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Ela tentou levar o bebê quando ia pegar lenha, mas não deu certo,
porque não conseguia fazer o serviço com ele no colo.
Certa tarde, o bebê só interrompeu o choro, quando ela o
colocou no colo e o embalou suavemente. Uma vizinha aproximou-
se perguntando por que ela não fazia suas tarefas. Ela ficou com
medo de ser denunciada e voltou ao trabalho. Mas o bebê começou
a chorar e ela não teve saída senão se sentar e começar a embalá-
lo de novo. Não sabendo mais o que fazer, finalmente entoou uma
canção:
Shsh, shsh, bebezinho, não chore mais
Nossa mãe nos disse para não fazer fogo grande,
Mas nós fizemos
Nossa mãe nos disse para não fazer barulho,
Mas nós fizemos.
Nosso pai nos disse para não brincar lá fora,
Mas nós brincamos.
Então os monstros do mato e do mar nos levaram embora,
Para muito longe, muito longe!
E onde pode a minha irmã estar?
Muito longe, muito longe!
Shsh, shsh, bebezinho não chore mais.
Uma velha que ouviu aquela cantiga, lembrou-se da história
que Omelumma lhe contara, há muito tempo, sobre terem sido
levadas pelos monstros do mar e da terra. Ela percebeu que a
escrava devia ser a irmã de Omelumma, há tanto tempo sumida.
Correu até o mercado para contar a novidade à Omelumma.
No dia seguinte, ela deu várias tarefas à irmã e em seguida
saiu, para o mercado. Mas voltou em segredo e viu como a irmã
corria de um lado para o outro tentando impedir o bebê de chorar
enquanto fazia seu serviço. Finalmente a irmã sentou-se e começou
a cantar a canção que a velha escutara.
Assim que Omelumma ouviu a canção, reconheceu que era
sua irmã e, chorando de dor e remorso, chegou perto dela para
pedir perdão.
As duas se abraçaram e choraram juntas. Em seguida
Omelumma libertou a irmã, jurou nunca mais maltratar nenhum
servo e quando o marido chegou também ficou muito feliz ao saber
da novidade. Viveram depois disso, muito felizes.