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Entidades Políticas: pessoas jurídicas de direito público que recebem suas atribuições
diretamente da Constituição - União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Possuem a
capacidade de:
Autogoverno: competência para organizar os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário
locais
Auto-organização (e autolegislação): capacidade para se organizar na forma de sua
Constituição ou Lei Orgânica e suas leis - capacidade de legislar (editar atos normativos
que inovem na ordem jurídica, criando direitos e obrigações)
Autoadministração: capacidade de prestar serviços (de saúde, educação, assistência
social...)
Centralização e descentralização
Centralização: quando o Estado presta serviços por meio de seus próprios órgãos e agentes
integrantes da Administração Direta
Concentração e Desconcentração
Desconcentração:
ocorre dentro de uma mesma pessoa jurídica;
para simplificar, acelerar e distribuir internamente as competências;
surgem os órgãos públicos;
ocorre tanto para União, DF, estados e municípios quanto para entidades
administrativas;
existe relação hierárquica, com comandos de controle, fiscalização, revisão, punição,
delegação, avocação, solução de conflitos, etc.
Concentração: pessoa jurídica da Administração Pública extingue seus órgãos até então
existentes, reunindo em um número menor de unidades.
Órgãos Públicos
Centros de competências, sem personalidade jurídica;
Atuam por meio de seus agentes;
O desempenho das suas atribuições é imputado à pessoa jurídica a que elas pertencem;
Ex.: Ministérios, Superintendência Regional do INSS.
O Estado é uma pessoa jurídica, um ente abstrato, mas atua por meio de pessoas físicas
(agentes públicos). Existem 3 teorias para explicar essa atuação do Estado:
Teoria do Mandato: agente público é mandatário da pessoa jurídica (como se houvesse
um contrato entre eles - mas quem outorga o mandato, se Estado não tem vontade
própria?);
Teoria da representação: equipara o agente público à figura do tutor ou curador, que
representa os incapazes. Também não é adotada no Brasil;
Teoria do órgão: a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio de órgãos, de modo
que quando os agentes que os compõem manifestam a sua vontade, é como se o
próprio Estado o fizesse - teoria de Otto Gierke. "Órgão faz parte do corpo da entidade...
Atuam mas suas manifestações de vontade são como da própria entidade".
Capacidade processual
Art. 70. [Código de Processo Civil] Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos
tem capacidade para estar em juízo.
Órgãos são despersonalizados, logo, não teriam capacidade processual (não poderiam figurar
em nenhum dos polos de uma relação processual).
Todavia, essa capacidade processual alcança órgãos que recebem suas competências
diretamente da CF (possuem natureza constitucional). Podem impetrar mandado de
segurança, na defesa de suas competências.
Exemplos: Presidência da República, Câmara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ, TCU,
MPU, etc.
Poder Executivo: depende de lei em sentido formal para criação ou extinção de órgãos
públicos da Administração Direta. Iniciativa da lei pelo chefe do Poder Executivo. A
organização e o funcionamento dos órgãos são realizados por meio de decreto do Poder
Executivo - Decretos Autônomos.
Poder Legislativo: Câmara dos Deputados e Senado Federal dispõem por atos próprios de cada
Casa sobre a organização, funcionamento, criação de extinção de órgãos públicos.
Classificação
Quanto à posição estatal
órgãos independentes: originários da CF, representativos dos poderes do Estado. Não
possuem subordinação hierárquica ou funcional. Ex.: Presidência da República, Câmara
dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ, TCU, MPU, demais tribunais;
órgãos autônomos: estão na cúpula da administração, imediatamente abaixo dos órgãos
independentes e diretamente subordinados a seus chefes. Ampla autonomia
administrativa, financeira e técnica. Ex.: Ministérios, secretarias dos estados e
municípios, Advocacia-Geral da União;
órgãos superiores: detêm poder de direção, controle, decisão e comando de assuntos
específicos, mas subordinados ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não
gozam de autonomia administrativa nem financeira. Ex.: gabinetes, secretarias-gerais,
inspetorias-gerais, procuradorias, coordenadorias, departamentos, divisões...
órgãos subalternos: atribuições de execução com reduzido poder decisório.
Subordinados a vários níveis. Realização de serviços de rotina, cumprimento de decisões,
atendimento ao público. Ex.: portarias e seções de expediente.
Quanto à estrutura
simples ou unitários: um só centro de competência, inexistindo outros órgãos em sua
estrutura, inexistência de desconcentração, mesmo existindo vários cargos e agentes em
sua estrutura;
órgãos compostos: desconcentração administrativa - vários órgãos menores em sua
estrutura.
Quanto à composição
singulares: um único agente;
coletivos: integrados por vários agentes.
Administração Direta
Serviços prestados diretamente pelas entidades políticas utilizando-se de seus órgãos internos
(que são centros de competências descentralizados).
Predominância da Administração Direta pelo Poder Executivo, mas existe em todos os poderes
e em todas as esferas da federação. No Poder Executivo Federal encontra-se nas estruturas da
Presidência da República (Casa Civil, Secretaria de Governo, Secretaria-Geral, Gabinete de
Segurança Institucional / Conselho de governo, Conselho de Desenvolvimento Econômico /
Conselho da República, Conselho da Defesa Nacional) e dos Ministérios (da Defesa, da Saúde,
do Esporte, da Educação).
Administração Indireta
Entidades Administrativas que executam atividades de forma descentralizada. São as
autarquias, as fundações públicas e as empresas estatais (sociedades de economia mista e
empresas públicas). Essas entidades NÃO possuem autonomia política e estão VINCULADAS
(não é subordinação, apenas controle finalístico) à Administração Direta.
Da mesma maneira, é prevista na CF (art. 37) que haja Administração Indireta em todas os
poderes e em todas as esferas da federação.
Autarquias e Fundações Públicas de direito público são cridas diretamente por lei
específica. Para o caso das Fundações Públicas, é necessária lei complementar para
determinar área de atuação.
Empresas públicas, Sociedades de Economia Mista e Fundações Públicas de direito
privado são criadas após o registro de seu ato constitutivo no órgão competente,
dependendo de autorização legislativa.
Subsidiária: empresa controlada pela empresa matriz. Tem personalidade jurídica
própria, controlada por outra empresa. Ex.: Petrobrás Distribuidora e Petrobrás
Combustíveis. São empresas privadas controladas indiretamente, mas que não integram
a Administração Pública.
Autarquias
Pessoas Jurídicas de Direito Público;
Capacidade de autoadministração;
Desempenho de serviços tipicamente da Administração Pública: personificação de um
serviço da Administração Direta;
Patrimônio e receita próprios;
Criadas por lei;
Sujeição a controle ou tutela: não se subordinam a nenhum órgão da Administração
Direta, há somente vínculo;
Ex.: INSS, vinculada ao Ministério da Economia; Anatel, vinculada ao Ministério das
Comunicações
Criação e Extinção
Devem ocorrer por meio de lei específica, como previsto na CF, Art. 37, XIX.
Atividades Desenvolvidas
Executar atividades típicas da Administração Pública:
Serviços públicos de natureza social e atividades administrativas (excluindo-se serviços e
atividades de cunho econômico mercantil);
Prestação de serviços públicos em sentido amplo;
Realização de atividades de interesse social;
Desempenho de atividades que envolvam as prerrogativas públicas;
Desempenho e fiscalização de obras.
Patrimônio
CC. Art. 98. "São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de
direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que
pertencem".
Impenhorabilidade: não podem ser objeto de penhora - a execução judicial em desfavor
de uma autarquia se submete ao regime de precatórios;
Imprescritibilidade: não podem ser adquiridos por meio de usucapião;
Restrições à alienação de bens públicos: devem se submeter a regras específicas
Patrimônio inicial é oriundo de transferências entre o ente que as criou, passando a
pertencer à nova entidade.
Pessoal
Segundo a CF/88, Art. 39, caput: União, Estados, Distrito Federal e Municípios deveriam
instituir regime jurídico único (RJU) para os servidores da administração pública direta, das
autarquias e das fundações públicas - prevaleceu o regime estatutário.
Emenda Constitucional 19/1998 alterou Art. 39 abolindo o regime jurídico único (permissão
para adotar o regime estatutário e o celetista).
Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI 2.135, 02/07/2007: voltou ao Art. 39, mas sem anular
efeitos anteriores da data da decisão.
A lei de investidura será disciplinada na lei que criar a entidade, podendo prever aprovação
prévia do Senado Federal ou da Casa Legislativa dos Estados ou Municípios.
É vedada a exigência de autorização legislativa para a exoneração de dirigentes da
administração indireta.
São entidades que recebem características próprias do ordenamento jurídico, em geral com o
objetivo de outorgar-lhes maior autonomia.
Juízo Competente
Quando a autarquia federal for interessada na condição de autora, ré, assistente ou oponente,
serão julgadas na Justiça Federal.
Relações de trabalho:
Servidores Públicos da esfera federal - Justiça Federal
Servidores Públicos da esfera estadual e municipal - Justiça Federal
Regime Celetista - Justiça do Trabalho
Agências Executivas
Agência Executiva é uma qualificação que se recebe, e não uma nova entidade! Somente
autarquias ou fundações podem receber essa qualificação.
Autarquia e fundação pública devem ter um plano estratégico de reestruturação e de
desenvolvimento institucional em andamento;
Devem ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor;
É por meio de decreto que se torna agência executiva - concessão é ato discricionário do
Presidente da República;
Contratos com periodicidade mínima de um ano;
Regime jurídico especial:
o Maior autonomia para atuação;
o Exemplo: limite é duas vezes maior do que de costume para a entidade não ter
processo licitatório.