e "Come As You
Are" na já fasta bibliografia sobre a banda.

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10/01/2011 - 23h02

Biografias do Nirvana e de Cobain relatam shows


da banda em viradas de ano
RENATO NOVIELLO
colaboração para a Livraria da Folha

Nos Estados Unidos e na Europa é comum que bandas de rock realizem concertos para marcar a
passagem de ano. Ao contrário de festas que promovem a paz com shows melosos com Madonna ou U2,
algumas cidades já receberam, em pleno 31 de dezembro, apresentações de Beatles, Queen, Ramones e
Cramps, entre outros.

A cidade de Dale City, na Califórnia, abrigou um trio de peso para brindar o ano de 1992: Pearl Jam,
Nirvana e Red Hot Chili Peppers tocaram juntos na tradicional arena Cow Palace, palco de eventos
esportivos e de grandes shows. Na época, a casa abria as portas para o último grande movimento
revolucionário e cultural do rock and roll: o grunge - mesmo com os grandes headliners da noite sendo os
Chili Peppers. "Come As You Are: A História do Nirvana" e"Heavier Than Heaven: Mais Pesado
que o Céu: Uma Biografia de Kurt Cobain", biografias que contam a história do Nirvana e do mítico
Kurt Cobain, respectivamente, relatam um pouco do que aconteceu no concerto, além do contexto vivido
pelo cantor e pela banda.

Divulgação
A trajetória singular de Kurt Cobain, o
mítico líder do Nirvana.

No apagar das luzes, o Pearl Jam era o primeiro a subir no palco. O grupo ainda não era tão conhecido
assim, apesar de "Ten" ter sido lançado em agosto, cerca de um mês antes de "Nevermind". No meio do
show, o grupo de Eddie Vedder se arriscou a tocar "Smells Like Teen Spirit", o hino da juventude da
época. "Lembre-se que nós a tocamos primeiro!", brincou o vocalista.

Apesar de Kurt sempre sofrer de uma certa resistência ao Pearl Jam, decidiu embarcar numa turnê com a
banda. "Eles evidentemente são marionetes de corporações que estão tentando fazer algo só para imitar o
circuito alternativo - e nós mesmos estamos sendo colocados nessa categoria. Essas bandas de repente
pararam de lavar o cabelo e começaram a usar camisas de flanela. Isso não tem sentido. Existem bandas
partindo de Los Angeles para Seattle dizendo que nasceram aqui só para conseguirem contratos com
gravadoras. Isso me ofende", disse Kurt durante uma entrevista para a "Flipside" em 1992.

Para a revista "Rolling Stone", em outubro de 1993, falou: "aprendi que hostilizar as pessoas não me faz
bem nenhum. É uma pena, porque o problema entre Pearl Jam e Nirvana vem acontecendo há muito
tempo e se tornou tão próximo de ser resolvido. Nunca houve rixa. Eu os hostilizei porque não gostava da
banda. Não tinha conhecido Eddie ainda. Foi culpa minha. Eu deveria ter hostilizado a gravadora ao invés
deles.

Eles foram marquetados, não que eles não quisessem, mas foram sem que eles percebessem que estavam
sendo empurrados a essa coisa do grunge." Para a MTV, na mesma época, contou: "nunca tive uma briga
com Eddie. É que eu sempre odiei a banda dele. Eu não o considerava uma pessoa que realmente gostava.
Mas tivemos algumas conversas pelo telefone e ele é uma pessoa que eu gosto. Realmente gosto dele. Ele
é uma pessoa muito bacana".

De volta ao show, o Nirvana entraria no palco logo depois do Pearl Jam. O trio tocou durante 45 minutos
naquela noite, englobando 13 canções: "Drain You", "Aneurysm", "School", "Floyd The Barber", "Smells
Like Teen Spirit", "About A Girl", "Sliver", "Polly", "Breed", "Come As You Are", "Lithium", "Dumb" e
"Territorial Pissings". Kurt, com seus cabelos ensebados e pintados de ruivo e munido de duas guitarras
Fender - uma Jaguar sunburst e uma Stratocaster preta, protagonizou uma sessão de quebradeira de
instrumentos ao final do show. Não houve bis.

Depois de toda essa insanidade, foi a vez dos Chili Peppers subirem no palco. Era hora do público ouvir
as grandes músicas do ótimo recém-lançado disco "Blood Sugar Sex Magik" e talvez mais algumas outras
coisas da banda que estava na estrada há oito anos.

Só que o Nirvana já havia dado a última palavra.

Divulgação
Conheça a história da banda que
tranformou o mundo da música

"É isso aí, queria desejar a todo vocês um feliz Ano Novo. O ano agora é de eleição, isso significa votar
no 'republicrata' que você escolher, seja lá qual for... espero que não seja o Bush, que significa um passo à
direita. Expulsem todos os 'republicratas'! Ou ponha abaixo o edifício federal se ele deixar você com um
gosto amargo na boa de qualquer jeito...", disse o baixista Krist Novoselic, que felizmente viu Clinton
vencer a disputa meses depois.

Krist logo após começou a cantar a introdução de "Territorial Pissings", que consiste numa passagem da
música "Get Together", dos Youngbloods. Começava a microfonia. "Feliz Ano Novo", disse Kurt. E só aí
ele entrou com os acordes de "Territorial", a última música da noite cuja letra realiza um ataque às
posturas machistas. Cobain berrava durante o refrão: "Gotta find a way, a better way" ("Tenho que achar
uma saída, uma saída melhor"). Porque o público já havia encontrado, e bem antes da meia noite.

Em 31 de dezembro de 1990, o Nirvana já havia feito um show de Ano Novo, em Portland, no Estado do
Oregon, juntamente com mais outras quatro bandas alternativas. Naquela ocasião, a casa noturna
distribuiu champanhe para celebrar a festa. O público começou a jogar as garrafas na parede que ficava
no fundo do palco, criando um gigantesco cobertor de vidro sobre o chão. Quando o Nirvana entrou em
cena, Krist afastou os vidros e tirou os sapatos para tocar.

No último dia de 1993, a banda fez mais um show de Réveillon, em Oakland, na Califórnia. Desta vez o
Nirvana era a estrela da noite e tocou 25 músicas por quase duas horas. As bandas Bobcat Goldthwait,
Chokebore e Butthole Surfers, uma das favoritas de Cobain, participaram do evento. Faltando poucos
minutos para a meia noite, Dave Grohl executou um solo de bateria. Cobain fez a contagem regressiva e
depois a banda fez uma "jam" sem rumo. Assim o grupo entrou para 1994. E então Kurt se foi e nasceu
Justin Bieber. Que ano terrível...

Abaixo, leia trechos extraídos de "Come As You Are: A História do Nirvana" e "Heavier Than
Heaven: Mais Pesado que o Céu: Uma Biografia de Kurt Cobain".

Logo depois do Natal, a banda saiu em uma curta turnê com o Pearl Jam e os Red Hot Chili Peppers, que
eram a atração principal. Ninguém estava contente com o fato de o Nirvana abrir para os Peppers, mas
eles já haviam se comprometido com isso durante o caos da turnê americana. De qualquer forma, o
Nirvana roubou o show. Pelo simples motivo de que seu álbum tomara-se número seis muito rápido. E
eles tinham um material sensacional - canções como "Lithium", "Teen Spirit" e "In Bloom". O melhor
que os Chili Peppers podiam apresentar era um cover de "Higher Ground" de Stevie Wonder. O Pearl Jam
estava só começando a tomar forma.
A turnê com os Chili Peppers foi o momento em que Chris finalmente admitiu a si mesmo que Kurt
estava pegando pesado com a heroína. "Ele estava com uma aparência de merda", diz Chris. "Parecia uma
assombração." Chris sabia que não podia fazer nada quanto a isso. "Apenas pensei, é a viagem dele, a
vida dele, ele pode fazer o que quiser", diz. "Não se pode mudar ninguém ou passar sermão sobre moral
ou qualquer coisa. O que vou fazer? Nada. Faço só a minha parte."

Todo mundo presumiu que Courtney havia feito Kurt usar heroína. "Todo mundo a estava culpando", diz
Shelli. "Ela era o grande bode expiatório. Se ele não tivesse se envolvido com ela, ele teria se envolvido
com outra pessoa e usado heroína. Essa é a real sobre o assunto. Era fácil culpá-la em primeiro lugar - e
olhando para trás, foi isso que todo mundo fez. Eles ainda o fazem. Só porque ela é barulhenta, franca e
tem seu próprio ponto de vista...".

Culpar Courtney encaixava-se no conveniente estereótipo da vaca dominadora e do panaca controlado.


Em primeiro lugar, é quase inconcebível que alguém possa simplesmente convencer alguém a usar
heroína - as pessoas que usam heroína querem usá-la. E a verdade é que Kurt estava usando heroína
ocasionalmente já há anos; Courtney não usava há três anos. "[É] uma coisa tão tipicamente sexista e
estúpida de se dizer, tão clássica", diz Kurt. "Cara, quando eu saí da turnê europeia, fiz o impossível para
conseguir drogas todos os dias. Só eu."

Chris também estava lutando com seus próprios demônios. Depois de um show de Ano Novo no Cow
Palace, em São Francisco, bêbado, ele bateu a cabeça em uma peça de aquecedor dependurada em uma
passagem dos bastidores. Ele decidiu seguir na barca até onde pudesse.

"Come As You Are: A História do Nirvana"


Autor: Michael Azerrad
Editora: Madras
Páginas: 398
Quanto: R$ 49,90
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

O Nirvana terminou 1991 com o show da véspera de Ano-Novo no Cow Palace de San Francisco. O Pearl
Jam abriu a noite com um trecho de "Smells Like Teen Spirit" e Eddie Vedder brincou: "Lembrem-se que
nós a tocamos primeiro". Essa brincadeira era um reconhecimento de algo que todos ali sabiam: ao
começar 1992, o Nirvana era a maior banda do mundo e "Teen Spirit", a maior canção. Keanu Reeves
estava no concerto e tentou travar amizade com Kurt, que rejeitou os seus esforços. Mais tarde naquela
noite, no hotel, Kurt e Courtney foram tão incomodados por outros hóspedes que puseram um aviso na
porta: "Nada de Gente Famosa, por favor. Estamos trepando".

No momento em que o grupo chegou a Salem, no Oregon, para o último compromisso da excursão,
Nevermind tinha vendas comprovadas de 2 milhões de cópias e estava vendendo a um ritmo cada vez
mais acelerado. Para todo lado que Kurt se virava, alguém estava lhe pedindo algo - um contrato de
patrocínio, uma entrevista, um autógrafo. Nos bastidores, Kurt captou de soslaio o olhar de Jeremy
Wilson, vocalista e líder do Dharma Bums, uma banda de Portland que Kurt admirava. Wilson acenou
para Kurt, sem querer interromper sua conversa com uma mulher que tentava convencê-lo a figurar num
anúncio para encordoamento de guitarra. Quando Wilson se afastava, Kurt gritou "Jeremy!" e caiu nos
braços de Wilson. Kurt não disse uma palavra, simplesmente se entregou ao abraço de urso de Wilson
enquanto este repetia: "Vai ficar tudo bem". Kurt não estava chorando, mas não parecia estar longe disso.
"Não foi só um breve abraço", lembra Wilson. "Ele ficou ali parado por trinta segundos inteiros."
Finalmente, um dos organizadores agarrou Kurt e o arrastou para outra reunião.

*
"Heavier Than Heaven: Mais Pesado que o Céu: Uma Biografia de Kurt Cobain"
Autor: Charles R. Cross
Editora: Globo
Páginas: 544
Quanto: R$ 49,00
Onde comprar: Pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Livraria da Folha

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