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Amido Janjo Abacar

RESUMO

Universidade Pedagógica
Nampula
2018
1

Amido Janjo Abacar

RESUMO

Trabalho de investigação cientifica de


caracter avaliativo a ser apresentado na
cadeira de , Curso de Licenciatura em
Gestão Ambiental e Desenvolvimento
Comunitário, Pós-Laboral, 3º Ano,
orientado pelo;
Docente:

Universidade Pedagógica
Nampula
2018
2

Índice
Introdução ........................................................................................................................................ 3

Gestão de recursos hídricos em zonas de ocupação espontânea ..................................................... 4

Conflitos sociais/ambientais em zonas de ocupação espontânea .................................................... 5

Modelos de ocupação do espaço em Nampula ................................................................................ 7

Erosão do solo ................................................................................................................................. 9

Saneamento do meio ...................................................................................................................... 11

Projecto exequível sobre o saneamento ......................................................................................... 12

Manifestação de eventos climático em zonas de ocupação espontânea ........................................ 13

Conclusão ...................................................................................................................................... 15

Bibliografia .................................................................................................................................... 16
3

Introdução

O trabalho consiste em uma análise Geoambiental, na busca dos estudos dos impactos (acções)
ambientais sobre as diferentes unidades naturais e suas manifestações reflectidos como um
conjunto de efeitos ambientais (sobre a gestão de recursos hídricos) e consequências (sobre os
sistemas sócio ambientais), resultando no actual modelo de ocupação no espaço que tem como
características uma ocupação extensiva urbana e pontual exclusivista; que subtiliza os potenciais
naturais, baseado em seguintes pontos:

 Gestão de recursos hídricos em zonas de ocupação espontânea;


 Conflitos sociais/ambientais em zonas de ocupação espontânea;
 Modelos de ocupação do espaço em Nampula;
 Erosão do solo;
 Saneamento do meio;
 Projecto exequível sobre o saneamento;
 Manifestação de eventos climático em zonas de ocupação espontânea.

Assim sendo, o trabalho é caracterizado pela uma estrutura que marca o seu início com a presente
introdução seguindo pelo desenvolvimento referente ao resumo dos temas acima mencionados, a
conclusão e finalmente as bibliografias.
4

Gestão de recursos hídricos em zonas de ocupação espontânea

Gerir para (LEAL, 2000, p. 9) pode ser compreendido como “sinónimo de uma acção humana de
administrar, de controlar ou de utilizar alguma coisa para obter o máximo de benefício social por
um período indefinido”. Cabe destacar que de acordo com Leal (2000) o benefício social deve ser
entendido como qualidade de vida da população, que se refere pelo contentamento no que tange ao
consumo que a sociedade tem como modelo, a situação social e cultural e ao atributo ambiental.

No Noroeste da Índia, a colheita mecanizada de arroz e trigo é agora uma prática comum de deixar
grande quantidade de resíduos de culturas nos campos. Na maior parte da região de ocupação
espontânea, para limpar os campos para a sementeira de trigo, a maior parte de palha de arroz é
queimada no local pelos agricultores, causando poluição ambiental e perda de nutrientes vegetais
e matéria orgânica (Sikka et al. 2015).

A queima de resíduos emite quantidade significativa de gases de efeito de estufa (GEE). Por
exemplo, 70, 7 e 0,7% de carbono presente na palha de arroz é emitido como C02, CO e CH4,
respectivamente, enquanto 21 % é emitido como N20 durante a queima.

As principais razões para a queima de resíduos de culturas no campo incluem falta de consciência,
a indisponibilidade de semeadores, uso de máquinas de colheita sem espalhadores, falta de
mentalidade dos agricultores e alto custo na remoção de resíduos.

As queimas de resíduos de culturas levam a perda de nutrientes vegetais e tendo impactos adversos
nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. A retenção dos resíduos tem o potencial
para se tornar a principal fonte de matéria orgânica (como C constitui cerca de 40 % da biomassa
seca total), além de enriquecer o solo e proporcionando microclima favorável para a estabilidade
dos ecossistemas agrícolas, (Sikka et al. 2015).

Pode-se destacar que os modelos de gestão de recursos hídricos foram elaborados dentro de um
contexto social, jurídico, político, ambiental e histórico singular e, portanto, eles se encontram
impregnados de ideologias presentes nesses contextos e se destacam diferentes exemplos de gestão
das águas doces, tais como: burocrático, económico-financeiro e integração participativa (Lanna,
1995).

No modelo burocrático, o gerenciamento ficava nas mãos do administrador público que por sua
vez tinha o dever de exercer e fazer cumprir a lei; sua criação remete ao Código de Águas na década
5

de 1930. A integração da face burocrática com os instrumentos económicos visando uma indução
ao desenvolvimento e obediência das disposições legais vigentes caracterizou o modelo de gestão
económico-financeiro, implantado a partir da década de 1980. Década marcada por uma abertura
económica dos Estados democráticos, suas acções são realizadas a partir da implantação de
programas sectoriais marcados por conflitos intersectoriais. Os instrumentos económicos e
financeiros são aplicados tendo em vista uma concepção de sistema: sectorial, como o de
saneamento, de energia, de transportes, ou integral.

O Modelo Sistémico de Integração Participativa trata-se do modelo mais moderno de


gerenciamento de recursos hídricos e constitui o objectivo estratégico de qualquer reformulação
institucional e legal bem conduzida, que busca integrar sistemicamente os quatro tipos de
negociação social: económica, política directa, político-representativa e jurídica.

O modelo sistémico Participativo foi instaurado pela França em 1964. De acordo com Rodrigues
(1996) e Trindade Junior (1998), ainda na década de 1980 e aproveitando-se da infra-estrutura
desses conjuntos, surge em seus arredores as ocupações espontâneas, que são precárias moradias
construídas em terrenos privados ou públicos, por uma parcela da população que não tem condições
de comprar ou alugar uma casa. É através dessas ocupações que os agentes sociais excluídos
tornam-se efectivamente agentes modeladores, produzindo seu próprio espaço.

Conflitos sociais/ambientais em zonas de ocupação espontânea

A ocupação, urbana por promover uma diversificação dos usos da terra, onde as ocupações
espontâneas ocupam papel de destaque, sendo responsável por 49,9% das edificações acarretou
conflitos socio ambientais, que têm como actores sociais envolvidos os moradores das ocupações
espontâneas, os proprietários das terras ocupadas e a Prefeitura Municipal de Belém. Como mostra
Little (2001), esses conflitos podem ocorrer pelo controle dos recursos naturais, como a terra, por
exemplo, como território de moradia e vivência. Os conflitos ocorrem também quando há
manifestações, por parte da população, no sentido da oferta de serviços públicos.

Nesse contesto, os conflitos se dão em duas frentes: entre os moradores das ocupações espontâneas
e os proprietários fundiários e entre os primeiros e as autoridades locais. No primeiro caso, o
conflito se dá pelo uso da terra. Já no segundo, pelo uso da água.
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Segundo Little (2001), os conflitos socio ambientais ocorrem pelo controle dos recursos naturais,
derivados dos impactos ambientais e sociais decorrentes de determinados usos. Os conflitos
também podem ocorrer por meio de reivindicação pelo acesso a serviços públicos. Acselrad (2004)
afirma que os conflitos socio ambientais ocorrem quando são envolvidos grupos sociais com modos
diferenciados de apropriação, uso e significado do território. Ainda de acordo com Acselrad (2004),
tais conflitos são originados quando pelo menos um dos grupos sofre ameaças quanto à
continuidade das formas sociais de apropriação do seu meio. Estas ameaças podem acontecer por
impactos indesejáveis ocorridos com o solo, água, ar ou sistemas vivos, decorrentes do exercício e
das práticas de outros grupos. Os actores sociais envolvidos nos conflitos são: os moradores das
ocupações espontâneas, os proprietários e a autoridade. Como referimos anteriormente os conflitos
ocorrem em duas frentes: entre os proprietários locais e os moradores das ocupações espontâneas
e entre estes últimos e o poder público.

Os conflitos entre os moradores das ocupações espontâneas e os proprietários locais se dão em


decorrência da luta pelo acesso à terra como territórios de moradia e de vivência no caso dos
moradores das ocupações ilegais e como reserva de valor por parte dos proprietários de terras.
Little (2001) afirma que os conflitos socio ambientais estão relacionados aos recursos naturais, aos
espaços que contêm estes recursos, isto é, entre os agentes sociais que reivindicam essas terras
como seu território de moradia e vivência. Acselrad (2004) mostra que os conflitos podem ocorrer
quando um grupo sofre ameaças quanto à continuidade de acesso ou controlo dos recursos como
ocorre com os proprietários terra quando têm suas terras ocupadas e com os ocupantes quando há
a reintegração de posse desses terrenos.

As ocupações espontâneas são responsáveis muitas das vezes das edificações e elas se formam
através da ocupação desses terrenos desocupados, constituindo o conflito com os proprietários
dessas terras, uma vez que, ao terem suas terras ocupadas, por exemplo, os proprietários fundiários
accionam a justiça para reaver a propriedade.

A origem deste conflito diz respeito à luta pelo serviço de abastecimento de água potável, pois
como afirmam Little (2001) e Acselrad (2004), os conflitos socio ambientais podem ocorrer pelo
uso dos recursos naturais. Ou seja, o conflito é pelo uso da água.
7

Modelos de ocupação do espaço em Nampula

Em Moçambique, o Plano de Estrutura Urbana é o instrumento básico da política de


desenvolvimento e expansão urbana obrigatória para os municípios independentemente do número
de habitantes. Neste país as cidades estão sujeitos ao Regulamento da Lei no19/2007 de 18 de Julho
do Ordenamento do Território, seu artigo 6, parágrafo primeiro e segundo (Dever de ordenar o
território) “1º - Compete ao Estado e às Autarquias Locais promover, orientar [...] coordenar o
ordenamento do território. 2º - Ao intervirem, fazem-no no sentido de garantir o interesse público,
com respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos”, que está previsto na Constituição
da República de Moçambique no seu artigo 7.

Constituem instrumentos de planeamento/ordenamento territorial ao nível autárquico:

 Plano Geral de Urbanização (PGU) - é o Instrumento que estabelece a estrutura e qualifica


o solo urbano na sua totalidade, tendo em consideração o equilíbrio entre os diversos usos
e funções urbanas com especial atenção as zonas de ocupação espontânea como base para
a elaboração do plano.
 Plano Parcial de Urbanização (PPU) - estabelece a estrutura e qualifica o solo urbano
imparcialmente, tendo em consideração o equilíbrio entre, os diversos usos e funções
urbanas, definem as redes de transporte, comunicações, energia e saneamento, os
equipamentos sociais.
 Plano de Pormenor (PP) - define com pormenor a tipologia de ocupação de quaisquer áreas
específica do centro urbano, estabelecendo concepção do espaço urbano dispondo sobre
uso do solo e condições das edificações, vias de circulação, características das redes, das
infra-estruturas e serviços, tanto para novas áreas assim como para áreas existentes
caracterizando as fachadas dos edifícios e arranjos dos espaços livres.
 Plano de Estrutura Urbana (PEU) - instrumento que estabelece a organização espacial da
totalidade do território do município ou autarquia de povoação, os parâmetros e as normas
para a sua utilização, tendo em conta a ocupação actual, as infra-estruturas e os
equipamentos sociais existentes a implantar e a sua integração na estrutura espacial
regional.

Estes instrumentos de ordenamento territorial a nível autárquico são elaborados por iniciativa do
Presidente da Autarquia e aprovados pela respectiva Assembleia Autárquica (Art.38 n°.1 do
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Regulamento da Lei do Ordenamento do Território). O Regulamento define também que não dar
início à elaboração dos instrumentos de ordenamento territorial dentro dos prazos definidos por lei,
é uma infracção ao Regulamento que será punida com multa (FORJAZ, 2009).

Porém, os municípios moçambicanos, de forma abrangente, sofrem com graves problemas de


planeamento e gestão do solo urbano, de acordo com Forjaz:

[...] mais de metade da população urbana na cidade de Nampula vive em


bairros irregulares carecendo dos serviços urbanos indispensáveis e
ocupando de forma deficiente e inadequada o terreno urbano [...] Em vários
casos, maior parte da infra-estrutura viária, abastecimento de água, energia,
de drenagem, saneamento e os próprios edifícios públicos existentes, foram
construídos na época colonial, para populações muito menores (FORJAZ,
2009, p.3).

A ineficácia de instrumentos de planeamento e gestão urbana, a expansão acelerada da cidade, a


pressão dos assentamentos informais de ocupação irregular, desordenado e a busca de melhores
condições de vida na cidade constitui um grande entreve para se pensar na implantação de infra-
estruturas urbanas.

Desse modo, a constante expansão urbana e a ocupação irregular e desordenado do solo urbano é
motivo de preocupação para os célebres urbanistas e ambientalistas e outros estudiosos em áreas
afins, que procuram encontrar meios que possam assegurem e garantir a preservação de um
ambiente saudável para o presente e o futuro das cidades (GROSTEIN, 2001).

Por essa razão que, a inutilidade do planeamento e de políticas públicas destinadas a proporcionar
um ambiente equilibrado, moradia condigna a todas as pessoas, assim como uma estrutura
administrativa eficiente de fiscalização que não permitem a ocupação por loteamentos clandestinos
ou irregulares em áreas urbanas é fundamental quando pensamos nas cidades. Os assentamentos
urbanos informais instalados sobre áreas que se podem considerar de preservação permanente em
Moçambique se defrontam com a ameaça e representam um conflito socio ambiental que envolve
a a exploração económica de propriedade privada e o direito à moradia (LAGE, 2001). Essa
realidade vem se alastrando por todo o país e não só faz se presente na cidade de Nampula.
9

A ocupação irregular e desordenada das áreas urbanas trouxe consequências graves ao ambiente
urbano em Moçambique, como a inviabilidade o que caracteriza a cidade de Nampula, não apenas
as áreas dos assentamentos informais, assim como das ocupações irregulares estão sob a égide do
Regulamento do Uso do Solo Urbano, considerado, portanto, como áreas não urbanizáveis de
protecção ambiental ou reserva do Estado de acordo com o Decreto-lei no 60/2006 de 26 de
Dezembro.

Entretanto, toda a protecção jurídica dispensada pelo Decreto 60/2006, pela Lei Ambiental (Lei n.º
20/97) e pelo Código de Postura Municipal não se tem mostrado suficiente para evitar a ocupação
clandestina, irregular e desordenado do espaço urbano. E essa é a realidade que se verifica não só
na cidade de Nampula, mas sim quase em todas cidades moçambicanas.

Erosão do solo

A erosão do solo é um processo de destacamento e transporte de materiais do solo, por agentes


designados por erosivos. É um processo sequencial que envolve o destacamento das partículas do
solo e o transporte das partículas destacadas. A erosão, ao remover as partículas de solo, para além
de reduzir a sua espessura, diminui também os níveis de matéria orgânica do solo e contribui para
a desagregação da sua estrutura, o que diminui a profundidade de enraizamento e, portanto, diminui
a quantidade de água, ar e nutrientes disponíveis para as plantas, criando, assim, um ambiente
menos favorável para o seu crescimento e pode ser:

 Erosão hídrica é o tipo de erosão provocada pela água. Esta acção é acelerada quando a
água encontra o solo desprotegido de vegetação;
 Erosão laminar é a remoção de uma fina camada de solo relativamente uniforme pela chuva
e escorrência superficial generalizada e não canalizada;
 Erosão em Sulcos é um processo de erosão em campos inclinados onde numerosos canais
aleatórios se formam com apenas alguns centímetros de profundidade, isto em solos
recentemente cultivados.
 Erosão de barrancos (ravinar) é o processo de erosão pelo qual a água se acumula e origina
por entalhe canais estreitos, por curtos períodos de tempo, que removem o solo desta área
até profundidades consideráveis;
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 A erosão eólica é típica de regiões secas apesar de poder ocorrer também em regiões
húmidas. Esta erosão ocorre também em duas fases: destacamento e transporte.

A erosão do solo é um problema que afecta seriamente o ambiente sob diversos aspectos. Dentre
os principais estão as perdas de solo (principalmente por meio de erosão laminar), perda de
nutrientes por lixiviação, a redução na capacidade de infiltração e de retenção de humidade do solo,
a sedimentação e a deposição do material erodido nas zonas baixas de solo fértil, reduzindo a sua
fertilidade, desgaste do solo, entre outros Bertoni & Lombardi (1985). A eutrofização das águas
superficiais é também um problema sério associado à erosão do solo agrícola, pois os nutrientes
transportados durante o processo erosivo, particularmente o fósforo, permitem um crescimento
descontrolado das plantas e algas aquáticas, que esgotando o oxigénio dissolvido na água, reduzem
drasticamente a biodiversidade destes ecossistemas. A degradação de infra-estruturas públicas,
nomeadamente redes de drenagem, estradas e assoreamento de albufeiras são também aspectos
negativos ligados à erosão dos solos agrícolas. A erosão dos solos agrícolas é um problema à escala
mundial e embora tenha maior gravidade nos países em desenvolvimento, (Lal, et al 2012) continua
a ser motivo de preocupação nos países desenvolvidos Crosson (2007).

A cobertura do solo por plantas e seus resíduos é o factor mais importante na redução da erosão
dos solos agrícolas por permitirem a dissipação da energia das gotas de água da chuva (ou da rega).
De acordo com Silva (2003), o aumento da cobertura do solo leva a uma protecção maior contra a
desagregação de partículas, reduzindo o processo erosivo e contribuindo para aumentar a
infiltração de água no solo. A cobertura vegetal é também importante para fornecer matéria
orgânica e sombreamento ao solo, proporcionando, portanto, benefícios não apenas por evitar a
erosão, como também por aumentar os organismos benéficos ao solo, como as minhocas e fungos
micorrízicos, e controlar a perda de elementos nutritivos do solo.

Conceito de solo

O solo é o principal suporte para o crescimento das plantas, pois fornece apoio e nutrição para que
elas se desenvolvam, constituindo-se em um recurso natural vital Pádua, (2003). Segundo Coimbra
e Tibúrcio (2002), o solo é limitado por ser um recurso não renovável. Para Bigarella et al. (1996),
o solo é um material mineral e/ou orgânico inconsolidado, poroso, finamente granulado, com
natureza e propriedades particulares, herdadas da interacção de processos que ocorrem durante o
tempo, envolvendo as variáveis:
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 Material de origem;
 Clima;
 Organismos vivos;
 Relevo.
 Actividades antropomórficas.

Saneamento do meio

Saneamento é o conjunto de acções, obras e serviços que têm por objectivo alcançar níveis
crescentes e sustentáveis de salubridade ambiental. Onde a Salubridade ambiental refere a
qualidade ambiental capaz de prevenir a a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e
de promover o aperfeiçoamento das condições mesológicas, favoráveis à saúde da população
urbana e rural. Já o Meio ambiente constitui ao conjunto de condições, leis, influências e
interacções de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas
formas.

Contudo, o Saneamento do meio pode ser definido como conjunto de medidas que visam preservar
ou modificar as condições do meio ambiente, com finalidade de prevenir doenças e promover a
saúde e ainda mais no que tange ao conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais
de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos
sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. As actividades do saneamento do meio
envolvem, principalmente:

 Abastecimento de água;
 Colecta, tratamento e disposição dos esgotos sanitários;
 Drenagem de águas pluviais;~
 Protecção contra inundações;
 Colecta, tratamento e disposição do lixo;
 Controle de insectos, ratos, etc.;
 Controle da poluição atmosférica;
 Higiene das habitações;
 Higiene industrial;
 Educação sanitária.
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Projecto exequível sobre o saneamento

Apesar da Educação Ambiental (EA) ser reconhecidamente um dos instrumentos educativos mais
relevantes no âmbito das acções de saneamento (MARANHÃO; SORRENTINO, 2009;
WARTCHOW, 2009; LIMA, 2009).

Nessa perspectiva, a avaliação de projectos socio ambientais compromete seu carácter político e
sua essência pedagógica para, caminhar na superficialidade de abordagem, implicando no
descrédito ou até mesmo, no abandono desta prática. Outra consequência desse problema é a
construção de sistemas de indicadores numerosos, não contextuais, pouco inteligíveis e, portanto,
de difícil operacionalização por todos os interessados (OAKLEY; CLAYTON, 2003).

Os elementos a serem observados dependem das especificidades de cada projecto e também de


qual das acções de saneamento está sendo aplicado, no que se referem a seu planeamento, processo
de execução, resultados e impactos. Na medida em que o grande desafio nesta era contemporânea
da informação não é a capacidade de produzir, armazenar ou transmitir informações, mas sim
reconhecer o que é importante saber e, de fato, utilizar essa informação. Nessa perspectiva, a
questão crucial é descobrir o que é preciso fazer para criar e desenvolver avaliações que sejam
realmente utilizadas para reduzir incertezas, melhorar a efectividade e tomar decisões relevantes.

Os projectos exequíveis sobre o saneamento do meio devem ter uma estrutura desde:

POLÍTICA PLANO PROJETOS


Os quais se incorporam a sua parte essencial da infra-estrutura urbana, porem, são projectos que
tem por objectivo caracterizar a área, caracterizar o sistema, estudar alternativas técnicas de
concepção, definir parâmetros e vazões, realizar estudos ambientais e sociais, estimar custos de
implantação, operação e manutenção de cada uma das alternativas de concepção, e apontar a
alternativa que indicará com maior precisão a necessidade e o tempo necessário para a solução dos
problemas de saneamento.

Pois são necessários para que os investimentos sejam realizados em conformidade com a Política
e com o Plano.
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Manifestação de eventos climático em zonas de ocupação espontânea

A displicência que o homem tem empreendido nas suas acções para com o meio ambiente e até
mesmo para com o seu semelhante tem-no colocado diante de um perigo iminente em que se
destacam os eventos climáticos extremos decorrentes de perturbações ambientais que vêm sendo
acumuladas pela sociedade, bem como, pelas crescentes desigualdades socioeconómicas
polarizada pela globalização económica. Em relação a diversas manifestações climáticas de
extrema proporção, podemos perceber que numa perspectiva temporal as consequências que
actualmente parecem ser momentâneas estendem-se no espaço e no tempo a partir de dinâmicas
directas ou indirectas. Diante de uma tempestade que após seu ápice, fica períodos de precipitações
continuas causadoras de inundações, alagamentos, entre outras, gera uma série de passivos
socioeconómicos e ambientais, que podem ir desde a perda de plantações, demanda inesperada por
gastos públicos em sectores de infra-estruturas como construção ou reformas de pontes de rodovias,
necessidade de disponibilizar verba destinadas a ajudar desabrigados.

A vinculação de doenças epidémicas infecciosas e parasitárias tendem a agravar devido ao período


necessário a ciclo de reprodução dos vectores de transmissão de doenças, tais como mosquitos,
roedores, etc. Isto tem proporções que evidenciam no cerne da saúde pública uma actuação
complexa, em que, muitos casos, os governos não dispõem de medidas preventivas e nem sequer
pró reactivas diante da incidência de eventos climáticos extremos. Tal fato elege a discussão
pertinente, evidenciando assim que a temática diante do actual contexto socio ambiental que se faz
presente.

Diante do actual estágio de desenvolvimento produtivo da sociedade, tem sido apontado por
diferentes instituições, entre elas destaca-se o IPPC (2007), os impactos ambientais decorrentes do
aumento da exploração dos recursos naturais. Desta forma é atribuído ao aumento da emissão de
gases que contribuem para o efeito estufa o aumento exagerado de consumo da sociedade pós
industrial. Assim, é discutido como o meio ambiente tem sido perturbado pelas actividades
antrópicas e alguns desdobramentos da relação desenvolvimento e impactos ambientais e como os
mesmos podem condicionar o aumento no risco a saúde humana.

As catástrofes ambientais ocorridas nos últimos anos vêm causando uma série de impactos a
sociedade, os prejuízos denotados destes eventos causam ónus a sociedade das zonas de ocupação
espontânea e em geral, prejuízos económicos vultuosos, além da perda de vidas humanas. Segundo
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o relatório do (IPPC 2007), devido a emissão de gases, e de outras acções que tem auferido
impactos ao meio ambiente.

Diante do actual quadro ambiental, torna-se nítido o aumento da ocorrência de desastres naturais,
sendo que estes, estão ligados em sua maioria por influências atmosféricas, Marcelino (2008), o
resultado são prejuízos diversos, sendo denotados em diferentes níveis da sociedade.

No caso do nosso vem desenvolvendo acções na operacionalização dos objectivos estratégicos


onde dois pilares surgem como estruturantes das orientações para a acção, designadamente

(1) A adaptação e gestão de riscos climáticos e


(2) A mitigação e desenvolvimento de baixo carbono. Adicionalmente é indicado um conjunto
de acções transversais chave que incluem
i. Reforma institucional e legal,
ii. Pesquisa e observação sistemática e
iii. Capacitação e transferência de tecnologia. A estratégia define como prioridade
nacional a adaptação e redução do risco climático, e ao mesmo tempo, esta
estratégia reconhece a necessidade de aproveitar as oportunidades que o país tem,
sem prejuízo das acções de desenvolvimento, para reduzir os impactos das
manifestações climáticas (MC) através de um conjunto de acções de mitigação e
desenvolvimento de baixo carbono.
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Conclusão

Chegado a este ponto do trabalho e tendo em conta os pontos abordados, dai que sob olhar de um
ponto, nos qual constitui marcante, cabe-nos concluir que o estudo de conflitos ambientais
configuram-se em uma importante ferramenta para o entendimento dos usos e apropriação dos
recursos naturais principalmente em zonas de ocupação espontânea. Por isso mesmo que os
conflitos ambientais são causados principalmente, pela escassez de recursos naturais causada pela
acção do homem, gerando problemas como diminuição da produção agrícola, migração
populacional, decadência económica, enfraquecimento das instituições e relações sociais. Nesse
sentido, enaltece a importância de que o conceito de conflito ambiental não seja reduzido a uma
questão de ordem económica, ligado unicamente ao risco de escassez de algum tipo de fonte de
energia, ou similar em zonas de ocupação espontânea particularmente.
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Bibliografia

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