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REDUÇÃO DO CONSUMO DE ÁGUA NA INDÚSTRIA DE

BEBIDAS
Eduardo Alexandre da Silva Casado1, João Batista Mendes2
1, 2
Centro Universitário Nove de Julho
educasado@superig.com.br; joao_batista@uninove.br

1. Introdução atender aos diferentes usos. Com a implantação de um


Para o setor de bebidas a água representa um PGA pode se conseguir uma redução da ordem de 20%
recurso natural fundamental para as operações e com os custos operacionais de uma indústria de bebidas
desempenho produtivo. A escassez deste recurso, com [3]. O gráfico da figura 1 mostra a redução do índice
conseqüente aumento nos custos, leva empresas em todo médio de consumo de água, resultado obtido por uma
o mundo a buscar soluções para minimização do grande cervejaria com a implantação de um PGA.
consumo. Os programas de gestão da água têm
5,62
demonstrado ser a ferramenta principal para a redução 5,36
4,88
do consumo de água e para nortear as ações das
4,37 4,30
4,21
empresas na busca pela excelência operacional em

Litros água/litros bebida


termos de uso dos recursos hídricos. Devido aos
volumes demandados, a maioria das indústrias de
bebidas utiliza sistemas de abastecimento de água
próprio, através de poços profundos ou a partir de
mananciais superficiais. A água captada passa por
diferentes tipos de tratamento, que são determinados
após análise dos parâmetros da água bruta e de acordo
2001 2002 2003 2004 2005 2006
com a finalidade de uso dentro da unidade industrial.
Figura 1: Evolução do índice de uso da água (Fonte: AMBEV).

2. Uso da água na indústria de bebidas


Uma forma de avaliar a eficiência operacional de 5. Conclusões
uma unidade industrial no âmbito da gestão dos recursos Os resultados obtidos pelas indústrias do setor
hídricos é através da análise de um índice de consumo podem ser analisados sob os aspectos econômico,
de água. A partir de dados do setor no Brasil, tem-se ambiental e social. A aplicação de técnicas de
que o índice de consumo de água numa cervejaria varia conservação e reúso de água são possíveis a empresas
de qualquer porte, devendo haver um planejamento e
entre 4 e 10 l água/l bebida. Na produção de
orientação das ações à realidade e aos objetivos de cada
refrigerantes, devido à predominância da utilização de
empresa. Particularmente nas pequenas empresas, os
embalagens descartáveis, é comum encontrar unidades
organismos nacionais e internacionais apontam para a
industriais operando com índices de consumo de 2,5 a
possibilidade de melhores resultados, em termos
3,5 l água /l bebida. Verificam-se os maiores consumos porcentuais, quando comparados aos resultados
de água nas áreas de utilidades e de lavagem de conseguidos pelas grandes empresas, que já utilizam
garrafas, que representam até 45% do consumo total de equipamentos com tecnologia mais avançada.
uma cervejaria [1].
5. Referências
3. Conservação de água [1] CETESB – Companhia de Tecnologia de
Pode-se entender como conservação de água todas Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (2005).
as práticas e tecnologias que melhoram a eficiência do Série produção mais limpa: cervejas e refrigerantes.
uso da água e reduzem o desperdício, levando à redução São Paulo–SP, 58p.
do consumo de água nas diferentes atividades e, por
conseqüência, à redução da extração de água das fontes [2] FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São
de abastecimento [2]. Nas grandes indústrias de bebidas, Paulo (2005). Conservação e reúso de água: manual de
as iniciativas de conservação de água e a gestão dos orientações para o setor industrial. São Paulo–SP, 92p.
recursos hídricos como um todo, são tratadas dentro da
[3] ENVIROWISE – Practical Environmental Advice
abrangência de seus respectivos programas ou sistemas
for Business (1998). Reducing water and effluent costs
de gestão ambiental através dos Programas de Gestão da
in breweries. Londres – REINO UNIDO, 47p.
Água (PGA).
1
4. Programas de gestão da água Graduando em Engenharia Civil pelo Centro Universitário
A adoção de um PGA, pela redução dos volumes Nove de Julho, SP.
captados e consumidos de água, resulta na diminuição 2
Doutorando em Hidráulica pela Escola Politécnica de
das despesas da indústria com captação, tratamento,
Universidade de São Paulo, Professor Titular do Centro
bombeamento, resfriamento e aquecimento da água para Universitário Nove de Julho, SP.

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