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Intervenções Viárias
Colaboração: Profª Heloisa Maria Barbosa
3.1. Planejamento
Detecção do
Problema
Políticas e Estratégias Públicas
Parâmetros
Pré-Análise
de Análise
A estrutura principal deste processo pode ser dividida nas seguintes etapas:
a) Detecção do problema: esta etapa é realizada pelos técnicos que, através de seus
conhecimentos tácitos e heurísticos ou através de informações preliminares, detectam a
existência de problemas relacionados com o tráfego urbano;
c) Levantamento dos dados: nesta fase, são coletados os dados sobre o local de estudo e dos
seus usuários. Também pode ser chamada de “pesquisas de tráfego”, como é comumente
referida. Caso a pré-análise esteja incompleta ou equivocada, a pesquisa de campo pode
apresentar problemas ou erros decorrentes desta falha. Também podem surgir problemas
e/ou situações não imaginados durante a etapa anterior ou aspectos, equivocadamente,
não considerados;
f) Detalhamento da Solução: nesta etapa é determinado o que deve ser realizado para que
sejam alcançados os objetivos propostos. Devem ser produzidas plantas, tabelas e
gráficos, com os detalhamentos, especificações e recomendações necessárias para a
consecução do projeto;
g) Implementação: após o projeto, definido com a solução a ser adotada torna-se necessária
a sua execução, através de medidas físicas, legais e institucionais iniciais. Após a sua
implantação, pequenos ajustes poderão ser necessários;
A decisão sobre o que pesquisar é função do pré-julgamento que se fez do problema, e com
isso pode-se incidir em erros crônicos caso a pesquisa esteja mal feita ou incompleta em sua
concepção.
Conforme dito anteriormente, caso a pesquisa seja mal planejada ou realizada, as informações
coletadas podem não refletir com propriedade a realidade de interesse para este
levantamento. Considerando o fato de que a pesquisa também se constitui num processo, e de
modo a possibilitar uma melhor visualização das etapas que devem ser consideradas, a FIG.
3.2 apresenta uma estrutura de encadeamento das atividades.
Recursos Processamento e
Disponíveis Análise
b) os recursos disponíveis, pois um método ideal pode ser inviável devido à falta de recurso
(pessoal ou material) para aplicá-lo;
d) o tempo disponível para se realizar a pesquisa (ou o projeto) pode determinar que seja
empregado um método mais ou menos demorado, limitando o treinamento e a execução
da pesquisa.
Após a escolha do método a ser utilizado, deve-se proceder ao planejamento da pesquisa que,
analogamente à etapa de pré-pesquisa do esquema anterior, é de suma importância para o
correto desenvolvimento de todo processo. Em termos gerais, o planejamento da pesquisa
envolve as seguintes atividades:
c) definição da ficha de campo, das informações que esta deverá conter e do(s) mapa(s)
auxiliar(es) que serão utilizados:
9 nome da pesquisa;
9 data e local;
Para um melhor rendimento dos trabalhos recomenda-se que se tenham as seguintes etapas:
c) Definição dos pontos de pesquisa. Esta definição dependerá do item a, uma vez que, de
acordo com o aspecto a ser analisado, poderão ser alterados os pontos de pesquisa;
e) Realização da pesquisa-piloto;
Nas pesquisas não convencionais, ou aquelas cujos fenômenos governantes são pouco
conhecidos, é aconselhável fazer uma pré-pesquisa ou pesquisa-piloto que tem várias funções:
treinar os pesquisadores, levantar características (perfil) do fenômeno, verificar a viabilidade
do esquema de operação imaginado, testar a adequação e as condições de preenchimento dos
formulários, etc.
Em uma etapa posterior à execução da pesquisa piloto, calcula-se o tamanho real da amostra
de dados a ser coletada e utilizada para este estudo. Para determinar a quantidade de dados
necessária utilizar-se a seguinte equação (CET-SP, 1982):
z ×σ
n= ..................................................... EQ. 3.1
α
n = tamanho da amostra;
z = coeficiente representativo do nível de significância (normalmente 95% de confiança);
σ = desvio padrão;
α = nível de significância (erro admissível – percentual sobre o valor médio).
Então, tanto o planejamento como a execução e a análise dos dados, devem seguir uma rotina
criteriosa, para garantir que as informações obtidas tenham qualidade, de forma a permitir um
alto nível de qualidade na elaboração das diretrizes do PAIT e de seus projetos executivos.
Na primeira fase de uma pesquisa, na área de trânsito e transporte, devem ser buscadas todas
as informações pertinentes ao PAIT a ser desenvolvido, que se encontram disponíveis no local.
9 Acidentes geográficos
9 Classificação funcional
9 Posteamento
9 Edificações vizinhas
9 Etc.
9 circulação e movimentos;
9 condição do pavimento;
9 mobiliário urbano;
9 pontos críticos.
9 uma visão global sobre o uso e a posição das vias na área de estudo;
9 análise das condições de tráfego das vias sob o ponto de vista da fluidez e da segurança; e
Nas principais interseções deverão ser realizadas 15 horas de pesquisa contínua, distribuídas
em três turnos ao longo de um dia típico. Os resultados dessas contagens fornecerão o perfil
volumétrico de tráfego nas diversas direções, definindo os horários e durações dos períodos de
pico e entre-picos. Em outras interseções, com o conhecimento prévio dos horários de pico, as
contagens serão realizadas durante períodos menores.
A capacidade das vias urbanas na área de interesse constitui-se um dado fundamental para o
estudo da circulação, bem como da programação semafórica. Normalmente, a capacidade das
vias é limitada pelas capacidades das aproximações das interseções semaforizadas, as quais,
por sua vez, são determinadas pelos respectivos Fluxos de Saturação e pela temporização
semafórica.
Também deverão ser realizadas pesquisas de Fluxo de Saturação nas interseções onde os
volumes de tráfego justificarem a implantação de semáforos. Os resultados dessas pesquisas
serão aproveitados, também, para outras aproximações de interseções com características
similares.
Os dados da pesquisa serão utilizados para avaliar as condições existentes e para possibilitar a
realização de um programa de atendimento às necessidades de estacionamento, inclusive com
relação a identificação de áreas onde seria recomendada a adoção de zonas especiais
(estacionamento rotativo).
9 Método da “velocidade média”: neste caso, o motorista dirige seu carro-teste numa
65
60
55
50
45
40
35 P arad a d e ô nib us
30
25 E ntrad a e s aí d a d e q uad ra
20
15 C urva ho rizo ntal
10
5 F is c alizaç ão eletrô nic a
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000
D is tâ nc ia (m )
d) Técnica de Entrevistas: pode ser usada quando são necessários muitos dados, dispondo-se
de pouco tempo e recursos para as observações de campo. Normalmente, solicita-se aos
empregados de firmas ou estabelecimentos localizados estrategicamente que anotem, em
determinado dia, o tempo gasto para ir e voltar do trabalho.
Um Plano de circulação urbana (PCU) é realizado com base nos problemas observados na
etapa de Diagnóstico da Situação. Esses problemas são geralmente relacionados a conflitos
experimentados pela população urbana, na disputa pelo espaço viário. A etapa de diagnóstico
é uma análise crítica da rede atual de transportes públicos, do plano de circulação vigente e do
sistema viário da cidade.
O diagnóstico da circulação vigente e do sistema viário se faz pela aplicação de uma série de
pesquisas consagradas no campo da engenharia de tráfego para levantar a situação atual de
aspectos como nível de acessibilidade, condições de circulação de pedestres e de ciclistas,
fluidez do tráfego, segurança no trânsito e desempenho do transporte público na circulação.
O PCU é desenvolvido após a análise de variáveis que medem a qualidade da circulação, como:
segurança das vias; fluidez do tráfego; acessibilidade; e qualidade de vida. Um plano de
circulação visa a valorização do solo, possibilitando um controle efetivo do tráfego.
Em síntese, um Plano de Circulação promove uma classificação funcional das vias, na qual é
estabelecida uma hierarquia para a circulação. As vias são classificadas como vias expressas,
arteriais, coletoras e locais, caracterizando-se, assim, suas funções no contexto urbano.
Todos os demais projetos descritos nos itens seguintes têm por base as diretrizes preconizadas
pelo Plano de Circulação viária.
De uma maneira genérica, pode-se caracterizar estas pequenas intervenções no traçado como
acréscimos de calçadas executados principalmente nas esquinas, para organizar e
regulamentar o uso dos estacionamentos ao longo das vias visando, portanto, a melhoria de
visibilidade nos cruzamentos e a redução dos conflitos entre pedestres e veículos durante a
travessia dessas vias, e também as intervenções para regularizar o alinhamento de vias.
Este projeto visa disciplinar o uso das vias, consolidando o Plano de Circulação proposto, e
contempla a regulamentação de:
9 circulação viária;
9 paradas de ônibus;
Podem ser adotadas placas especiais, para atender a situações específicas, tais como a
operação do transporte coletivo e de estacionamento regulamentado (carga e descarga, táxi,
estacionamento rotativo, etc).
b) carga e descarga - são definidas as áreas de operação de carga e descarga para disciplinar
o desenvolvimento desta atividade, principalmente na área central. O estudo desta
atividade de estacionamento implicará na delimitação física do espaço reservado para a
carga e descarga, bem como dos horários nos quais essa atividade será permitida.
c) pontos de táxis - esse projeto visa reorganizar e regulamentar a localização dos pontos de
táxis, principalmente na área central. São definidos e dimensionados pontos específicos na
área de estudo que sejam compatíveis com o número de táxis em circulação.
(sinalização vertical); e
Com base nos resultados das pesquisas de campo, são definidas as interseções a serem
operadas de forma isolada ou coordenadas (sincronizada), com planos de temporização fixa,
de acordo com o período do dia, ou com controle atuado pelo tráfego, através da detecção de
veículos.
Uma programação semafórica deve conter os seguintes dados, para cada interseção:
9 tempo de ciclo;
Podem ser utilizados softwares, por exemplo, TRANSYT, para elaboração dos planos de
temporização semafórica e avaliação de indicadores, obtidos através de simulações, das
melhorias previstas para o desempenho do tráfego.
tarja preta;
9 nível médio: informações locais na cor preta, com fundo da placa em cor branca e tarja
preta; e
Este padrão de cores acima mencionado tem sido adotado há muitos anos na Região
Metropolitana de Belo Horizonte e em várias cidades mineiras.
Recentemente, foi incluída neste padrão uma nova categoria, para indicar informações de
cunho turístico, estas em branco com fundo da placa na cor marrom.
♦ A segunda etapa consiste na identificação das rotas a serem sinalizadas com placas
informativas.
Faz parte desta etapa a definição do suporte a ser usado (simples, duplo ou braço projetado)
bem como o material para confecção da placa (chapa e película).
A sinalização vertical por meio de placas é um subsistema de sinalização viária, que utiliza
dispositivos de controle de trânsito, onde o meio de comunicação (sinal) está na posição
vertical, fixado ao lado ou suspenso sobre a pista, transmitido mensagens de caráter
permanente e, eventualmente, variáveis, mediante símbolos e/ou legendas pré-reconhecidas e
legalmente instituídos.
As placas de sinalização têm por fim aumentar a segurança, ajudar a manter o fluxo de tráfego
em ordem e fornecer informações aos usuários da via.
Todos os símbolos e legendas devem ser, de formas inequívocas, similares aos propostos no
Manual de Sinalização de Trânsito – Departamento Nacional de Trânsito, Ministério da Justiça,
que são os aprovados pela legislação competente, e qualquer informação adicional, não podem
contrariar as normas dispostas no Manual.
FORMA USO
Circular placas de regulamentação;
Octogonal placa de regulamentação de parada obrigatória;
Triangular regulamentação das vias de acesso à via preferencial;
Quadrada placas de advertência, com uma das diagonais na posição vertical
Retangular placas de indicação e também de advertência que indicam sentidos de movimento;
Cruz adverte da presença, adiante, de uma passagem de nível (cruzamento rodoferroviário);
Outras placas de identificação de rodovias, na forma de um brasão.
COR USO
fundo da placa de obrigação de parada, orla e tarja das placas de regulamentação em geral
Vermelha símbolo da placa indicativa de serviço auxiliar “Pronto Socorro” e na plaqueta indicativa de
via interrompida
Verde placas indicativas de localização, direção, distância e via interrompida;
Azul indicação de serviços auxiliares
Amarela placas de advertência
Preta símbolo e legendas das placas de regulamentação, advertência e indicação
fundo de placas de regulamentação e indicação, legenda de placa de indicação, de fundo de
Branca
outra cor e da placa de parada obrigatória
A FIG. 2.4 apresenta as placas de regulamentação em consonância com o CTB. De acordo com
a funcionalidade classificam-se em seis categorias.
a) Direito da via. O direito da via compreende duas placas singulares, parada obrigatória e
via preferencial, que determinam o direito de passagem a uma das aproximações de uma
interseção em nível. São os sinais “Pare” e “dê a preferência”.
b) Velocidade. Uma variedade de placas pode ser usada para impor o limite de velocidade
combinando a placa de limite de velocidade com mensagens adicionais, específicas às
circunstâncias, ver FIG. 2.4.
d) Controle dos veículos. As placas desta categoria aplicam limites de carga, altura, peso,
peso por eixo e comprimento aos veículos em circulação devido às características de cada
local.
É recomendado que a placa adicional ou o conjunto formado pelo sinal e informação adicional
tenha fundo branco, tarja e orla vermelhas, símbolo e letras pretas.
Geralmente, a placa adicional é incorporada à principal, formando uma só peça, o que facilita a
sua execução, padronização e fixação em suporte.
As placas de Advertência têm a função de dar um aviso antecipado para chamar a atenção dos
condutores de veículos e preveni-los da existência e da natureza do perigo na via. São usadas
em situações que exigem atenção adicional, redução na velocidade ou manobra por parte do
motorista.
Apesar de ser uma ajuda valiosa para a movimentação segura e eficiente do tráfego, não deve
ser usada em demasia. Sinais de advertência não devem ser usados onde as condições são
claras e facilmente discernidas pelo condutor.
Seu uso é muito mais apropriado onde uma circunstância é provável de não ser percebida se
não houver o alerta. Como qualquer outro dispositivo de controle, o uso excessivo gera
desrespeito a todos os dispositivos.
9 interseções;
9 estreitamento de pista;
9 travessia de pedestres;
As placas de advertência são, primordialmente, colocadas para aqueles usuários que não têm
familiaridade com a via. Assim, devem ser localizadas com antecedência suficiente ao local do
perigo, para proporcionar ao motorista ver a placa, e passar por toda seqüência do processo
de percepção e reação antes de chegar até o local. A localização de uma placa de advertência
depende da velocidade de aproximação.
9 Placas de Localização;
9 Placas Educativas.
As placas de Indicação não perdem em eficiência quando usadas de modo excessivo, a não ser
que este uso gere confusão. Clareza e consistência das mensagens é o mais importante na
sinalização informativa. No caso de dúvida, quanto à necessidade de determinadas
informações, respeitadas as limitações orçamentária, elas devem sempre ser colocadas.
A quantidade de informações contidas em uma placa ou grupo de placas próximas, não deve
ser superior àquela que possa ser apreendida rapidamente pelos usuários. Além disso, a
localização das placas de indicação deve ser tal que permita a manobra necessária de maneira
suave e segura, observando-se os tempos de ação e reação.
Confusão e dúvida por parte do motorista devem ser evitadas a qualquer custo. No caso de
placas informativas, a seqüência de mensagens deve ser lógica e conduzir o motorista
naturalmente ao destino desejado. A sobreposição de seqüências deve ser evitada.
A altura da letra do texto deve ser tal que permita ao condutor perceber a mensagem e reagir
relativamente a ela com segurança. Assim, sua dimensão é função da distância da nítida
visibilidade que a mensagem deve proporcionar ao condutor (distância de legibilidade),
recomendando-se utilizar, sempre que possível altura igual ou superior a 10 cm.
TAB. 3.3 - Altura da letra, tipo de via e velocidade prevalecente - Valores sugeridos
O PMV diferencia-se das placas convencionais de sinalização de trânsito, pois pode ser
configurado para mostrar uma série de mensagens diferentes, incluindo painel em branco -
nenhuma mensagem, dependendo da necessidade do momento.
Nos últimos anos o PMV tornou-se mais comum. Estas placas são controladas por sistemas de
acesso a estacionamentos, central de controle de rodovias, centros de controle de tráfego
urbano, e mais recentemente por sistemas de fiscalização de velocidade e circuitos fechados
de TV. No Brasil o uso de PMV está associado a sistemas de controle de tráfego por área, bem
como às centrais de controle de rodovias com concessão de operação pela iniciativa privada.
Na sua forma mais básica o PMV consiste em um painel que é modificado manualmente para
mostrar mensagens ou cobri-las. Na sua forma mais avançada compreende uma matriz de
pontos de luzes multi-coloridas controladas por meio de acionamento remoto ou
automaticamente para mostrar uma variedade de mensagens incluindo textos e símbolos.
A tecnologia atual usada na instalação do PMV varia entre sistemas mecânicos de lâminas
verticais, prismas giratórios, a matrizes eletrônicas baseadas em baterias de emissão de luzes
(diodos) ou através de fibra ótica.
Uma inovação recente no uso do PMV é que este pode comunicar-se publicamente com um
motorista específico. Por exemplo, demonstrando que o usuário está trafegando acima da
velocidade permitida: o sistema de informação acoplado a um sistema automático de medição
de velocidade mostra no painel a placa do carro e a mensagem correspondente. Pode também
comunicar ao usuário se ele está trafegando muito próximo ao veículo da frente.
PMS pode também alertar acerca das condições climáticas (ex. neve, neblina), ou incidentes
ocorridos à frente (ex. acidentes a 5 km, ou fechamento de via). As informações sobre o clima
podem ser acionadas automaticamente, através de um sensor de condições ambientais no
mesmo. Alternativamente, outras mensagens podem ser enviadas através de uma central de
controle, ou através de um veículo autorizado que passar próximo das instalações do PMV.
O potencial do PMV para ser usado para controlar a demanda para estacionamento e vagas
nas vias está aumentando. Pesquisas mostram que a obediência à informação de direção a ser
tomada depende da frase (palavras) usada na mensagem do PMV, e que categorias diferentes
de motoristas respondem ao PMV de maneiras diversas (ex. sugestões para estacionamento
são mais bem aceitas por turistas do que por motoristas locais).
Desta forma, não é possível subestimar a importância da sinalização horizontal como parte do
sistema viário. Em poucos casos as marcas viárias meramente enfatizam o leiaute das vias e
guiam os usuários.
Por outro lado, em muitos casos, o sucesso de um projeto reside nas mensagens visuais
transmitidas pelas pinturas no pavimento. Alguns dispositivos de canalização viária, por
exemplo, mini-rotatórias, são freqüentemente implementadas apenas com marcações no
pavimento e algumas placas. Para obtenção de uma linguagem uniforme, as marcas viárias
devem seguir os padrões e critérios preconizados no ANEXO 2 do CTB.
A sinalização horizontal deve ser elaborada no estágio inicial do projeto, isto é, não deve ser
considerada após todos os outros aspectos do projeto terem sido definidos. Geralmente, a
localização dos limites da pista, linhas divisórias de fluxos, ilhas fictícias e marcações de
prioridade são tão críticas quanto a localização do meio-fio, ilhas e outras intervenções na via.
Em áreas urbanas a linha dupla contínua demarca a divisão de vias com circulação em mão
dupla, e não possui, necessariamente, o caráter de proibição de ultrapassagem adotado nas
rodovias.
A linha dupla contínua é mais usual em vias arteriais e coletoras primárias sem canteiro
central, podendo ocorrer também a demarcação com linha única contínua. Nesse contexto de
separação de fluxos opostos, em vias coletoras secundárias é comum o emprego de linha
tracejada em todo o trecho a ser sinalizado.
As linhas divisórias de fluxo de mesmo sentido são demarcadas com faixas tracejadas, sendo
as faixas mais curtas que o espaçamento entre elas. Essas linhas organizam o tráfego em
canais e podem ser usadas para aumentar a eficiência do uso da via em locais congestionados.
As linhas de bordo são tracejadas ou contínuas e mantêm o motorista afastado dos bordos da
via. Foram inicialmente usadas para aumentar a segurança em vias rurais sem iluminação.
Atualmente têm sido também utilizadas em vias de alta velocidade, em áreas adensadas e em
interseções. À esquerda do fluxo são usualmente na cor amarela e à direita, na cor branca.
As faixas de pedestre do tipo “zebrado” são mais recomendáveis em locais de grandes volumes
de pedestre, e nas faixas localizadas no meio de quadras, enquanto que as faixas de pedestre
tipo linhas paralelas podem ser utilizadas em locais de menor volume de pedestres.
A FIG. 2.5 mostra esquematicamente a sinalização horizontal típica para uma interseção
controlada por obrigatoriedade de parada.
ÔNIBUS
Linha divisória de fluxos mesmo sentido
Linha de continuidade
Nariz teórico
Marcação de estacionamento
A maior desvantagem associada ao uso de dizeres e símbolos no pavimento é que estes não
podem ser facilmente lidos em condições de tráfego intenso.
Os símbolos podem ser mais eficientes que as instruções por meio de textos desde que o seu
significado seja entendido. Assim, em alguns países, as setas são amplamente usadas para
instruções de convergência ou mudança de faixas de tráfego.