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INÉRCIA LUSITANA

Não acredito que os portugueses sejam incompetentes, mas creio que somos um
povo inerte, passivo, que deixa as coisas acontecerem, que não procura sair da
mediania, já para não dizer da mediocridade. Somos uma nação do “deixa andar” e
“quem vier atrás que tranque a porta”. E é por isso que acabamos por ser umas
“marionetas” nas mãos de “ilusionistas”. Esta é a realidade!

Antes que alguém me condene por ser tão pessimista, pretendo mencionar que esta
ideia atrás explanada é uma referência generalizada, pois sei perfeitamente que
existem portugueses extremamente competentes, organizados, responsáveis e
criativos. Em suma, profissionais na verdadeira acepção da palavra.

MARCAS PORTUGUESAS DE SUCESSO INTERNACIONAL


Deixando a mediocridade generalizada de lado, gostaria de salientar a particularidade
de algumas marcas que se vão impondo fora de Portugal. Uma delas é a EDP
ramificada em empresas espanholas (HC energia, NeoEnergia e Naturgas) e que são
administradas a partir de Portugal. “Todas elas pertencem ao grupo EDP”. Aliás, a “EDP
é já o terceiro maior operador de electricidade na Península Ibérica, ocupa o quinto
lugar a nível mundial na energia eólica e tem um peso crescente nas barragens no
Brasil. A expansão do Grupo vai passar por mercados como França, Itália e Estados
Unidos”.

Outro exemplo é a Brisa, que tem vindo a exportar o seu know-how tecnológico tanto
para países emergentes como para nações já desenvolvidas. A grande invenção desta
empresa foi a via verde que “apareceu no mercado como uma invenção made in
Portugal”.

A Parfois, marca que eu desconhecia como sendo portuguesa, é mais uma marca de
sucesso lusitano, sendo que já têm 98 lojas no nosso país e 38 em três continentes , em
países como Arábia Saudita, Dubai, Estados Unidos (Miami) ou Chipre. Ligada à moda,
tal como a Parfois, temos a Lune Bleu que surgiu em 2000 e que já possui 100 lojas
divididas entre a Europa (Portugal incluído), América do sul, Ásia e África.

A indústria do calçado português tem também a sua quota de internacionalização,


sendo responsáveis por este sucesso empresas como a Aerosoles, Fly London, Pablo
Fuster, Gino Bianchi, Yucca e Armando Silva. “Portugal é o terceiro país da Europa que
exporta mais calçado e o sétimo a nível mundial.”

Gostaria de referir também que “Existe uma empresa portuguesa que é líder no
mercado europeu de marketing e publicidade, em termos de inovação tecnológica.
Televisões nas bombas de gasolina, casas de banho com TV, mochilas onde pode
anunciar os seus produtos nas costas de quem as transporta...”. Esta empresa designa-
se de Dot One e é líder no mercado ibérico.

A Euronavy que “está no negócio das tintas para navios e plataformas petrolíferas”.
"Nós somos a única empresa no mundo não americana certificada para fornecer a US
Navy, isto é um marco importante para nós". Quem afirma é Mário Paiva, fundador da
Euronavy em 1982.

Temos ainda a Domingos Almeida e Coltec que são duas apostas na inovação têxtil.
“Em Portugal já se fazem cortinados, reposteiros, sofás, cadeirões, uma infinidade de
artigos para o lar com cheiros agradáveis que se vão libertando à medida que são
utilizados. Lençóis que regulam automaticamente a temperatura em contacto com o
corpo também são desenvolvidos em Portugal. Tudo isto é obra da Domingos Almeida
Têxteis, uma empresa de Lordelo, no norte do país, que iniciou a sua actividade em
1973.”

Existe também a Logoplaste que domina o império do plástico.


“A Logoplaste é uma empresa portuguesa que descobriu no plástico o segredo do
sucesso. É líder no mercado português, terceira a nível europeu, no mercado brasileiro
é a segunda e está no quinto lugar a nível mundial a fabricar embalagens em plástico
rígido.”

De uma forma mais resumida, temos a OutSystems e a Altitude Software que se


destacam no mundo da alta tecnologia; a Filkemp que “é líder europeia e ocupa o
segundo lugar no ranking mundial no fabrico de monofilamentos.”; o Grupo Amorim
através da liderança mundial da produção de cortiça; o Grupo Pestana com 76
unidades hoteleiras em 3 continentes; também nos têxteis temos a empresa Diniz e
Cruz e Dielmar; no plano farmacêutico, temos a Jaba e a Bial que contribuem para o
crescimento anual das farmácias portuguesas sendo já superior ao crescimento
europeu e mundial; detemos a Impetus e a Throttleman como sucesso em roupa
interior; o Grupo Vila Galé na indústria hoteleira; a Fepsa, líder mundial no fabrico de
chapéus topo de gama; e a Sonae que é líder em vários mercados.

Como podemos perceber, existe uma boa fatia de sucesso mundial em marcas
lusitanas e o aspecto que gostaria de realçar é que algumas destas empresas dividem e
gerem o seu sucesso com empresas espanholas advindo daí que a ideia de uma união
ibérica não seria de todo descabida. Penso que o que há a melhorar é a mentalidade
dos portugueses em geral, dando-lhes formação ao nível do empreendimento e da
criatividade e dando-lhes, obviamente, oportunidades!

Sitografia: http://pme.aeportugal.pt/Inicio.asp?
Pagina=/Aplicacoes/Noticias/Noticia&Codigo=227

Consultado em 13/01/2009

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