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(p. 20) Diálogo – críticas pós-modernas à questão do sujeito soberano – toma isso como
pressuposto!
Objeto do debate: como o sujeito do 3º mundo é representado no discurso ocidental
Etapas – demonstrar que há uma descentralização mais radical do sujeito em marx e em
Derrida / recorre ao argumento de que a produção intelectual ocidental é cumplice dos
interesses econômicos internacionais do Ocidente / relações entre discursos do Ocidente
e a possibilidade e falar da mulher subalterna
Exemplo – caso da Ìndia
I
(p. 20) crítica radicais no Ocidente – desejo interessado em – manter o sujeito do
Ocidente, ou o Ocidente como sujeito
“sujeito-efeito” = produzido pelo discurso
(p. 21) parece que a soberania do sujeito foi abalada pela crítica pós-moderna, mas as
vezes cria uma camuflagem ao sujeito do conhecimento
Europa como sujeito – narrativa da lei, da economia política e da ideologia do Ocidente
Alega que não tem nenhuma determinação geopolítica
(p. 27) Spivak retoma o conceito de ideologia como algo dominante que reproduz a
submissão dos trabalhadores
Foucault nçao pode admitir uma teoria da ideologia que reconheça sua produção
material na institucionalidade
Para driblar o “esquematismo” do conceito de ideologia, criam uma oposição
esquemática entre interesse e desejo
Alinham-se aos sociólogos burgueses que falam de “inconsciente” ou “cultura” no lugar
de ideologia
Pioneiros do pós-modernismo = interesse está onde o desejo se localiza
(p. 28) No caso, se atêm a uma noção de ideologia como algo que “engana o sujeito” –
porém, foi rechado por Althusser e Reich (para Reich, as massas não foram enganadas
pelo nazismo, mas desejaram o nazismo!)
Foucault, Deleuze e Guattari não aceitam a ideia de contradição constitutiva – retomam
o sujeito indivisível no discurso do poder, em nome do desejo
(p. 31) valorização, por Foucault e Deleuze, da experiência concreta do oprimido, mas
falta de crítica quanto ao papel histórico do intelectual
Conceitos de representação, relacionados mas descontínuos entre si: “falar por” (como
na política) e “re-presentação” (política e filosofia) - dois sentidos são agrupados em
Deleuze: o teórico não representa (falar por) o grupo oprimido / a descontinuidade é
encoberta
(p. 36) No 18 de Brumário, Marx não demonstra um sujeito como agente individual,
mas também não coloca a subjetividade de um agenciamento coletivo
(p. 37) a identidade de interesses dos proprietários (analisado por Marx no seu livro)
não produz um sentimento de comunidade ou de organização política
A classe descritiva não resulta, assim, numa classe transformadora
Há o aglomerado de pessoas que podem ser categorizadas como classes, embora não
vejam a elas mesmas como classe
(p. 40) Família como conceito que marca o nascimetno masculino do pensamento de
Marx
Descarta o “sujeito mulher” (linha de Butler)
18 de Brumário – Marx dz que os pequenos proprietários não conseguiam validar o
interesse de classe em seu próprio nome – na ausência de um nome próprio coletivo,
camponeses recorreram ao que tradição histórica pode oferecer: a ideia de que um
milagre ocorreria, de que um Napoleão restauraria sua glória, e o indivíduo apareceu
(p. 41)
Vertretung – representação no contexto político x Dastellung – representação como
encenação, que se relaciona com o sujeito dividido de forma indireta
(p.42)
Exploração capitalista como variedade de dominação (mecânica do poder como tal)
Crítica de Deleuze – Marx responde ao problema de que o poder é mais difuso do que a
exploração e o Estado em termos de interesses (poder mantido por uma classe
dominante definida por seus interesses)
Spivak concorda com a crítica de Deleuze e Guattari a Marx!
Relação do capitalismo global (exploração econômica) e as alianças entre Estados-
nação (dominação geopolítica!) é tão macro que não pode ser responsável pela
microfísica do poder
(p. 44) a crítica a Marx em Foucault e Deleuze – pressupõe o sujeito de desejo e poder /
sujeito do oprimido como próximo ou idêntico a si mesmo – intelectuais assumem uma
posição de transparência
Contudo, essa transparência marca o lugar de “interesse” do crítico, que se mantem ao
crítico negar assumir o papel de árbitro – o papel dos privilégios e responsabilidades
institucionais!
(p. 45) essa negação que sustenta a suposta transparência do crítico ata o sujeito
intelectual aos exploradores da divisão internacional do trabalho
(p. 46) ao se constituir a Europa como sujeito e do Outro cda Europa, obliterou-se
aquilo que permitiria o sujeito se envolver e investir seu itinerário – ideologia, ciência e
lei
Situação econômica – deslocou interesses, desejos e poder – analisar as condições
econômicas como alternativa à possibilidade do intelectual ser cumplice na constituição
do Outro como sombra do eu
II
(p. 47) Constiuir o sujeito colonial como outro = violência epistêmica
Obliteração assimétrica do rastro do Outro
(p. 48) observar como uma forma de explicação e de narrativa da realidade foram
estabelecias como normativas – fez com que conjuntos de conhecimentos fossem
estabelecidos como inadequados ou insuficientemente elaborados – hierarquização
cognitiva
(p. 49 – 53) caso da codificação da lei hindu, que tinha uma lógica própria –
preocupação de uma elite nativa britanizada que pudesse se comunicar com as massas
de forma consoante à “ciência” – separa os estudos do sânscrito da tradição nativa da
“alta cultura”
Brâmanes representados na historiografia de maneira a coincidir seus interesses aos da
codificação britânica da lei
(p. 54) Foucault e Deleuze (não assumem, mas se referem ao Primeiro Mundo), os
oprimidos, tendo a oportunidade (representação) e solidariedade, podem falar e
conhecer suas condições (olha o marxismo!)
E do outro lado da divisão internacional do trabalho do capital? Pode o subalterno falar?
(p. 55) Puxa a ideia de Gramsci sobre o papel do intelectual ante os movimentos
subalternos no âmbito da hegemonia – isso deve ser pensando a produção da história
como narrativa!
Gramsci desarticula, em seu relato do subalterno, a macrologia cultural da conjuntura –
interferência epistêmica do projeto imperialista
(p. 56) certas parcelas da elite – informantes nativos para os intelectuais do Primeiro
Mundo interessados na voz do Outro
Porém, o sujeito subalterno é heterogêneo!
(p. 60) para Guha, a lacuna entre ação e interesse do grupo intermidário – referência ao
interesse de ser social, não de ser libidinal
(p. 61) não há um sujeito subalterno irrepresentável que possa falar e saber por si
mesmo – problema: o itinerário do sujeito não foi traçado de maneira a oferecer um
objeto ao intelectual representante
Deslize dos Estudos Subalternos – tornar o mecanismo visível e tornar o indivíduo
vocal – evitar análises do sujeito (psicológica, psicanalítica, linguística)
(p. 62) Marxismo internacionalista ortodoxo – consciência pura a ser recuperada para
ser dispensada – Chaudhury propõe que a transformação da consciência envolve o
conhecimento das relações sociais, mas deve-se ver como um modo específico que toma
formas diferentes em regiões distintas
Deleuze, Foucault e Estudos Subalternos – há uma forma pura de consciência
(p. 65) insurgência – emissor do texto insurgente: camponês, o que indica uma
consciência irrecuperável x historiador, que é receptor de um ato social coletivo,
transforma a insurgência num texto para conhecimento
Historiador – deve evitar que a insurgência se torne meramente um “objeto de
investigação” ou um “modelo de imitação”
Sujeito dos textos de insurgência – contapossibilidade às sanções narrativas impostas ao
sujeito colonial pelos grupos dominantes
(p. 70) Divisão internacional do trabalho – impõe que não possamos compreender as
consciências das pessoas do “outro lado” se construirmos um Outro homogêneo com
referência apenas ao nosso próprio lugar
Confrontar a heterogeneidade do outro a que fazemos parte não é representar, mas
aprender a re-presentar a nós mesmos
(p. 71) Terceiro Mundo numa política de alianças contra uma “repressão unificada” –
apropriação benevolente e a reinscrição do Terceiro Mundo como outro, pois só
interessa na medida em que estejam acessíveis ao Primeiro Mundo
(p. 76) ignorância sancionada de Foucault a respeito das questões que o imperialismo
levante – leva a uma narrativa da modernidade que se limita ao Ocidente, tanto na
crítica quanto no projeto
III
p. 79 – Derrida é menos perigoso, por investigar a filosofia clássica, do que o intelectual
do Primiero Mundo que se mascara como alguém que deixa os oprimidos falarem por si
mesmos
Análise – debate de Derrida sobre a “desconstrução” enquanto possibilidade de uma
prática crítica ou política adequada
Questão: como impedir o sujeito etnocêntrico estabeleça a si mesmo ao definir
seletivamente um outro
Programa para o “intelectual ocidental benevolente”
(p. 80) Desconstrução – não é uma palavra nova para “desmitificação ideológica”
(p. 82) ao se criticar a produção do sujeito colonial, o lugar é provido de uma carga
afetiva pelo sujeito subalterno
Deleuze propõe não uma crítica da presença, mas a percepção do itinerário do discurso
da presença em sua própria crítica – vigilância contra a reivindicação de transparência
(p. 82) Derrida articula: tendência do sujeito europeu de constituir o outro como sendo
marginal ao etnocentrismo – é o problema de todos os esforços logocêntriscos
(p. 83) esse problema identificado por Derrida não é um problema geral, mas um
problema europeu
Há uma parte em branco no texto, que não e acessível – é o pensamento, mas ainda
assim está no texto e deve ser confiado ao Outro da história – é esse “em branco” que os
intelectuais pós-coloniais gostariam de ver desenvolvidos
Porém, tornar o pensamento/sujeito pensante transparente/invisível consiste em ocultar
o reconhecimento implacável do Outro por assimilação
Derrida – não diz para deixar o outro falar por si mesmo, mas apela ao “quase-outro”
para tornar delirante a voz interior que á voz do outro em nós
IV
Classe, raça e gênero – envolvimento de 3 maneiras na condição subalterna – mas isso
no contexto de Primeiro MMundo
No pós-colonial, “negra” ou “cor” não tem significado persuasivo – analogia de classe
muito mais poderosa, no caso, porque negada pela esquerda e pela direita
(p. 93) há uma história da repressão – uma oculta, esquecida, outra alojada no passado
arcaico e pré-originário – algo escondido por trás da abolição britânica do sacrifício de
viúvas em 1829 e algo que remonta ao passado védico da Índia hindu.
(p. 94) leituras da abolição do sacrifício da viúva – britânicos: homens brancos salvando
mulheres de cor de homens de cor / indianos: nostalgia das origens perdidas, de que “as
mulheres realmente queriam morrer”
Cadê o testemunho da voz-consciência das mulheres? - qual o significado disso?
(p. 125) tentar ir além de Derrida, fazer a voz do outro “em mim” operar