Você está na página 1de 2

FACULDADE CATÓLICA DE SANTA CATARINA

Disciplina: Escritos Paulinos


Professor: Dr. Pe Osmar Debatin
Acadêmico: Gabriel Back da Silva
Data: 16/11/2023

PERGUNTAS DA APOSTILA

Em 1Ts 1,9-10 temos o primeiro Querigma cristão descrito por Paulo. Quais
são os aspectos centrais destacados neste Querigma?
R: 1Ts 1,9-10 é um marco crucial no desenvolvimento do Querigma cristão,
conforme descrito por Paulo. Estes versículos não apenas representam um dos
registros mais antigos desse ensinamento, mas também estabelecem pilares
teológicos essenciais para o pensamento de Paulo. A carta começa com um tom de
agradecimento, mas culmina com uma declaração central sobre a segunda vinda de
Cristo e a participação dos crentes na ressurreição de Jesus.
Este trecho compacto enfatiza dois aspectos cruciais: em primeiro lugar, a
afirmação da unicidade e veracidade do Deus único, destacando, assim, o
monoteísmo e a mudança radical da comunidade ao abandonar a adoração aos
ídolos para servir ao verdadeiro Deus. Em segundo lugar, aponta para a libertação
da ira futura, um tema recorrente na teologia paulina.
Curiosamente, esta temática é retomada mais adiante na mesma carta, no
capítulo 4 (4,16-17), onde Paulo amplia a discussão sobre a participação na
segunda vinda de Jesus. Ele destaca não apenas a participação daqueles que ainda
estão vivos, mas também a inclusão daqueles que já faleceram. O foco desses dois
trechos está em destacar a tensão entre o evento da ressurreição de Jesus e sua
nova vinda dos céus.
Dessa forma, os aspectos centrais destes versículos giram em torno da
narrativa da conversão dos gentios ao Deus de Israel, vivo e verdadeiro, e da
esperança na vinda do Filho ressuscitado, além do livramento da ira futura. Esses
elementos não apenas fornecem uma visão da transformação da comunidade, mas
também estabelecem a base para a compreensão da escatologia cristã, envolvendo
a relação entre a ressurreição de Jesus e a expectativa de sua segunda vinda.
Ef 5,21-32 dá provas de um alto conceito de matrimônio, comparando-o à
relação entre Cristo e seu Corpo, que é a Igreja, um relacionamento que faz
parte do mistério divino. Com adaptações, essa imagem deveria ser aplicada
ao esposo e à esposa cristãos. Essa sublime opinião acerca do matrimônio é
conciliável em 1Cor 7,8, que acentua que o solteiro deve permanecer sem
casar (como Paulo)?
R: Efésios 5,21-32 apresenta uma visão profundamente elevada do
matrimônio, equiparando-o à relação entre Cristo e a Igreja. Essa analogia entre o
amor marital e a ligação entre Cristo e a comunidade cristã oferece uma perspectiva
sublime sobre o compromisso matrimonial para os crentes. Paulo instrui os maridos
a amarem suas esposas da mesma maneira como Cristo ama a Igreja,
exemplificando um amor sacrificial e dedicado.
No entanto, essa concepção não necessariamente entra em contradição
com 1Coríntios 7,8, onde Paulo enfatiza que os solteiros devem permanecer
solteiros. Ambos os trechos devem ser entendidos dentro de seus respectivos
contextos. Em Efésios, Paulo concentra-se na metáfora da união entre Cristo e a
Igreja para ilustrar a profundidade do vínculo matrimonial. Ele enfatiza que, assim
como Cristo é a cabeça da Igreja e a ama, os maridos devem ser líderes amorosos
em seus lares.
Por outro lado, em 1Coríntios 7, Paulo explora a dinâmica entre o casamento
e o celibato. Ele não desvaloriza o casamento, mas destaca a vantagem do celibato
em termos de dedicação exclusiva ao serviço de Deus. O contexto de Corinto
envolvia uma sociedade onde questões de imoralidade e sexualidade estavam
presentes, e Paulo oferece orientações práticas considerando essa realidade.
Paulo encoraja cada indivíduo a permanecer na condição em que foi
chamado por Deus. Se alguém é casado, deve permanecer no casamento; se
solteiro, deve se manter assim, com um foco específico em promover a virgindade e
não colocar obstáculos ao casamento. Em um contexto onde questões éticas e
escatológicas se entrelaçam, Paulo não desmerece o casamento, mas ressalta a
vantagem do celibato em termos de dedicação total ao Senhor. Ele não considera
um estado superior ao outro, mas sim a importância de ambos dentro de um
contexto específico e para diferentes chamados e propósitos.

Você também pode gostar