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O Conhecimento Inato do Homem - Vincent Cheung Page 1 of 3

O Conhecimento Inato do Homem


por

Vincent Cheung

(O que se segue é uma resposta editada a uma pergunta de um leitor, me


enviada há algum tempo atrás. A pergunta foi trazida no contexto de minha
Systematic Theology, mas é também relevante para a entrada anterior no blog,
Van Til and Common Ground).

Eu afirmo que o homem tem um conhecimento inato de Deus, com claridade e


conteúdo suficiente, de forma que ele não tem escusa para negar a existência
de Deus ou desobedecer-Lhe.

Contudo, eu nego que um sistema de teologia possa ser baseado em nosso


conhecimento inato de Deus. Ou, para dizer de outra forma, eu nego que o
nosso conhecimento inato de Deus possa ser o primeiro princípio da cosmovisão
bíblica — há conteúdo, claridade e objetividades insuficientes, entre outras
razões.

Este é o porquê eu nunca apelo à intuição para justificar qualquer parte da


minha teologia ou para fazer apologética. Um entendimento acurado do
conteúdo e da extensão do nosso próprio conhecimento inato de Deus vem,
antes de tudo, da revelação verbal.

Para dizer isto de uma outra forma ainda, embora eu afirme que temos um
conhecimento inato de Deus, eu não baseio nossa fé e certeza ou a nossa
teologia e apologética neste conhecimento inato; antes, devemos basear estas
coisas na revelação verbal.

Eu “apelo” ao conhecimento inato em meus escritos, mas eu nunca faço isto


como se a verdade do Cristianismo descansasse sobre isto como o seu
fundamento, ou como se este conhecimento inato fosse em si mesmo a prova de
que o Cristianismo é verdadeiro. De outra forma, isto se tornaria um apelo à
intuição humana, e o argumento se tornaria subjetivo.

Antes, eu apelo a este conhecimento inato somente para explicar o porquê as


pressuposições bíblicas não são negadas na prática, mas são implicitamente
assumidas até mesmo por incrédulos, e para explicar em que sentido temos um
fundamento comum ou um ponto de contato com os incrédulos quando
pregando o evangelho para eles.

Assim, embora eu afirme que a Escritura seja deveras logicamente inegável,


quando eu uso “inegável” no contexto da discussão do conhecimento inato do
homem, a ênfase então não está sobre a inegabilidade da Escritura, mas que
algumas premissas bíblicas centrais não podem se negadas na prática, a

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despeito das reivindicações ao contrário dos incrédulos.

Assim, nos referimos ao conhecimento inato não para provar a Escritura (antes,
é a Escritura que prova o conhecimento inato), mas somente para explicar por
que podemos nos comunicar com incrédulos e como nos relacionar propriamente
com eles.

Em outras palavras, quando estamos falando do conhecimento inato de Deus,


estamos considerando o aspecto estratégico da apologética, e não estritamente
o aspecto racional. Que a Escritura é logicamente inegável é demonstrado
engajando-se os próprios conteúdos da Escritura, e não do conhecimento inato
do homem.

Algumas pessoas têm falhado em notar esta distinção em meus escritos (ou
equivocadamente pensam que eu tenho falhado em fazer esta distinção em
meus escritos), de forma que elas falsamente me acusam de ser incoerente
sobre este ponto (isto é, como se eu negasse a intuição e então apelasse a ela).
Antes, no meu sistema de teologia e apologética, (se não fosse o fato de que a
Escritura o ensina) podemos jogar fora o conhecimento inato do homem e ele
permanecerá essencialmente não afetado (embora alguns ajustes práticos
seriam precisos), visto que ele não depende do conhecimento inato do homem.

Então, você escreve: “Estou pensando que talvez o que seja suprimido é o
conhecimento inato de Deus que está escrito em todo coração do homem”. Isto
está exatamente correto. Mas você poderia gostar de saber o porquê isto ainda
é chamado de conhecimento, se ele é suprimido ao ponto de ser negado. A
explicação é que apenas porque você conhece algo não significa que você
conscientemente pense sobre ele em todo tempo. Contudo, se você conhece
algo, isso implica que ele pode potencialmente ser recordado.

Isto tem similaridades com o que as pessoas querem dizer quando elas se
referem à memória reprimida, embora eu seja cauteloso quanto às implicações
que podem vir do uso desta palavra. Quando chega ao conhecimento inato de
Deus, a Escritura ensina que os pecadores conhecem a Deus em suas mentes,
mas que eles têm, de uma maneira moralmente culpável, suprimido ou
reprimido este conhecimento. Greg Bahnsen chama isto de o “auto-engano” do
pecador.

Na regeneração, o pecador eleito é despertado, como se de um sono profundo,


para a sabedoria e conhecimento, e para a luz de Cristo e da Verdade:

“Mas, tudo o que é exposto pela luz torna-se visível, pois a luz torna
visíveis todas as coisas. Por isso é que foi dito: Desperta, ó tu que
dormes,, levanta-te dentre os mortos e Cristo resplandecerá sobre
ti” (Efésios 5:13–14)

Para ler mais sobre o conhecimento inato de Deus, e suas implicações e usos,
por favor, veja minha Systematic Theology, Ultimate Questions, e
Presuppositional Confrontations.

http://www.monergismo.com/textos/antropologia_biblica/cheung_conhecimento_inato_homem.htm 22/3/2008
O Conhecimento Inato do Homem - Vincent Cheung Page 3 of 3

LEITURA RECOMENDADA:

Van Til and Common Ground

Vincent Cheung, Systematic Theology

Vincent Cheung, Ultimate Questions

Vincent Cheung, Presuppositional Confrontations

Vincent Cheung, Apologetics in Conversation

Greg Bahnsen, Always Ready

Traduzido por: Felipe Sabino de Araújo Neto


Cuiabá-MT, 29 de Junho de 2005.

http://www.monergismo.com/

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