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INTRODUÇÃO
salvação? Existe uma controvérsia entre aqueles que afirmam ser a salvação um dom
gratuito de Deus. A disputa está em que, enquanto, alguns sustentam que a fé seja a única
condição para que o homem seja salvo, outros afirmam a necessidade do arrependimento.
Os primeiros fazem diferença entre crente e discípulo e não acreditam ser necessário uma
submissão ao senhorio de Jesus Cristo para que alguém seja salvo, bastando apenas
recebê-lo como Salvador e acusam o outro grupo de estarem pervertendo a graça pura do
Poderia alguém ser salvo sem ter se arrependido, ter fé sem ter obras, ser
crente sem ser discípulo, receber Jesus como Salvador, mas não tê-lo como Senhor?
Este trabalho tem como objetivo tratar destas questões, indo um pouco além
alguns novos textos que ainda não haviam sido discutidos, bem como o tema do batismo
verdade, em verdade vos digo: Quem crê, tem a vida eterna." Tão simples que qualquer
criança pode entender. E, que, através de versos tão simples como estes, milhões de
pessoas tem encontrado a Cristo, através dos séculos. Hodges afirma que os defensores
palavras simples de Jesus num complexo e intrincado plano de salvação, onde as palavras
de Jesus, em Jo 7.47, seriam entendidas da seguinte forma: "Em verdade, em verdade vos
digo, quem se arrepender, crer, e se submeter totalmente a minha vontade, tem a vida
eterna." E que todas estas adições estariam implícitas no termo "crer". Em sua opinião,
isto seria um absurdo que estaria contrariando o contexto de todo o Evangelho de João,
que tendo como propósito principal evangelizar (Jo 20.30,31), não menciona uma vez
2
obtenção da salvação, mas unicamente fé. 1
reforma: "sola fide" - "fé somente" e não arependimento e fé como a única condição para
condição para a salvação eterna é nada menos que regressar ao dogma católico-romano". 2
Para ele o arrependimento não tem a ver com salvação, mas sim com
do "Filho Pródigo", Hodges destaca que a restauração do filho perdido foi muito mais
fácil do que ele imaginava, e que a estória não é uma simples estória sobre salvação, mas
sobre como se deu o reencontro e a restauração da comunhão entre um pai e seu filho
rebelde, culminando num banquete festivo. E usa o mesmo argumento para entender o
texto de Lc 5.31,32, afirmando que o texto diz respeito a um convite a pecadores para se
"sentarem a mesa", tendo comunhão com Deus, e que não se trata, necessariamente, de
salvação. Neste sentido, arrependimento é também exigido dos cristãos (Ap 3.19-20).
arrependimento como um estímulo à fé, como também pode usar a gratidão, o medo, a
salvação, suas palavras são claras: "... Aquele que tem sede, venha, e quem quiser receba
de graça a água da vida" (Ap 22.17b). "Deus tem apenas um meio de dar esta água."
1 Hodges, Zane C. "Absolutely Free". Dallas, Texas, Redención Viva. 1989, pp. 25-27.
2
Ibid., (trad.: José Ildo Swartele de Mello), p. 145.
3
Afirma Hodges, "Ele a dá livremente. Mas Deus tem muitos meios de fazer as pessoas
Faz questão de não usar o termo regeneração, quando diz: "Fé somente (não
entre uma humanidade pecadora e um deus misericordioso sempre deve ser baseada em
Mas não podemos entender a salvação como se ela implicasse apenas em justificação.
Para responder a Hodges, seria necessário fazer uma breve explanação da doutrina da
para um novo viver, pois que adotados como filhos de Deus, devemos ser seus
3
ibid., (trad.: José Ildo Swartele de Mello), p. 158.
4
ibid., p. 144.
5
ibid., p. 151.
4
imitadores.
1.2.1. REDENÇÃO
arraigada no íntimo" . Muitas vezes no Novo Testamento os homens são descritos como
6
6
Stott, J. R. W. "Cristianismo Básico - O que Significa Ser um Verdadeiro Cristão". São
Paulo - Vida Nova. 1991, p.86.
5
Cristo.7
7
Brown, Colin & Coenen, Lothar. "Dicionário Internacional de Teologia do Novo
Testamento". Trad.": Gordon Chown. São Paulo, Vida Nova. 1983. Volume IV, p. 80.
8
Jesus (Rm 3.24). Não há como separar estes aspéctos da Salvação. Paulo é enfático ao
declarar que nossa redenção é libertação do pecado: "Mas graças a Deus porque, outrora
fostes entregues; e, uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça". O
apóstolo nos exorta a vida de santidade, no tempo presente, como resultado de nossa
servos de Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim a vida eterna" (6.22).
"Como viveremos no pecado, nós os que para ele morremos?" (6.1). Para Paulo, quem
"morreu" para o pecado é que está justificado dele (6.7). "Porque o pecado não terá
domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e, sim, da graça" (6.14).
Concluo este ponto afirmando que Hodges falha em não atentar para esta "tão
seja, necessidade de arrependimento. Isto não significa salvação pelas obras. Pois é a
7
bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento (2 Pe 3:9) e é "Ele quem opera em
nós tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade" (Fl 2.14). Arrependimento
homem de exercer fé, teria que ser considerada, igualmente, como tal.
1.2.2. JUSTIFICAÇÃO
favor de Deus. "Ao que não trabalha, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é
imputada para justiça" (Rm 4.5). John Wesley define a justificação da seguinte forma:
10
Harrison, Wiliam P. (Notas Introdutórias, Esboços e Perguntas). "Sermões - John
Wesley". Trad.: Nicodemuos Nunes. S.Bernardo do Campo/SP. Imprensa Metodista.
1985, p. 113.
8
Justificação é por meio da fé (Rm 3.25; 5.1; Ef. 2.8-9). Isto não
são usados por Paulo, de tal maneira, que fica evidente que
por fé..." (Rm 1.5; 16.26). Muitas vezes obediência é usada como
não concebe que alguém possa ter fé sem obediência: "No tocante
presente século, sensata, justa e piedosamente" (Tt 2:11-12). O que tem valor para Cristo
é "a fé que atua pelo amor" (Gl 5.6) e não uma fé estéril. Repare que Paulo está falando a
respeito da "justiça que provém fé" (Gl 5.5). A fé que justifica é a fé que opera pelo amor.
homem com Deus, mas que não é necessário para a justificação. No capítulo 5 da
11
Erickson, Millard J. "Evangelical Mind and Heart" (extraído dos argumentos de
McArthur) Grand Radpids: Baker Book House, 1993, p. 116.
9
Epístola de Paulo aos Romanos, Paulo relaciona intimamente os termos justificados e
reconciliados (v.9,10). Não vejo como possa haver reconciliação sem arrependimento!
Hodges diz ser possível alguém ser justificado sem demonstrar nenhuma
evidência de sua experiência com Deus, ou seja sem frutificar. Isto não parece concordar
com o ensino paulino de que "... o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Rm 5.8). Paulo está tão certo disto que exorta aos
13.5). Jesus disse: "Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos
espinheiros ou figos dos abrolhos?" (Mt 7.16). Fico pensando... "qual seria a resposta de
Hodges à esta pergunta?" Em Jo 15, Jesus ensina que quem não der fruto será cortado da
Para ele, "fé penitente" continua sendo a única condição para que uma pessoa seja
justificada, lembrando as palavras do Apóstolo Tiago: "Fé, se não tiver obras, por si só
está morta" (Tg 2.17). Para Wesley, não há nenhum conflito entre Paulo e Tiago, pois
enquanto Paulo fala daquela justificação que se deu com Abraão, quando ele tinha setenta
e cinco anos, mais de vinte anos antes do nascimento de Isac (Rm 4.3), já Tiago se refere
a justificação de Abraão no incidente da oferta de Isac (Tg 2.21). Enquanto Paulo trata da
12
Oden, Thomas C. "John Wesley's Scriptural Christianity - A Plain Exposition of His
Teaching on Christian Doctrine". Michigan. Zondervan Publishing House. 1994, p.
10
questão das obras que precedem a fé, Tiago discute a questão das obras em consequência
da fé. Para Wesley nenhuma boa obra pode salvar independente da fé, mas toda genuína
1.2.3. REGENERAÇÃO
renascimento interior. Jesus disse: "... se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino
de Deus... Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus" (Jo
13
Ibid., p. 206.
11
Pe 2.2; 2 Pe 3.18).14
Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas", Paulo
"reconciliação" (2 Co 5.17-21). Em outras palavras, todo aquele que foi justificado, foi
também reconciliado, quem foi reconciliado "está em Cristo, é nova criatura", ou seja, foi
Jesus" (Rm 8.1), pois foram justificados; "Porque a lei do Espírito da vida em Cristo
Jesus te livrou da lei do pecado e da morte", foram redimidos; "e uma vez libertos do
pecado, foram feitos servos da justiça" (Rm 6.18), "Portanto os que estão na carne não
podem agradar a Deus. Vós porém não estais na carne, mas no Espírito, se de fato o
Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é
dele." "Estar no Espírito" é o mesmo que "estar em Cristo". E aquele que "está em Cristo"
é nascido do Espírito Santo de Deus, é uma nova criatura. Porque são novas criaturas
"não andam segundo a carne" (Rm 8.4, 12), "as coisas velhas já passaram" (2 Co 5.17),
"mas segundo o Espírito" (Rm 8.4, 5, 9, 13), "eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17).
outro aspécto da salvação, que também está presente no capítulo oito de Romanos 15
éo
14
Elwell, Walter A. (Editor). "Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã". Trad.:
Gordon Chown. São Paulo, Vida Nova, 1990, Vol. III, p. 256.
Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus."
sem os outros, e se dão todos no instante da conversão, pela graça de Deus. Portanto "se
viverdes segundo a carne, caminhais para a morte, mas se pelo Espírito mortificardes os
feitos do corpo, certamente vivereis" (8.13). Quem foi justificado também foi redimido e
regenerado para andar em novidade de vida, foi reconciliado como Deus e precisa saber
que "o pendor da carne é inimizade contra Deus" (8.7) e que "o pendor da carne dá para a
morte", por fim, precisa saber que fomos "predestinados para sermos conformes à
imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (8.29).
Por esta razão é possível o cristão fazer uma auto-análise para verificar se está na fé (2
Co 13.5), pois existem claras evidências, como por exemplo: "Nós sabemos que já
passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama
permanece na morte." (1 Jo 3.14). Paulo ensinou que quando somos justificados (Rm
5.1), o amor de Deus é derramado no nosso coração pelo Espírito Santo que nos é
outorgado no momento da justificação (5.8), e é por isto que João pode afirmar
categoricamente: "Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor." O amor é
o que nós poderíamos chamar de fruto digno do arrependimento (Mt 3.8). "Não há árvore
boa que dê mau fruto" (Lc 6.43). O apóstolo Paulo adverte com veemência: "... Não vos
sobre a Santificação (8.13, 29), Glorificação (8.17, 19-25, 30) e Propiciação (8.32,34).
Não conheço nenhum capítulo tão rico em matéria de conteúdo teológico quanto este!
13
enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas,
nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o
reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados,
mas fostes justificados, em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus"
(1 Co 6.9; cf. Ef. 5.5; Ap 22.15). É preciso estar arrependido do pecado e renegar a
impiedade e as paixões mundanas (Tt 2.12), pois o nosso Salvador deu-se a Si mesmo por
exclusivamente seu, zeloso de boas obras" (Tt 2.14; cf. Ef 1.4; 5.25-27). John Stott fala
16
Stott, J. R. W. "Cristianismo Básico - O que Significa Ser um Verdadeiro Cristão". São
Paulo - Vida Nova. 1991, p. 151.
14
isoladamente. Passo agora ao estudo do significado e propósito do
batismo.
1.2.4. BATISMO
O batismo não era uma novidade nos tempos do Novo Testamento. Vários
povos tinham suas purificações religiosas. Berkhof diz que estes rituais pagãos tinham
muito pouco em comum com o nosso batismo cristão, mesmo em sua forma externa. 17
Entre os judeus, o chamado batismo dos prosélitos tinha maior semelhança com o
batismo cristão. Os gentios para serem aceitos na religião judaica precisavam ser
comenta:
17 Berkhof, Louis. "Teologia Sistemática". Trad.: Odayr Olivetti. Campinas: Luz Para o
Caminho Publicações, 1990, p. 627.
18
15
Qual seria a relação entre o batismo de João e o de Jesus? O
sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com
fogo" (Mt 3.11). Isto nos faz lembrar de uma das frases que Jesus
cristã é uma vida gerada pelo Espírito para ser vivida no poder
Co 12.13). "Se alguém não tem o Espírito de Cristo, este tal não é
Ibid., p. 628.
16
problema em denominar o Espírito Santo de "Espírito de Deus" e
cristãos não ficariam órfãos (Jo 14.18), Ele disse que estaria
afirmou que o Pai e Ele viriam e fariam morada nos cristãos (Jo
distinguia do batismo de João. Mas havia muitas similaridades como observa Berkhof:
19
Ibid., pp. 628-629.
17
AT:
Cristo. Parece evocar a forma por imersão do batismo quando diz: "Fomos, pois,
sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre
os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida" (Rm 6.4).
Imersão - morte; emersão - ressurreição. Paulo não deixa dúvidas a respeito das
implicações éticas deste significado: "Sabendo isto, que foi crucificado com ele o nosso
velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como
para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em
vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões" (Rm 6.6,7,11,12).
Cristo para remissão dos vosso pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo". O
20
Elwell, Walter A. (Editor). "Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã". Trad.:
Gordon Chown. São Paulo, Vida Nova, 1990, Vol. I, p. 149.
18
Batismo de João envolvia arrependimento e a diferença dele em relação ao de Cristo
residia no dom do Espírito Santo. Pregar que para ingressar na vida cristã basta ter fé, não
significado do ritual de iniciação cristã. Não podemos esquecer que Jesus iniciou seu
Mas na verdade a Bíblia está ensinando que ambos são necessários para a obtenção da
salvação. Quando um dos termos da salvação está omitido explicitamente, está embutido
implicitamente.
concluindo que para ser salvo não é necessário ser discípulo. Carson percebe e comenta
19
"Mais difícil de ser isolada - e por esta razão mais perigosa - é a
disjunção pressuposta e não expressa. Considere por exemplo a
seguinte passagem de Zane C. Hodges:
Hodges pressupõe que há uma disjunção entre graça e exigência. ele nunca debate a
Hodges não é só o que em minha opinião é uma tese falsa - que a Bíblia ensina que uma
pessoa pode ser eternamente salva mesmo sem qualquer vestígio de evidência disso em
sua vida - mas também uma série de avaliações exegéticas e históricas extremamente
problemáticas. 21
discípulo de Jesus. O jovem rico queria saber o que precisava fazer para herdar a vida
21
Carson, D. A. "A Exegese e Sua Falácias - Perigos na Interpretação da Bíblia". Trad.:
Valéria Fontana. São Paulo: Vida Nova. 1992, pp. 89, 90.
20
eterna (Mc 10.17), Jesus respondeu: "Só uma coisa te falta: Vai, vende tudo o que tens,
dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; então vem e segue-me" (Mc 10.21). Repare
que a questão não é o que preciso fazer para ser discípulo, mas o que o rapaz precisaria
fazer para herdar a vida eterna. Mesmo sendo esta a questão, a resposta de Jesus é uma
seguir. Jesus não parece fazer diferença alguma entre salvação e discipulado. Se as
exigências do discipulado não se aplicassem a salvação, por que é que Jesus diria ser tão
difícil para os ricos a entrada no Reino dos Céus? (Mc 10.23). Se fosse apenas uma
questão de crer, que não implicasse arrependimento e renúncia, aquele jovem não teria se
retirado triste. O Novo Testamento não parece fazer distinção entre crentes e discípulos
(At 5.14 comp. 6.1, 7; ver também: 9.1, 10, 25-26, 38: 11.26, 19; 13.52; 14.20,22, 28;
15.10; 16.1, 18.23. "Nestas passagens, mathetes tem o sentido geral de 'cristão', alguém
frente, Ele adverte: "Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (v.21). Aos praticadores da
iniqüidade Jesus dirá: "Apartai-vos de mim". Jesus compara aquele que ouve suas
palavras mas não as pratica com um homem que construiu sua casa sobre a areia, tendo o
seguinte resultado: "e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram
22
Brown, Colin & Coenen, Lothar. "Dicionário Internacional de Teologia do Novo
Testamento". Trad.": Gordon Chown. São Paulo, Vida Nova. 1983, Vol. I, p. 667
21
com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína" (v.27). Mais no
início do Sermão do Monte, Jesus faz outra advertência: "Porque vos digo que, se a vossa
justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos
céus" (5.20). Não podemos ignorar tais palavras que dizem respeito a nossa entrada no
reino dos céus. Fé que não produz obras é infrutífera. D. Muller diz que para se entender
o discipulado de Jesus é importante reconhecer que a chamada para ser discípulo sempre
Senhor para ser salvo: "Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu
coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo." Confessar a Jesus
como Senhor não é apenas mencionar um título, mas é, acima de tudo, o reconhecimento
Jesus disse: "Todo aquele que me confessar diante dos homens, também o
Filho do homem o confessará diante dos anjos de Deus; mas o que me negar diante dos
23
Ibid., p. 666.
24 Ibid., p. 667
22
Emílio Castro, falando sobre o tema "conversão", menciona uma
Afirmação Ecumênica":
mesmo, nem morre para si. Porque se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos,
para o Senhor morremos. Quer pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor. Foi
precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu; para ser Senhor, tanto de
mortos como de vivos" (14.7-9). Repare que Paulo inicia dizendo "nenhum de nós",
indicando sua concepção de que todos os cristãos devem estar submissos ao senhorio de
Cristo.
CONCLUSÃO
Jesus veio para que nós tivéssemos "vida abundante" (Jo 10.10) e não apenas
absolvição dos pecados. A salvação que Ele nos proporciona é muito rica em todos os
28
Ibid., pp. 67-68.
29 MacArthur, "Gospel According to Jesus", apud Erickson, Millard J. "Evangelical
Mind and Heart" (extraído dos argumentos de McArthur) Grand Radpids: Baker Book
House, 1993, p.117.
24
podemos reduzi-la a um único aspécto. Compreendendo melhor a natureza de nossa
salvação, fica mais fácil perceber suas implicações éticas, pois que envolve perdão,
libertação do domínio do pecado, recebimento do dom do Espírito Santo que opera uma
implica em arrependimento e fé, que são tanto um dever do homem (At 2.38; 17.30)
opção para o cristão. A porta e o caminho da salvação são estreitos e poucos são os que
seguem por eles. Jesus nunca ocultou o preço do discipulado. Para ganhar a vida eterna é
preciso renúncia.
Para ser salvo é necessário estar debaixo do senhorio de Cristo, pois não é
25
26
27
ÍNDICE ANALÍTICO
Página
INTRODUÇÃO...................................................................................................................1
.........................................................................................................4
1.2.1. REDENÇÃO...........................................................................................5
1.2.2. JUSTIFICAÇÃO.....................................................................................8
1.2.3. REGENERAÇÃO.................................................................................11
1.2.4. BATISMO.............................................................................................15
SALVAÇÃO?.....................................................................................................................22
CONCLUSÃO...................................................................................................................24
28