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Prefácio de Mignolo

Modernidade – carga semântica e retórica de progresso – ideia de uma história única e


uma ontologia que a modernidade constrói
Pensar descolonial – descontruir as fantasias que a modernidade colonial constrói

Introdução
Quijano – volta à mariátegui para tirar o marxismo de sua longa prisão eurocêntrica
Colonialidade – resulta numa opressão categorial no campo do saber e da subjetividade,
enquadrando realidades a categorias criadas para o contexto do norte – por quê? Como?
Para quê?
p. 21 – subjetividade que não é separada das condições materiais de existência
Exame situado numa história densa da heterogeneidade histórica-estrutural, sem
recorrer às divisões categorias do pensamento liberal

Colonialidade da história – modernidade e capitalismo começa com a parição da


América como continente e categoria – ideia de uma trajetória de salto para o futuro a
partir da conquista e da colonização
Não admite subalternidade para a América, mas o protagonismo – é central na
experiência da modernidade

Sistema mundo colonial/moderno – criação da América como entidade geosocial foi


essência para o surgimento do capitalismo – colonialismo, etnicidade, racismo e o
conceito de novidade
Independências – não desfizeram a colonialidade, tendo em vista que preservaram as
estruturas do colonialismo – instituições e maneiras de ver o mundo que sustentavam o
sistema-mundo moderno não foram demolidas com as independências – a própria noção
de americanidade

Heterogeneidade estrutural da sociedade – modos de produção distintos se sobrepões na


realidade esocial – características que não são tipicamente/essencialmente capitalistas
Eurocetrismo – modo distorcido e que distorce de produzir sentido, explicação e
conhecimento
Base – racialização e invenção das raças – fundamenta o sistema de exploração e o
critério de distribuição de valor de sujeitos e produtos – desemboca em dicotomizações
desiguais
Ideario da “modernização” e do moderno como paradigma – metas da ciência e da
economia
Natureza – reduzida a coisa e epistemologicamente objetivada – antropocentrismo em
vez de cosmocentrismo – racismo epistêmico (p. 26)

Reflexão = ideia do medieval como parte do discurso colonialista – reforça a ideia da


excepcionalidade europeia e como sustentáculo da ideia de superioridade da nação/
elementos que resultam na emergência do colonialismo e do eurocentrismo

Colonialidade do saber – saber disciplinar sobre a sociedade – estruturada a partir da


relação hierárquica do observador soberano sobre seu objeto naturalizado (p. 28)
Razão cartesiana – se aliena e se exterioriza – cria hierarquia entre o indagante (europa),
a razão desincorporada (objeto é natural).

p. 28 – subjetividade de povos interferida por padrões e elementos alheios e inimigos


intervem em sua memória histórica, seus saberes, línguas e formas de registro e
escritura, suas cosmologias, etc.

p. 29 – racismo como constitutivo da ordem eurocêntrica

p. 30 – colonialidade e patriarcado – lugar das mulheres, especialmente daquelas das


raças inferiores – estereotipada

p. 32 – racionalidade instrumental (meio) e razão liberal (fim)

p. 34 – giro descolonial – sujeito em umnovo plano histórico – releitura do passado que


reconfigura o presente e tem como projeto uma produção democrática
Colonialidad y modernidade/racionalidade

Colonialismo = dominação direta


Imperialismo = associação de interesses sociais entre grupos dominantes de países
desigualmente colocados numa articulação de poder

Estrutura colonial – produziu discriminações sociais, construções intersubjetivas,


dotadas de significação ahistóricas (científicas, objetivas, como fenômenos naturais)

Mesmo com o fim do colonialismo político, ainda há relação de dominação colonial


entre a europa e o restante do mundo – colonização do imaginário e atua na
interioridade desse imaginário, sendo, em certa medida, parte dele
Produto da repressão do que não tivesse serventia à dominação colonial global e
imposição dos próprios padrões de produção de conhecimento e significações
Ensino de modo parcial e seletivo, cooptando alguns dominados em algum algumas
instâncias de poder dos dominadores
Cultura europeia – se converte em sedução – dá acesso ao poder – europeização cultural
se torna aspiração (p. 61)

Crise do paradigma europeu de conhecimento – questão do pressuposto fundamental:


conhecimento como produto da relação sujeito-objeto (p. 63)

p. 64 – todo discurso individual remete a uma estrutura de intersubjetividade


conhecimento como relação intersubjetiva a propósito de algo, não advinda de uma
subjetividade isolada, constituída em si e ante si e esse algo.
Conhecimento pensando nos mesmos termos de que a propriedade -r elação entre um
indivíduo e algo

p. 65 – individualismo como parte do paradigma europeu de racionalidade – radical


ausência do outro, postulando uma imagem atomística da existência social e nega a
totalidade social – possibilita também omitir toda a referência ao outro sujeito fora do
contexto social
Ordem colonial como totalidade não pode se fazer visível
Emergência da ideia de Ocidente ou de Europa – admissão de identidade, de relação
com outras experiências culturais, de diferenças com outras culturas
p. 65
Diferenças admitidas de antemão como desiguais, hierarquizando – como algo de
natureza: só a europa é racional, que pode conter sujeitos – os demais, sendo inferiores e
irracionais por natureza, só podem ser objetos de conhecimento ou de práticas de
dominação.
Relação entre Europa e os outros – relação entre sujeito e objeto – paradigma de
conhecimento racional foi elaborado no contexto de uma estrutura de poder em que a
europa domina colonialmente o resto do mundo

p. 66
Ideia de totalidade – tb esteve presente, apesar de não o estar no paradigma cartesiano
Modernidade/racionalidade europeia-ocidental – se constitui em diálogo conflituoso
com a igreja e a religião, mas também num processo de reconstrução poder
Ideia de totalidade subordinada a uma perspectiva organicista da sociedade – relações
funcionais entre todas e cada uma das partes, vinculadas a uma ação uma e uma única
lógica – totalidade fechada
Estruturalismo / funcionalismo
Hierarquia entre os órgãos, em que uns regem aos demais, o que é necessário para que o
corpo se mantenha funcionando – não incompatível com a ideia de conhecimento como
uma relação sujeito-objeto – embora seja uma alternativa a perspectiva atomística da
realidade, se mantem no mesmo paradigma
Crítica social e propostas de mudança social se apoiaram numa base organicista porque
ainda mantinham a perspectiva de existência do poder como articulador da sociedade
Totalidade histórica homogênea – ordem da colonialidade não o era, então era inclusa
nessa totalidade

(p. 68)
Totalidade com estrutura social fechada, articulada organicamente – pressupõe uma
história única para a totalidade histórica, e uma racionalidade que consistia na sujeição
de cada parte
Sociedade como macro-sujeito histórico, dotado de racionalidade histórica – permite
prever o compartamento da totalidade e de cada parte e direção e finalidade de seu
desenvolvimento no tempo
Europa se pensa como o espelho do futuro de todas as demais sociedades e culturas

Totalidade como produto da Europa e da modernidade


Quijano não recusa a ideia de totalidade! Sua proposta é liberar a produção de
conhecimento, de comunicação e de reflexão da racionalidade-modernidade europeia

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