Você está na página 1de 105

Maya K. A.

A REBELIÃO DAS
MULHERES
Copyright © 2017 por Maya K. A.
Todos os direitos reservados.
Editor: J.J.
Projeto gráfico e diagramação: J.J.
Capa: J.J.
Existem livros de mil páginas em que apenas dez são
relevantes, existem aqueles que tem cinquenta e todas o
são, tem aqueles de trezentas e nenhuma é, e outros, com
muitas páginas, apenas uma ou duas prestam e você ainda
tem que procurar...
ÍNDICE

PREFÁCIO ........................................................ 5

INTRODUÇÃO ................................................. 7

COMENTO........................................................ 9

FRACASSO ..................................................... 10

ARROGÂNCIA ............................................... 25

LOUCURA....................................................... 45

JULGAMENTO .............................................. 62

AS QUATRO MENTIRAS ............................. 82

MAPA DA PROSTITUIÇÃO ........................ 99

CONCLUSÃO ............................................... 103

4
Prefácio

Porque desde os tempos primordiais a prostituição


jamais foi mencionada ou compreendida como um real
problema que carece de atenção? Será que este problema
sempre foi complexo e árduo demais para ser estudado em
sua profundidade?

Mulheres que se tornam desafiadoras da noite,


morrem ou passam uma existência na esperança de um dia
se verem livres, tentando entender porque é tão difícil
escapar. Aqui trago a resposta para o fim deste ciclo, uma
resposta que todas aguardam no mais profundo do seu ser.

Por agora, o importante é resolver essa primeira


questão e se alguma de vocês não veem isso como um
problema, lhes convido a ler este livro até o fim, para que
saibam que estão completamente enganadas e que é um erro
se prostituir, um erro que agora pode ser corrigido. Antes de
fechar este livro por medo de encararem os fatos, sugiro que
entendam que 99% das mulheres que entram neste lugar
sofrem o trajeto todo.

Então, se vocês estão na noite e temem o impacto que


este conhecimento pode trazer, vão para casa e voltem
quando sentirem-se prontas. Se vocês pensam ou estão sendo
induzidas a entrar, se acabaram de começar, se estão na
metade do caminho ou quase no fim, leiam esse livro e se
identificarão com ele, pois todas enfrentam o mesmo desafio.
5
Esse conhecimento é totalmente dedicado a vocês, um
presente para vocês! Se não tem certeza que vão sair da
prostituição, o conhecimento contido aqui pode responder o
porquê disso. A chance de sair definitivamente é real e o
coração de vocês finalmente será compreendido pelo mundo,
pois é um mistério até para si mesmas.

6
Introdução

Finalmente um ciclo se fecha, outro se abre e isso não


é motivo de comemoração. Afinal, ciclos são ruins. Indo
diretamente na finalidade do livro, a resposta para sair da
prostituição parece muito complexa, mas o segredo é
bastante simples. Aqui trago um conhecimento dedicado às
mulheres e todos que se encontram aprisionados na
prostituição. Não é uma autobiografia, muito menos um livro
que tem por finalidade abordar temas clichês, é mais
profundo que isso. A resposta que nunca foi respondida, está
aqui: porque é tão difícil sair da prostituição?
Não apreciando enrolação, irei dar um breve resumo
do que vão encontrar neste livro. Existem energias no mundo
que exercem uma grande influência sobre a humanidade e
principalmente na prostituição, energias essas que por muito
tempo se disfarçaram como aspectos naturais de nossa
personalidade, e dentre elas, quatro são mundanas. Existe
uma que sua face mais “popular” é a do fracasso, todas as
desafiadoras o conhecem por este rosto. Porém, o fracasso
nunca mostrou seu verdadeiro semblante, pois temia que, se
soubessem a verdade, poderia ser facilmente vencido.
Outra energia, que se esconde nas sombras, sua face é
a mais agonizante entre todas e sua morada é no coração,
pois é de lá que flui sua loucura. Porém, a dor certamente vem
da face mais antiga que conhecemos, o julgamento, que
devora cada sonho que floresce. E por fim, temos a energia
7
que se tornou conhecida pela arrogância, pois nesse mundo
em que habitamos, é tão inferior como seus atos e sua forma
reflete suas limitações. Um dos segredos das quatro pestes é
que são conscientes e habitam em um mundo.
O plano desses inimigos era esconder-se em aspectos
vistos como naturais na condição humana, para que nunca
ninguém chegasse à conclusão que o julgamento, a
arrogância, o fracasso e a loucura tem consciência, são
abundantes e vieram para trazer doenças e desgraças.
Há milhares deles: dentro de cada um, fora e nos
lugares que visitamos ou habitamos. Cada um tem três níveis
de atuação: superficial, intermediário e profundo. E o que
isso tem a ver com a prostituição e a humanidade? Muito!

8
Comento

Praticamente todas as mulheres entram de qualquer


jeito na prostituição, tentam sair de qualquer forma e não há
nenhuma preparação do corpo para lidar com os impactos
que são gerados numa tentativa de fuga. Desse modo, não
adquirem o conhecimento necessário para se manterem em
pé depois que saem e por causa disso, o mundo as derrubam.
Retornam para a prostituição da mesma forma que
entraram, com uma mão na frente e outra atrás. Só que dessa
vez nada volta a ser como era no início. Algumas conseguem
sair, mas retornam nas próximas reencarnações, o que de
fato mostra que nunca saíram.

9
FRACASSO

10
Nível superficial

Ao começarem se prostituir, a maioria das mulheres


são levadas a crer que fizeram uma boa escolha. Obviamente,
justificam suas opções pelas consequências que ficaram
sujeitas e dessas decorrências se viram forçadas a entrar.

O fato é que houve um erro e dessa falha muitas


consequências nocivas vieram, o que as levaram se prostituir.
Se tentarmos chegar na origem do problema, teríamos de
fazer uma verdadeira regressão para saber quais escolhas as
desafiadoras tomaram para chegar na prostituição. Um erro
está lá fora, outro na prostituição, o primeiro tornou as coisas
tão difíceis que provocou o segundo, que foi entrar, e aqui já
temos dois!

Depois da decisão tomada, os fantasmas que lhes


atormentavam no passado, em parte, já sumiram e é nos
primeiros dias que encontram um dos seus inimigos, o
fracasso. A prostituição para elas não tem consequências, se
aventuram por curtição e gastam o que tem e o que não tem.

Fazem tudo que cabe em seus orçamentos, o mundo


por um curto tempo se torna prazeroso e as preocupações
causadas pela falta de dinheiro ficam sob controle. Afinal,
quando ganham mais do que se precisa, fazem uma série de
coisas que as distraem. Costumam esbanjar nos gastos e
depois repõem o que gastaram. E essa ação reforça o
primeiro erro cometido na prostituição: o consumismo.
11
Elas conquistam um poder social: ir, ter, fazer e ainda
se planejar para o amanhã. Confiam que pelos valores diários
ou semanais que ganham, poderão sair mais rápido do que
imaginam, com tudo que sonharam realizado. Além disso, se
iludem achando que no período de sei lá quantos anos, já
terão tudo e quando der na telha, vão dar o fora.

Para as iniciantes, as vantagens de se prostituir são


ótimas: flexibilidade de trabalhar os dias que quiserem, ter
seus horários, tirar férias quando e quantas vezes suas
possibilidades permitirem. A quantidade de lugares que tem
para trabalhar, com variados preços e públicos, ajuda
eliminar preocupações com possíveis demissões e patrões
chatos. Essa versatilidade de escolher onde, como e com
quem traz a ilusão de que o tempo é controlado e a
prostituição também.

Se lhes falta dinheiro hoje, com um pouco de esforço


poderão recuperar amanhã. Com todos esses “privilégios”
consideram que fizeram uma boa escolha. Prolongam o
tempo na prostituição, aproveitando a oportunidade
financeira que receberam.

O que elas não esperam cruzar são ofertas que recebem


de clientes ou do próprio local de trabalho que oferecem
comissões pelo consumo. Para os clientes, mulheres que
bebem se tornam desejáveis, desinibidas e à vontade com a
situação. Para as desafiadoras, não há problema algum em
consumir um pouco mais e dessa maneira fortalecem
diariamente o segundo erro: o vício.
12
No começo, é só diversão e negócios, tudo parece
inofensivo. Outras medidas vão sendo avaliadas e
pressupõem que devem se empenhar mais. Mudam
totalmente o visual se enquadrando no perfil da prostituição
e aderem alguns comportamentos vulgares. Porém, no
fundo, já não conseguem ter pensamentos coerentes e tudo
que fazem é investindo na permanência na noite. Este é o
terceiro erro: mudança de personalidade.

Todos os dias cometem os mesmos erros, gerando


consequências que as prendem na prostituição e chega um
momento que os sonhos que carregam são confrontados
pelas consequências desses erros e isso causa um verdadeiro
estrago. Pelo excesso de consumo, perdem tudo que ganham
e sem compreender o porquê daquilo, entram em desespero.
Ao invés de reduzir os gastos e parar de consumir, tomam
outras decisões que intensificam o consumo, os vícios e a
mudança de personalidade. Aumentam as horas de trabalho,
começam a sair com mais homens e, quem sabe, até topam
coisas que antes não aceitariam.

Gastam tanto que mal conseguem saber no que estão


gastando ou porque, simplesmente não veem o dinheiro
saindo. Inclusive, continuam efetuando planos de consumo
que exigem esforços cada vez maiores, o que deixa o corpo
esgotado e tensionado. Uma hora o corpo não aguenta e pede
para parar!

No momento em que isso ocorre, mal conseguem se


levantar da cama e o rendimento cai pela falta de disposição.
13
Apegando-se ao consumo, usam o dinheiro que ganham para
manter o mesmo padrão de gastos, não mantendo nada em
conta. O problema é que não conseguem repor o que gastam
como faziam no passado e isso as fazem acumular dívidas
cada vez maiores.
Movidas pelas consequências do primeiro erro, na
tentativa de barrá-lo, resolvem prolongar os anos na
prostituição afim de recuperar o dinheiro que estão perdendo
para o consumo e ver se conseguem algo, já que é inaceitável
sair com as mãos abanando. Entram naquele jogo de repor o
que perdem, porém nunca conseguem acumular, porque
gastam.
As desafiadoras se concentram totalmente na
prostituição e esquecem que existem outros lugares que
ficam completamente abandonados. O quarto erro entra
aqui: abandono dos projetos!
Esses são os quatros erros que todas as desafiadoras vão
se deparar ao iniciar na prostituição ou no decorrer da
jornada na noite, sob a influência de seu primeiro inimigo: o
fracasso. A melhor forma de lidar com o fracasso é fazer
escolhas certas e evitar esses tipos de erros.
• Consumismo
• Vício
• Mudança de personalidade
• Abandono de projetos

14
Nível intermediário

Depois de terem acumulado alguns anos de noite,


diversas coisas mudaram, percebe-se que muito fugiu do
controle e está na hora de assumir que não sabem o que fazer.
Lidar com as consequências desenfreadas dos erros torna
tudo mais difícil. Esgotadas, parecendo carregar o mundo
nas costas, finalmente tentam sair, porém, o quarto erro se
faz presente e com isso desistem de tentar.

Abandonaram os sonhos que tinham para tentar


manter o mesmo padrão de consumo e quando deram por si,
pelo tempo que já passou, já dava para ter um diploma.
Simplesmente em todos aqueles anos não fizeram nada que
servisse como base para uma partida definitiva. Perderam até
mesmo o que tanto tentaram manter. O consumo reduziu
muito, não pela falta de vontade e sim de dinheiro. Os sonhos
nunca saíram da cabeça, pois, para tanto, precisariam ao
menos serem executados, mesmo que fosse apenas pela
metade, o que não foi o caso.

O terceiro erro apresenta consequências e as


desafiadoras sofrem rejeição pelo comportamento que
adquiriram. O vício evidencia aparências cansadas e
maltratadas, a vulgaridade é explicita e feia, o que reduz e
muito os ganhos. O vício é intenso o bastante que já não
bebem mais pelos clientes. Não conseguem avaliar com quem
vão sair, que tipo de postura irão assumir ao chegar no motel,
15
se usaram preservativo ou receberam pelo programa. Não se
recordam de nada do que fizeram.

O vício desencadeia possibilidades de experimentar


novas drogas através de outras desafiadoras ou de clientes,
que trazem uma garantia de retorno financeiro maior para
acompanhá-los no pó. As desafiadoras se entregam para a
prostituição e abandonam o sonho de sair. Seus hábitos se
resumem a dormir, fumar, beber e se drogar.

O corpo esgotado reflete uma mulher que não tem


energia para os afazeres mais básicos que é cuidar da própria
aparência e saúde. As espirais que sustentam, atingindo já
suas profundidades, fazem o corpo adoecer pelas doenças
que cada erro gerou. São tantos problemas que já não tem
cacife e conhecimento suficiente para resolvê-los.

Com a situação financeira se reduzindo cada vez mais,


a única arma de ganho é provar que aguentam a farra a noite
toda, o que as outras não suportariam. Totalmente
habituadas à prostituição, tudo que ocorre é aceito como algo
natural de suas condições como profissionais que devem
continuar suportando sem objeções.

Os erros são vistos como pequenos deslizes necessários


para sobrevivência. Irresponsáveis com o próprio corpo, tudo
que colhem é uma verdadeira desgraça, estão sempre em
situação de risco e prisioneiras da prostituição, não
conseguem deixar de servi-la. Não há nada que as deixem
partir.
16
Além de estarem sujeitas aos quatros primeiros erros
que podem cometer ao tornarem-se desafiadoras, existe mais
dois que as seguram na prostituição. O primeiro é mundano
e força continuarem se prostituindo, o segundo foi ter
escolhido se prostituir para resolver o primeiro.
Para cada ato existe uma duração e neste período
ocorrem uma série de consequências que ele desencadeou.
Quando uma ação é fortalecida diariamente, se torna durável
o suficiente para influenciar uma existência inteira. Repetir o
mesmo erro é criar várias consequências para cada ato.
Não é porque o erro é igual ao anterior que não gerará
novas consequências. É assim que espirais são criadas, pois
o ato que alimenta o ciclo está sendo cometido a cada
momento, abrindo brechas para a entrada de coisas
desconhecidas, tendo o poder de desencadear um leque de
possibilidades, oportunidades e probabilidades das quais
não controlamos.
Infelizmente, quando as desafiadoras não conseguem
evitar os quatros erros, tudo se torna uma total confusão. A
visão é complexa, o que dificulta o discernimento, pois elas
não saberiam dizer qual erro está gerando tais
consequências, já que tudo se fundiu. Elas raramente sabem
de qual lado estão vindo os ataques.
Por entrarem na prostituição, são forçadas a lidar com
todas as energias ativas deste meio, o que faz os resultados
serem muito piores. Exatamente por não terem entrando em
qualquer lugar, vão para um ambiente onde não existe
17
nenhum registro do que vão cruzar ao atravessar a porta. Ou
seja, só lidar com o fracasso não basta, há outros inimigos
ocultos nas sombras. Para todas as mulheres a carga é muito
grande.
Depois que o fracasso consegue cumprir seu intento,
finalmente tem influência o suficiente para fundir-se às
desafiadoras. Nesta etapa, já não precisa se empenhar tanto
para derrubá-las, já que estão pagando por seus atos e sendo
destruídas por eles.
As que conseguem escapar são vítimas de outros
inimigos. Embora pareça algo individual para a desafiadora
que está sofrendo esse ataque, ele é puramente coletivo,
ocorre tanto dentro como fora da prostituição, mas para cada
lugar existem padrões bem definidos.
Um dos objetivos do fracasso é tornar compatível a
energia das mulheres à energia do ambiente, de tal forma que
além de penetrar-lhes o corpo, funde suas consciências à
egrégora noturna. É quando de fato estão presas na
prostituição, não apenas pelos erros que cometeram e sim
por terem a energia fundida com esse lugar.
Com a energia aprisionada, tudo que recebem vem da
consciência coletiva da prostituição: desde cada pensamento,
sentimentos e até planos que nunca fluem. Esse é outro
motivo que as fazem falhar, pois não há solidez na egrégora
noturna.
As influencias que recebem são nocivas e perda de
tempo, por isso, todas tentam as mesmas coisas, sentem e
18
partilham os mesmos dilemas, pois compartilham da mesma
fonte: o padrão é o mesmo quando se trata da prostituição e
do fracasso. O corpo fica ao acaso, sem rumo e as
desafiadoras repetem os mesmos padrões, expressões e
gestos que nunca foram avaliados e compreendidos.
O fracasso transforma o corpo delas em algo oco, de tal
forma que as mensagens mais sábias lhes fogem ao alcance,
qualquer pensamento que ajude ter lucidez é uma ideia
distante e inalcançável e elas demonstram não ter recursos
algum para chegar até lá.
Por se esquecerem facilmente dos próprios
pensamentos, desapegam fácil dos erros que acumularam e
não fazem nada para freá-los ou corrigi-los. Em seus
corações, não há aprendizado em nada do que
experimentam. Apanham muito, sem nunca compreenderem
o motivo.

19
Nível profundo

Olhar para o passado é frustrante, o futuro sempre é o


atormentador e o tempo não é um bom amigo. Os erros não
são claros e as perguntas são as mesmas: "o que está
acontecendo?" A prostituição é complexa, lacrada e de difícil
compreensão.
Como num labirinto, as desafiadoras se perdem cada
vez mais. Nenhuma sabe como reaproveitar o tempo perdido
e o que fazer com o que ainda resta. Olham para o passado
sem encontrar uma única resposta para tantas quedas e o
futuro não apresenta nenhuma solução.
O corpo, tornando-se oco, ao receber ajuda para sair
não consegue entender. Essa desafiadora nunca sabe onde
está a saída, pois o seu interior é sempre um negrume onde
não há setas, palavras, horizontes e sentires. Ela não sabe se
direcionar no mundo, de tal forma que caminha sem
propósito. Os sons que fluem pela egrégora noturna são
reproduzidos por seu corpo, que repete palavras e expressa
gestos que são tão vazios, que não deixam nenhum espaço
para reflexão. Absorve coisas que não foram feitas para
serem compreendidas, mas sim, trazer confusão.
Nunca sendo capazes de levarem um pensamento até o
fim, já que as palavras se quebram pelo trajeto, se desfazem
e somem, não deixando resquícios para uma memorização
que possa ser usada para reflexão, as desafiadoras não
compreendem que é necessário abrir mão disso tudo para
20
serem livres. O lance é que a única coisa que conseguem se
recordar e memorizar são as músicas que escutam
diariamente, que mais as distraem do que ajudam.
O corpo assume definitivamente a personalidade da
prostituição e se esquece completamente de quem era antes
disso tudo. Toda a trilha que a desafiadora percorreu fica
apagada enquanto permanece nesse lugar. Sua memória
sofre ataques frequentes e se chega alguma informação de
fora que ajude a se libertar, se desmancha antes mesmo de
ser compreendida, deixando a vaga sensação de uma
lembrança jamais alcançada.
O corpo, ao entender energeticamente que se tornou
uma prostituta, concorda que não é necessário perder os
hábitos e vícios que adquiriu na prostituição para se encaixar
em outro lugar, pois sente que agora é isso e não recebe
nenhum estimulo de si para mudar. Em seu coração o mal
está lá fora e não na prostituição.
A idade chega e o tempo de tentar e se reerguer acaba,
infelizmente o mundo dá limites. Mas nem isto as
desafiadoras percebem. A prostituição as expulsam para
abrir espaço para as novatas, já que os homens e outras
desafiadoras reclamam ter que compartilhar espaço com
mulheres sem postura, que sujam o ambiente de trabalho
com seus vícios, comportamentos vulgares e escandalosos.
Essas mulheres podem terminar onde não existe
expulsão, onde não terão de pagar para morar e que poderão
se afundar em seus vícios sem sofrer represálias. Na rua! O
21
fracasso finalmente consegue seu último triunfo que é
destruir a esperança e dignidade de uma mulher ao levá-la
crer que nunca atingiu e jamais atingirá o sucesso. Quase
todas morrem sem nunca ter visto nada do que sonharam se
cumprir, com a certeza que falharam. Tudo é tirado, exceto o
nome que adquiriram se prostituindo.
Raras passam pela prostituição sem ter se afundado
tanto assim. Todas caem no consumismo, algumas
conseguem fugir dos vícios, o que evita consequências piores.
Nem todas efetuam a mudança de personalidade, mas 99%
abandonam os projetos.
Quando as desafiadoras não estão presas na
prostituição pelo primeiro erro e conquistam a consciência
de que nunca vão conseguir tirar nada de lá, estão prontas
para lidar com a possibilidade de recomeçar da onde
pararam, do zero.
Por não serem viciadas, terão a chance de analisar com
lucidez cada ato. A permanência de suas próprias
personalidades fará com que saibam do que realmente
gostam e saberão no que devem investir. E desse saber que
terão de si mesmas conseguirão o suporte necessário para a
saída definitiva.
O erro de ter entrado pesa e muito o que as forçam
lidarem com todas as energias ativas deste meio. E o mais
importante: somente conseguirão sair da prostituição depois
que assumirem as consequências por todos os erros que
cometeram, antes disso será armadilha.
22
Observações

Por milênios, a humanidade tem pensado que sobre as


desafiadoras havia um destino selado. Foram tantas quedas
que até hoje acredita-se que só pode ser punição divina. Na
verdade, não há nada em potencial apontando o dedo na face
delas, o que existe são consequências de erros que
cometeram que lhes perseguem até a morte tocar-lhes.
Afinal, temos um destino semelhante, não?
Os fatores que contribuíram para a péssima
interpretação sobre a prostituição e que acarretaram uma
série de opressões sobre as desafiadoras são os eventos
coletivos gerados pelo fracasso. A quantidade de erros que
envolvem a prostituição é bem maior do que a de acertos, o
que faz no final muitas mulheres caírem. Mas vamos
considerar que a quantidade de quedas envolvendo a
humanidade é superior à de sucessos: isso torna as coisas
parecidas, não?
Se formos pôr na balança os erros da humanidade com
os que são gerados na prostituição, a única sujeira que essas
moças levam nas vestes são de terra e não de sangue.
Ninguém sensato protegeria um mundo que faz mal a tantas
mulheres, então, abominável é a prostituição! Essa afirmação
não está sendo retirada.
O que está sendo corrigido são erros de interpretação,
pois mulheres que habitam em terras amaldiçoadas colhem
desta maldição, isso é inevitável. Estou dizendo que as terras
23
são amaldiçoadas e não as mulheres. Porém, quem quer
cultivar deve procurar terras férteis para isso. Quem tenta
plantar em terras secas, além de perder as sementes, passa
fome! As desafiadoras devem ir embora se querem cultivar
suas sementes em terras melhores.
Qualquer coisa que é planejada nesse lugar se desfaz e
morre. Não há porque sofrerem por terem falhado em tudo,
principalmente porque estar na prostituição significa
realmente falhar, isso é inevitável. Pois, essas terras nunca
poderiam prover nada a ninguém. Abençoadas são!
Para errar não são necessários motivos. Muito menos
permissão para colher. Levamos para o túmulo o maior erro
de todos, que é trair quem somos por um punhado de
segurança. Negamos o erro e perdemos a maturidade,
esperando que no final alcancemos o sucesso, mas nunca vi
um errante vencer!

24
ARROGÂNCIA

25
Nível superficial

Muitas desafiadoras antigas já de profissão


aconselham as recém-chegadas a guardarem dinheiro e
saírem o mais depressa possível. Elas refletem os perigos que
cegamente as novatas não podem ver por estarem
deslumbradas.
Outras, as estimulam a se decair cada vez mais, seja no
mal-uso da maquiagem e roupas, seja nas novas expressões
verbais que se aprende. Ensinam, ainda, como devem
trabalhar e usar seus corpos.
As antigas sabem que um dia foram como essas jovens,
fizeram exatamente a mesma coisa que hoje fazem, sabem
das lutas e dificuldades que vão encontrar pela frente e que
por falta de conhecimento, não conseguem explicar o porquê
de seus conselhos, que refletem suas próprias tentativas que
um dia não deram certo. Trazem em si a realidade desse
lugar, a decadência que todas estão sujeitas por habitarem
nas mesmas terras.
Quando essas jovens são aconselhadas, fingem que
entendem que é necessário se preparar, que a noite é
temporária e que um dia tudo acaba. Demonstram para as
outras que compreendem o que estão dizendo.
Porém, o entendimento é extremamente difícil, a
assimilação fica debilitada, ouvir o que aquelas mulheres
querem realmente expressar é como entrar por um ouvido e
sair pelo outro, o que dirá compreender. Em seus corações,
26
seus pensamentos estão voltados totalmente para outras
coisas.
Por não terem chegado naquele ponto do caminho e
confiarem que isso nunca irá acontecer, o sofrimento
daquelas mulheres é coisa de outro planeta, agem com
indiferença e um sentimento de segurança lhes penetra o
coração. Sentem que daquele mal estão protegidas.
A tranquilidade inicial que a noite proporciona, de ter
em abundância para sobreviver, cria um sentimento tão
grande de proteção que quem as conhece até acredita que são
felizes se prostituindo. O primeiro erro gerado por este
inimigo é: excesso de proteção.
Por estarem no começo e ainda terem as capacidades
mentais preservadas, parecem bastante inteligentes
comparadas às outras, o que as fazem serem elogiadas
frequentemente e assim fortalece nelas o sentimento de
superioridade. Acreditam que poderão sair com facilidade,
pois são “inteligentes” demais para aquele meio.
Algumas podem ter um auto grau de memorização no
início, mas raramente entendem o que as palavras querem
dizer e falta-lhes sabedoria interior, pois são ótimas para
repetir conceitos e ideias. E com tanta informação mastigada,
demonstram saber lidar com o mundo, o que na prática não
é verdade.
As desafiadoras supõem que para se levantar só
precisam repetir a mesma coisa que seus ídolos fizeram ou o
que a maioria das pessoas fazem e costuma dar certo, o
27
famoso caminho tradicional: muito estudo e esforço ou ter
muito dinheiro. Bom, esse caminho está mais para o do
medo.
A prostituição para essas mulheres parece um local
acolhedor, visto que conseguem atrair os melhores clientes,
dispostos a pagar bem por suas companhias e ainda terem o
poder de escolher com quem vão sair, nunca aceitando se
curvar por menores valores e homens indesejáveis à primeira
vista.
O inimigo as levam ao conhecimento noturno que
sinônimo de superioridade é ter dinheiro e beleza, enquanto
tiverem isso, não deverão se preocupar com nada. E quem
não tem cuidados, não cria defesas.
Por serem muito bonitas e apresentarem boa
educação, são as mulheres mais bem pagas e cobiçadas. Ao
perceber que beleza é o segredo do sucesso, investem parte
do que obtém em suas aparências e por um longo tempo
conseguem manter os lucros no auge.
São bonitas o bastante para chamar a atenção dos
homens, podendo passar de dez a vinte anos ou mais
ganhando muito, raramente sentindo na pele o período das
vacas magras, dificilmente tendo motivos para quererem
sair.
Comparando-se às outras, observando que o
rendimento delas diminui conforme o tempo, são levadas
crer que são especiais, pois na prostituição é muito raro uma
mulher se manter no mesmo desempenho financeiro por
28
mais de cinco anos, e como conseguem, sentem-se
protegidas, pois dinheiro é o que não falta.

Incapazes de compreender que no mundo não há


preferidos, ignoram completamente a igualdade entre as
mulheres e este é o segundo erro: desigualdade.

Confiando que não existe a possibilidade de estarem na


pele das que se encontram abaixo, na queda, aquelas
mulheres não existem em seus “mundos”. Segundo elas:
“como alguém que só apanha do mundo tem algo a mostrar
ou ensinar? ” Fecham os olhos para tudo que ocorrem a sua
volta.

Os hábitos das prisioneiras da arrogância se resumem


a: juntar dinheiro, fazer plásticas e ostentar. Demoram muito
para endireitar o caminho, desistem dos estudos, afinal, não
conseguem absorver aprendizado algum e no fim, um curso
se torna um fardo que acumula gastos e ocupa tempo.

Confiam que estarão fazendo um bom investimento em


se dedicar totalmente àquilo que está dando certo, trazendo
um retorno melhor e maior. Um curso sugaria tempo, esforço
e investimento da qual não estão dispostas a oferecer.

Não existe necessidade de mudar ou fazer coisa


alguma. Pôr as coisas estarem calmas, sem aqueles golpes
que atingem as outras, seguem despreocupadas
desconhecendo os perigos que as rodeiam e tem algumas que
até acreditam serem iluminadas por sempre terem clientes e
sentirem-se em “paz”.
29
O excesso de proteção é tão forte no coração dessas
mulheres que para justificarem suas certezas, mostram para
as outras o quanto tudo está maravilhoso, expondo seus
rendimentos, dizendo o que fazem e deixam de fazer.

Indiferentes à própria dor, a paz e progresso não


passam de deficiências energéticas. Ficam anos na
prostituição como se nunca houvesse queda, obstáculos ou
dificuldades em partir, pois ainda permanecem na noite por
pura atração financeira e acreditam estarem seguras.

Cegas pelo casulo da arrogância, não podem ver


através das outras o quanto a prostituição é perigosa. Para
uma mulher assim, só vale apena mudar quando o
desconforto é escancarado e se tudo está bem, porque
mudar?

Contudo, o desconforto das outras não é o suficiente


para acusar perigo, pois são profundamente arrogantes e
negam que compartilham dos mesmos problemas, afinal: “a
outra não tem nada, eu tenho. ”

Infelizmente, a ilusão que a arrogância traz para essas


desafiadoras as fazem passar anos sem terem queixas
profundas contra a prostituição, de tal forma que sem
objeções, deixam em aberto quando pretendem partir.

Por ignorarem as outras e o que ocorre dentro da


prostituição, o terceiro erro é gerado: ignorar o lugar que
habitam. O que as tornam completamente vulneráveis aos
outros inimigos.
30
Eis aqui os três erros cometidos por uma desafiadora
sob a influência da arrogância e a melhor arma contra ela é a
humildade. Os três erros fundidos chamo de complexo de
superioridade!
• Excesso de proteção
• Desigualdade
• Ignorar o lugar que habitam

31
Nível intermediário

Ao ignorarem o lugar em que habitam, tornam-se


totalmente despreparadas para os imprevistos que são
gerados na noite. Incapazes de lidarem com os outros
inimigos que se movem em suas direções, se perdem no
“desconhecido” da prostituição, aquele que faz as mulheres
se perderem e terem dificuldade de encontrar o caminho de
volta.
As idealizações ficam esquecidas e podendo estar sob a
influência de outro inimigo, não sabem como se defender já
que sempre esperaram que a salvação caísse do céu. A
prostituição traz estragos difíceis de serem concertados, o
que resulta na dificuldade em saber administrar bem o
dinheiro. O conhecimento fica limitado e falta coerência do
que pode ser praticado.
As perdas são gradativas e preferindo se afundar do
que mudar o padrão luxuoso que tentam levar e perder o
status que tem, batem os pés no chão se recusando a sair.
Acreditando que a noite lhes dará uma nova chance de se
reerguerem, pensam que aquilo é só uma fase ruim.
O poder de ainda possuírem e serem as mais bem
pagas, faz acreditarem valer apena cada ato, pois para que
estar na noite e ficar na merda? Enquanto tem para pagar as
contas, a escola dos filhos, as viagens e os finais de semanas
prazerosos, tudo isso alivia o peso e tem motivos para
dizerem que não se arrependem. O argumento para defender
32
a persistência é: “sair sem nada é sinal de retrocesso e
humilhante e aqui tenho alguma coisa, o que lá fora não terei
tão fácil. ”
O corpo, ao fundir-se ao inimigo e à egrégora noturna,
entra em condição de submissão. As desafiadoras,
considerando a noite superior por lhes sustentar, se recusam
trocá-la por qualquer coisa que seja inferior. Não se
imaginam fazendo outra coisa.
Incapazes de perceberem que a egrégora noturna está
segurando-as na noite com falsos rendimentos, o que
recebem as fazem felizes. Em um lugar onde a maioria tem
semblante caído, isso parece significar muito. Enquanto tem
dinheiro são felizes, depois que não tem, voltam a ficar
tristes. A base do planejamento dessas mulheres tem como
foco o dinheiro e a finalidade o luxo. Se não há nenhuma
oportunidade que vise este querer, não existe a necessidade
de sair e elas não querem sair simplesmente por sair.
A desigualdade as fazem ignorar todas as mulheres
que consideram inferiores. Desperdiçando a chance de obter
a resposta que precisam observando a queda das outras,
tapam os ouvidos e fecham os olhos, considerando-as
irrelevantes demais para merecem suas atenções.
Demorando para reconhecer que sempre estiveram em
queda, se recusam aprender o que a maioria tampouco
consegue, que os problemas de todas são iguais.
A intolerância gerada pelo complexo de superioridade
traz grandes dificuldades para trabalhar. As desafiadoras
33
estão sempre com o maxilar tensionado e sentimentos de
ascos são comuns, o que as levam pensar: “não aguento essa
pessoa, não suporto ouvi-la, só fala e faz merda. ”
Facilmente cansadas de terem que interagir com
pessoas que não mastigaram as mesmas informações que
elas, viram as costas e saem andando, não se importando com
as consequências. Elas querem ser bajuladas pelos homens
considerados superiores dentro da prostituição e se não os
encontram, desprezam os que não podem pagá-las ou que
são considerados inferiores.
O complexo de superioridade é tão forte que tudo que
esteja fora da prostituição é incompreensível e assustador. O
desprezo pelas pessoas é intenso o bastante para começarem
a ignorar homens e mulheres. Elas perdem a vontade de
construir uma família ou um relacionamento e tudo que
envolva estar fora da prostituição é desprezível.
O círculo de convivência ou é solitário ou é com outras
desafiadoras que estão dentro do mesmo padrão. Com uma
forte tendência a se curvarem diante de pessoas que
consideram “superiores”, criam segregações devastadoras, o
que as deixam debilitadas para aprenderem o que é
realmente importante para suas existências.
Já dentro da prostituição, existem mais separações. As
outras companheiras são vistas da seguinte forma: “se
chegaram a tal ponto é porque são muito burras e nelas não
há conhecimento. Se houve queda, nunca existiu
aprendizado na trilha que seguiram. ” Convencidas que uma
34
jornada rica é de alguém que atingiu o topo, descartam
qualquer chance de abrir os olhos e ver que estão
percorrendo o mesmo trajeto que as outras.
É uma pena que as desafiadoras muitas vezes precisem
chegar no fundo do poço para aprenderem que a forma
menos dolorida de endireitar o caminho é descobrindo os
erros que geram as quedas, além de observar porque muitas,
depois de caírem, não conseguem se levantar.
Limitando-se apenas ao que aparenta ser bom e ao que
conhecem, o que está abaixo da linha que consideram
superior é aberrante e não lhes desperta interesse. Por essa
razão, o conhecimento é limitado e suas existências no
mundo são pura aparência e meras palavras. As desafiadoras
se tornam mentirosas por afirmarem experimentar algo que
não está de fato acontecendo.
Embora não reconheçam, a própria prostituição é
aberrante para elas, em seus corações não aceitam que estão
se prostituindo, elas próprias não acreditam nisso, pois se
aceitassem e admitissem o erro, iriam ver de fato o que está
ocorrendo. É difícil para as desafiadoras reconhecerem o que
realmente estão fazendo, no fundo negam, já que negar
facilita o trabalho.
Se parassem de olhar para o próprio umbigo, a
estagnação das outras e a fase ruim deveria bastar para
acusar o perigo. Porém, para essas mulheres isso não é o
suficiente para dar-lhes um sacode. Tudo é vago e de difícil
assimilação, as lembranças são inúteis, pois não encontram
35
sabedoria nas experiências que conquistaram na prostituição
e como “nada” desperta ameaça, prosseguem acreditando
que aquele tempo ruim vai cessar.
Mesmo sofrendo grandes ataques, costumam fingir
que nada está acontecendo. Quando as perdas vêm para essas
mulheres, seja por consumo ou influência de outro inimigo,
são forçadas a mudar e reduzir o padrão luxuoso que tentam
levar. Por falta de humildade e incapazes de abrirem o jogo
para as companheiras e todas as outras pessoas que
acompanharam sua evolução “social”, se veem obrigadas a
mentir.
Falam coisas que não conseguem sustentar e pior, se
tornam prisioneiras também das mentiras. Diante de tantas
contradições, para tentar cumprir as invenções que contam,
correm contra o tempo. Quanto mais dizem o que fazem,
mais sentem-se obrigadas a provar e mostrar resultados.
Por serem as mais vulneráveis, quando a prostituição
começa a espremer, são as primeiras a tentar se refugiar num
casamento. O lance é que as desafiadoras são irresponsáveis.
Por se acharem especiais demais, acreditam que não devem
nada. Pensam que podem sair sem assumir as consequências
e as coisas não são bem assim.
Por não conseguirem romper o elo que tem com a
prostituição, já que as dívidas as seguram, um dia sempre
voltam, pois tem pendências. Então, a porta que muitas
mulheres vislumbram não é bem uma saída, já que sempre
voltam.
36
O casamento vira sinônimo de férias prolongadas. Ao
invés de recuperarem o tempo perdido e tentarem assumir as
consequências de seus erros, nesse tempo descansam pelos
anos que passaram no rala, com conforto e regalias, se
recuperando dos traumas.

Como nada que ajude as desafiadoras se manterem


“fora” da prostituição permanece em pé, quando o casamento
chega ao fim, precisando se sustentar, recorrem para o lugar
mais “acolhedor” que conhecem: a prostituição.

A decisão é típica desse meio. Ao invés de


prosseguirem e se arriscarem mesmo não tendo base alguma,
preferem retornar, afinal, lá não vão exigir coisas das quais
não tem, como formação, experiência e etc.

Muito menos farão perguntas difíceis de responder,


seja para a família ou para um empregador. Fora que os
próprios erros as forçam voltar e a beleza se torna o único
atributo de sobrevivência, que é tão frágil que não dá para
contar com ela até o fim.

Ainda assim, nem todas desafiadoras conseguem fugir


da prostituição em um casamento, pois se tornam tão
insuportáveis que até isso é difícil. Por essa razão, não vão a
lugar algum.

Outras, por não conseguirem o dinheiro necessário ou


os itens que acreditam serem importantes para uma partida
definitiva, são obrigadas a ficar e lidar com os ataques que
sofrem por se prostituir.
37
Existem aquelas que tentam pelo simples mérito de ter
acumulado dinheiro. Porém, ao acreditarem que estão
atravessando a porta da prostituição, o dinheiro some na
mesma velocidade que entra e elas perdem tudo e recuam
assustadas. Muitas só conseguem manter o que tem porque
se prostituem ou porque se tornam cafetinas, mas basta
tentar sair para ver o que ocorre, já que não se tira nada da
noite.
O lance é que depois de terem passado anos
enfurnadas na prostituição, não adquiriram conhecimentos
sólidos que servissem de base para aquele momento. O
dinheiro é uma ferramenta inútil e perigosa para quem não
sabe lidar com o mundo.
Os conflitos gerados depois que as desafiadoras
tentam fugir da prostituição causam mais trauma do que
alegria. O tempo que tentam permanecer fora se resume a
verdadeiras surras. Ficam tão traumatizadas que negam que
tentaram sair, simplesmente afirmam que “deram um
tempo”. Mas, no fundo, elas sabem a verdade.

38
Nível profundo

Acreditar que está saindo da prostituição e quebrar a


cara faz qualquer mulher baixar a crista. A experiência é tão
assustadora que as desafiadoras deixam em aberto quando
tentarão de novo. E quanto mais adiam, mais medrosas
ficam. O excesso de proteção as deixou tão fracas, que
desistem na primeira tentativa e basta um único golpe para
derrubá-las.
Retornar deixa a vaga sensação que já não sabem como
lidar com aquele ambiente, pois no fundo nunca conheceram
a prostituição já que negaram o lugar que habitam. Nada é
como antes e voltar se adaptar é difícil. O sentimento antigo
de acolhimento e conforto dos tempos que tiveram como
rainhas se vão. Com dificuldades para voltarem às velhas
rotinas, adquirir clientes se torna árduo. A beleza não ajuda
tanto quanto antes.
Precisando baixar o padrão para sobreviver, começam
a sair com homens dos quais no passado não se permitiam.
O corpo reage com nojo, frieza e um sentimento de
impaciência rege todo ato sexual.
Não há proteção no mundo que faça uma mulher
consciente de sua condição suportar o contato com um
homem que não tem nenhuma afinidade de pele, muito
menos que faça ela ser imune às doenças geradas na noite. A
prostituição se torna um lugar insuportável que as
desafiadoras só vão por obrigação. Estar na noite é um fardo
39
e cansadas, ficam pelos cantos de cara fechada, esperando
que algum homem se aproxime e as venerem como acreditam
merecer.
No fundo, essas desafiadoras são tão arrogantes que
esperam que a prostituição volte a ser como era no passado,
elas esperam que todos se curvem e que as coisas sejam como
um dia foram.
Observando que os homens não vêm mais até elas e
que os espantam com suas caras de cu, se levantam apenas
para conseguir o das contas. Bastam pequenos gestos para
ignorarem tudo à sua volta, ficando feito estátuas e zangadas,
observando o tempo passar. Não importa o quanto as coisas
ficam difíceis, estão sempre ignorando a prostituição e o
mundo, considerando-os inferiores por não serem
agradáveis aos seus olhos e gostos.
Por esperarem as coisas caírem do céu, já não sabem
tomar as rédeas da própria situação. Muito pouco se
lembram do que tinham experimentado antes de cair na
prostituição, mal sabem dizer que importância suas
experiências tiveram nesse tempo todo.
O corpo, aderindo ao comportamento de uma
prostituta, se recebe ajuda para se libertar, a despreza afim
de esperar por algo melhor. Quer dizer, mulheres nessas
condições realmente não conseguem sair e se conseguem,
não suportam o mundo e acabam voltando, pois estão
sempre esperando algo melhor, já que se consideram
superiores demais para aceitar qualquer coisa.
40
A solução que recebem para sair da prostituição foge
do padrão confortável que desenharam para seus futuros, por
isso é descartada sem nenhuma compreensão. Considerando
a solução absurda e sem valor, não pensam três vezes em
lançar fora e assim declarar suas permanências na noite.
O corpo, não tendo autonomia sobre si, recebe da
egrégora noturna mil e um motivos do porquê essa ajuda é
irracional. A única coisa que serve de base para sustentar
suas fixações na prostituição é a arrogância: “depois de tudo
que fiz, terminar assim? ”
A veneração sobre a prostituição é forte o bastante para
as desafiadoras achá-la menos ofensiva do que ser uma
garçonete. Essas são suas últimas ações quanto aos seus
destinos. Escolhem ficar! Não falam isso verbalmente, mas
são seus atos que determinam o desfecho de suas histórias.
Não é necessário dizer que até para essas escolhas existem
consequências colhidas pós morte. E o caminho dessas
mulheres será incerto quanto ao que desejam.
Por ainda carregarem a esperança de terem condições
financeiras melhores, os sonhos se reduzem aos seus ganhos
e até nisso são escravas. As desafiadoras não percebem que a
egrégora noturna não lhe dá recurso algum. Quando os
ganhos estiverem semelhantes à de um trabalhador
registrado, talvez percebam que passaram o tempo todo
fugindo de um dia que era inevitável chegar.
E quando esse dia chega, o corpo age como um escravo
que foi ludibriado o tempo todo com uma falsa simulação de
41
riqueza. Onde as desafiadoras estendem as mãos um objeto é
colocado e retirado, depois o mesmo é recolocado e retirado
de novo. Repetindo isso diariamente, tiveram a impressão
que sempre estavam ganhando, porém nunca rendeu algo de
verdade, já que a egrégora noturna controla como será dado
e quando será tirado.
Todos os dias recebem a mesma coisa e nada novo
chega em suas mãos, o que no fundo as tornam mulheres
pobres. Quanto mais o tempo passa, menores ficam os
ganhos e elas não percebem que estão tentando fazê-las se
acostumarem com a humilhação extrema. Pois, se no
passado ganhavam fortunas, hoje só para o aluguel.
Ao atingirem a idade limite, tudo pode acontecer.
Desgastadas, não negam que já viram o mesmo filme várias
vezes, sempre com atrizes diferentes, cada qual com suas
histórias pessoais. Enxergam suas histórias sendo
reproduzidas por cada menina que entra, sai, some e um dia
reaparece velha e na mesma situação, ou quem sabe, com a
chance de um futuro melhor? O corpo já envelhecendo,
aguarda apenas a chegada da morte.
Que forma triste de alcançar a humildade. Certamente
houve sinceridade no conselho daquelas mulheres e ao
lembrarem de todas que as aconselharam e não puderem ser
compreendidas, agradecem pelo aviso. Agora todos sabem o
quanto é difícil sair!
Algumas desafiadoras conseguem escapar do excesso
de proteção, porém raras compreendem que existe igualdade
42
no mundo e assim ficam esperando um tratamento
diferenciado e por isso nunca agem, pois aguardam que
outros façam por elas.
Quase todas ignoram o lugar que habitam, o que
infelizmente contribuiu para prostituição ser um mistério até
os dias de hoje. Quando não estão presas na prostituição pelo
excesso de proteção e sabem que se continuarem e não se
apressarem para partir vão se afundar, estarão livres para
abrir seus olhos e ver suas reais condições.
Quando não estiverem presas pela desigualdade,
estarão prontas para entender que a queda de uma pode
significar a sua própria ruína, pois compartilham do mesmo
espaço e inimigos. E por não ignorarem o lugar que
habitam, terão consciência que sempre estiveram presas e
com a ajuda desse conhecimento, direi onde está saída.

43
Observações

Desde a antiguidade, a prostituição é vista como algo


desprovido de conhecimento, por isso a humanidade tapou
os ouvidos e fechou os olhos para não ver ou sequer aprender
o que este lugar tinha a ensinar. A desigualdade impediu que
a humanidade pudesse se reconhecer na dura realidade
contida em cada mulher.
Criaram linhas para sustentar sistemas e dividir o
mundo, onde as desafiadoras foram lançadas no
“submundo”, como uma forma indireta de afirmar que não
compartilhavam o mesmo espaço e problema com elas. E
também porque no fundo, não queriam reconhecer que estão
em um prostibulo a céu aberto, onde todos se prostituem por
migalhas.
Acreditaram que os males que afetam a prostituição
nunca lhes afetariam, mas virá o dia em que o casulo será
rompido e todos irão se deparar com a triste realidade: os
mesmos inimigos que tem arrastado legiões de mulheres ao
abismo são os mesmos que tem conduzido a humanidade por
séculos, levando-a para o mesmo buraco. Está na hora das
pessoas baixarem a crista e assumirem a merda em que
estão!

44
LOUCURA

45
Nível superficial

Muitas mulheres entram confiantes e seguras de que a


prostituição é um local de curto prazo, a parada que foi
necessária fazer e esse é o primeiro erro: excesso de controle.
Movidas por este inimigo, as desafiadoras acreditam ter um
limite máximo de permanência e uma data exata para sair.
Elaboram planilhas que descrevem claramente como
será esse tempo, quanto devem ganhar, em que irão investir
e como será a partida. O lance é que elas não conhecem a
prostituição e mesmo assim conseguem supor como tudo
acontecerá, dia após dia.
O fato de ganharem todos os dias as levam ao topo da
loucura, o que as fazem sentir que estão caminhando, que as
coisas estão acontecendo e isso traz a confiança de que as
metas podem ser cumpridas. O plano delas é tão bonito que
em seus sonhos o percurso todo será feliz e que nada, nem
ninguém, poderá atrapalhá-las.
Depositam todas as expectativas na prostituição, não
deixando uma sobra para a realidade. E quem acredita estar
no controle faz muitas coisas achando que pode lidar com as
consequências e as coisas não são bem assim. Tudo parece
tão bem arquitetado, que falando, até parece que a
imaginação foi feita para ser executada.
Diferente das outras, essas desafiadoras falam com
paixão, entrega e convicção em relação a tudo que acreditam.
O que nunca ninguém notou é o quanto esse comportamento
46
na prostituição é estranho, já que todas as mulheres estão
sempre frustradas por nada dar certo.

Essas desafiadoras costumam ser do tipo que levam a


sério cada pensamento e dificilmente desistem das coisas que
tocam o coração. Porém, no fundo, não estão sóbrias. E
quando o dinheiro se torna o único propósito, ao ser
adquirido, faz parecer que as coisas estão progredindo. O
erro das desafiadoras é se apoiarem nisso, ao acreditar que
dinheiro é sinal de progresso.

Tentando executar os planos, as desafiadoras são


frequentemente interrompidas pela chegada de
oportunidades por todos os lados, uma melhor que a outra,
que prometem retornos financeiros melhores, em curto
prazo e com o mínimo de esforço possível e ainda com a
partida definitiva desse lugar, mantendo o mesmo padrão
financeiro. Elas não pensam três vezes para largar o que estão
fazendo e agarrar aquelas oportunidades que
milagrosamente “caíram do céu”. E esta ação gera o segundo
erro: mudança de planos.

Agarrando-se a ideias que surgem de diálogos com


outras mulheres e clientes, imaginam oportunidades
inexistentes e abandonam tudo que estão fazendo para seguir
projetos que não vão além de conversas. O poder de decisão
fica tão pequeno que basta ouvir uma única palavra para
desistirem de tudo e começarem algo novo. O tempo na
prostituição se resume a criar fantasias e tentar executá-las.
47
Mesmo que tentem voltar aos antigos planos, já não
conseguem, pois além de terem perdido parte do
investimento que dedicaram, não evitam deixar de sentir-se
atraídas sempre que acreditam ter encontrado algo melhor.
O nível de instabilidade fica tão forte, que basta que um único
dia não seja como desejado para alterar tudo.

Elas se esquecem que é necessário muito mais para dar


continuidade a um sonho. Estão tanto tempo imersas em si,
arrumando mil e uma utilidades para o dinheiro, tentando
escolher entre o leque de opções o que farão, que ao dar por
si, não sabem o que ocorreu. Não existem explicações para os
resultados que obtiveram.

A mudança de planos gera instabilidade e oscilações,


já o excesso de controle traz uma falsa sensação de confiança
e segurança, que são usadas para alimentar o vai e vem que
as desafiadoras permanecem. Esses dois erros as fazem
perder o que ganham, pois, mudando de ideia o tempo todo,
investem o que tem e o que não tem em coisas que não
conseguem levar até o fim. No final, não sabem explicar quais
frutos colheram pelo investimento compulsivo que tiveram.

Com a vaidade no teto, enchem a boca para falar à


todas o quanto estão progredindo e felizes, mas não há
vestígios reais desse progresso, são só ideias. Para continuar
alimentando a fantasia de que realmente estão avançando,
inicia-se um período de egoísmo. As desafiadoras, além de
tratarem seus clientes de forma egóica, passam a “furar o
48
olho” das companheiras de trabalho. E essa ação gera o
terceiro erro: egoísmo.
Considerando o dinheiro como o recurso primordial,
atropelam tudo que veem pela frente. Além de exigirem das
pessoas um respeito da qual não estão dispostas oferecer, já
que visam seu querer como o mais importante entre todos,
sentem-se no direito de cobrar respeito ao serem vítimas dos
mesmos atos que cometem, além de sentirem-se ofendidas.
O egoísmo é tão intenso que as explicações que tem
para o que fazem é: “todas estão trabalhando e devem
compreender que isto é concorrência. ” Em seus corações
seus comportamentos não são prejudiciais às outras.
Mesmo a realidade mostrando que o dinheiro não está
florescendo, o simples fato de ganhar basta e por não terem
sobriedade, não conseguem executar 1% do que levam a sério
e através de suas banalidades, vão se distraindo. Respeitar o
espaço das outras vira tarefa difícil e estão sempre tentando
arrumar uma brecha para roubar, ou praticar trocas injustas
com clientes e outras desafiadoras, quando o que se promete
no fechamento do programa nunca é cumprido.
Por raramente reconhecerem o egoísmo nas relações,
nunca são sinceras com as pessoas. O que ganham na maioria
das vezes pela insistência e cobiça é usado para alimentar a
vaidade. Exageradas demais, são as mais falsas entre todas.
Fingem serem simpáticas para iniciar diálogos e assim criar
brechas para no futuro apunhalar, sempre que o dinheiro
falar mais alto.
49
Procuram arrumar amizades que vão complementar a
renda, mais jamais hesitariam em trair por necessidades
“maiores”. Gastam parte de seus tempos observando os
rendimentos financeiros das outras e caçando
oportunidades. Se não conseguem juntar-se àquelas
mulheres, nasce um sentimento de inveja dentro de si
mesmas.
Observando que as outras não precisam se esforçar
tanto para trabalhar, tentam imitá-las para ver se a renda
aumenta. Ao perceber que não está funcionando, lançam
olhares maldosos para as desafiadoras, acusando-as de
serem invejosas, de tentarem ofuscar seus brilhos e esse é o
quarto erro: acusação.
As desafiadoras criam um forte sentimento de que tem
rivais e que essas mesmas são culpadas por certos
acontecimentos, como ficar um ou dois dias sem trabalhar,
dores no corpo, cansaço, uma possível doença e ainda o fato
de terem dificuldades administrativas com o dinheiro.
Afirmam que isso é fruto da inveja das outras.
A prostituição vira palco de disputa e essas mulheres
para vencer, ganhar dinheiro e “mostrar” que seu santo é
forte, fazem caras e bocas, sorrisos largos e forçados.
Simulam uma leveza da qual não tem, simulam uma beleza
que não existe e o mais importante, simulam se importar com
as pessoas que tentam tirar proveito.
Por essa razão, fazem jogos de palavras e seduções
tentando encantar homens com a autoestima lá em baixo, ou
50
tentam enganar outras desafiadoras para ter acesso aos seus
clientes.
É explicito que é mentira, mas essa é a imagem que a
prostituição reflete, não é? Um lugar onde não existe o
sentimento de amizade e tudo é pura falsidade.
Aqui citei os quatro erros que as desafiadoras podem
cometer sob a influência da loucura e a melhor forma de lidar
com ela é ter sobriedade.
• Excesso de controle
• Mudança de planos
• Egoísmo
• Acusação

51
Nível intermediário

A mudança de planos leva a gastos e a perdas


compulsivas. O egoísmo junto da acusação cria rivalidades.
As desafiadoras estão sempre atravessando o caminho uma
das outras de propósito, devolvendo na mesma moeda as
“furadas de olho” ou ataques que recebem.

O excesso de controle gera uma falsa confiança e


segurança, em que tudo que pensam e sentem é digno de
alterar a visão que tem do mundo e de si próprias, além de
gastarem parte do que tem para realizar essas ideias, que
sempre caem junto com tudo que investiram. Seus
comportamentos e suas contas bancarias já não são mais tão
estáveis.

Procurando respostas para a onda de azar, criam uma


verdadeira conspiração. Afirmando serem vítimas de magia
negra, o cansaço, a má sorte e o olho gordo são ataques de
outras desafiadoras que sentiram inveja de vê-las
trabalharem todos os dias.

Essa é a única resposta que encontram para justificar o


motivo de estarem trabalhando tão pouco. Muitas dessas
coisas, não todas, só ocorrem em suas mentes e são frutos das
consequências dos próprios atos. A acusação é tão forte que
a prostituição é puro tormento e alucinação. “Espíritos” que
não existem começam a assombrá-las, coisas que só existem
em suas mentes.
52
Qualquer sinal negativo ou acontecimento que ocorra,
responsabilizam alguém pela própria desgraça. Os despachos
começam a rolar soltos e energias que não deveriam estar ali
se fazem presentes. Uma louca acusando a outra, resume o
coração das prisioneiras da loucura.

Estão sempre em terreiros ou ambientes de feitiçaria


procurando soluções que as ajudem trabalhar. Cercam-se de
amuletos, banhos e tudo que afaste a maldade dos olhos de
suas rivais. Às vezes, as coisas vão tão longe que se inicia uma
onda de ataques, macumbas, intrigadas e vinganças. Um
período de sugação se inicia, em que as desafiadoras
começam a perder tudo, não apenas aquilo que está
relacionado à prostituição.

O dinheiro que ganham se prostituindo é usado para


atacar e se defender. As desafiadoras trazem várias energias
nocivas para o meio que frequentam. Querendo, por puro
egoísmo, as coisas que acreditaram que iriam conseguir se
prostituindo, acabam optando por fazer acordos com
energias desconhecidas e tentam ser as mais empenhadas na
prostituição. Mesmo procurando ajuda de energias
desprovidas de confiança, a onda de azar só cresce. Podendo
conversar com cinquentas homens, no máximo o que
conseguem são dois e com muito esforço.

Analisando que estão fazendo de tudo para trabalhar e


que nada muda, as desconfianças só aumentam. Vendo sinais
onde não existem, estão sempre procurando novos lugares
para se prostituir, acreditando que o antigo é amaldiçoado e
53
todas as mulheres de lá as odeiam. Porém, tudo continua
piorando. E as acusações não param de brotar, fazendo as
desafiadoras dispararem ataques para todos os lados.
Sem compreender a origem das contradições que
surgem a cada passo, as desafiadoras correm em círculos e a
suas energias fundindo-se à egrégora noturna e a peste, as
fazem bater sempre na mesma tecla, nunca encontrando uma
única resposta para as alucinações que estão presas.
Nada que as faça bem ou que ao menos possa ser usado
a fim de parar toda aquela desgraça surge em suas mentes,
tudo só piora. O que pensam e sentem traz peso e causa
angústia e as desafiadoras não conseguem evitar esses tipos
de sentimentos, pois a loucura está fluindo de dentro do
coração e ao darem por si, estão experimentando cada
fantasia, tentando levá-las adiante por mais dolorido que
seja. Essa é a consequência do excesso de controle: confiar
cegamente e sentir-se seguras para buscar coisas que fogem
da realidade.
A egrégora noturna envia sinais, estimulando que vale
a pena insistir na prostituição e que com um pouco de esforço
poderão conseguir ao menos uma casa. A loucura envia
“presságios” diretamente do coração, mostrando no que as
desafiadoras devem acreditar e fazer.
Mesmo a prostituição tentando parecer um lugar digno
de conquistar estabilidade, ela não consegue esconder-se dos
olhos das mulheres e da humanidade, não consegue disfarçar
o peso que é ficar tanto tempo para conseguir qualquer coisa.
54
Sabe, não vale a pena ficar um dia nesse lugar pela
posse, já que esta é ilusória.
O argumento que as desafiadoras têm para defender a
persistência na prostituição é: “arrisco me prostituindo, sei
que existe um tempo para tudo, idade para estudar, iniciar
um trabalho, pegar experiência e o tempo de chegar no auge.
E sabendo que estou perdendo todas essas possibilidades,
preciso conquistar estabilidade. Quero ter condições
necessárias para me proteger dos perigos do mundo, um bom
plano de saúde, saldo positivo em conta, uma casa ou um
carro que possa ser usado para venda em caso de emergência,
um negócio ou trabalho sólido que dê para ganhar bem...”
Porém, o corpo sendo prisioneiro da prostituição e as
desafiadoras entendendo que para voltar a trabalhar é
necessário limpar a própria energia que foi suja pela maldade
das outras, se afunda cada vez mais nos trabalhos de
feitiçaria.
As planilhas continuam com o propósito de trazer a
ilusão de que ainda estão no controle, que tem um plano que
lhes ajudará sair da prostituição. O que é mentira, pois a
maioria não tem, e se tem, nunca conseguem manter em pé.
Essas mulheres são bastantes descontroladas e por falta de
sobriedade correm contra o tempo para tentarem cumprir
metas ilusórias.
Sabendo que o limite máximo que deram a si mesmas
para permanecer na prostituição está cada vez mais perto,
para resolverem tudo a tempo, estão sempre angustiadas e
55
com pressa. Literalmente moram na prostituição, pois fazem
um esforço tremendo para cumprir as metas ou ao menos
metade delas, mesmos os fatos mostrando que tudo já
despencou há muito tempo. Só elas mesmo para acreditarem
que realmente tem algo dando certo.
Quando o limite máximo de permanência chega e não
tendo nada do que planejaram para sair, enlouquecem de
vez. Ocorre um confronto entre realidade versus fantasia e
detestando admitir que tudo não passou de uma mera ilusão,
ainda assim negam a verdade e se agarram em seu mundo de
aparências, aumentando os anos nas planilhas, trabalhando
quase que 24 horas por dia para tentarem ter o que não
puderam no auge financeiro e em todos aqueles anos.
A realidade fica cada vez mais distante e já não
conseguem falar com tanta paixão, convicção e entrega como
no passado. Muito menos persistir em um projeto, pois
creem que suas inimigas estarão sempre à espreita prontas
para derrubá-las. Essas desafiadoras estão presas num
mundo de ilusões, por isso sofrem por nunca verem nada do
que desejaram se cumprir. Enfim, nenhuma das miragens
que a prostituição proporciona é digna de ser levada a sério.

56
Nível profundo

As constantes falhas refletem a dificuldade que é ter de


trabalhar todas as noites para sobreviver, já as intrigas com
as outras transformam o ambiente em algo bastante nocivo.
Tentando encontrar o problema, quanto mais pensam,
menos se encontram. Se perdem em milhares de respostas
para uma única questão e conclusão que é bom, nada!
Entrando em discussões intermináveis, sempre com
assuntos inacabados, a solução nunca chega e quando vem,
não leva a lugar algum, sempre traz mais dor. As desafiadoras
não conseguem fazer uma única coisa que no final dê certo.
Ficam tão perturbadas, que tudo que fazem é para
confirmar suas alucinações. Como um louco elas veem,
sentem e interagem com coisas que ninguém mais enxerga.
Isso resume o dia a dia das desafiadoras vítimas da loucura.
Se recebem ajuda, a loucura atrapalha a tal ponto que
a saída ganha vários personagens e itens que não compõem o
cenário real. Por isso, acreditam numa coisa e acontece outra,
simulam ver algo, mas a visão nunca é confirmada por ação.
Elas preferem acreditar que o problema está lá fora e não
dentro delas.
Nunca conseguindo enxergar a saída da prostituição
como ela realmente é, já que distorcem tudo, se fixam demais
em recursos imaginários que acreditam ser importantes para
serem livres. Mas os itens projetados as aprisionam mais
ainda na prostituição, pois para consegui-los é travada uma
57
luta eterna e sempre perdida, já que eles só existem no campo
da ilusão.
Às vezes, as desafiadoras têm momentos de sobriedade
e não sabendo como e quando irão sair da noite, caem em
lágrimas. Pois, em seus corações, até suas partidas dependem
de dinheiro e sem ele, não tem como sair e essa é uma das
maiores alucinações geradas na noite. Vocês não precisam de
dinheiro para sair, entendam isso!
Por fantasiarem demais, nunca conseguem sair do
lugar. Até imaginam uma trilha que nunca de fato
percorreram e mesmo a realidade mostrando que estão há
muito tempo paradas, suas fantasias insistem em dizer que
não.
O que as prendem na noite é a demência e os roubos
que cometem. E ainda, é nos piores dos estados mentais que
tentam fugir da prostituição. Desenham fugas e percorrem
por trilhas imaginárias, seguindo em direções contraditórias
que em nada corresponde com a realidade e afirmam ser a
porta de saída, mas sempre tropeçam e se deparam com a
triste realidade que tudo não passou de uma mera fantasia.
O perigoso nisso tudo é que a mulher age acreditando
que é real. E acreditar na ilusão causa uma dor muito grande
no coração, principalmente ao atribuir todos os recursos
nela. Essas desafiadoras nunca sabem para onde estão
seguindo, pois, seus corpos agem contra si, simulando sinais,
incluindo mais fantasias em suas jornadas, que as afundam e
as fazem perder a sobriedade do que é importante nesse
58
mundo. Elas caminham por uma trilha imaginária. Enquanto
isto, a realidade lhes apresenta obstáculos dos quais
raramente podem ver como realmente são, pois seus olhos e
sentidos oferecem uma descrição errada sobre tudo.
Desistindo completamente de tentar, se prendem em
um sonho. Podem envelhecer na prostituição esperando por
algo que as tirem de lá. Seja um casamento, a loteria ou
algum milagre, o repentino acontecimento que mude tudo é
seu último sonho. E nesse dia, esperam obter coisas que
mudem totalmente seus destinos.
Mas quando esse momento chega, elas não conseguem
enxergar claramente o que está acontecendo, já que projetam
milhares de fantasias na realidade e com isso perdem a
chance de partir. A loucura reinou sobre a sobriedade e o que
ocorreu nesse dia será um mistério.
Depois de tentarem de tudo, uma hora se rendem à
prostituição e seus corpos assumem a identidade de sua nova
condição. Ao perceber que ninguém irá buscá-las, utilizam de
seu último recurso para se libertar, esperando por um
milagre que possa libertá-las ao menos na velhice ou na
morte.
Mas infelizmente, com tantas acusações, as
desafiadoras se prendem energeticamente à prostituição,
pelos ataques que praticaram ou por terem sidos acusadas
por outras sem motivos reais. E isto não as deixam serem
livres nem no momento da morte! O milagre não existe para
quem tem pendências com o outro.
59
Todas as mulheres têm uma dose de loucura! Raras
entendem que não podem controlar quando e como irão
partir. Todas mudam de planos como quem troca de roupa.
Nem todas são egoístas e isso ajuda muito, pois roubar é um
crime e não vale a pena atacar quem lhe tira.
Vocês ainda não têm consciência do peso de uma
acusação! Fujam das acusações e do egoísmo, pois esses dois
erros causam destruição que vão muito além da prostituição.
Muitas mulheres sofrem por serem acusadas de crimes que
nunca cometeram.
Quanto ao acontecimento repentino, ele existe e
somente a sobriedade e um coração limpo fará com que seja
percebido. Não precisam ter medo de acreditar nisso,
somente tenham cuidado com as projeções e tratem antes da
loucura. E quando esse dia chegar, ficará claro feito água e
saberão que é o momento de ir. Esse é o melhor impulso. E
chamo o acontecimento repentino de o Dia.
Quanto as que vão ficar, responsabilidade é o que resta.
O erro dos loucos é acreditar no mundo das aparências.
Aceitem que, por consequências de seus atos, poderão
morrer aí. Porém, não deixem que a loucura do mundo lhes
impeça de serem livres, nem na morte. Use deste último
recurso para o último impulso e conquistem a liberdade que
não puderam em carne, pois agora sabem que também são
amadas.

60
Observações

Há muito tempo a humanidade perdeu totalmente a


credibilidade para falar do que é sagrado, divino e iluminado
e essas palavras são tão vazias e venenosas que devem ser
ignoradas. A ideia de que as desafiadoras são condenadas é
tão irrelevante, que agora será totalmente desconsiderada,
pois é necessário muito mais que isso para que sejam
negadas! O mal que a noite causa em uma mulher é tão
grande que parece condenação, porém não é, este é o mal da
prostituição e não uma condenação real.
Toda a construção que temos sobre a “espiritualidade”
que cerca a prostituição foi um ato de loucura. Infelizmente,
a ausência de sobriedade da humanidade tentou tirar a
possibilidade de encontrarem a paz até em suas mortes. O
mundo as acusou, contra o que ou porque, não sei! A
humanidade passou tanto tempo acreditando em suas
alucinações que já não sabe o que é real, nem mesmo o mal
que fizeram a vocês.
De qualquer forma, todas as acusações que caíram
sobre vocês no passado estão sendo retiradas. Ignorem os
loucos, eles não sabem o que falam! A realidade é só uma:
não existem acusações verdadeiras pairando sobre vocês,
nenhuma, senão a própria loucura da humanidade que deve
ser perdoada. A única certeza que podem ter ao conquistar a
sobriedade, pois também são loucas, é das ações que terão de
tomar para não voltar aonde estão.
61
JULGAMENTO

62
63
Nível superficial

A aparência é um dos primeiros motivos que fazem as


mulheres receberem limites dentro da prostituição que inclui
preços, lugares e quais tipos de clientes podem almejar.
Sendo jovem ou não, estando um mês ou dez anos na
prostituição, receber o julgamento é inevitável.
De um lado temos as opressoras e do outro as
oprimidas, ambas carregando a verdadeira essência do
inimigo, o julgamento. Para as oprimidas, a prostituição já dá
um limite, um muito baixo comparado às outras. Em termos
tanto físicos como emocionais é muito difícil, pois pisam na
prostituição sentindo dor
Quando são de traços não-definidos, são lançadas nas
linhas da inferioridade. Se são de traços-definidos, são
lançadas na linha da superioridade. Dentro dessas linhas
competem com outras que recebem o mesmo tratamento.
O que ocorre dentro dessas linhas é o que chamo de
hierarquia. A mais bela se torna opressora e a mais feia,
oprimida. O que nenhuma percebe é que opressora ou
oprimida, ambas são puro julgamento. E aqui temos o
primeiro erro: o julgamento.
A aparência é o primeiro alvo do julgamento. Isso faz
com que uma julgue a outra por questões estéticas e as
oprimidas aceitam esse julgamento, concordando, de fato,
que não são tão belas como gostariam de ser. Os homens
também aderem esse erro, oferecendo tratamento
64
diferenciado para as mais belas e não deixando outra opção
que não seja rebaixar as oprimidas. Isso reforça a ideia que
são inferiores às outras.

A idade é o segundo alvo do julgamento que determina


início, meio e fim. Quanto mais velha for a mulher, mais
vítima de rejeição será. A tabela determina qual preço deve
pedir por sua idade e estado físico. Neste quesito, tanto
opressora quanto oprimida são julgadas pelo mundo da
prostituição e infelizmente elas aderem ao erro, apontando o
dedo na face das que julgam serem inferiores.

A prostituição dá um limite que só pode se excedido se


evoluírem esteticamente. Se não evoluírem, são lançadas em
padrões cada vez piores. Mesmo que tentem impor o preço
que acreditam merecer, muitas vezes viram motivo de piada,
afinal, na mentalidade da prostituição: “uma mulher feia
assim, não vale isso, no máximo...” O erro das oprimidas é
aceitar o julgamento, o das opressoras é gostar de impor
limites.

De tanto aceitarem o julgamento, sentem-se


inferiorizadas. A autoestima vai lá em baixo e isso as fazem
serem extremamente sensíveis, que engolem o choro quando
estão se prostituindo, mas ao chegarem em casa se
desmancham em lágrimas. Não apenas isso, o tratamento
que recebem dos homens é tão degradante para a condição
humana, que segurar o sofrimento que sentem na interação
é quase impossível.
65
Por serem rejeitadas com frequência, vão guardando
mágoas que ficam escancaradas no corpo, nos olhos e nas
expressões. A prostituição, tratando-as como inferiores, faz
atrair os homens mais decrépitos e as situações mais tristes
de se ver nesse meio.

O corpo, tratado com desrespeito, vira deposito de lixo.


As partes intimas são tocadas pelos homens antes mesmo de
saberem seu nome. Aliás, eles nem fazem questão de saber.
Fazem tudo que querem e depois vão embora, sem olhar para
trás, sem terem consciência do mal que fizeram.

As oprimidas, temendo serem expulsas ou perder


dinheiro, já que os clientes sempre têm razão, não fazem
objeções, fingem que se esqueceram e partem para outra.
Repetindo o mesmo ato que fizeram anteriormente, beijam
todos os homens que cruzam, as mãos deles se direcionam
para as partes íntimas e as desafiadoras, inocentes, achando
que fazendo tudo isso conseguirão sair com eles, recebem
uma apunhalada atrás da outra. Os homens, depois de só
faltar enfiar-lhes o dedo no útero, as trocam por outras que
ainda não experimentaram.

Por falta de amor próprio exigem das pessoas um amor


da qual não oferecem a si mesmas. Não amam seus corpos a
ponto de exigirem respeito e percebendo que são trocadas
frequente por mulheres que não sofrem tanto para trabalhar,
sentem-se com a confiança ferida. Depois de terem beijado
trinta bocas, encharcadas de bebida, retornam para casa sem
66
nenhum centavo. Ora mulheres, francamente, quem aceita o
julgamento não deve sentir pena de si mesma. Se valorizem!
Já as opressoras, de tanto sentirem-se melhores que as
outras, passam impor limites nas mulheres que se rebaixam
para trabalhar. Considerando desprezível o que as oprimidas
fazem, se esforçam para nunca precisarem descer tão baixo.
Em seus corações, nenhuma mulher que compartilha
do mesmo ambiente de trabalho deve cobrar metade do que
pedem. E mais, essas mulheres adoram ver as oprimidas se
fudendo nas mãos dos homens. Segundo elas: “mulheres
assim tem que se fuder mesmo, para aprenderem se valorizar
e parar de queimar o filme das outras. ”
Não passa por suas cabeças que também são julgadas
pela aparência e que um dia serão consideras mulheres não
dignas de valerem o que pedem e serão expulsas para se
enquadrarem em um local onde suas belezas e idades terão
um valor “justo”.
Por essa razão, são profundamente primitivas, já que
realmente acreditam que dentro da prostituição existem
hierarquias e que nessa classificação são superiores.
Infelizmente, a hierarquia é usada para gerar caos e
sofrimento. A imposição é forte o bastante para querer dar
preço nas oprimidas e se não obedecem suas “ordens”,
protestam afirmando que merecem ir para “puteirinhos”,
pois lá a concorrência será igual.
Não suportando saber que no mesmo ambiente que
frequentam existem mulheres acostumando mal os homens,
67
estão sempre agredindo as que fazem isso. Por terem certeza
que nunca vão precisar chegar naquele nível financeiro e
comportamental, tentam forçar as outras a se comportarem,
a se vestirem e mais ainda, a aceitarem quanto devem valer
seus corpos. E essa é a parte triste das opressoras, elas
querem dar um preço nas outras, não percebem que estão
sendo vítimas do mesmo ato.
A opressão é tão forte que não precisam conhecer
ninguém muito menos pedir licença para acusar, gritar,
berrar e tentar impossibilitá-las de trabalhar, acusando-as de
serem baratas, jogando em suas caras os maus-tratos que
sofrem com os homens, rindo de suas aparências e etc.
As oprimidas, acostumadas com aquilo, não
compreendem com exatidão porque estão sendo
maltratadas. Os confrontos geram sofrimento dentro da
prostituição para ambos os lados e o terceiro erro surge:
sentir-se injustiçada.
As opressoras sentem-se injustiçadas pelas coisas que
as oprimidas fazem, já que, segundo elas, isso atrapalha e
suja o ambiente de trabalho, pois acostumam mal os clientes
que depois só querem pechinchar. Com isso, creem que não
ganham dinheiro suficiente, porque os homens querem
pagar barato e ficar pegando demais em seus corpos, não
estando dispostos a pagarem por isso.
Já as oprimidas sentem-se injustiçadas por não
conseguirem trabalhar em paz. Os olhares que recebem de
repressão faz com que o ambiente de trabalho seja palco de
68
pura dor. Fora que elas acreditam que se as outras
desafiadoras chegassem em um preço mais em conta, elas
teriam condições de disputar os melhores clientes, sem
precisarem sair com homens tão decrépitos.
Elas dificilmente entendem que mesmo que se igualem
nos preços não teriam condições de disputar, já que suas
aparências e idades são alvo de julgamento, especialmente
pelos clientes que procuram as desafiadoras mais belas. Além
disso, as oprimidas culpam as opressoras por cobrarem caro
demais e assim espantam os clientes com suas exigências
absurdas, o que os fazem irem embora sem deixar nenhuma
brecha para tentarem.
Atravessar a porta da prostituição e se deparar com o
julgamento significa estar pelos cantos, de cabeça baixa, onde
um único olhar é capaz de derrubar qualquer chance de
tentar buscar o sustento necessário para a sobrevivência. O
sorriso é comprometido, os olhos lacrimejam e as pernas
ficam bambas... Nervosismo? Não! É o julgamento!
Opressoras ou oprimidas, esses são os três erros
gerados na prostituição sob a influência do julgamento e a
melhor forma de lidar com ele é com amor e compreensão.
Para as opressoras, a compreensão e para as oprimidas, o
amor.
• Julgamento
• Aceitar o julgamento ou impor limites
• Sentir-se injustiçada

69
Nível intermediário

Uma ação influencia outra já que a fonte que alimenta


ambas é a mesma. Os erros de impor limites e aceitar o
julgamento, simultaneamente, direcionaram os homens
aderirem à prática. As opressoras, acreditando que tais erros
nunca iriam afetá-las, foram atingidas na mesma proporção
que as outras.
Agora a questão é: quem começou a impor preços e
limites julgando os corpos? Homens ou mulheres? Isso não
importa muito, o que vale é que tanto opressoras como
oprimidas aceitaram e esse foi o problema, no entanto estes
dois erros tornaram a prostituição um local de homens
decrépitos.
O erro de negociar é comum nesse meio, o que leva
muitas opressoras pensarem o quanto é ofensivo quando um
homem tenta lhe dar um valor sempre tentando rebaixá-la.
Afinal, porque não aumentar? Ao se tratar da prostituição a
palavra desconto faz parte da negociação
As oprimidas, acostumadas a terem seus corpos
desvalorizados, pedem o que acham que valem e esses
valores são sempre os mais baixos do ambiente que atuam,
pois além de pedirem um valor baixo, os homens ainda
reduzem pela metade.
Pelo julgamento, sentiram que não poderiam
ultrapassar, pois estariam em igualdade com mulheres
consideradas superiores e não seriam capazes de competir.
70
Na concorrência, pelo mesmo valor, as mais belas saem
ganhando. Mas quando a preferência é por algo em conta,
elas saem na frente.
Os homens, acostumados a pagar por questões
estéticas ou por mulheres fogosas, raramente indo além
desses quesitos, contribuíram para que mulheres de
personalidade sejam raridade na prostituição, já que uma
personalidade forte é logo degenerada pelo julgamento,
perdendo totalmente seu valor.
O auge da doença chega quando as desafiadoras
acreditam que a beleza é o que determina seus lugares no
mundo e na prostituição. Mas nenhuma beleza é mantida por
tanto tempo, o que quer dizer...
Esse inimigo as tornou indignas de respeito, tanto
pelos homens que frequentam, quanto pela sociedade. A
aparência e idade sendo alvo de julgamento fez com que
muitas desafiadoras que não se incluíssem nas linhas
superiores fossem rebaixadas para sobreviver.
Os homens, observando que isso era comum, que
naturalmente as oprimidas se aproximavam e ofereciam seus
corpos sem exigir nada, entenderam que isto era natural. Se
esfregar, beijar e pegar nas partes íntimas foi considerado
uma prática marcante e normal dentro da prostituição, ainda
que no fundo seja pura violência.
Muitas desafiadoras sentem-se injustiçadas por
receberem o tratamento de um mero produto descartável,
que enquanto é tocado é desrespeitado e depois de usado é
71
ignorado, sem nenhuma recompensa final pelo “uso”. Tanto
que se os homens não recebem esse tratamento, as mulheres
são facilmente descartadas. E aí está o ponto, as opressoras
são descartadas por não serem como as oprimidas.

Elas ficam completamente coagidas quando os homens


exigem delas um contato que prove que existe sintonia de
pele. Elas não sabem como tornar a esfregação algo comum,
de tal forma que não suportam serem tocadas por homens
decrépitos e fogem deles. Mesmo elas não querendo sentir a
dor das oprimidas, sentem através dos clientes.

Ao invés dessa experiência gerar compreensão, causa


ódio, fortalecendo a crença que os homens estão assim por
causa das oprimidas que liberam tudo sem cobrar nada ou
pedem um valor miserável pelo programa.

A conclusão final é deprimente, as oprimidas são vistas


como imundas, já que refletem com maior força o tratamento
que recebem e as opressoras despertam o sentimento de
pena, quando estão sujeitas a mesma coisa, já que ficam
claramente desconfortáveis com a situação.

O sentimento de nojo e pena vem de seus semelhantes,


que observam uma cena tão comum dentro da prostituição:
os maus-tratos. As que aceitam, são consideradas nojentas e
as que negam, despertam pena. As oprimidas, não sabendo
como conquistar seus sustentos que não seja dessa forma,
aderem ao erro de arrastar o homem pelo tesão e submissão,
como arma de trabalho.
72
A visão desperta nojo na maioria dos homens que estão
observando o ambiente, pois não suportam uma mulher que
escancaradamente beija todos que se aproxima e para eles é
inaceitável tocar numa mulher tão “rodada, cheia de
doenças”. Elas também são descartadas, por não serem como
as opressoras. Curioso, não? Estão sempre em situações
idênticas, em que uma está conduzindo o passo da outra.
As opressoras esperam que antes de serem tocadas ao
menos tudo esteja acertado. Esse não é o caso das outras, que
aproximam-se esperando que os homens as toquem e se isso
não ocorre, acreditam que nada está garantido.
Provavelmente quando cruzam com alguém que sabe
respeitá-las ficam desconfiadas, pois não estão acostumadas
com esse tratamento.
A maioria dos homens que tocam as mulheres
oprimidas raramente saem com elas. Estão tão adaptadas a
fazer um pré-sexo para garantir o sexo, que não sabem como
reagir ou lidar com homens que as respeitam como mulheres.
São tão despreparadas para isso que se assustam e ficam
totalmente coagidas, sem reação, tentando forçar um contato
íntimo para serem aceitas.
A energia de ambas se fundindo à egrégora noturna
traz dificuldades cada vez maiores para trabalharem e isso
força as opressoras aceitarem, aos poucos, coisas que antes
não topariam. É isso, ou passar fome.
As oprimidas, percebendo que as opressoras estão se
igualando a elas, se rebaixam para não perderem o sustento.
73
E assim, uma vai puxando a outra para o buraco. É nesse
nível que as coisas seguem pela prostituição, pois ao se tratar
do julgamento, o estrago é inevitável.
Não importa onde e como, sendo luxo ou trash, esse
padrão é igual dentro da linha da superioridade ou da
inferioridade. O corpo se torna realmente prisioneiro quando
as desafiadoras precisando sobreviver, destroem o próprio
espaço de trabalho e ajudam afundar as outras para se
manterem, além é claro, dos homens afundá-las e serem
destruídos por isso. Se tornam tão imundos que já não sabem
como tratar as desafiadoras. Eles criam um tratamento
diferenciado, que inclui suas esposas e mulheres de seus
círculos de convivência e as desafiadoras.
Obviamente, o ponto principal não são as mulheres e
sim as “prostitutas”, para eles, mulheres e prostitutas não são
a mesma coisa. Muitos homens entram na prostituição com
essa visão: “as desafiadoras são inferiores às mulheres que
não se prostituem. ”
Pois, até um homem que se casa com uma desafiadora
a trata diferente. Por isso, muitas mulheres não querem se
envolver com homens que sabem quem são, pois serão
tratadas de forma inferior.
A prostituição vira um depósito de lixo para esses
homens, onde eles liberam suas vergonhas e segredos mais
íntimos, coisas que sabem que se exporem serão vítimas de
julgamento. Esses homens, por terem a visão de que elas são
inferiores às outras, se sentem mais à vontade para liberarem
74
seus lados mais sombrios ao fazer coisas que jamais fariam
publicamente. Na cabeça deles: “foda-se o que fazer aqui, não
estou afetando ninguém. ”
Não pensam como elas vão receber aqueles atos, se
estão aceitando por necessidades maiores. Eles não
percebem que fazendo o que bem querem, estão ferindo
mulheres. Na cabeça deles são apenas corpos descartáveis, e
nisso, trazem todo o julgamento do mundo para dentro da
prostituição.
As oprimidas, tanto como as opressoras, aceitam
serem usadas como depósitos de descarrego e a interação
com esses tipos de homens são sempre as mais doloridas,
pois são incrivelmente nojentos!
As próprias mulheres de fora ajudam a alimentar esse
julgamento, já que muitas sentem nojo ou pena das
desafiadoras, ou simplesmente ignoram suas existências.
Infelizmente, no mundo inteiro, todos somos julgamento.
Esses dois sentimentos, nojo e pena, também são frutos desse
inimigo e causam dor.
Aceitar o julgamento dos homens e de outras mulheres
fora da prostituição destruiu completamente a força que
precisariam para exigir seus lugares no mundo como iguais e
dignas de respeito, de tal forma que os homens entram na
prostituição e geram rivalidades, arrastando a si mesmos
para o buraco, junto de tantas outras desafiadoras e suas
esposas. Além disso, se estão em companhia de uma
desafiadora, abrem espaço para as outras através dos
75
olhares, diálogos e toques, de que estão disponíveis para
serem disputados.
As desafiadoras, temendo a competição, fazem tudo
que podem para chamar a atenção dos clientes, já que sabem
que basta um único olhar para fazerem com que as outras
pensem que também tem uma chance e entrem na disputa. E
isso é o suficiente para gerar confrontos, forçar as mulheres
a se rebaixarem e brigarem entre si.
Esses homens decrépitos ajudam alimentar o conflito,
a dor e sofrimento nesse lugar, pois não sabem as tratar como
mulheres! Oprimidas e opressoras, estão sempre se
encontrando e lutando entre si, pela sobrevivência e por
espaço.

76
Nível profundo

De tanto cruzarem com os homens mais decrépitos da


prostituição, todas as mulheres vítimas desse inimigo são
conduzidas a ir mudando aos poucos, abrindo mais espaço,
permitindo toques e etc. Todas as desafiadoras deveriam
evitar esses homens.
O fato de tratarem mal as outras, negociar preços e
ficar pegando sem pudor já são motivos para ignorá-los.
Perder dinheiro vai ferir menos do que toda essa situação.
Uma deve proteger a outra evitando ajudar fortalecer esse
tipo de coisa na prostituição. Esse é o amor que nunca existiu
entre elas.
O segredo desses homens decrépitos é que são um dos
motivos que prolongam os anos das desafiadoras na
prostituição. Quanto mais saem com eles, maior será a
duração nesse lugar. Há uma verdade profunda nessa
afirmação. Por eles ajudarem estimular as rivalidades,
decaem todos juntos, pois também intensificam os erros
gerados pelos outros inimigos.
Todos os erros que citei nos tópicos anteriores, esses
homens estimulam as desafiadoras cometerem, por isso,
fazem com que os anos na prostituição sejam maiores, devido
as consequências. Curioso, não? Muitas desafiadoras
acreditam que quanto mais clientes tiverem, mais fácil
sairão. Mas, o segredo é o oposto, quanto mais Nãos, menos
tempo na prostituição.
77
A energia, por estar fundida à egrégora noturna, atraí
para si todo o julgamento que flui nesse lugar. Mesmo que as
desafiadoras recebam ajuda para sair, o fato de se arrastarem
pela prostituição pesa e muito, pois a força foi comprometida.
As coisas fluem no mundo e as deixam para trás, dando a
sensação que nada ocorre para elas. Porém, a sensação de
estar próxima ao abismo é intensa o bastante para gerar
medo e depressão.

Essas desafiadoras são as únicas que nunca tentam sair


da prostituição, já que não conseguem se movimentar até a
saída ou manter um sonho por tempo suficiente para realizá-
lo. Os hábitos das prisioneiras desse inimigo se resumem a
ficar no chão, chorando, esperando que alguém tenha
piedade e as leve para qualquer lugar. Ou então, ficam
resmungando pelo o que não acontece, já que não tem forças
para fazer as coisas acontecerem.

As oprimidas, se tornando mulheres dependentes,


estão sempre prontas para casar-se com o primeiro homem
que aparecer pela frente. E o motivo de não conseguirem é
porque seus corpos refletem um sofrimento tão grande, que
afastam todas as pessoas que se aproximam. Já as
opressoras, por serem violentas demais, são difíceis de se
conviver. Por isso, terminam abandonadas. Ambas
experimentam a solidão de envelhecer sozinhas!

Sejam opressoras ou oprimidas, são derrubadas pela


depressão. Podem passar semanas ou meses sem aparecer na
noite e quando precisam de dinheiro, retornam com um
78
grande esforço, quase que sendo arrastadas. A prostituição é
um lugar tão degenerativo, que só vão para ganhar o
necessário para ficar o resto da semana em casa, sem fazer
nada, quando não, se lamentando. Já que, quanto mais se
prostituem, maior a carga.

A dificuldade de movimentar o próprio corpo faz cada


passo ser muito cansativo e inseguro. Os olhos lacrimejam,
isso afasta os clientes, já outras mulheres que veem aqueles
olhos brilhantes e tristes pensam: “que mulher
sobrecarregada. ” No fundo, todos temem pegar um pouco
dessa dor. Já as opressoras, por terem uma postura
intimidadora, estão sempre caminhando na defensiva,
sempre prontas para atacarem quando for necessário e isso
também gera medo e afasta os outros.

No coração dessas mulheres foi considerado


impossível sair e para elas chegarem a essa conclusão
certamente viram seus sonhos desaparecerem, coisas que
lhes enchiam o coração de alegria sumirem, tudo no instante
que alguém julgava ou quando elas próprias pensavam.

Elas tiveram que rebaixar cada sonho devido à falta de


condições para realizá-los ou até mesmo tiveram que
esquecê-los, pois não tinha nada para levá-los adiante, já que
acreditaram cegamente que haviam limites que nunca
poderiam exceder. E quando as desafiadoras aceitam que
nunca poderão sair, a prostituição se mostra mais claramente
como realmente é: um inferno. O mundo é de uma escuridão
profunda, pesada e nociva e aonde vão, enxergam dor.
79
Para elas, sair da prostituição é encarar um mundo
muito pior, onde elas quase não terão oportunidades de se
reerguerem, ou seja, uma chance de sobreviver! No fundo, a
maioria das vítimas desse inimigo desejam a morte e por um
motivo muito belo conseguem resistir, pois o julgamento
realmente mata.
O sofrimento que esse inimigo causa, nenhum dos
outros que citei acima se igualam. O julgamento fere. Sendo
uma energia mundana, todas as pessoas têm uma dose alta
dele. Aqui, a única coisa que posso dizer é: Amor.
Porém, sem hipocrisia, não adianta fingir que ama,
quando o corpo acusa rejeição. O amor deve fluir do corpo e
isso é o suficiente para mostrar a saída a TODAS. E essa é a
saída: 14 erros que devem ser evitados ou corrigidos. E
quando conseguirem, estarão livres da prostituição.

80
Observações

A prostituição é um local que recebe muita opressão,


por mais que a humanidade tente disfarçar, no fundo, sente
desprezo pelo que as desafiadoras fazem. Os opressores
oprimem aquilo que não aceitam, tentando destruí-lo até que
esta suma ou que fique bem longe de seus olhos.

O julgamento é tão cego em sua conduta que para


continuar oprimindo justifica ter uma superioridade da qual
não tem e não existe. Portanto, todos os julgamentos que as
desafiadoras receberam são nulos, porque o julgamento não
é uma LEI! Nunca foi e nunca será e quem o pratica não está
fazendo justiça e sim cometendo o mal. Temos uma
infestação deste inimigo em que ninguém escapa de sua
predação. Os tais “senhores” da lei não sabem o que é Lei!

81
As quatro mentiras

82
Assim como nos tempos antigos entrar na prostituição
hoje significa não saber com o que se vai lidar e tampouco se
um dia irá sair. O tempo que cada desafiadora tem para
tornar-se consciente da própria situação varia e dependendo
desse tempo, pode ser tarde demais.
Muitas, levam décadas para se darem conta que não
conseguirão sair, outras, já nem tanto tempo assim, mas
mesmo conscientes de que são prisioneiras, não sabem o que
podem fazer para sair da prostituição.
Pelo simples desinteresse das próprias desafiadoras e
do restante da humanidade, o que ocorre dentro da
prostituição tem permanecido um grande mistério.
A complexidade que atribuíram a este lugar fez com
que sua realidade permanecesse oculta e assim muitas
mulheres sucumbiram sem poder lutar pela própria
liberdade de um dia se verem livres, já que a prostituição é
considerada por elas um “vício” difícil de largar.
A humanidade permanece indisposta em
compreender a prostituição e se mantém interessada em
abafar um problema que é incapaz de resolver, sem ao menos
entender o porquê dessa impossibilidade em ajudá-las.
Pois, quando alguém não consegue ajudar seu próximo
é melhor desconfiar estar em situação parecida. As
desafiadoras se tornaram uma parcela da humanidade que
foi esquecida, ignorada e considerada irrelevante demais
para receber atenção.

83
O coração de uma desafiadora tem sido um mistério
indecifrável. As poucas informações que se tem por aí são tão
superficiais que ao mesmo tempo que evidenciam um
problema complexo, reforçam a ideia de que existe um
desafio que ninguém conseguiu resolver, que só de pensar,
emerge um sentimento de impotência. Como pode existir um
problema que se mostra tão claro, mas que ninguém
consegue resolver?
Para muitos, a prostituição tem sido um tabu e mesmo
a humanidade agindo como se não houvessem semelhanças
entre os dois “espaços”, elas são evidentes e é um engano
separar os erros que ocorrem na prostituição com os que
ocorre fora dela.
E por este motivo, por a prostituição ser considerada
um vício para aquelas que usufruem de seus “benefícios” e
um tabu por aqueles que a observam, direi quais são as
quatros mentiras que são como os alicerces da prostituição, e
porque essas mentiras foram importantes para tornar este
lugar forte a ponto de nascerem e morrerem civilizações e ele
continuar intacto.
Existem quatro mentiras que são contadas por todas as
pessoas que estão dentro da prostituição, são elas:
• afirmar que estão na prostituição por que querem
• afirmar que gostam do que fazem
• afirmar que estão conseguindo progredir
• afirmar que um dia vão conseguir sair com a mesma
facilidade que entraram
84
Primeira mentira

É raro escutar desafiadoras afirmarem que não


suportam se prostituir. Mas no fundo é isso que querem
dizer. Elas desprezam a prostituição e se pudessem, nunca
mais voltariam. Ainda assim, mesmo sabendo que não
conseguem sair e que já não aguentam mais frequentar
bordéis, elas fingem que gostam, que estão ali porque
querem, pois, convenhamos, deve ser difícil assumir a
verdade quando esse parece ser o único meio de sustento.

As desafiadoras repetem tanto a si mesmas que gostam


do que fazem que algumas até acreditam nisso e mesmo o
corpo enviando sinais de desprezo, elas ignoram para
continuarem mentindo em nome do dinheiro que recebem.

Quando o corpo já reflete todos os males da


prostituição e elas se tornam conscientes que não conseguem
sair, ainda assim continuam fingindo e defendendo a noite,
porque no fundo sabem que dependem dela.

Dizem que ainda estão na prostituição porque querem


e que o tempo de partir não chegou, mas a verdade é que esse
prazo já venceu há muito tempo, mas nenhuma tem coragem
de assumir.

Além de mentirem para si, mentem para os outros e


por causa desse ato aparentemente inofensivo, a
humanidade passou a acreditar que ali não havia um
problema real, já que todas fingem estar na prostituição por
85
escolha própria e não porque alguma coisa, que não
conseguem compreender, as forçam ficar.
Para quem escuta isso desde os tempos antigos é muito
fácil aceitar essa mentira como verdade, já que são mentiras
frequentemente repetidas e isso poupa a humanidade de ter
que se preocupar com esse grupo de mulheres “perdidas”.
A humanidade já tinha muito o que fazer pelos
doentes, pelos idosos, tinha de combater o crime e isso e
aquilo, portanto, nunca houve um interesse genuíno em
ajudar mulheres que pareciam tão distantes da “sagrado”, da
vida social e que ainda por cima “admitiam” gostar do que
faziam, fingindo estar sob o controle.
A humanidade não queria incluir as desafiadoras num
programa sério que ajudasse combater a prostituição, seja no
meio social, seja no meio “espiritual”. Simplesmente, todos
ignoraram e as deixaram à própria sorte, ocultas no dito
“submundo”.
A primeira mentira fez com que todas as desafiadoras
se calassem, até mesmo pelo fato de que assumir a verdade
poderia significar mais sofrimento do que consolo, em que
seriam consideradas um fardo por aqueles que realmente não
sabem lidar com mulheres que querem e precisam sair da
prostituição.
Simplesmente é duro reconhecer que não gostam do
que fazem quando se sentem forçadas a continuar fazendo. O
próprio coração negou a verdade para tornar menos difícil a
permanência nesse lugar e facilitar o dia a dia na
86
prostituição. Ficou quase impossível para a humanidade
reconhecer o problema já que as próprias mulheres o
ajudaram ocultar.
Afirmar que estavam se prostituindo porque queriam,
ajudou camuflar a realidade de que a prostituição é uma
prisão sem grades. Por isso, este lugar não merece ser
defendido.
O que todas as desafiadoras gostariam de dizer e não
conseguem é: “eu odeio a prostituição, esse lugar é uma
merda, me tirou tudo, me destrói aos poucos, eu não suporto
esse lixo de lugar, imundo. EU NÃO ESTOU AQUI POR QUE
QUERO, SIMPLESMENTE EU NÃO CONSIGO IR
EMBORA. ”

87
Segunda mentira

Gostar do dinheiro é muito diferente do que gostar dos


meios de obtê-lo. As desafiadoras realmente gostam do
dinheiro da prostituição e isso contribui, e muito, para
segurá-las, porém, se elas realmente pudessem responder
como gostariam de ganhar esses valores, iriam responder:
“sem sexo, ou que seja muito rápido e que os clientes não
fiquem enchendo o saco. ”

As desafiadoras não são boas de cama e quem diz que


são está mentindo, da mesma forma que os homens que as
procuram não são, nem suas companheiras, aliás, nesse
mundo que habitamos raros sabem fazer sexo.

Temos transas ruins por todos os lados e como as


pessoas estão acostumadas com isso, as desafiadoras
precisam ter um diferencial que as fazem serem consideradas
profissionais e boas no que fazem, que no fundo é aceitar
algumas coisas que as namoradas e esposas não fariam.

Mas isso não quer dizer que são boas de cama e que
gostam das relações sexuais que costumam ter com os
clientes, se isso fosse verdade não reclamariam tanto deles.
Para os homens que as procuram, elas não têm gosto e os
homens para elas, fedem!

Como um sexo assim pode ser bom? Dizer que gosta do


que se faz é o mesmo que afirmar que gosta de trepas
horríveis e aqui temos uma mentira escancarada.
88
Gostar de sexo ruim ninguém gosta! Mas como esse é
o meio de se obter sustento é melhor fingir ter um diferencial
em relação às demais mulheres e que além disso sentem
prazer, porque se os homens por acaso se darem conta que o
sexo pago é uma merda e que são incapazes de fazê-las sentir
prazer, eles certamente não procurariam seus serviços. E aí,
como iriam sobreviver?

As desafiadoras realmente sabem que os homens


transam mal, por isso a grande maioria passa odiá-los ou
perdem totalmente o interesse em relações afetivas. Elas
sentem na pele todos os dias quando os homens tocam suas
partes intimas de qualquer jeito e sem nenhum cuidado com
a higiene, num sexo açougueiro e desprovido de qualquer
respeito.

Para lidarem com isso, reprimem qualquer instinto de


prazer e evitam sentir e pensar qualquer coisa, numa
tentativa de afastar a consciência da pele para que essa não
seja tocada tão grosseiramente por um decrépito. Se tornam
indiferentes aos maus-tratos e abusos que ocorrem em
relações sexuais tão ruins, porque sinceramente sexo ruim é
realmente uma violência.

Esse silêncio fez com que a humanidade tivesse certeza


que elas realmente gostam do que fazem, porém, essa foi a
forma que encontraram para lidar com o sofrimento. Mas, se
observarem qualquer desafiadora, elas estão mais
interessadas no dinheiro do que no prazer, então, o correto
89
seria dizer que elas gostam do dinheiro e não dos meios que
praticam para obtê-lo.
No final, a maioria das desafiadoras se tornam
ausentes de qualquer sensação, o corpo quase não reage ao
toque e por não sentirem, conseguem resistir às trepas
incrivelmente difíceis e ainda fingem que estão sentindo algo
que de fato não conseguem, tanto que muitas perdem o
interesse sexual por qualquer homem e sexo pago é o único
meio de “prazer”, já que segundo elas, se for para ter uma
trepa ruim, melhor que seja paga, mas, para quem não sente,
qualquer sexo é ruim. Curiosamente, as mulheres que mais
fazem sexo são as que menos sentem prazer, irônico não?

90
Terceira mentira

A prostituição é um lugar que movimenta valores


muito altos mas para onde esses “rendimentos” vão? Onde é
investido? Ninguém sabe, nem mesmo as próprias mulheres
que usufruem deste recurso sabem.
O dinheiro da prostituição é um fantasma ou tem
vontade própria, ele não é o controlado e sim o controlador,
eu diria, o verdadeiro cafetão, é por essa razão que
dificilmente se veem mulheres que realmente progrediram
na prostituição.
Muitas desafiadoras confundem ganhar dinheiro com
progresso e a terceira mentira é mais evidente nas mulheres
que já estão há anos na noite e não conseguiram manter nada
do que sonharam ou mesmo semear qualquer coisa com o
dinheiro da prostituição.
Conquistar algo consistente e de real valor está além do
ato banal de possuir aquilo que não é seu e que pode ser
tirado a qualquer momento. Essa não é a situação de alguém
rico de verdade, que está progredindo e sim de uma pobre
que é mantida em sua condição decadente pelas esmolas que
ganha e que quando não tiver mais utilidade, será descartada
para abrir espaço para os corpos mais jovens.
Muitas desafiadoras escondem das outras que estão
falhando, pois reconhecem que ao se tratar de conquistas e
progresso financeiro, o maior preconceito vem de dentro da
prostituição. Elas sabem que abrir o jogo e contar a verdade
91
pode lhe render muitos julgamentos e piadas: “como você
não tem nada? Você ganhava rios de dinheiro? Puta falida! ”
As desafiadoras sabem quais tipos de comentários
rolam quando alguém se depara com o fracasso, com a dura
realidade que apesar dos ganhos, no final, nada se conseguiu
e esse julgamento vindo das próprias companheiras, as
primeiras que deveriam compreender as dificuldades
presentes na prostituição, as forçam se calarem para evitar
qualquer deboche.
E por ser considerado uma vergonha sair ou morrer na
prostituição sem nada que muitas mentem, exigindo de si
mesmas algo que é impossível, que é tornar a prostituição um
lugar digno de se construir e manter um padrão de vida
confortável.
Elas escutam o tempo todo “juntem dinheiro, estudem,
façam isso e aquilo e vão embora”, ou simplesmente criticam
e sentem pena quando se deparam com outras desafiadoras
que não conseguiram realizar nenhuma dessas coisas.
Qualquer desafiadora sabe que é difícil lidar com o
dinheiro da prostituição, ou utilizá-lo para qualquer fim
produtivo, sabe também que se o dinheiro for investido na
permanência na noite, ele se torna mais manejável, mas se
for o oposto, começam a falhar.
Todas elas sabem que o dinheiro da prostituição é
amaldiçoado, não floresce, não rende e quanto mais
utilizado, mais são puxadas para o abismo. Para tentar
provar às outras e ao mundo que não serão só mais uma
92
fracassada na prostituição, exigem o tempo todo de si
mesmas que aprendam fazer algo produtivo com o dinheiro,
mas na prática, caramba... como é difícil.
A prostituição não proporciona nada que ajude de fato
as mulheres progredirem, ao contrário, estimula vários
vícios: dinheiro, drogas, álcool, estimula o fracasso e as
perdas, adoece o corpo e etc., um lugar que assim que as
mulheres entram, se tornam dependentes e não conseguem
sair.
Se as desafiadoras precisam se afundar para ter alguma
coisa, chamem do que quiser, mas isso não é progresso.

93
Quarta mentira

Essa é a mentira clássica da prostituição e a mais


contada. As desafiadoras entram com a certeza que vão
conseguir sair e quebram a cara. O problema dessa mentira é
que além de realmente acreditarem que terão uma chance,
estimulam muitas outras mulheres a entrar, mesmo sabendo
que é extremamente difícil sair.

Essa mentira, mantida pelas desafiadoras, contribuiu


para que tantas outras acreditassem que é fácil sair da
prostituição, o que não é. Mesmo essa mentira caindo por
terra pelos próprios fatos, elas continuam falando e falando,
dando a entender que as dificuldades da prostituição são
geradas pelas pessoas e não pelo lugar em si.

Muitas desafiadoras envelhecem dizendo a todos que


um dia irão sair, que estão se planejando, apenas aguardando
o melhor momento, mas somente elas sabem a quantos anos
estão contando as mesmas mentiras. Seja para clientes,
amigos ou companheiras de trabalho, saem falando que estão
no controle da situação e que logo estarão partindo.

Fazem parecer que a prostituição é um lugar que para


as coisas darem certo as desafiadoras só precisam de foco e
disciplina, quando no fundo muitas sabem que existem
mulheres muito inteligentes, mas que estão em situações
financeiras e compartilhando dos mesmos dilemas junto de
tantas outras que são totalmente desprovidas de lucidez.
94
Independente da mulher ser centrada ou parecer mais
sóbria que as demais, ela enfrentará a mesma dificuldade que
todas as outras. Então, dizer que é possível entrar na
prostituição e sair com a mesma facilidade é totalmente
irracional. O que muda é apenas a forma pessoal que cada
uma lida com essa questão.
Algumas desafiadoras em pouco tempo percebem que
é difícil sair, outras levam anos, algumas percebem só na
velhice. E na hora de resolverem esse dilema, nenhuma tem
uma resposta sólida que possa ser praticada e que dê certo,
porque a partir do momento que a desafiadora se torna
consciente que é difícil sair, a primeira coisa que ela faz é se
calar e a segunda é pedir ajuda aos céus.
Em seguida, ocorrem falhas sucessivas em que os
ganhos diminuem, as relações se tornam mais difíceis e a
sensação do tempo se torna incrivelmente longa, com a
certeza de que estão mais tempo do que deveriam na
prostituição.
Percebam mulheres, entrar na prostituição é fácil,
difícil mesmo é sair!

95
As quatros mentiras como alicerces da prostituição

Agora sabem que a saída da prostituição é o caminho


mais inusitado e desprezado e que apesar de se fazerem de
sonsas, sempre esteve na cara de vocês. Mas por estarem
deslumbradas pelo dinheiro e sob influência dos outros
inimigos, não conseguiram perceber.

Existem duas formas de sair da prostituição, uma é


coletiva e outra individual. A individual envolve os 14 erros e
a coletiva envolve um ataque nos alicerces da prostituição,
que a mantém firme desde sempre, ou seja, são as quatro
mentiras. A saída coletiva envolve contar a verdade, deixando
o que é real bem evidente.

Contar para o mundo que não estão na prostituição por


que querem, certamente fará com que esse lugar receba
alguma atenção, coisa que nunca recebeu e que talvez as
autoridades ou outros grupos tomem alguma providencia,
ainda que essa seja bastante primitiva. Deixar evidente que
não gostam do que fazem, abrirá espaço para que os homens
também percebam o quanto o sexo na prostituição é ruim.

E não importa onde vão, se todas as desafiadoras não


ocultarem este fato, nenhum homem se sentirá confortável
com a situação e irão deixar de procurá-las e assim haverá
uma redução de clientes e consequentemente o vício em se
prostituir se reduzirá e serão capazes de se adaptarem a
outras formas de sustento.
96
A redução de clientes ajudará a lidar diretamente com
o vício no dinheiro, já que a prostituição não proporcionará
tantos rendimentos quanto antes. O desconforto inicial que a
realidade trará tornará tudo tão insuportável que as
mulheres diminuirão sua frequência em bordéis. Pois, tem
duas coisas que fazem uma mulher ir se afastando da
prostituição, uma é a falta de dinheiro, a outra é o grande
desconforto, porém, só isso não basta.
Revelar ao mundo que apesar dos ganhos os
progressos são inexistentes, reduzirá a entrada de novas
mulheres na prostituição e fará com que esse ambiente
pereça aos poucos, pois quanto menor for o fluxo de
mulheres, mais fraca estará a prostituição, já que sem
mulheres, não tem homens e sem homens, não tem mulheres
e sem ambos não existe o dinheiro e sem essas três coisas,
não existe a prostituição.
As mulheres que estão pensando utilizar a prostituição
como meio de sobrevivência devem estar conscientes que sair
é difícil, em que mesmo algumas conseguindo uma
estabilidade financeira temporária os prejuízos são
infinitamente maiores e se muitas optarem por não entrar, a
prostituição se enfraquecerá por falta de público.
Dizer a verdade é essencial mas se não puderem se
unir, que seja. Ainda existe a opção individual e agora já
sabem o que deve se evitar para uma saída definitiva.

97
Observações

Não vale a pena defender as mentiras que correm pela


prostituição, tentando torná-la um jardim, porque isso não
condiz com a realidade. Tais mentiras acabam enaltecendo
algo que é destrutivo em sua essência. A sinceridade poderia
ter as libertado há muito tempo, mas por terem mentido,
ajudaram selar a própria prisão. Se querem derrubar o lugar
que as aprisionaram é melhor perderem o medo e
começarem a falar – que seja a verdade! Derrubem o sistema
para que as mais fracas tenham a chance de lutar!

98
Mapa da prostituição

99
O primeiro inimigo que leva as desafiadoras à
prostituição e força continuarem se prostituindo é o
dinheiro. Ele está tanto dentro como fora da prostituição e
conduz as pessoas cometerem um único erro: o princípio da
adoração. Um erro que já é suficiente para criar uma espiral
de podridão, quase que eterna, em que todas as pessoas são
vítimas de suas maldades.

As desafiadoras só terão clareza para entender o que


aqui é dito quando se depararem com a triste realidade de
que para tudo, absolutamente tudo, vão precisar de dinheiro
e que se movimentar no mundo ou ter a tal da “liberdade”
significa ter dinheiro. Sem ele as pessoas não conseguem
fazer nada, ir a lugar algum, podem morrer de fome ou
apodrecer de doenças, pois para as coisas mais essenciais na
condição humana tudo é pago.

O motivo da prostituição ter sido considerada


desprezível pelo mundo é porque o coração de muitas
desafiadoras ama o dinheiro acima de tudo, a tal ponto que
preferem se afundar num profundo sofrimento do que
abandoná-lo.

E esta adoração é quase como uma afirmação clara de


que querem ficar para sempre na prostituição. Isso faz com
que muitas não consigam sair, porque seus corações estão
totalmente comprometidos com o seu senhor e elas
raramente entendem isso. E essa é a charada que as
desafiadoras sempre vão se deparar quando tentarem sair da
prostituição: a adoração ao dinheiro.
100
O segundo erro, que é entrar na prostituição, gera
outros 14 que estão intimamente ligados a este lugar, por isso
tem o poder de prendê-las. Muitas desafiadoras podem não
ter chegado a cometer todos, mas cinco já são o suficiente
para segurá-las. Para resolver o segundo erro, é necessário
evitar ou corrigir os outros 14. Acreditem, é muita coisa.
Os erros gerados dentro da prostituição já foram
discutidos e fica evidente o que deve ser evitado. Não posso
ensinar como devem agir, apenas posso alertar com o que
devem ter cuidado. São livres para serem quem são.
A intenção do livro é mostrar a saída e não criar
rebanhos, não vou mostrar qual postura devem assumir
diante das adversidades do mundo, porque isso é patético.
Quando estiverem bem próximas à saída, a pergunta certa é:
o que pode me tirar daqui? E não: como vou sair daqui?

101
Os 14 erros

• Consumismo
• Vício
• Mudança de personalidade
• Abandono de projetos
• Excesso de proteção
• Desigualdade
• Ignorar o lugar que habitam
• Excesso de controle
• Mudança de planos
• Egoísmo
• Acusação
• Julgamento
• Aceitar o julgamento ou impor limites
• Sentir-se injustiçada

102
Conclusão

Embora as palavras aqui sejam muito simples, este


conhecimento inicialmente mostrou-se complexo. Não foi
fácil escrevê-lo ou torná-lo tão claro como aqui está. Ao se
tratar da prostituição, isso foi o mais longe que pude ir.
Daqui para frente não haverá mais nenhum livro meu
que irá abordar o que ocorre dentro da prostituição, pois tudo
já está aqui, o restante são informações desnecessárias e
complexas demais para serem compartilhadas.
Por isso, meu compromisso com todas as desafiadoras
termina aqui, porém, pretendo prosseguir com o
conhecimento dos quatros inimigos, o julgamento, a
arrogância, a loucura e o fracasso, já que não faz sentido tocar
neles e não os explicar de forma completa, para além da
prostituição.
O conhecimento não pretende transformá-las em
rebanho, por isso o livro foi escrito de tal forma que não
interfere nas crenças, sentires e pensares de cada uma. É um
conhecimento coletivo e não individual, um conhecimento
mundano e não universal.
A porta está aberta e agora podem se dirigir até a saída
por livre e espontânea vontade. A luta nunca foi e nunca será
fácil e ninguém poderá levá-las até a saída. Porque aqui nada
deve ser forçado. A decisão será sempre de vocês.
E não subestimem a simplicidade desse conhecimento,
porque praticá-lo é mais difícil do que parece.
103
Este livro foi distribuído cortesia de:

Para ter acesso próprio a leituras e ebooks ilimitados GRÁTIS hoje, visite:
http://portugues.Free-eBooks.net

Compartilhe este livro com todos e cada um dos seus amigos automaticamente,
selecionando uma das opções abaixo:

Para mostrar o seu apreço ao autor e ajudar os outros a ter


experiências de leitura agradável e encontrar informações valiosas,
nós apreciaríamos se você
"postar um comentário para este livro aqui" .

Informações sobre direitos autorais

Free-eBooks.net respeita a propriedade intelectual de outros. Quando os proprietários dos direitos de um livro enviam seu trabalho para Free-eBooks.net, estão nos dando permissão para distribuir
esse material. Salvo disposição em contrário deste livro, essa permissão não é passada para outras pessoas. Portanto, redistribuir este livro sem a permissão do detentor dos direitos pode constituir uma
violação das leis de direitos autorais. Se você acredita que seu trabalho foi usado de uma forma que constitui uma violação dos direitos de autor, por favor, siga as nossas Recomendações e Procedimento
de reclamações de Violação de Direitos Autorais como visto em nossos Termos de Serviço aqui:

http://portugues.free-ebooks.net/tos.html

Você também pode gostar