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Introdução
Fundamentação teórica
Metodologia
Este presente trabalho de caráter teórico, que visa, grosso modo, pensar as
implicações práticas do uso da etnografia no desenvolvimento do letramento científico
no ensino de sociologia da educação básica, se utilizou da metodologia da pesquisa
bibliográfica e documental, aliado a um método de abordagem de perspectiva teórica-
metodológica estruturalista crítico reflexivo, de vertente marxista.
A proposta do autor neste trabalho foi, inicialmente, coletar documentos e
bibliografias que dissertam acerca dos objetivos do ensino de sociologia no ensino
médio como as OCEM (2006) e os escritos de Sarandy (2013) e Wrigth Mills (1972),
para num segundo momento correlacionar com as perspectivas teóricas de Santos
(2007), Montenegro (2008), Sasseron e Carvalho (2011), com vistas a entender o
quanto os objetivos do ensino de sociologia na educação básica e o letramento
científico aplicado na mesma área de ensino, estão semelhantemente alinhados. E
assim, se constituir enquanto subsídio para corroborar a necessidade de sua
aplicação em conjunto.
Posteriormente, voltamos nossa atenção para cogitar acerca da prática de
aplicação real do letramento científico no ensino de sociologia da educação básica.
Nesse sentido, raciocinamos teoricamente acerca das implicações e efeitos práticos
do uso da etnografia pelos estudantes, com vistas a concretização desse objetivo. A
ideia foi mobilizar elementos presentes na bibliografia de Geertz (1989) com sua
concepção de etnografia como “descrição densa”, Mattos (2011) com a perspectiva
de que praticar etnografia é também desenvolver uma “escrita visível”, que se
aperfeiçoa ao passo que melhor conheço a realidade estudada e o outro, numa
relação de alteridade, para, assim, pensar as reais contribuições da etnografia e as
possibilidades de aplicação desse método na realidade de ensino médio que, por sua
vez, seria materializada através do uso e escrita quotidiana de um diário de campo ou
diário etnográfico.
Estando os pressupostos acima, desta forma, diretamente alinhados com a
ideia de Motta-Roth (2011), de evidente influência de Vygotsky (1989), sobre a
educação científica ser dependente de uma educação linguista, que requerer o
desenvolvimento de estruturas de linguagens próprias do fazer científico.
Por fim, caminhamos no sentido de perceber as implicações práticas subjetivas
dos pressupostos desse trabalho para os alunos do ensino médio, numa perspectiva
teórica crítica. Assim, mobilizamos, num primeiro momento, as perspectivas teóricas
metodológicas do sociólogo francês Pierre Bourdieu (1983, 1989, 2005) acerca do
desenvolvimento da “autoanálise” e “socioanálise” dentro do processo de execução
de elementos que constituem o ofício do sociólogo dentro da pesquisa social.
Buscando enfatizar, em linhas gerais, o quanto a trajetória de vida do estudante de
ensino médio, especialmente os de realidade de escola pública que sofrem, em suma
maioria, de limitações e barreiras em seu processo educativo, pode ser
problematizada ao passo que mobilizem determinados instrumentos da sociologia,
visando objetificá-la. Isto é, tornar a si próprio, objeto de seu estudo.
Além de mostrar através de Foucault (1997, 2010) com seus conceitos de
“Governo de si” e “Estética da existência”, as implicações da pesquisa social para
constituição da representação e posicionamento crítico do sujeito frente às instituições
de poder que visam dominar e gerir as ações dos sujeitos.
Resultados e discussão
Conclusão
Referências
BOURDIEU, Pierre. Esboço de auto-análise. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos. Educação científica na perspectiva de letramento como
prática social: funções, princípios e desafios. Revista Brasileira de Educação. v. 12 n. 36
set./dez. 2007.
SASSERON. Lúcia Helena e CARVALHO, Anna Maria Pessoa de. Alfabetização científica:
uma revisão bibliográfica. Investigações em Ensino de Ciências. v.16 (1), pp. 59-77, 2011.