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PROCESSO ADMINISTRATIVO
Noções preliminares
Abrangência e aplicação
1
A Lei 9.784/1999, apesar de ser conhecida como Lei do Processo Administrativo Federal, estabelece normas
que, na verdade, aplicam-se aos atos administrativos. Assim, alguns assuntos desta Lei, como, por exemplo, a
competência, já foram abordados na aula sobre atos administrativos e, por conseguinte, não serão novamente
explorados.
2
P Lei do Processo Administrativo
Federal
3
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal
direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos
fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando
no desempenho de função administrativa.
3. (Cespe - TJ/STJ/2012) A Lei n.º 9.784/1999 não se aplica aos órgãos dos
Poderes Judiciário e Legislativo, ainda que no desempenho de funções de natureza
administrativa.
Comentário: para reforçar, vamos transcrever o art. 1º, caput e §1º, da Lei do
Processo Administrativo Federal:
Art. 1o Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo
no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial,
à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos
fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes
Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função
administrativa. (grifos nossos)
Portanto, a Lei aplica-se aos Poderes Judiciário e legislativo da União, quando
no exercício da função administrativa.
Gabarito: errado.
11
Bandeira de Mello, 2014, p. 512.
12
Bandeira de Mello, 2014, p. 512.
Comentário: conforme consta no art. 2º, parágrafo único, XIII, da Lei 9.784/1999,
um dos critérios que devem ser observados no processo administrativo é a
“interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o
atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação”. Esse dispositivo reforça os princípios da
impessoalidade/finalidade e da segurança jurídica. Dessa forma, o item está
correto.
Gabarito: correto.
Competência
Avocação e delegação
14
Art. 14. [...] § 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
15
Furtado, 2012, p. 209.
16
Di Pietro, 2014, p. 214.
17
Meirelles, 2013, p. 131.
De acordo com a Lei 9.784/1999 (art. 15), será permitida, “em caráter
excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação
temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior”.
Do dispositivo acima, é possível perceber que a avocação é uma
medida de exceção, que só poderá ocorrer por motivos relevantes,
devidamente justificados e somente de forma temporária. Conforme
salienta Meirelles, a avocação só deve ser adotada quando houver motivos
relevantes, eis que a avocação sempre desprestigia o inferior e, muitas
vezes, desorganiza o normal funcionamento do serviço.
Apesar de ser uma medida de exceção, a Lei 9.784/1999 não dispõe
expressamente quando poderá ou não ocorrer a avocação. A doutrina
enfatiza apenas que não poderá ocorrer avocação quando a
competência é exclusiva do subordinado, uma vez que um ato
administrativo não pode se sobrepor à Lei.
Impedimento e suspeição
de pronto quais pessoas são amigas íntimas ou inimigas notórias, por isso
o seu caráter subjetivo. Por consequência disso, a autoridade não é
obrigada a declarar sua suspeição. Vale destacar, no impedimento a
autoridade possui o dever de se declarar impedida, coisa que não ocorre na
suspeição.
Nesse contexto, pode ser arguida a suspeição de autoridade ou
servidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos
interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes e
afins até o terceiro grau (art. 20). O indeferimento de alegação de suspeição
poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo (art. 21).
Outra diferença do impedimento e da suspeição é que o primeiro gera
presunção absoluta de incapacidade, enquanto a suspeição produz
presunção relativa da incapacidade do agente, uma vez que poderá ser
sanada, se não for alegada oportunamente18.
18
Scatolino e Trindade, 2014, p. 790.
Gabarito: errado.
seus fins. Logo, se trata de mero instrumento, que tem por objetivo
assegurar sua finalidade. Dessa forma, se a finalidade for alcançada mesmo
sem observância da norma prescrita, considera-se sanada a
irregularidade19.
De qualquer forma, devemos reforçar que a regra é a nulidade em
decorrência da ausência de intimação. Sendo que ela só será suprida
de forma excepcional, com o comparecimento do administrado.
Além disso, o art. 27 da Lei 9.784/1999 afasta a possibilidade de a
Administração considerar como verdadeiros os fatos pelo simples motivo de
o interessado desatender a intimação. Em outras palavras, se o interessado
não apresentar nenhuma contestação, não significa que ele está
concordando com o que foi alegado. Além disso, ainda que não atenda à
intimação, ele não estará renunciando ao seu direito, podendo fazê-lo em
momento futuro, no prosseguimento do processo. Para contextualizar,
vamos transcrever o texto da Lei:
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da
verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de
ampla defesa ao interessado.
19
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 946.
Instrução
Decisão
Da motivação
Gabarito: correto.
23. (Cespe - AA/IBAMA/2013) De acordo com a Lei n.º 9.784/1999, serão sempre
motivados os atos administrativos que decidam processos administrativos de seleção
pública e recursos administrativos e revoguem ato administrativo anteriormente
praticado.
Comentário: vamos relembrar em quais situações os atos administrativos
deverão ser motivados?
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos
fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção
pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou
discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação
de ato administrativo. (grifos nossos)
Dessa forma, correta a questão.
Gabarito: correto.
Prazos
Das sanções
QUESTÕES EXTRAS
37. (FCC – Técnico Judiciário/TRT-23/2016) Considere três critérios que devem ser
observados nos processos administrativos de âmbito federal:
I. Vedação à renúncia total ou parcial de poderes e competências.
II. Proibição de cobrança de despesas processuais.
III. Divulgação oficial dos atos administrativos.
Com base na Lei Federal n.º 8.429/1992 e na Lei Federal n.º 9.784/1999, julgue os
próximos itens.
54. (Cespe – Analista de Tecnologia da Informação/FUB/2015) É obrigatório que
os procedimentos administrativos que ocorrem no âmbito dos órgãos da
administração direta e indireta dos poderes executivos da União, dos estados, do DF
e dos municípios sejam regulados pela Lei Federal n.º 9.784/1999.
Comentário: a Lei 9.784/1999 é uma Lei destinada apenas à Administração
Pública federal. Logo, em regra, ela não se aplica aos demais entes da
Federação. Valei dizer, a Lei se aplica à União, mas não aos estados, Distrito
Federal e municípios. Contudo, a jurisprudência admite a sua adoção, no âmbito
dos estados e municípios, mas apenas de forma subsidiária, quando inexistente
lei própria de processo administrativo no respectivo ente da Federação.
Gabarito: errado.
57. (Cespe – Juiz Substituto/TJ-AM/2016) Conforme a Lei n.º 9.784 /1999, que trata
dos atos administrativos, são indelegáveis
a) a edição de atos normativos e as matérias de competência exclusiva do órgão.
b) a elaboração de ofícios e a avaliação de recursos administrativos.
c) a decisão de recursos administrativos e as matérias de competência privativa de
autoridade.
d) a revisão de atos administrativos e a edição de atos normativos.
e) as matérias de competência exclusiva e a publicação de edital.
Comentário: o art. 13 da Lei 9.784/1999 determina que:
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Destarte, nosso gabarito corresponde à alternativa A (a edição de atos
normativos e as matérias de competência exclusiva do órgão).
Gabarito: alternativa A.
Acerca dos atos administrativos e do processo administrativo sob o regime da Lei n.º
9.784/1999, julgue os itens a seguir.
62. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Conforme expressa disposição da
Lei n.º 9.784/1999, se ocorrer equivocada interposição de recurso administrativo
perante autoridade incompetente, será indicada ao recorrente a autoridade
competente e devolvido o prazo recursal.
68. (Cespe – AFCE/TCE-SC/2016) Situação hipotética: Dez anos após a data em que
deveria ter ocorrido o primeiro pagamento de vantagem pecuniária a que José fazia
jus, ele apresentou requerimento administrativo ao chefe do setor de recursos
humanos solicitando o pagamento de tal vantagem. O pedido foi indeferido sob o
fundamento de ocorrência da prescrição. José, então, apresentou recurso. Assertiva:
Nesse caso, o chefe do setor de recursos humanos tem o prazo de cinco dias para
reconsiderar a decisão; caso não o faça, deverá encaminhar o recurso ao seu superior
hierárquico.
Comentário: mais uma questão sobre a Lei 9.784/1999. De acordo com a referida
Lei, cabe recurso das decisões administrativas, em face de razões de legalidade
e de mérito (art. 56, caput). Nesse caso, o recurso será dirigido à autoridade que
proferiu a decisão, que terá um prazo de cinco dias para (art. 56, § 1º): (i)
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Com base na Lei Federal n.º 8.429/1992 e na Lei Federal n.º 9.784/1999, julgue os
próximos itens.
54. (Cespe – Analista de Tecnologia da Informação/FUB/2015) É obrigatório que
os procedimentos administrativos que ocorrem no âmbito dos órgãos da
administração direta e indireta dos poderes executivos da União, dos estados, do DF
e dos municípios sejam regulados pela Lei Federal n.º 9.784/1999.
Acerca dos atos administrativos e do processo administrativo sob o regime da Lei n.º
9.784/1999, julgue os itens a seguir.
62. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Conforme expressa disposição da
Lei n.º 9.784/1999, se ocorrer equivocada interposição de recurso administrativo
perante autoridade incompetente, será indicada ao recorrente a autoridade
competente e devolvido o prazo recursal.
63. (Cespe – Analista Judiciário/TRE-GO/2015) Conforme entendimento
consolidado do Supremo Tribunal Federal, a revogação de ato administrativo que já
gerou efeitos concretos exige regular processo administrativo.