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Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Aula 08 – Bônus - Prova FCC Comentada


Curso: Português – Resumo + Questões Comentadas
Professor: Bruno Spencer

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Curso: Português
Resumo + Questões Comentadas
Prof. Bruno Spencer – Aula 08

Aula 08 – Bônus - Prova FCC Comentada


ICMS SP - 2013

Olá amigos!
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Nesta aula, vamos ao nosso terceiro desafio.


A prova é um pouco mais densa que as anteriores, com algumas questões
um pouco mais desafiadoras. No entanto, este é o momento de estarmos
prontos para o que vier.
Estamos concluindo nosso curso, espero que tenham aproveitado bem
os estudos.
Lembrem-se de que a confiança, a disciplina e a perseverância são
as chaves que precisamos para atingir os nossos objetivos.
Fiquem à vontade para nos darem um feedback – opiniões, críticas,
elogios, dúvidas e etc.
Abraço e boa sorte a todos!!!

Sumário

1 – Questões Propostas ....................................................................... 3


2 – Questões Comentadas ................................................................. 42
3 – Gabarito ....................................................................................... 99

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Resumo + Questões Comentadas
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1 – Questões Propostas

1) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro
visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares
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e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.


O trabalho de Pimenta Bueno seria(c) depois discutido em sessões do Conselho
de Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei
sobre emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo.
Pimenta Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades
da guerra com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o
marquês de Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que
o assunto fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse
do imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu
novo alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de
Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em abril
de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados com
a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação,
ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa, por mais que
esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O resultado dessa
tensão entre conveniência política e convicções escravocratas foi a formulação,
por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a
concordar com o imperador em que a emancipação era questão decidida, ao
mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o
assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

Compreende-se corretamente do texto:


a) O modo como são citados os títulos de nobreza de José Antônio Pimenta
Bueno produz a necessária inferência de que ele se tornou marquês como

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recompensa, por ocasião da realização satisfatória da tarefa que lhe foi imposta
por d. Pedro II.
b) Ainda que existissem estudos preliminares sobre a emancipação dos escravos
no Brasil, o imperador d. Pedro II somente mostrou interesse sobre o assunto
quando, em 1866, se viu instado, por organização abolicionista francesa, a agir.
c) O emprego da forma verbal seria evidencia que a discussão do trabalho de
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Pimenta Bueno constituiu hipótese não realizada, em decorrência da manobra


feita para impedir o andamento das discussões sobre o tema da escravidão.
d) O atraso de meses na apresentação do tema da emancipação dos escravos
ao Conselho de Estado foi determinado por problemas na esfera internacional,
que acarretaram resistências internas por parte de pessoas influentes.
e) O Comité pour l'Abolition de l'Esclavage configurou-se importante
instrumento de pressão política ao incitar tomada de posição do Brasil a favor
da abolição da escravatura.

2) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro
visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares
e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.
O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei sobre
emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo. Pimenta
Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades da guerra
com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o marquês de
Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que o assunto
fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse do
imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo
alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de
Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em abril
de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados com
a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação,
ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa, por mais que
esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O resultado dessa

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tensão entre conveniência política e convicções escravocratas foi a formulação,


por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a
concordar com o imperador em que a emancipação era questão decidida, ao
mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o
assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
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e 140)

A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo apenas questão de forma


e oportunidade.
O comentário acima, em seu contexto, legitima o seguinte entendimento:
a) De modo falacioso, desejava-se mostrar que a emancipação dos escravos no
Brasil já era uma realidade, pois se tratava unicamente de forma e
oportunidade.
b) Tinha-se a impressão de que, no Brasil, a emancipação dos escravos estava
firmada, bastando que se encontrassem o modo e a ocasião propícios para
realizar-se efetivamente.
c) Decidiu-se veicular a imagem de um Brasil emancipado, pois a emancipação
dos escravos era tão somente um problema de formulação e de oportunidade a
ser aproveitada.
d) Parecia que no Brasil a emancipação não precisava mais ser discutida, pois
havia sido decidido que era apenas uma questão formal e oportunista.
e) Sendo mero problema formal, ainda que oportuno, a emancipação no Brasil
parecia coisa definitivamente concluída.

3) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro
visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares
e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.
O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei sobre
emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo. Pimenta
Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades da guerra
com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o marquês de
Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que o assunto
fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse do
imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo
alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade

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abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe


que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
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proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de


Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em abril
de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados com
a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação,
ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa, por mais que
esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O resultado dessa
tensão entre conveniência política e convicções escravocratas foi a formulação,
por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a
concordar com o imperador em que a emancipação era questão decidida, ao
mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o
assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

A resposta aos abolicionistas franceses


a) causou mal-estar entre políticos e proprietários por ter sido elaborada e
assinada por um único ministro, sem prévia participação aos seus pares e sem
que, até então, tivesse havido qualquer movimento em direção à emancipação.
b) encobria seu verdadeiro propósito, determinado pelo imperador: ser,
efetivamente, o estopim de um debate amplo e irrestrito sobre a questão
abolicionista no Brasil.
c) produziu, da parte dos conselheiros do Brasil Imperial, em virtude do choque
de interesses instituído, o curioso espetáculo de um país em que se condenava
a escravidão, mas em que quase ninguém queria dar um passo para viver sem
ela.
d) acarretou uma retórica oficial que condenava a defesa dos interesses dos
proprietários de escravos, postos estes em situação delicada de defender aberta
e aguerridamente perante a nação a permanência do regime escravocrata.
e) desnudou ao mundo que o Brasil tornara-se o último baluarte da escravidão
no Ocidente, estando disposto a tudo fazer para manter-se nessa posição.

4) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

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No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro


visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares
e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.
O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei sobre
emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo. Pimenta
Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades da guerra
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com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o marquês de


Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que o assunto
fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse do
imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo
alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de
Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em abril
de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados com
a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação,
ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa, por mais que
esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O resultado dessa
tensão entre conveniência política e convicções escravocratas foi a formulação,
por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a
concordar com o imperador em que a emancipação era questão decidida, ao
mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o
assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

Preservado o contexto, está correta a seguinte compreensão de segmento do


texto:
a) moldura para os debates / arremate das altercações.
b) argumentos sibilinos / provas irrefutáveis.
c) recebeu novo alento / foi agraciado com mais um importante
reconhecimento.
d) fosse de encontro às suas convicções mais íntimas / corroborasse suas
crenças basilares.

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e) raivoso e empedernido / colérico e renitente.

5) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro(I)
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visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares


e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.
O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
Estado pleno(III). O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei
sobre emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo.
Pimenta Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades
da guerra com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o
marquês de Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que
o assunto fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse
do imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu
novo alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência(II) para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de
Pimenta Bueno, então(I) visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em
abril de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados
com a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da
emancipação, ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa,
por mais que esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O
resultado dessa tensão entre conveniência política e convicções escravocratas
foi a formulação, por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos
destinados a concordar com o imperador em que a emancipação era questão
decidida, ao mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser
feito sobre o assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

Considere as seguintes afirmações:


I. Embora tenham significados distintos, as palavras futuro e então remetem a
um mesmo período da vida de Pimenta Bueno.

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II. A depender da articulação entre o termo destacado em o seu poder e


influência e outras partes da frase, são possíveis duas leituras.
III. Está correta a grafia da palavra destacada em sessões do Conselho de
Estado pleno, assim como o está a destacada em “Você encontrará os dados na
segunda secção do primeiro capítulo”.
Está correto o que se afirma em
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.

6) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro
visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares
e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.
O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei sobre
emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo. Pimenta
Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades da guerra
com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o marquês de
Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que o assunto
fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse do
imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo
alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários(a). Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho
de Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em
abril de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados
com a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da
emancipação(b)(c), ficavam talvez inibidos em opor(d) resistência decidida à
iniciativa, por mais que esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas.
O resultado dessa tensão entre conveniência política e convicções escravocratas
foi a formulação, por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos

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destinados a concordar com o imperador em que a emancipação era questão


decidida(e), ao mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser
feito sobre o assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
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Considerado o segundo parágrafo, é legítimo o seguinte comentário:


a) Em A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e
grandes proprietários, a substituição do segmento destacado por "surpreendeu
a eles, políticos e grandes proprietários" preserva a correção original.
b) O segmento Confrontados com a determinação do imperador em fazer
caminhar o problema da emancipação não admite outro entendimento que não
seja o de expressar ideia de tempo.
c) Em Confrontados com a determinação do imperador em fazer caminhar o
problema da emancipação, a substituição do segmento destacado por
"emancipatório" preserva a correção e o sentido originais.
d) O verbo opor, presente no texto, estaria corretamente empregado na frase
"Se o líder da oposição se oposse à proposta, ela nem chegaria a ser discutida
no senado".
e) Outra redação para foi a formulação, por parte da maioria dos conselheiros,
de argumentos sibilinos destinados a concordar com o imperador em que a
emancipação era questão decidida, igualmente clara e correta, é: "foi a
formulação da maioria dos conselheiros de argumentos sibilinos afim de
concordar com o imperador que a emancipação era questão decidida".

7) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais. São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir um
motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as que
atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.

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Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem


tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego, e ainda mais elevados entre os jovens.
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O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos


equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

O texto confirma que o editorialista tem a seguinte convicção:


a) Ainda que, no caso da Primavera Árabe, a revolta social tenha sido deflagrada
por um ato individual, envolto em conjunção de vários fatores, movimentos
sociais reivindicatórios são decorrência direta de cenário econômico
desfavorável à população.
b) A história particular e o perfil psicológico de um indivíduo, que determinam
reações únicas e complexas a fatores externos de variada ordem, são os
elementos fundantes de mobilizações sociais por melhores condições de vida.
c) O desenvolvimento favorável dos países avançados no que se refere aos
direitos dos cidadãos, desenvolvimento que cria auspiciosas expectativas de
vida e veda inquietações, é a razão pela qual prever uma "Primavera Europeia"
é exagero.
d) Dirigentes da Espanha, Grécia e Portugal não têm sido aptos a neutralizar o
desalento de suas populações, incapazes que eles estão de adequadamente
gerir a obtenção e a utilização dos recursos materiais necessários ao bem-estar
dos indivíduos.

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e) O mecanismo impessoal e cego da esfera política gera o desemprego


estrutural visível nos países árabes e europeus, crise que leva a juventude mais
exaltada a desistir da vida, o que acarretaria altos índices globais de suicídio.

8) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais. São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir um
motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as que
atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego, e ainda mais elevados entre os jovens.
O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos
equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

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Considere o que se afirma sobre o título do editorial.


I. Embora sem prejuízo da compreensão, constitui um deslize, pois o padrão
culto escrito preconiza a forma única "em desespero de causa".
II. Constitui um juízo de valor.
III. Caracteriza um último recurso, após todas as tentativas possíveis.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

IV. Expressa interpretação da realidade, interpretação realizada com a


neutralidade inerente ao jornalismo.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) II e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) I e II.

9) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais(a). São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir
um motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as
que atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo(b).
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença(c).
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego(d), e ainda mais elevados entre os jovens.
O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos
equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia(e).
[...]

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Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim


amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

Unidades do texto, abaixo identificadas, tiveram redação alterada. A única


transformação que, no contexto, preserva a correção − segundo o padrão culto
escrito − e manifesta equivalência com o sentido original é:
a) Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais /Sabendo-se que tendem ao simplismo as explicações
puramente econômicas para eventos sociais.
b) como as que atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo /
tais que atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
c) aos quais ele era submetido por tentar a sobrevivência como vendedor
ambulante sem licença / a cuja brutal intimidação e roubos ele era submetido
por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
d) onde a crise tem determinado índices similares de desemprego / no qual a
crise vem determinando índices similares de desemprego.
e) O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz
efeitos equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o
ambulante da Tunísia / Pois o desespero não é menor no mundo desenvolvido
e produz efeitos equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre
o ambulante da Tunísia.

10) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.

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Prof. Bruno Spencer – Aula 08

Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas


para eventos sociais. São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir um
motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as que
atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se


naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego, e ainda mais elevados entre os jovens.
O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos
equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
Considerado o trecho acima transcrito, é correto afirmar:
a) O verbo "prever" está empregado em conformidade com o padrão culto
escrito, como o está o verbo "rever" na frase "A diretoria espera que o
departamento revê a prestação de contas apresentada ontem".
b) A formulação "São inegáveis as ações, poucas entretanto, que têm sido
levadas a efeito para dissipar tamanho surto de aflições" mantém a direção
argumentativa da frase original.

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c) Se em vez da palavra caso fosse empregada a palavra "se", a substituição de


persistam por "persistirem" preservaria o sentido e a correção originais.
d) A substituição de Talvez seja exagero por "Talvez seja escessivo" preserva a
correção da frase original.
e) Se, na frase É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar
tamanho surto de aflições, tivesse sido empregada a forma "que pouco se fez"
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

não haveria perda de nenhum traço de sentido.

11) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais. São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir um
motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as que
atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego, e ainda mais elevados entre os jovens.
O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos
equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É

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inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

Acerca de verbos encontrados no texto é correto afirmar, tomando como


parâmetro o padrão culto escrito:
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a) "prever" − está adequadamente empregado na frase "Quando os analistas


preverem baixa dos juros, os empréstimos aumentarão".
b) "atribuir" − está corretamente grafado na frase "Ela sempre atribuia ao
auxiliar os equívocos nos documentos".
c) "afligir" − a única forma de particípio aceitável é "aflito", pois "afligido" é
forma incorreta.
d) "submeter" − tem duplo particípio.
e) "abater" − está adequadamente empregado na frase "Se eles abativessem
pelo menos 10% do valor total, eu pagaria à vista".

12) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais(d). São ainda menos consistentes as tentativas(a) de
atribuir um motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas,
como as que atravessam(a) a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus(b), por exemplo, onde a crise tem determinado índices
similares de desemprego(c), e ainda mais elevados entre os jovens.
O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos
equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]

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Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim


amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população(e) nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

É correto afirmar:
a) No segmento como as que atravessam, o termo destacado retoma as
tentativas.
b) O sentido e a correção originais do segmento transferir esse quadro específico
para os países europeus estão mantidos nesta seguinte formulação "transferir-
lhe aos países europeus".
c) Na frase a crise tem determinado índices similares de desemprego, em que
se tem voz passiva, a crise exerce a função de agente.
d) Em para eventos sociais, a preposição introduz segmento que exprime
finalidade.
e) Em o que se abate sobre largas parcelas da população, a palavra destacada
é da mesma natureza da sublinhada em "A que mais custava foi vendida
primeiro".

13) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para

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aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem


a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
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transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;


esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

O autor do texto
a) entende que a produção artística do século XVI supera em valor estético as
obras produzidas nos séculos posteriores, em virtude do especial ambiente
cultural italiano da época de Lavinia Fontana.
b) endossa a crítica subjacente às palavras do Papa Gregório, o Grande, no que
se refere às artes visuais que não atendem ao traço constitutivo do fazer
estético, que é o de produzir a convergência do ponto de vista do artista e o do
público.
c) aponta a carência da contemporaneidade no que se refere à fruição
consistente de imagens, concebida essa consistência como atribuição de sentido
ao que elas portam em seus níveis menos explícitos.
d) parte de assertiva sobre a pintura antiga para tecer um paralelo entre essa
manifestação estética e a que tomou o seu lugar no século XXI, pontuando os
aspectos que determinaram a perda de riqueza das imagens contemporâneas.

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e) atribui a superficialidade das imagens de nossa época à falta de obras que


compilem unidades léxicas pertinentes às artes visuais, obras que poderiam
influenciar os artistas a produzirem composições mais complexas e o público a
fazer leituras mais ricas.

14) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.


No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.

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(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

O termo inicial do segundo parágrafo foi omitido, como o indica o uso dos
colchetes. A coerência do texto exige que essa lacuna seja preenchida com a
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

seguinte formulação, seguida da necessária vírgula:


a) Paradoxalmente.
b) Consequentemente.
c) Avisadamente.
d) De modo que.
e) Tanto que.

15) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita(a), falta-nos esse vocabulário visual compartilhado.
Temos permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem
para transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda(b), porque, manipuladas pela
mídia, essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão
pausada(c). "Adoramos as imagens(e)”, mas não “aprendemos em
profundidade, por meio delas”. Superficialmente, temos em comum certas
imagens básicas − de eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada
uma com seu lugar-comum nas propagandas completamente banais para a

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Ralph Lauren ou a Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao


câncer. Um carro comumente significa sucesso(d), um cigarro, auto-afirmação;
as praias oferecem um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a
identidade. Mas a leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa.
Falta-nos uma linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica.
Vivemos, mais uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.


(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

O segmento do texto que NÃO contém informação implícita é:


a) quando as imagens ganham novamente proeminência sobre a palavra
escrita.
b) esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda.
c) essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
d) Um carro comumente significa sucesso.
e) "Adoramos as imagens".

16) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI(a),
uma pintura(b), fosse(b) um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica,
histórica ou privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma
característica inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de
um vocabulário compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista
e o ponto de vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou
seu conteúdo, mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser
aprendido ou pelo menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o
Grande, havia declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em
profundidade, por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo(c) que
a escrita torna presente para o leitor as pinturas(c) tornam presente para os
iletrados(d), para aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens
os ignorantes veem a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem
o alfabeto descobrem que podem, de certa maneira(e), ler(e). Portanto,
especialmente para o povo comum, as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos

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permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para


transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
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eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-


comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, auto-afirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

Afirma-se com correção:


a) em No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI,
a unidade destacada reduz a amplitude temporal referida na unidade anterior.
b) a caracterização de pintura, por segmentos introduzidos pela forma verbal
fosse, exprime as condições que determinariam a intenção da obra de ser lida.
c) na frase iniciada por Pois, o paralelismo é instaurado pela correlação entre
aquilo e pinturas.
d) o específico contexto do segmento as pinturas tornam presente para os
iletrados, para aqueles que só percebem visualmente evidencia que a vírgula
equivale à conjunção e.
e) a analogia estabelecida por meio da expressão de certa maneira baseia-se
na compreensão de ler como "ter acesso a informação através do código
linguístico".

17) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção(a) de ser lida. Essa era uma característica

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inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário


compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável(e). Pois aquilo que a escrita torna
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para


aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes
veem(b) a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto
descobrem que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o
povo comum, as pinturas são o equivalente da leitura(c)”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque(d), manipuladas pela
mídia, essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, auto-afirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

Tomado o padrão culto escrito como referência, é correto afirmar:


a) o vocábulo "intenção" está adequadamente grafado, assim como o está o
vocábulo "compreenção".
b) a palavra veem está corretamente grafada, assim como o está a palavra
destacada em "Os muros retêm a água da chuva".

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c) outra redação para o segmento pinturas são o equivalente da leitura, em


forma igualmente adequada, que preserva o sentido original, é "as pinturas
equivalem a leitura".
d) a palavra porque está adequadamente grafada, assim como o está na frase
"Ele chegou atrasado, não sei bem porque motivo".
e) A concordância notada em uma história venerável está correta, assim como
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

o está na frase "Quem aprecia a arte considera venerável, em todo e qualquer


contexto, as histórias que os quadros oferecem".

18) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita(a), falta-nos esse vocabulário visual compartilhado.
Temos permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem
para transmitir informações(b) instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação(c) para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela
mídia, essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão
pausada(e). "Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade,
por meio delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas −
de eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas(d) completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, auto-afirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma

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linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais


uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
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Letras, 2001, p. 143 e 144)

São equivalentes e igualmente claras e corretas, segundo o padrão culto escrito,


as redações que se encontram em:
a) na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência sobre
a palavra escrita / na nossa época, que as imagens novamente obtem destaque
sobre a palavra escrita.
b) Temos permitido que [...] privilegiem a imagem para transmitir informações
/ Temos dado anuência que privilegiem a imagem a fim de transmitir
informações.
c) a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de comunicação / a
velocidade inerente delas as transforma na ferramenta de perfeita comunicação.
d) temos em comum certas imagens básicas − de eficiência e lucro, de
sexualidade e satisfação −, cada uma com seu lugar-comum nas propagandas
/ compartilhamos certas imagens básicas − de eficiência e lucro, de sexualidade
e satisfação −, cada qual ocupando seu espaço próprio nas propagandas.
e) porque, manipuladas pela mídia, essas imagens não nos dão tempo para uma
crítica ou reflexão pausada / na medida em que, manejadas pela mídia, essas
imagens não nos propiciam tempo para uma crítica ou reflexão pausada.

19) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
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a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
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esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de


comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

Considerado o contexto, a frase em que a ação destacada, tendo ocorrido no


passado, é referida como sendo anterior a outra ação igualmente passada é:
a) ... na efervescência da Bolonha do século XVI, uma pintura, fosse um retrato
ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou privada, era criada com
a intenção de ser lida.
b) Essa era uma característica inerente e essencial do ato estético: a
possibilidade, por meio de um vocabulário compartilhado, da comunicação entre
o ponto de vista do artista e o ponto de vista do público.
c) Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo, mas acima
da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo menos
reconhecido.
d) Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia declarado: "Uma
coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade, por meio dos
quadros, uma história venerável".

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e) Temos permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a


imagem para transmitir informações instantaneamente ao maior número de
pessoas.

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Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
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No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma


pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
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(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de eficiência e


lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-comum nas
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propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a Volvo, ou para o


Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer.
É legítimo afirmar que, na frase acima,
a) os travessões sinalizam que as imagens citadas são referidas à margem do
discurso principal porque são consideradas de importância menor no processo
de argumentação instituído no texto.
b) o comentário com sua tendência ao câncer, fruto do exame da relação entre
o objeto anunciado e suas consequências, pode ser entendido como evidência
de que o autor não padece dos efeitos da citada falta de tempo contemporânea.
c) o emprego de completamente evidencia que qualquer propaganda veiculada
pela mídia é totalmente banal.
d) as expressões de eficiência e lucro e de sexualidade e satisfação não se
apresentam, uma em relação à outra, estruturadas de maneira harmônica.
e) a expressão lugar-comum está empregada no singular, e, se fosse
empregada no plural, a correção exigiria o uso da forma "lugares-comum".

21) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


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No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.

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[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência


sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio


delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
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Um carro comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias


oferecem um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade.
A frase em que se nota emprego de vírgula determinado pelo mesmo motivo
que definiu sua presença no segmento destacado acima é:
a) Suas ligações eram sempre frequentes, ainda que breves.
b) Se és feliz, escreve; se és infeliz, escreve também.
c) Os meus hábitos quietos, o bom humor e a idade, principalmente esta, me
favoreceram.
d) Ela perdeu o fiel companheiro; a menina, um pai amoroso.
e) Não é novo nada disto, nem eu estou aqui para dizer coisas novas.

22) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Entrevista
Otaviano Canuto

Prof. Bruno Spencer 30 de 99


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Curso: Português
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O Brasil é considerado, pelo Banco Mundial, um país com renda por habitante
de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
renda para média renda. Por que o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está: isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e Ilhas Maurício, além
de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento, foi esgotado o
filão da simples transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.

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(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:


Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)

A análise da primeira sequência do diálogo autoriza a seguinte afirmação:


a) Considerando que a pergunta se refere ao momento atual, as duas primeiras
linhas da resposta elaborada equivalem a “não”, na medida em que, para o
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economista, o risco pode se manifestar apenas no futuro.


b) O adjetivo empregado para caracterizar a infraestrutura correspondente a
telecomunicações faz pressupor que o outro tipo de infraestrutura é considerado
obsoleto pelo entrevistado.
c) O segmento Esse atraso recupera ideias expostas nos trechos anteriores, mas
não se reporta a expressão linguística específica.
d) O entrevistado equivoca-se ao mencionar infraestrutura nos fragmentos Se
as deficiências de infraestrutura e No caso da infraestrutura: tanto a estrutura
textual quanto o conteúdo da resposta exigem que, no primeiro caso, a palavra
seja substituída por “educação”.
e) Na primeira linha da resposta, o pronome ele recupera o substantivo
crescimento, mencionado na pergunta.

23) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Entrevista
Otaviano Canuto
O Brasil é considerado, pelo Banco Mundial, um país com renda por habitante
de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de

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deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas


tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
renda para média renda. Por que(c) o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está(a): isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente(b) que fizeram a
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transição para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que
servem mesmo(e) como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e
Ilhas Maurício, além de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos
como parte da China(d). [...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento, foi esgotado o
filão da simples transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)

Acerca da segunda sequência da entrevista, é correto afirmar:


a) A expressão Aí é que está poderia ser substituída por “Pois é” ou “Isso
mesmo”, já que as três formulações têm o mesmo significado.
b) A introdução de uma vírgula após a palavra recente tornaria mais evidente o
sentido explicativo do fragmento que a sucede.
c) O deslocamento de Por que para o final da pergunta implicaria que, para
adequação às normas ortográficas vigentes, a expressão fosse grafada assim:
“por que”.
d) A frase que no Banco Mundial tratamos como parte da China antecipa
eventual estranhamento em relação a essa concepção, tomada como invulgar.
e) A palavra mesmo tem sentido idêntico ao notado na frase “Ele mesmo fez a
correção do texto”.

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Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Entrevista
Otaviano Canuto
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O Brasil é considerado, pelo Banco Mundial, um país com renda por habitante
de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
renda para média renda. Por que o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está: isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e Ilhas Maurício, além
de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento(b), foi esgotado
o filão da simples(a) transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade)(c). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra
precisa ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não
houver um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo
tecnológico. Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de
processos de produção, em setores com alto valor de mercado na economia
mundial. A transição da média renda para a renda alta acontece quando uma

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parcela crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de


sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem (d) altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima(e) a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
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Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)


Assinale a alternativa que contém comentário correto sobre a terceira
sequência da entrevista.
a) O adjetivo simples equivale a “ingênua”, e endossa a ideia de que
transferência de gente é um procedimento obsoleto no atual contexto
econômico mundial.
b) A restrição introduzida por a partir de certo momento corrobora a ideia de
descontinuidade do processo, defendida pelo entrevistado.
c) O uso de parênteses e o pouco desenvolvimento das informações por eles
acolhidas indicam que a revista toma como desnecessário, porque óbvio, o
esclarecimento que acrescenta às palavras do entrevistado.
d) O uso de você tem, em lugar de “têm-se”, é indesejável em entrevista de
circulação nacional, que deve preservar o padrão culto escrito e a formalidade
inerente a esse tipo de texto.
e) Em puxar para cima ocorre uma redundância, considerando-se que o sentido
do verbo inclui o direcionamento mencionado em seguida.

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Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
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de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
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baixo crescimento?
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não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de

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infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e


redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
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ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa


renda para média renda. Por que o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está: isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e Ilhas Maurício, além
de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento, foi esgotado o
filão da simples transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)

É correto depreender-se da leitura do texto:


a) De acordo com os diferentes parâmetros atualmente disponíveis, o Brasil
pode ser considerado um país medianamente desenvolvido.
b) Educação e desenvolvimento tecnológico são interdependentes e
imprescindíveis para a continuidade do processo de evolução material do país.
c) O investimento em tecnologia deve preceder o aprimoramento da educação,
uma vez que o primeiro é condição para o bom aproveitamento de pessoal mais
bem instruído.

Prof. Bruno Spencer 36 de 99


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d) Deve haver autonomia total de gestão de recursos, materiais ou humanos,


para que um país possa ser considerado desenvolvido em relação à renda de
seus habitantes.
e) Apenas na história recente da humanidade encontram-se países que fizeram
a transição da média para a alta renda.
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de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
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se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
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de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
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cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a


inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)

Está corretamente compreendido o seguinte fragmento do texto:


a) Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver um escoadouro da
mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico / Deve haver um
condutor da força de trabalho para afazeres de superior complexidade
conteudística tecnológica, embora não seja suficiente o empenho escolar.
b) Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos
de produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial /
Criaram capacidade de gestão local, de organização de processos de produção,
em domínios valorosos financeiramente no mundo.
c) A transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica / A passagem da média para a alta renda ocorre em
contexto no qual fração crescente da população lida com as atividades mais
sofisticadas do ponto de vista tecnológico.
d) Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a inovação em processos e
produtos / As mesmas requerem manejar tecnologia, adequar-se, ser criativo
quanto a processos e produtos.
e) Mas a proporção dessas atividades não é alta o suficiente para puxar para
cima a renda média do país. / Porém, o percentual de tais ocupações não é o
bastante para desenvolver a média de ganhos no país.

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de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
renda para média renda. Por que o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está: isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e Ilhas Maurício, além
de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento, foi esgotado o
filão da simples transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.

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Se as deficiências de infraestrutura forem enfrentadas.


A transposição da frase para outra modalidade da mesma voz verbal gerará a
seguinte forma correta:
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

a) Se se enfrentarem.
b) Se enfrentar-se.
c) Se enfrentar.
d) Se for enfrentada.
e) Se tiverem sido enfrentadas.

28) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Do ponto de vista da concordância, está correto o seguinte enunciado:
a) O fôlego da transição depende, já fazem décadas, de estrutura física e
mecanismos institucionais que o sustente.
b) Pode ter havido elevações significativas na base educacional da população,
talvez sem a proporção de ciência e engenharia que seria desejável.
c) É caracterizado como armadilha da média renda a situação em que ocorre
um baixo crescimento da produtividade e muito pouca elevação do número de
profissionais de alta qualificação exercendo atividades criativas.
d) O México precisa de leis condizente com os novos contextos mercadológicos,
precisa quebrar a rigidez em áreas como petróleo e telecomunicações.
e) A Argentina está entre os países que parece estarem presos à armadilha do
baixo crescimento; a maioria chegaram a desenvolver capacidade tecnológica
em algumas poucas áreas.

29) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, respeitado o padrão culto
escrito, a única alternativa correta é:
a) Essa foi uma estratégia que serviu ao Brasil e a maioria dos países inseridos
na turma dos remediados.
b) O estudo dá ênfase à educação e às telecomunicações, ajudando à entender
por que o Brasil cresce pouco em comparação à outras nações de economia
emergente.

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c) O país tem de fazer a transição à um sistema que premie o desempenho de


professores e que garanta à todos os alunos talentosos resultados de excelência
em exames internacionais.
d) Vimos uma estratégia equivocada à época da reserva de informática. O país
pagou um preço, porque a reserva não gerou “campeões nacionais” e ainda
deixou os usuários atrasados em relação à população de outros países.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

e) O processo de urbanização levou à transferir atividades dos setores de


subsistência, de baixo valor de mercado, para atividades mais modernas, que
envolvem mais capital e mais tecnologia. Mas isso ocorreu sem novos requisitos
à novas estratégias educacionais.

30) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Assinale a alternativa que contém enunciado redigido de forma clara e correta.
a) O avanço das mulheres nas profissões mais técnicas, têm sido muito mais
lento e incerto que a conquista da igualdade de direitos entre os sexos.
b) A manifestação de vontade das adolescentes para trabalhar em profissões
ligadas as ciências exatas supera a registrada em vários países mais ricos, como
a Alemanha e os Estados Unidos.
c) Superada a barreira do ascesso, 30% dos alunos da Escola Politécnica da
UFRJ é mulher, parcela muito superior as médias na Europa, de 20%, e nos
Estados Unidos, de 8%.
d) O cenário começou a mudar por causa da educação recebida pelas meninas
em casa: hoje os pais querem que elas se satisfaçam e alcansem prestígio
profissional, seja em qualquer área, e tratam filhos de ambos sexos de forma
mais parecida.
e) Conforme gerações de meninas criadas de forma mais igualitária chegam à
escola e ao mercado de trabalho, cresce a participação das mulheres em
profissões das áreas de ciências exatas.

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2 – Questões Comentadas

1) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro
visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.


O trabalho de Pimenta Bueno seria(c) depois discutido em sessões do Conselho
de Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei
sobre emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo.
Pimenta Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades
da guerra com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o
marquês de Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que
o assunto fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse
do imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu
novo alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de
Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em abril
de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados com
a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação,
ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa, por mais que
esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O resultado dessa
tensão entre conveniência política e convicções escravocratas foi a formulação,
por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a
concordar com o imperador em que a emancipação era questão decidida, ao
mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o
assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

Compreende-se corretamente do texto:


a) O modo como são citados os títulos de nobreza de José Antônio Pimenta
Bueno produz a necessária inferência de que ele se tornou marquês como

Prof. Bruno Spencer 42 de 99


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recompensa, por ocasião da realização satisfatória da tarefa que lhe foi imposta
por d. Pedro II.
b) Ainda que existissem estudos preliminares sobre a emancipação dos escravos
no Brasil, o imperador d. Pedro II somente mostrou interesse sobre o assunto
quando, em 1866, se viu instado, por organização abolicionista francesa, a agir.
c) O emprego da forma verbal seria evidencia que a discussão do trabalho de
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Pimenta Bueno constituiu hipótese não realizada, em decorrência da manobra


feita para impedir o andamento das discussões sobre o tema da escravidão.
d) O atraso de meses na apresentação do tema da emancipação dos escravos
ao Conselho de Estado foi determinado por problemas na esfera internacional,
que acarretaram resistências internas por parte de pessoas influentes.
e) O Comité pour l'Abolition de l'Esclavage configurou-se importante
instrumento de pressão política ao incitar tomada de posição do Brasil a favor
da abolição da escravatura.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A afirmativa EXTRAPOLA o texto, uma vez que não
é possível fazer tal inferência simplesmente a partir do que está escrito. Veja o
respectivo trecho: “no final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta
Bueno, futuro visconde, depois marquês de São Vicente...”.

Alternativa B – Incorreta – Foi o próprio imperador que solicitou o estudo. A


razão pela qual o estudo ficou engavetado é descrita no trecho a seguir:
“Todavia, as dificuldades da guerra com o Paraguai e a resistência do chefe de
gabinete na ocasião, o marquês de Olinda − escravocrata raivoso e
empedernido −, fizeram com que o assunto fosse engavetado por alguns
meses”.

Alternativa C – Incorreta – A utilização da forma verbal “seria” atende a uma


questão meramente estilística, tendo, no caso, o mesmo sentido da forma
verbal foi (pretérito perfeito do indicativo) indicando um fato realizado.

Alternativa D – Incorreta – O atraso na apresentação do tema foi decorrente da


Guerra do Paraguai e da resistência do chefe de gabinete, o marquês de Olinda.

“Todavia, as dificuldades da guerra com o Paraguai e a resistência do chefe de


gabinete na ocasião, o marquês de Olinda − escravocrata raivoso e
empedernido −, fizeram com que o assunto fosse engavetado por alguns
meses”.

Alternativa E – Correta - “ Em meados de 1866, o interesse do imperador em


promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo alento com a
correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade abolicionista francesa,
a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe que usasse o seu poder
e influência para abolir a escravidão no Brasil. ”

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Gabarito: E

2) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares


e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.
O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei sobre
emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo. Pimenta
Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades da guerra
com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o marquês de
Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que o assunto
fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse do
imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo
alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de
Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em abril
de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados com
a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação,
ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa, por mais que
esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O resultado dessa
tensão entre conveniência política e convicções escravocratas foi a formulação,
por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a
concordar com o imperador em que a emancipação era questão decidida, ao
mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o
assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo apenas questão de forma


e oportunidade.
O comentário acima, em seu contexto, legitima o seguinte entendimento:

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a) De modo falacioso, desejava-se mostrar que a emancipação dos escravos no


Brasil já era uma realidade, pois se tratava unicamente de forma e
oportunidade.
b) Tinha-se a impressão de que, no Brasil, a emancipação dos escravos estava
firmada, bastando que se encontrassem o modo e a ocasião propícios para
realizar-se efetivamente.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

c) Decidiu-se veicular a imagem de um Brasil emancipado, pois a emancipação


dos escravos era tão somente um problema de formulação e de oportunidade a
ser aproveitada.
d) Parecia que no Brasil a emancipação não precisava mais ser discutida, pois
havia sido decidido que era apenas uma questão formal e oportunista.
e) Sendo mero problema formal, ainda que oportuno, a emancipação no Brasil
parecia coisa definitivamente concluída.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O texto não traz nenhuma indicação de que o desejo
de emancipação dos escravos no Brasil fosse algo falacioso.

Alternativa B – Correta – Essa era a impressão transmitida pela carta que


indicou a posição do governo a respeito do tema.

“A resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o


novo gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava
pronto para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa
decidida, sendo apenas questão de forma e oportunidade. “

Alternativa C – Incorreta – O texto não indica que a intenção do imperador era


simplesmente de “veicular a imagem de um Brasil emancipado”. O trecho a
seguir demonstra que o imperador impulsionou de fato o processo de
emancipação dos escravos: “confrontados com a determinação do imperador
em fazer caminhar o problema da emancipação...”.

Além disso, o texto fala em “forma e oportunidade” e não em formulação.

Alternativa D – Incorreta – O texto demonstra que, mesmo com o apoio do


imperador, havia muita resistência à causa por parte da elite escravocrata, de
forma que havia uma “tensão entre conveniência política e convicções
escravocratas”.

Alternativa E – Incorreta – A emancipação carecia de oportunidade para


ocorrer, porque sofria forte resistência por parte da elite escravocrata.

Gabarito: B

3) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.

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No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro


visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares
e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.
O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei sobre
emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo. Pimenta
Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades da guerra
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com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o marquês de


Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que o assunto
fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse do
imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo
alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de
Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em abril
de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados com
a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação,
ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa, por mais que
esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O resultado dessa
tensão entre conveniência política e convicções escravocratas foi a formulação,
por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a
concordar com o imperador em que a emancipação era questão decidida, ao
mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o
assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

A resposta aos abolicionistas franceses


a) causou mal-estar entre políticos e proprietários por ter sido elaborada e
assinada por um único ministro, sem prévia participação aos seus pares e sem
que, até então, tivesse havido qualquer movimento em direção à emancipação.
b) encobria seu verdadeiro propósito, determinado pelo imperador: ser,
efetivamente, o estopim de um debate amplo e irrestrito sobre a questão
abolicionista no Brasil.

Prof. Bruno Spencer 46 de 99


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c) produziu, da parte dos conselheiros do Brasil Imperial, em virtude do choque


de interesses instituído, o curioso espetáculo de um país em que se condenava
a escravidão, mas em que quase ninguém queria dar um passo para viver sem
ela.
d) acarretou uma retórica oficial que condenava a defesa dos interesses dos
proprietários de escravos, postos estes em situação delicada de defender aberta
e aguerridamente perante a nação a permanência do regime escravocrata.
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e) desnudou ao mundo que o Brasil tornara-se o último baluarte da escravidão


no Ocidente, estando disposto a tudo fazer para manter-se nessa posição.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – Infere-se pelo texto que a resposta do ministro
reflete a posição do governo em relação à causa, já havendo inclusive iniciativas
anteriores do imperador nesse sentido.

Alternativa B – Incorreta – Apesar de ter gerado debates e choques de


interesses, não há base no texto que sustente a hipótese de um propósito oculto
por parte do imperador.

Alternativa C – Correta – “O resultado dessa tensão entre conveniência política


e convicções escravocratas foi a formulação, por parte da maioria dos
conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a concordar com o imperador
em que a emancipação era questão decidida, ao mesmo tempo que
sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o assunto. “

sibilinos = obscuros, enigmáticos

Alternativa D – Incorreta – “Os conselheiros estavam numa situação


delicada. Confrontados com a determinação do imperador em fazer caminhar
o problema da emancipação, ficavam talvez inibidos em opor resistência
decidida à iniciativa, por mais que esta fosse de encontro às suas convicções
mais íntimas. ”

Alternativa E – Incorreta – Ao contrário, a resposta aos abolicionistas franceses


demonstrou a disposição do governo brasileiro em emancipar a escravidão.

Gabarito: C

4) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro
visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares
e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.
O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei sobre
emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo. Pimenta

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Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades da guerra


com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o marquês de
Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que o assunto
fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse do
imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo
alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
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que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A


resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de
Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em abril
de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados com
a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da emancipação,
ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa, por mais que
esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O resultado dessa
tensão entre conveniência política e convicções escravocratas foi a formulação,
por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos destinados a
concordar com o imperador em que a emancipação era questão decidida, ao
mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser feito sobre o
assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

Preservado o contexto, está correta a seguinte compreensão de segmento do


texto:
a) moldura para os debates / arremate das altercações.
b) argumentos sibilinos / provas irrefutáveis.
c) recebeu novo alento / foi agraciado com mais um importante
reconhecimento.
d) fosse de encontro às suas convicções mais íntimas / corroborasse suas
crenças basilares.
e) raivoso e empedernido / colérico e renitente.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – Os termos debates e altercações têm o mesmo
sentido, indicando discussões. No entanto, o termo moldura para tem o
sentido de abertura, porta, passagem para “os debates sobre o trabalho de

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Pimenta Bueno”; enquanto o termo arremate das significa o fechamento, o


encerramento.

uma ideia de enquanto arremate das indica a finalização, a conclusão.

Alternativa B – Incorreta – argumentos sibilinos = argumentos obscuros,


enigmáticos
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Alternativa C – Incorreta – recebeu novo alento = ganhou novo fôlego =


renovou as forças

Alternativa D – Incorreta – Embora os termos convicções mais íntimas e


crenças basilares sejam equivalentes, a expressão ir de encontro significa ir
contra, que é o oposto de corroborar (= afirmar).

Alternativa E – Correta – raivoso = colérico;

empedernido = duro como pedra, inflexível

renitente = teimoso, insistente, inflexível

Os vocábulos “empedernido” e “renitente” não são 100% equivalentes, mas


ambos podem ser utilizados no sentido de inflexível, que é justamente o
sentido utilizado no texto.

Gabarito: E

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O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
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sobre emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo.
Pimenta Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades
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marquês de Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que
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do imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu
novo alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência(II) para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
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A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes


proprietários. Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho de
Pimenta Bueno, então(I) visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em
abril de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados
com a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da
emancipação, ficavam talvez inibidos em opor resistência decidida à iniciativa,
por mais que esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas. O
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resultado dessa tensão entre conveniência política e convicções escravocratas


foi a formulação, por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos
destinados a concordar com o imperador em que a emancipação era questão
decidida, ao mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser
feito sobre o assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

Considere as seguintes afirmações:


I. Embora tenham significados distintos, as palavras futuro e então remetem a
um mesmo período da vida de Pimenta Bueno.
II. A depender da articulação entre o termo destacado em o seu poder e
influência e outras partes da frase, são possíveis duas leituras.
III. Está correta a grafia da palavra destacada em sessões do Conselho de
Estado pleno, assim como o está a destacada em “Você encontrará os dados na
segunda secção do primeiro capítulo”.
Está correto o que se afirma em
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) I e II, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
Comentários:
Item I – Correto – Repare que os dois termos fazem referência ao período em
que Pimenta Bueno detinha o título de Visconde.

Item II – Correto – Esse é um dos perigos do uso do pronome possessivo “seu”,


a ambiguidade. Pelo contexto, é fácil entender que o pronome refere-se ao
poder e influência do imperador e não da sociedade abolicionista francesa.

Mas, fica a dica, cuidado com os pronomes seu(s)/sua(s).

Ex. Ele brigou com a cachorra da sua mãe.

Prof. Bruno Spencer 50 de 99


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Prof. Bruno Spencer – Aula 08

Item III – Correto – sessão = reunião;

secção ou seção = parte, corte, subdivisão

Gabarito: A

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Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.


No final de 1865, d. Pedro II solicitou a José Antônio Pimenta Bueno, futuro
visconde, depois marquês de São Vicente, que realizasse estudos preliminares
e elaborasse propostas de ação legislativa visando à emancipação dos escravos.
O trabalho de Pimenta Bueno seria depois discutido em sessões do Conselho de
Estado pleno. O objetivo do esforço era dotar o governo de projeto de lei sobre
emancipação a ser submetido à discussão e aprovação do Legislativo. Pimenta
Bueno concluiu a tarefa em janeiro de 1866. Todavia, as dificuldades da guerra
com o Paraguai e a resistência do chefe de gabinete na ocasião, o marquês de
Olinda − escravocrata raivoso e empedernido −, fizeram com que o assunto
fosse engavetado por alguns meses. Em meados de 1866, o interesse do
imperador em promover o debate sobre o problema da escravidão recebeu novo
alento com a correspondência enviada por uma prestigiosa sociedade
abolicionista francesa, a Comité pour l'Abolition de l'Esclavage, solicitando-lhe
que usasse o seu poder e influência para abolir a escravidão no Brasil. A
resposta, assinada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, indicava que o novo
gabinete liberal, liderado por Zacarias de Góes e Vasconcellos, estava pronto
para promover a causa. A emancipação no Brasil parecia coisa decidida, sendo
apenas questão de forma e oportunidade.
A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e grandes
proprietários(a). Foi, na verdade, a moldura para os debates sobre o trabalho
de Pimenta Bueno, então visconde de São Vicente, no Conselho de Estado, em
abril de 1867. Os conselheiros estavam numa situação delicada. Confrontados
com a determinação do imperador em fazer caminhar o problema da
emancipação(b)(c), ficavam talvez inibidos em opor(d) resistência decidida à
iniciativa, por mais que esta fosse de encontro às suas convicções mais íntimas.
O resultado dessa tensão entre conveniência política e convicções escravocratas
foi a formulação, por parte da maioria dos conselheiros, de argumentos sibilinos
destinados a concordar com o imperador em que a emancipação era questão
decidida(e), ao mesmo tempo que sustentavam a opinião de que nada devia ser
feito sobre o assunto.
(Sidney Chalhoub. Escravidão e cidadania: a experiência histórica de 1871.
Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p.139
e 140)

Considerado o segundo parágrafo, é legítimo o seguinte comentário:

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Prof. Bruno Spencer – Aula 08

a) Em A resposta enviada aos abolicionistas franceses surpreendeu políticos e


grandes proprietários, a substituição do segmento destacado por "surpreendeu
a eles, políticos e grandes proprietários" preserva a correção original.
b) O segmento Confrontados com a determinação do imperador em fazer
caminhar o problema da emancipação não admite outro entendimento que não
seja o de expressar ideia de tempo.
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c) Em Confrontados com a determinação do imperador em fazer caminhar o


problema da emancipação, a substituição do segmento destacado por
"emancipatório" preserva a correção e o sentido originais.
d) O verbo opor, presente no texto, estaria corretamente empregado na frase
"Se o líder da oposição se oposse à proposta, ela nem chegaria a ser discutida
no senado".
e) Outra redação para foi a formulação, por parte da maioria dos conselheiros,
de argumentos sibilinos destinados a concordar com o imperador em que a
emancipação era questão decidida, igualmente clara e correta, é: "foi a
formulação da maioria dos conselheiros de argumentos sibilinos afim de
concordar com o imperador que a emancipação era questão decidida".
Comentários:
Alternativa A – Correta – A construção proposta foi a utilização do que se chama
de objeto direto preposicionado. É possível em determinados casos que um
objeto direto venha precedido de preposição, a fim de dar mais clareza à oração
ou ênfase à expressão. Normalmente isso ocorre com a preposição “A”. Na
construção proposta, a eles é o OD preposicionado, enquanto políticos e grandes
proprietários é um aposto.

Alternativa B – Incorreta – O segmento apontado pode indicar tempo ou causa.


Vamos reescrever o trecho, desenvolvendo a oração reduzida das duas formas:

Ao terem sido confrontados com a determinação do imperador em fazer


caminhar o problema da emancipação, ficavam talvez inibidos em opor
resistência decidida à iniciativa... (tempo)

Por terem sido confrontados com a determinação do imperador em fazer


caminhar o problema da emancipação, ficavam talvez inibidos em opor
resistência decidida à iniciativa... (causa)

Alternativa C – Incorreta – A afirmativa é maldosa e sutil, a popular “casca de


banana”. Enquanto o termo da emancipação tem o significado de a respeito
da emancipação (caráter passivo), o termo emancipatório significa
aquilo/aquele que emancipa (caráter ativo).

Alternativa D – Incorreta – O verbo OPOR segue o paradigma de conjugação do


verbo POR, portanto a forma correta do verbo é opusesse.

Prof. Bruno Spencer 52 de 99


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Prof. Bruno Spencer – Aula 08

"Se o líder da oposição se opusesse à proposta, ela nem chegaria a ser


discutida no senado".
Alternativa E – Incorreta – Na forma proposta o sentido do trecho é alterado,
uma vez que o trecho original fala em formulação de “argumentos sibilinos”
e não em formulação de conselheiros. Ainda, houve o erro na grafia da
expressão a fim de, que indica finalidade, por afim, que indica afinidade.
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Gabarito: A

7) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais. São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir um
motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as que
atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego, e ainda mais elevados entre os jovens.
O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos
equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É

Prof. Bruno Spencer 53 de 99


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inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

O texto confirma que o editorialista tem a seguinte convicção:


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a) Ainda que, no caso da Primavera Árabe, a revolta social tenha sido deflagrada
por um ato individual, envolto em conjunção de vários fatores, movimentos
sociais reivindicatórios são decorrência direta de cenário econômico
desfavorável à população.
b) A história particular e o perfil psicológico de um indivíduo, que determinam
reações únicas e complexas a fatores externos de variada ordem, são os
elementos fundantes de mobilizações sociais por melhores condições de vida.
c) O desenvolvimento favorável dos países avançados no que se refere aos
direitos dos cidadãos, desenvolvimento que cria auspiciosas expectativas de
vida e veda inquietações, é a razão pela qual prever uma "Primavera Europeia"
é exagero.
d) Dirigentes da Espanha, Grécia e Portugal não têm sido aptos a neutralizar o
desalento de suas populações, incapazes que eles estão de adequadamente
gerir a obtenção e a utilização dos recursos materiais necessários ao bem-estar
dos indivíduos.
e) O mecanismo impessoal e cego da esfera política gera o desemprego
estrutural visível nos países árabes e europeus, crise que leva a juventude mais
exaltada a desistir da vida, o que acarretaria altos índices globais de suicídio.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A afirmativa “movimentos sociais reivindicatórios são
decorrência direta de cenário econômico desfavorável à população” entra em
conflito com a frase seguinte do texto: “Tendem ao simplismo, como se sabe,
as explicações puramente econômicas para eventos sociais”.

Alternativa B – Incorreta – A afirmativa EXTRAPOLA o texto, que em nenhum


momento afirma que a história particular dos indivíduos é causa das
mobilizações sociais por melhores condições de vida.

Alternativa C – Incorreta – O texto afirma: “O desespero, entretanto, não é


menor no mundo desenvolvido e produz efeitos equivalentes, no plano
individual, aos que se abateram sobre o ambulante da Tunísia”.
No entanto, o autor alega que o desespero nos países desenvolvidos é
amenizado por décadas de progresso social.
Alternativa D – Correta – A afirmativa é confirmada pelo último período do texto.
“É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto
de aflições. ”

Prof. Bruno Spencer 54 de 99


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Alternativa E – Incorreta – A afirmativa extrapola o sentido do penúltimo


parágrafo do texto ao falar “altos índices globais de suicídio”.
Gabarito: D

8) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


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Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.


Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais. São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir um
motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as que
atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego, e ainda mais elevados entre os jovens.
O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos
equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

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Considere o que se afirma sobre o título do editorial.


I. Embora sem prejuízo da compreensão, constitui um deslize, pois o padrão
culto escrito preconiza a forma única "em desespero de causa".
II. Constitui um juízo de valor.
III. Caracteriza um último recurso, após todas as tentativas possíveis.
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IV. Expressa interpretação da realidade, interpretação realizada com a


neutralidade inerente ao jornalismo.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e III.
b) II e III.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) I e II.
Comentários:
Item I – Incorreto – Não há qualquer erro gramatical na expressão “desespero
de causa”.

Item II – Correto – Ao se qualificar um ato como desesperado, heroico, feliz,


justo ou qualquer outro adjetivo, tem-se a emissão de um juízo de valor.

Item III – Correto – A afirmativa é corroborada pelo parágrafo terceiro, apesar


de ser relativo se dizer que a morte era o seu último recurso:
“Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença. ”
Item IV – Incorreto – Ao se fazer um juízo de valor sobre determinado assunto,
quebra-se a neutralidade sobre ele. Pode-se notar que o texto se trata de um
artigo de opinião, em que é permitido a pessoalidade.

Gabarito: B

9) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.

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Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas


para eventos sociais(a). São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir
um motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as
que atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo(b).
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença(c).
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Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se


naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego(d), e ainda mais elevados entre os jovens.
O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos
equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia(e).
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

Unidades do texto, abaixo identificadas, tiveram redação alterada. A única


transformação que, no contexto, preserva a correção − segundo o padrão culto
escrito − e manifesta equivalência com o sentido original é:
a) Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais /Sabendo-se que tendem ao simplismo as explicações
puramente econômicas para eventos sociais.
b) como as que atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo /
tais que atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
c) aos quais ele era submetido por tentar a sobrevivência como vendedor
ambulante sem licença / a cuja brutal intimidação e roubos ele era submetido
por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.

Prof. Bruno Spencer 57 de 99


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d) onde a crise tem determinado índices similares de desemprego / no qual a


crise vem determinando índices similares de desemprego.
e) O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz
efeitos equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o
ambulante da Tunísia / Pois o desespero não é menor no mundo desenvolvido
e produz efeitos equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre
o ambulante da Tunísia.
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Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A alteração transformou o período em uma oração
adverbial. Como sabemos, uma oração adverbial é uma oração subordinada,
por isso carece de uma oração principal no mesmo período.

Alternativa B – Incorreta – A conjunção adverbial comparativa como, pode ser


substituída por tais quais, portanto a forma correta seria a seguinte: tais
quais as que atravessam...

•como - assim como - tal como - igual a -


COMPARATIVAS tanto quanto - mais que - menos que -
que nem - feito - tal qual

Alternativa C – Correta

Alternativa D – Incorreta – O pronome onde refere-se ao termo países


europeus, por isso os pronomes adequados a substitui-lo seriam em que ou
nos quais.

Alternativa E – Incorreta – A conjunção pois não pode substituir a conjunção


entretanto, visto que a primeira tem valor explicativo ou causal, enquanto a
segunda, valor de oposição (conj. coord. adversativa).

Gabarito: C

10) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais. São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir um
motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as que
atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.

Prof. Bruno Spencer 58 de 99


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Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem


tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego, e ainda mais elevados entre os jovens.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos


equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
Considerado o trecho acima transcrito, é correto afirmar:
a) O verbo "prever" está empregado em conformidade com o padrão culto
escrito, como o está o verbo "rever" na frase "A diretoria espera que o
departamento revê a prestação de contas apresentada ontem".
b) A formulação "São inegáveis as ações, poucas entretanto, que têm sido
levadas a efeito para dissipar tamanho surto de aflições" mantém a direção
argumentativa da frase original.
c) Se em vez da palavra caso fosse empregada a palavra "se", a substituição de
persistam por "persistirem" preservaria o sentido e a correção originais.
d) A substituição de Talvez seja exagero por "Talvez seja escessivo" preserva a
correção da frase original.

Prof. Bruno Spencer 59 de 99


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e) Se, na frase É inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar
tamanho surto de aflições, tivesse sido empregada a forma "que pouco se fez"
não haveria perda de nenhum traço de sentido.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – De fato o verbo “prever” está empregado
corretamente, porém a forma correta do verbo “rever”, no trecho acima, seria
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reveja. Note que “rever” segue o mesmo paradigma de conjugação do verbo


VER.

Alternativa B – Incorreta – A nova formulação modifica o sentido do trecho


original. Nele, o inegável é o fato que pouco tem se feito, enquanto na
modificação, as ações é que são inegáveis, dando ênfase a estas.

Alternativa C – Correta – Ambas as conjunções têm valor condicional, por isso


são equivalentes, no entanto, a troca exige uma adaptação na conjugação do
verbo persistir. Ex. Caso eu vá à feira... = Se eu for à feira...

Alternativa D – Incorreta – Aqui, o problema da alteração é tão somente o erro


de grafia na palavra excessivo.

Alternativa E – Incorreta – Há uma diferença entre “se tem feito” e “se fez”. A
primeira forma indica uma ação contínua que estende do passado ao presente,
enquanto a segunda indica um fato passado e concluído.

Gabarito: C

11) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais. São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir um
motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas, como as que
atravessam a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus, por exemplo, onde a crise tem determinado índices similares
de desemprego, e ainda mais elevados entre os jovens.

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O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos


equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
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parcelas da população nos países desenvolvidos.


A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É
inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

Acerca de verbos encontrados no texto é correto afirmar, tomando como


parâmetro o padrão culto escrito:
a) "prever" − está adequadamente empregado na frase "Quando os analistas
preverem baixa dos juros, os empréstimos aumentarão".
b) "atribuir" − está corretamente grafado na frase "Ela sempre atribuia ao
auxiliar os equívocos nos documentos".
c) "afligir" − a única forma de particípio aceitável é "aflito", pois "afligido" é
forma incorreta.
d) "submeter" − tem duplo particípio.
e) "abater" − está adequadamente empregado na frase "Se eles abativessem
pelo menos 10% do valor total, eu pagaria à vista".
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O verbo “prever” segue o paradigma de conjugação
do verbo VER, portanto a forma correta é quando os analistas previrem.

Alternativa B – Incorreta – A forma correta é: Ela sempre atribuía.

Quando as semivogais “i” e “u” TÔNICAS formam hiato, são acentuadas.


Exemplos: sa-ú-de / sa-í-da / Pa-ra-í-ba / e-go-ís-mo / a-tri-bu-í-a
Alternativa C – Incorreta – O verbo “afligir” permite as duas formas de particípio,
afligido (regular) e aflito (irregular).

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Alternativa D – Correta – O verbo “submeter” permite duas formas de particípio,


qual sejam, submetido (regular) ou submisso (irregular).

Alternativa E – Incorreta – O verbo “abater” não segue o mesmo paradigma do


verbo “ter”. Enquanto o verbo ter conjuga-se tivessem, o verbo abater conjuga-
se abatessem.

Se eles abatessem pelo menos 10% do valor total...


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Gabarito: D

12) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Desespero de causa
As manifestações que deslancharam a Primavera Árabe tiveram início num ato
isolado de desespero. Em dezembro de 2010, o tunisiano Mohamed Bouazizi
ateou fogo ao corpo e desencadeou uma revolta contra a situação econômica
em seu país, onde o desemprego afligia um quarto da população.
Tendem ao simplismo, como se sabe, as explicações puramente econômicas
para eventos sociais(d). São ainda menos consistentes as tentativas(a) de
atribuir um motivo genérico e unilateral a reações eminentemente complexas,
como as que atravessam(a) a psicologia e a história peculiar a cada indivíduo.
Contra o pano de fundo do desemprego estrutural, o ato de desespero do jovem
tunisiano surgiu após os violentos achaques da polícia, aos quais ele era
submetido por tentar a sobrevivência como vendedor ambulante sem licença.
Autoritarismo, repressão, conflitos religiosos e economia misturaram-se
naquele momento, e seria incerto transferir esse quadro específico para os
países europeus(b), por exemplo, onde a crise tem determinado índices
similares de desemprego(c), e ainda mais elevados entre os jovens.
O desespero, entretanto, não é menor no mundo desenvolvido e produz efeitos
equivalentes, no plano individual, aos que se abateram sobre o ambulante da
Tunísia.
[...]
Não é apenas a privação econômica, certamente grave, mas ainda assim
amenizada por décadas de progresso social, o que se abate sobre largas
parcelas da população(e) nos países desenvolvidos.
A ausência de perspectivas, especialmente entre os mais jovens, propicia uma
sensação psicológica em que o indivíduo se vê como que dispensado de
prosseguir numa vida útil, diante de um mecanismo impessoal e cego, que a
esfera política só aparentemente se acha em condições de administrar.
Talvez seja exagero prever uma "Primavera Europeia" em países como Espanha,
Grécia e Portugal, caso ali persistam os atuais índices de desemprego. É

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inegável, entretanto, que pouco se tem feito para dissipar tamanho surto de
aflições.
(Folha de S.Paulo, opinião, p. 2A, 7/ 11/2012)

É correto afirmar:
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a) No segmento como as que atravessam, o termo destacado retoma as


tentativas.
b) O sentido e a correção originais do segmento transferir esse quadro específico
para os países europeus estão mantidos nesta seguinte formulação "transferir-
lhe aos países europeus".
c) Na frase a crise tem determinado índices similares de desemprego, em que
se tem voz passiva, a crise exerce a função de agente.
d) Em para eventos sociais, a preposição introduz segmento que exprime
finalidade.
e) Em o que se abate sobre largas parcelas da população, a palavra destacada
é da mesma natureza da sublinhada em "A que mais custava foi vendida
primeiro".
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O pronome “as” refere-se ao termo reações
eminentemente complexas, são estas que “atravessam a psicologia e a história
peculiar a cada indivíduo”.

“São ainda menos consistentes as tentativas de atribuir um motivo genérico e


unilateral a reações eminentemente complexas, como as que atravessam a
psicologia e a história peculiar a cada indivíduo. ”

Alternativa B – Incorreta – O verbo transferir é TDI – transferir algo (OD) a


alguém (OI).

Como o pronome “lhes” é utilizado com OI, o pronome correto a ser utilizado
para substituir o OD, esse quadro específico, é o. “

• Transferi-lo aos países europeus

Alternativa C – Incorreta – A frase está na voz ativa. A banca tenta confundir


o pretérito perfeito do indicativo composto com voz passiva.

Vamos à análise sintática:

A crise (sujeito) tem determinado (VTD) índices (OD)

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Pretérito Perfeito do Indicativo - Composto

ANDAR IR
eu tenho andado eu tenho ido
tu tens andado tu tens ido
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ele tem andado ele tem ido


nós temos andado nós temos ido
vós tendes andado vós tendes ido
eles têm andado eles têm ido

Alternativa D – Incorreta – No trecho explicações puramente econômicas para


eventos sociais, a preposição para não indica finalidade, mas introduz uma
complementação o nome explicações.

Alternativa E – Correta – Ambos são pronomes demonstrativos, portanto


podem ser substituídos por aquilo/aquele(a).

Gabarito: E

13) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de

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comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,


essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
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comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem


um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

O autor do texto
a) entende que a produção artística do século XVI supera em valor estético as
obras produzidas nos séculos posteriores, em virtude do especial ambiente
cultural italiano da época de Lavinia Fontana.
b) endossa a crítica subjacente às palavras do Papa Gregório, o Grande, no que
se refere às artes visuais que não atendem ao traço constitutivo do fazer
estético, que é o de produzir a convergência do ponto de vista do artista e o do
público.
c) aponta a carência da contemporaneidade no que se refere à fruição
consistente de imagens, concebida essa consistência como atribuição de sentido
ao que elas portam em seus níveis menos explícitos.
d) parte de assertiva sobre a pintura antiga para tecer um paralelo entre essa
manifestação estética e a que tomou o seu lugar no século XXI, pontuando os
aspectos que determinaram a perda de riqueza das imagens contemporâneas.
e) atribui a superficialidade das imagens de nossa época à falta de obras que
compilem unidades léxicas pertinentes às artes visuais, obras que poderiam
influenciar os artistas a produzirem composições mais complexas e o público a
fazer leituras mais ricas.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O autor não entra no mérito da comparação da
produção artística do século XVI com a de gerações posteriores, apenas afirma
que naquele tempo as obras eram criadas para estabelecerem a comunicação
dos artistas com o público.

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Alternativa B – Incorreta – A afirmativa distorce as palavras do papa Gregório,


o Grande: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros.

Alternativa C – Correta – O autor critica a falta de profundidade no uso


globalizado das imagens.

“Mas a leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
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linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. “

Alternativa D – Incorreta – O uso da imagem como referido no texto não se


trata de uma manifestação estética, mas da sua utilização pela propaganda.

Alternativa E – Incorreta – O texto não se refere à produção artística


contemporânea, mas à utilização da imagem nas propagandas de forma
superficial.

Gabarito: C

14) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de

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eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-


comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

uma vez, na Torre de Babel inacabada.


Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

O termo inicial do segundo parágrafo foi omitido, como o indica o uso dos
colchetes. A coerência do texto exige que essa lacuna seja preenchida com a
seguinte formulação, seguida da necessária vírgula:
a) Paradoxalmente.
b) Consequentemente.
c) Avisadamente.
d) De modo que.
e) Tanto que.
Comentários:
Alternativa A – Correta – O advérbio “paradoxalmente” deve ser utilizado para
indicar uma contradição entre a proeminência das imagens nos tempos atuais
e a superficialidade de seu uso quando comparado a outras épocas.

Alternativa B – Incorreta – O advérbio “consequentemente” estabelece ideia de


consequência, por isso não é adequado ao período, que carece de um termo
com valor semântico de oposição ou contradição.

Alternativa C – Incorreta – O advérbio “avisadamente” tem valor semântico


incoerente com o sentido do texto, que requer um termo que indique a
contradição entre a proeminência das imagens nos tempos atuais e a
superficialidade de seu uso quando comparado a outras épocas.

Alternativa D – Incorreta - As conjunções consecutivas estabelecem ideia de


consequência, por isso não são adequadas ao período, que carece de um termo
com valor semântico de oposição ou contradição.

Alternativa E – Incorreta - As conjunções consecutivas estabelecem ideia de


consequência, por isso não são adequadas ao período, que carece de um termo
com valor semântico de oposição ou contradição.

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•(tanto) que - de modo que - sem que -


CONSECUTIVAS
de forma que - de maneira que -

Gabarito: A

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Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.


No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita(a), falta-nos esse vocabulário visual compartilhado.
Temos permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem
para transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda(b), porque, manipuladas pela
mídia, essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão
pausada(c). "Adoramos as imagens(e)”, mas não “aprendemos em
profundidade, por meio delas”. Superficialmente, temos em comum certas
imagens básicas − de eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada
uma com seu lugar-comum nas propagandas completamente banais para a
Ralph Lauren ou a Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao
câncer. Um carro comumente significa sucesso(d), um cigarro, auto-afirmação;
as praias oferecem um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a
identidade. Mas a leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa.
Falta-nos uma linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica.
Vivemos, mais uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.

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(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

O segmento do texto que NÃO contém informação implícita é:


a) quando as imagens ganham novamente proeminência sobre a palavra
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escrita.
b) esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda.
c) essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
d) Um carro comumente significa sucesso.
e) "Adoramos as imagens".
Comentários:
Vamos a uma rápida revisão:

•É uma dedução LÓGICA que podemos fazer com


INFERÊNCIA
segurança a partir das informações apresentadas.

OBS. Não confundir inferência com elucubração. A inferência é algo


logicamente dedutível a partir do texto e não algo acrescentado pela
criatividade do leitor.

•É uma informação implícita no texto que


podemos inferir com segurança, pois há
PRESSUPOSTO informações suficientes para isso.
•Ex. Pedro deixou de fumar. (pressuposto: Pedro
fumava)

•Semelhante ao pressuposto, também é uma


infomação implícita. Porém, há de se tomar
muito cuidado com eles, pois não há
garantias que sejam verdadeiros, são
hipóteses.
SUBENTENDIDO
•Ex. Ela disse: Aqui está muito quente!
(subentendido: ela quer que abra as janela, que
ligue um ventilador ou ar condicionado; ela
quer tomar um banho de piscina; ela quer tirar
as roupas e etc.)

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OBS. Repare que o subentendido vai de encontro ao que falamos


anteriormente: CUIDADO para não EXTRAPOLAR o sentido do texto!!!
Alternativa A – Incorreta – “quando as imagens ganham novamente
proeminência sobre a palavra escrita. ”
Podemos inferir que as imagens já tiveram proeminência sobre a palavra
escrita.
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Alternativa B – Incorreta – “esquecemos que a própria velocidade as converte


na ferramenta ideal de comunicação para toda sorte de propaganda. ”
Podemos inferir que já sabíamos disso antes.

Alternativa C – Incorreta – “essas imagens não nos dão tempo para uma crítica
ou reflexão pausada. ”
Podemos inferir que outras imagens nos dão tempo para uma crítica ou
reflexão pausada.
Alternativa D – Incorreta – “Um carro comumente significa sucesso. ”

Pode-se inferir que nem sempre um carro significa sucesso.

Alternativa E – Correta - "Adoramos as imagens".

Não podemos inferir com certeza que apenas nós adoramos as imagens, nem
mesmo que adoramos ou não outro tipo de coisa, como o som. Não há o que
possamos inferir com essa afirmação.

Gabarito: E

16) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI(a),
uma pintura(b), fosse(b) um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica,
histórica ou privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma
característica inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de
um vocabulário compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista
e o ponto de vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou
seu conteúdo, mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser
aprendido ou pelo menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o
Grande, havia declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em
profundidade, por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo(c) que
a escrita torna presente para o leitor as pinturas(c) tornam presente para os
iletrados(d), para aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens
os ignorantes veem a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem
o alfabeto descobrem que podem, de certa maneira(e), ler(e). Portanto,
especialmente para o povo comum, as pinturas são o equivalente da leitura”.

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[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência


sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio


delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, auto-afirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

Afirma-se com correção:


a) em No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI,
a unidade destacada reduz a amplitude temporal referida na unidade anterior.
b) a caracterização de pintura, por segmentos introduzidos pela forma verbal
fosse, exprime as condições que determinariam a intenção da obra de ser lida.
c) na frase iniciada por Pois, o paralelismo é instaurado pela correlação entre
aquilo e pinturas.
d) o específico contexto do segmento as pinturas tornam presente para os
iletrados, para aqueles que só percebem visualmente evidencia que a vírgula
equivale à conjunção e.
e) a analogia estabelecida por meio da expressão de certa maneira baseia-se
na compreensão de ler como "ter acesso a informação através do código
linguístico".
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O termo destacado indica lugar, qual seja, Bolonha
do século XVI.

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Alternativa B – Incorreta – A forma verbal “fosse” não foi utilizada como uma
condição, mas um recurso linguístico para afirmar que qualquer que fosse a
obra, ela “era criada com a intenção de ser lida”.

Alternativa C – Incorreta – “Pois aquilo que a escrita torna presente para o leitor
(OD) as pinturas (sujeito) tornam (VTD) presente para os iletrados (PDO)”

Reescrevendo de forma direta e cortando os termos acessórios:


Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

as pinturas (sujeito) tornam (VTD) aquilo (OD) presente (PDO)

Alternativa D – Incorreta – A vírgula não tem valor aditivo no trecho acima, mas
isola uma explicação. Note que “aqueles que só percebem visualmente” explica
o termo “iletrados”.

Alternativa E – Correta – Nesse caso os iletrados poderiam “ler” por meio das
obras de arte.

Gabarito: E

17) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção(a) de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável(e). Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes
veem(b) a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto
descobrem que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o
povo comum, as pinturas são o equivalente da leitura(c)”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque(d), manipuladas pela
mídia, essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de

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eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-


comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, auto-afirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

uma vez, na Torre de Babel inacabada.


Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

Tomado o padrão culto escrito como referência, é correto afirmar:


a) o vocábulo "intenção" está adequadamente grafado, assim como o está o
vocábulo "compreenção".
b) a palavra veem está corretamente grafada, assim como o está a palavra
destacada em "Os muros retêm a água da chuva".
c) outra redação para o segmento pinturas são o equivalente da leitura, em
forma igualmente adequada, que preserva o sentido original, é "as pinturas
equivalem a leitura".
d) a palavra porque está adequadamente grafada, assim como o está na frase
"Ele chegou atrasado, não sei bem porque motivo".
e) A concordância notada em uma história venerável está correta, assim como
o está na frase "Quem aprecia a arte considera venerável, em todo e qualquer
contexto, as histórias que os quadros oferecem".
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O vocábulo compreensão é grafado com S.

Alternativa B – Correta – Com o novo acordo ortográfico foram abolidos os


acentos circunflexos das palavras com os hiatos OO e EE.
As palavras enjôo, vôo, perdôo, abençôo, povôo, crêem, dêem, lêem, vêem,
TODAS perderam os acentos e passam a ser grafadas da seguinte maneira:
enjoo, voo, perdoo, abençoo, povoo, creem, deem, leem, veem.
Foi mantido o acento diferencial para o plural de TER e RETER.
Ex. Ele tem/retém; eles têm/retêm
Alternativa C – Incorreta – Faltou a crase diante de “leitura”, pois o verbo
EQUIVALER exige a preposição A em sua regência, enquanto o nome feminino
“leitura” exige o artigo A.

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Alternativa D – Incorreta – Utilizamos a forma POR QUE em perguntas diretas


e indiretas.
Exemplos:
Ela quis saber por que ele foi embora. (= por qual motivo)

Alternativa E – Incorreta – Na frase, o termo “venerável” deve vir no plural


para concordar com o sujeito “histórias”.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

"Quem aprecia a arte considera veneráveis, em todo e qualquer contexto, as


histórias que os quadros oferecem".
Mudando a ordem da frase:
Quem aprecia a arte (sujeito) considera (VTD) as histórias que os quadros
oferecem (OD) veneráveis (PDO), em todo e qualquer contexto (AAV).
Gabarito: B

18) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita(a), falta-nos esse vocabulário visual compartilhado.
Temos permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem
para transmitir informações(b) instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação(c) para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela
mídia, essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão
pausada(e). "Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade,
por meio delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas −
de eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-

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comum nas propagandas(d) completamente banais para a Ralph Lauren ou a


Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, auto-afirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

São equivalentes e igualmente claras e corretas, segundo o padrão culto escrito,


as redações que se encontram em:
a) na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência sobre
a palavra escrita / na nossa época, que as imagens novamente obtem destaque
sobre a palavra escrita.
b) Temos permitido que [...] privilegiem a imagem para transmitir informações
/ Temos dado anuência que privilegiem a imagem a fim de transmitir
informações.
c) a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de comunicação / a
velocidade inerente delas as transforma na ferramenta de perfeita comunicação.
d) temos em comum certas imagens básicas − de eficiência e lucro, de
sexualidade e satisfação −, cada uma com seu lugar-comum nas propagandas
/ compartilhamos certas imagens básicas − de eficiência e lucro, de sexualidade
e satisfação −, cada qual ocupando seu espaço próprio nas propagandas.
e) porque, manipuladas pela mídia, essas imagens não nos dão tempo para uma
crítica ou reflexão pausada / na medida em que, manejadas pela mídia, essas
imagens não nos propiciam tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A forma verbal obtêm, por ser derivada do verbo
TER deve ser acentuada para indicar o plural.

Ex. Ele tem/retém/obtém; eles têm/retêm/obtêm


Alternativa B – Incorreta – A despeito de a expressão “dar anuência” ser
sinônima de “permitir”, este é transitivo direto, enquanto aquela exige a
preposição A ou PARA em sua regência (dar anuência a/para algo).

A frase estaria correta da seguinte maneira:

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Temos dado anuência para que privilegiem a imagem a fim de transmitir


informações.
Alternativa C – Incorreta – Mais um erro de regência! Note que o nome
“inerente” exige a preposição A (ser inerente a algo).

... a velocidade inerente a elas as transforma na ferramenta de perfeita


comunicação.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Alternativa D – Incorreta – Nesta alternativa, temos um erro meramente


semântico. A frase está gramaticalmente correta, porém o seu sentido foi
alterado ao substituir-se o termo “lugar-comum” por “espaço próprio”, uma vez
que os dois têm sentidos diferentes.

Alternativa E – Correta – Não confundir as locuções conjuntivas “à medida que”


(proporcional) com “na medida em que” (causal). Repare que esta pode
substituir a conjunção “porque”, na medida em que também ambas expressam
causa.

Gabarito: E

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Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
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permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
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essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
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eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a
Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro
comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
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linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais


uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.
(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

Considerado o contexto, a frase em que a ação destacada, tendo ocorrido no


passado, é referida como sendo anterior a outra ação igualmente passada é:
a) ... na efervescência da Bolonha do século XVI, uma pintura, fosse um retrato
ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou privada, era criada com
a intenção de ser lida.
b) Essa era uma característica inerente e essencial do ato estético: a
possibilidade, por meio de um vocabulário compartilhado, da comunicação entre
o ponto de vista do artista e o ponto de vista do público.
c) Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo, mas acima
da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo menos
reconhecido.
d) Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia declarado: "Uma
coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade, por meio dos
quadros, uma história venerável".
e) Temos permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a
imagem para transmitir informações instantaneamente ao maior número de
pessoas.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O pretérito imperfeito do indicativo (era) serve para
expressar fatos do passado que tem uma certa duração ou habitualidade.

Alternativa B – Incorreta – O pretérito imperfeito do indicativo (era) serve para


expressar fatos do passado que tem uma certa duração ou habitualidade.

Alternativa C – Incorreta – O pretérito imperfeito do indicativo (podia) serve


para expressar fatos do passado que tem uma certa duração ou habitualidade.

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Alternativa D – Correta – O Pretérito mais-que-perfeito do indicativo composto


(havia declarado) indica, igualmente à forma simples (declarara), fato anterior
a outro também no passado.
Ex. Antes de passar nesse concurso, já havia sido reprovado algumas vezes.
Alternativa E – Incorreta – O pretérito perfeito do indicativo composto (temos
permitido) indica uma ação habitual ou iniciada no passado e que chega
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ao presente.
Ex. Tenho falado muito desse assunto em minhas aulas.
Observe que, enquanto o pretérito perfeito do indicativo simples indica uma
ação concluída, a sua forma composta indica ação habitual ou iniciada no
passado e que chega até o presente.
Gabarito: D

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No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
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esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
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Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro


comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
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e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.


(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de eficiência e


lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-comum nas
propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a Volvo, ou para o
Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer.
É legítimo afirmar que, na frase acima,
a) os travessões sinalizam que as imagens citadas são referidas à margem do
discurso principal porque são consideradas de importância menor no processo
de argumentação instituído no texto.
b) o comentário com sua tendência ao câncer, fruto do exame da relação entre
o objeto anunciado e suas consequências, pode ser entendido como evidência
de que o autor não padece dos efeitos da citada falta de tempo contemporânea.
c) o emprego de completamente evidencia que qualquer propaganda veiculada
pela mídia é totalmente banal.
d) as expressões de eficiência e lucro e de sexualidade e satisfação não se
apresentam, uma em relação à outra, estruturadas de maneira harmônica.
e) a expressão lugar-comum está empregada no singular, e, se fosse
empregada no plural, a correção exigiria o uso da forma "lugares-comum".
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – Os travessões isolam o termo explicativo “de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação”.

Alternativa B – Correta – De fato, sabe-se que o câncer é uma das


consequências do uso do cigarro. Uma vez que o autor é capaz de perceber
o que não está explícito nas imagens das propagandas, demonstra uma
reflexão do que é exibido nas propagandas.

“esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de


comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada”

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Resumo + Questões Comentadas
Prof. Bruno Spencer – Aula 08

Alternativa C – Incorreta – A afirmativa EXTRAPOLA o alcance do texto, que


não afirma que a crítica é válida para todas as propagandas, mas apenas para
aquelas que exploram “certas imagens básicas − de eficiência e lucro, de
sexualidade e satisfação” para vender seus produtos.

Alternativa D – Incorreta – Um pouco esdrúxula a afirmação. Observe que os


termos “de eficiência e lucro e de sexualidade e satisfação” estão agrupados
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semanticamente dois a dois, qualificando o termo “imagens básicas”.

Alternativa E – Incorreta - Pluralizam-se os dois termos:


• substantivo + adjetivo
Ex. guarda-noturno / guardas-noturnos; lugar-comum / lugares-
comuns
Gabarito: B

21) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
No tempo de Lavinia Fontana, na efervescência da Bolonha do século XVI, uma
pintura, fosse um retrato ou uma cena, fosse religiosa ou alegórica, histórica ou
privada, era criada com a intenção de ser lida. Essa era uma característica
inerente e essencial do ato estético: a possibilidade, por meio de um vocabulário
compartilhado, da comunicação entre o ponto de vista do artista e o ponto de
vista do público. Um quadro podia ser venerado pela sua arte ou seu conteúdo,
mas acima da veneração estava a promessa de algo a ser aprendido ou pelo
menos reconhecido. Ainda no século VI, o papa Gregório, o Grande, havia
declarado: "Uma coisa é adorar um quadro, outra é aprender em profundidade,
por meio dos quadros, uma história venerável. Pois aquilo que a escrita torna
presente para o leitor as pinturas tornam presente para os iletrados, para
aqueles que só percebem visualmente, porque nas imagens os ignorantes veem
a história que devem seguir, e aqueles que não conhecem o alfabeto descobrem
que podem, de certa maneira, ler. Portanto, especialmente para o povo comum,
as pinturas são o equivalente da leitura”.
[...] na nossa época, quando as imagens ganham novamente proeminência
sobre a palavra escrita, falta-nos esse vocabulário visual compartilhado. Temos
permitido que a propaganda e a mídia eletrônica privilegiem a imagem para
transmitir informações instantaneamente ao maior número de pessoas;
esquecemos que a própria velocidade as converte na ferramenta ideal de
comunicação para toda sorte de propaganda, porque, manipuladas pela mídia,
essas imagens não nos dão tempo para uma crítica ou reflexão pausada.
"Adoramos as imagens”, mas não “aprendemos em profundidade, por meio
delas”. Superficialmente, temos em comum certas imagens básicas − de
eficiência e lucro, de sexualidade e satisfação − , cada uma com seu lugar-
comum nas propagandas completamente banais para a Ralph Lauren ou a

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Volvo, ou para o Homem de Marlboro, com sua tendência ao câncer. Um carro


comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias oferecem
um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade. Mas a
leitura de imagens mais antigas e mais sábias nos escapa. Falta-nos uma
linguagem comum, que seja profunda e significativamente rica. Vivemos, mais
uma vez, na Torre de Babel inacabada.
Obs.: Lavinia Fontana (Bolonha (1552); Roma (1614)), pintora italiana. Seu pai
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e professor, Prospero Fontana, era o principal pintor da Escola de Bolonha.


(Alberto Manguel, Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Trad. Rubens
Figueiredo, Rosaura Eichemberg, Cláudio Strauch, São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 143 e 144)

Um carro comumente significa sucesso, um cigarro, autoafirmação; as praias


oferecem um paraíso perdido, e as roupas de um estilista definem a identidade.
A frase em que se nota emprego de vírgula determinado pelo mesmo motivo
que definiu sua presença no segmento destacado acima é:
a) Suas ligações eram sempre frequentes, ainda que breves.
b) Se és feliz, escreve; se és infeliz, escreve também.
c) Os meus hábitos quietos, o bom humor e a idade, principalmente esta, me
favoreceram.
d) Ela perdeu o fiel companheiro; a menina, um pai amoroso.
e) Não é novo nada disto, nem eu estou aqui para dizer coisas novas.
Comentários:
“Um carro comumente significa sucesso, um cigarro (significa) autoafirmação”
A vírgula após “cigarro” marca a elipse da forma verbal “significa”.
Alternativa A – Incorreta – A vírgula foi utilizada para introduzir uma oração
adverbial concessiva.

Alternativa B – Incorreta – As vírgulas foram utilizadas para isolar orações


adverbiais condicionais deslocadas.

Orações Adverbiais e Adjuntos


Adverbiais Deslocados
SEPARAR ex. De manhã, fizemos muitas atividades
Fizemos, de manhã, muitas atividades.

Alternativa C – Incorreta – A primeira virgula separa termos de mesma função


sintática (sujeito composto). Já as outras duas, isolam o termo explicativo
intercalado “principalmente esta”.

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Palavras de mesma função sintática


SEPARAR
ex. Compramos pão, leite, ovos e farinha.

Orações ou termos intercalados


SEPARAR ex. Cabelos brancos, como dizem os mais
velhos, é sinal de experiência.
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Alternativa D – Correta – A vírgula foi utilizada para indicar a elipse da forma


verbal “perdeu”.

Ela perdeu o fiel companheiro; a menina (perdeu) um pai amoroso.


Alternativa E – Incorreta – A vírgula foi utilizada para separar as orações
coordenadas aditivas.

Orações coordenadas sindéticas


SEPARAR
ex. Fomos ao mercado, mas ele estava fechado.

Gabarito: D

22) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Entrevista
Otaviano Canuto
O Brasil é considerado, pelo Banco Mundial, um país com renda por habitante
de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de

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deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas


tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
renda para média renda. Por que o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está: isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
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para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e Ilhas Maurício, além
de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento, foi esgotado o
filão da simples transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)

A análise da primeira sequência do diálogo autoriza a seguinte afirmação:


a) Considerando que a pergunta se refere ao momento atual, as duas primeiras
linhas da resposta elaborada equivalem a “não”, na medida em que, para o
economista, o risco pode se manifestar apenas no futuro.
b) O adjetivo empregado para caracterizar a infraestrutura correspondente a
telecomunicações faz pressupor que o outro tipo de infraestrutura é considerado
obsoleto pelo entrevistado.
c) O segmento Esse atraso recupera ideias expostas nos trechos anteriores, mas
não se reporta a expressão linguística específica.
d) O entrevistado equivoca-se ao mencionar infraestrutura nos fragmentos Se
as deficiências de infraestrutura e No caso da infraestrutura: tanto a estrutura
textual quanto o conteúdo da resposta exigem que, no primeiro caso, a palavra
seja substituída por “educação”.

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e) Na primeira linha da resposta, o pronome ele recupera o substantivo


crescimento, mencionado na pergunta.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A resposta do entrevistado não pode ser tida como
negativa, mas sim talvez, pois depende da atuação do país no futuro próximo.
“Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se não avançar no
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ritmo necessário para a educação de qualidade.”


Alternativa B – Incorreta – O adjetivo “tradicional” não foi utilizado no sentido
de obsoleto, mas para indicar aquilo que é mais básico e mais antigo, no
entanto, fundamental; enquanto “telecomunicações” é algo que surgiu mais
recentemente.
Alternativa C – Correta – A expressão “esse atraso” refere-se à toda a ideia
anterior, englobando o atraso brasileiro na educação e na infraestrutura em
geral.
Alternativa D – Incorreta – Alternativa muito fraca! O entrevistado mencionou
o problema da educação no início do texto e depois passa a tratar do problema
da infraestrutura. A melhoria desta é que leva ao fim dos gargalos como
escoamento de produção e etc.
Alternativa E – Incorreta – O pronome “ele” retoma o nome “risco” (ele é baixo
= o risco é baixo).
Gabarito: C

23) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Entrevista
Otaviano Canuto
O Brasil é considerado, pelo Banco Mundial, um país com renda por habitante
de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e

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redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
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renda para média renda. Por que(c) o processo não continuaria?


Otaviano Canuto – Aí é que está(a): isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente(b) que fizeram a
transição para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que
servem mesmo(e) como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e
Ilhas Maurício, além de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos
como parte da China(d). [...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento, foi esgotado o
filão da simples transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)

Acerca da segunda sequência da entrevista, é correto afirmar:


a) A expressão Aí é que está poderia ser substituída por “Pois é” ou “Isso
mesmo”, já que as três formulações têm o mesmo significado.
b) A introdução de uma vírgula após a palavra recente tornaria mais evidente o
sentido explicativo do fragmento que a sucede.
c) O deslocamento de Por que para o final da pergunta implicaria que, para
adequação às normas ortográficas vigentes, a expressão fosse grafada assim:
“por que”.
d) A frase que no Banco Mundial tratamos como parte da China antecipa
eventual estranhamento em relação a essa concepção, tomada como invulgar.

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e) A palavra mesmo tem sentido idêntico ao notado na frase “Ele mesmo fez a
correção do texto”.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A expressão “aí é que está” está implícito a palavra
problema ou questão (aí é que está o problema). Repare que a expressão não
é equivalente a “pois é” ou “isso mesmo”. Caso optássemos por estas
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expressões precisaríamos de uma conjunção que indicasse oposição.


Ex. Isso mesmo, mas... ou: Pois é, no entanto...
Alternativa B – Incorreta – Podemos perceber que a oração sublinhada abaixo
é uma subordinada adjetiva restritiva. Esta restringe o alcance do termo
“países na história recente” para apenas aqueles que fizeram a transição para
a renda alta.
Caso se inclua uma vírgula, a oração tornar-se-á explicativa, modificando o
sentido do texto, pois nem todos os países na história recente fizeram a
transição para a renda alta.
“É o que se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a
transição para a renda alta.”
Alternativa C – Incorreta – O vocábulo por que quando vem em final de frase
(junto ao ponto) deve ser acentuado - por quê.
Alternativa D – Correta – Para realmente entender essa alternativa, o
candidato precisaria conhecer um pouco da história de Taiwan e Hong Kong.
Realmente, a coisa é um pouco complexa, por isso o autor utilizou a
simplificação: “tratamos como parte da China”.
Uma sabia opção para o candidato seria responder à questão por critério de
eliminação. Que fazer, não é??
Alternativa E – Incorreta – No texto, “mesmo” é um advérbio que se refere à
forma verbal “servem”, enquanto na frase proposta, o “mesmo” é um adjetivo
com significado similar a próprio.
Gabarito: D

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Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
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O Brasil é considerado, pelo Banco Mundial, um país com renda por habitante
de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil

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e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
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precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –


transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
renda para média renda. Por que o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está: isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e Ilhas Maurício, além
de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento(b), foi esgotado
o filão da simples(a) transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade)(c). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra
precisa ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não
houver um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo
tecnológico. Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de
processos de produção, em setores com alto valor de mercado na economia
mundial. A transição da média renda para a renda alta acontece quando uma
parcela crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem (d) altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima(e) a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)
Assinale a alternativa que contém comentário correto sobre a terceira
sequência da entrevista.

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a) O adjetivo simples equivale a “ingênua”, e endossa a ideia de que


transferência de gente é um procedimento obsoleto no atual contexto
econômico mundial.
b) A restrição introduzida por a partir de certo momento corrobora a ideia de
descontinuidade do processo, defendida pelo entrevistado.
c) O uso de parênteses e o pouco desenvolvimento das informações por eles
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acolhidas indicam que a revista toma como desnecessário, porque óbvio, o


esclarecimento que acrescenta às palavras do entrevistado.
d) O uso de você tem, em lugar de “têm-se”, é indesejável em entrevista de
circulação nacional, que deve preservar o padrão culto escrito e a formalidade
inerente a esse tipo de texto.
e) Em puxar para cima ocorre uma redundância, considerando-se que o sentido
do verbo inclui o direcionamento mencionado em seguida.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O termo “simples” foi utilizado no sentido de “mera”
(uma mera transferência de gente). Não que tal procedimento seja obsoleto,
mas que é apenas um estágio inicial do processo de aumento do nível de
renda (“Esses países foram para o outro estágio...”).
Alternativa B – Correta – A expressão marca a transição de um nível inicial
para um mais avançado em que o país necessita de uma melhor qualificação de
sua mão de obra, de mais investimentos em educação e etc.
Alternativa C – Incorreta – O esclarecimento não é tomado como óbvio ou
desnecessário, caso o fosse, não seria incluído no texto. Os parênteses são o
instrumento adequado para esse tipo de explicação.
Alternativa D – Incorreta – A entrevista é um texto que não exige um alto grau
de formalidade, pois deve ser feita a transcrição da fala do entrevistado, e, até
mesmo por ser originalmente falada, tem um caráter mais informal.
Alternativa E – Incorreta – Redundância seria dizer algo como subir para cima.
No caso do verbo PUXAR, não há nada que indique que o sentido da ação é para
cima, para baixo ou mesmo para os lados.
Gabarito: B

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Entrevista
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O Brasil é considerado, pelo Banco Mundial, um país com renda por habitante
de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela

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última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
renda para média renda. Por que o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está: isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e Ilhas Maurício, além
de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento, foi esgotado o
filão da simples transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)

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Resumo + Questões Comentadas
Prof. Bruno Spencer – Aula 08

É correto depreender-se da leitura do texto:


a) De acordo com os diferentes parâmetros atualmente disponíveis, o Brasil
pode ser considerado um país medianamente desenvolvido.
b) Educação e desenvolvimento tecnológico são interdependentes e
imprescindíveis para a continuidade do processo de evolução material do país.
c) O investimento em tecnologia deve preceder o aprimoramento da educação,
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

uma vez que o primeiro é condição para o bom aproveitamento de pessoal mais
bem instruído.
d) Deve haver autonomia total de gestão de recursos, materiais ou humanos,
para que um país possa ser considerado desenvolvido em relação à renda de
seus habitantes.
e) Apenas na história recente da humanidade encontram-se países que fizeram
a transição da média para a alta renda.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A renda per capita é apenas um dos muitos
parâmetros que se incluem na avaliação do grau de desenvolvimento de um
país. Portanto, é incorreta a análise de que o Brasil é um país é um país de
desenvolvimento mediano.
Alternativa B – Correta – É o que podemos depreender do trecho seguinte:
“Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa ser
muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver um
escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico”.
Alternativa C – Incorreta – O trecho copiado na alternativa acima, nos permite
inferir que os dois processos devem ser simultâneos, pois é necessário que
haja pessoas educadas para servir de mão de obra especializada.
Alternativa D – Incorreta – A alternativa EXTRAPOLA o texto, pois traz
afirmações inéditas e que não podem ser inferidas da sua leitura.
Alternativa E – Incorreta – O texto aborda o fenômeno dos países que mudaram
seus níveis de renda na história recente, porém não afirma que esse fenômeno
é exclusivo desse período da história.
Gabarito: B

26) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Entrevista
Otaviano Canuto
O Brasil é considerado, pelo Banco Mundial, um país com renda por habitante
de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela

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Prof. Bruno Spencer – Aula 08

última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
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não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
renda para média renda. Por que o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está: isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e Ilhas Maurício, além
de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento, foi esgotado o
filão da simples transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a
inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)

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Está corretamente compreendido o seguinte fragmento do texto:


a) Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver um escoadouro da
mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico / Deve haver um
condutor da força de trabalho para afazeres de superior complexidade
conteudística tecnológica, embora não seja suficiente o empenho escolar.
b) Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos
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de produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial /


Criaram capacidade de gestão local, de organização de processos de produção,
em domínios valorosos financeiramente no mundo.
c) A transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de
sofisticação tecnológica / A passagem da média para a alta renda ocorre em
contexto no qual fração crescente da população lida com as atividades mais
sofisticadas do ponto de vista tecnológico.
d) Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a inovação em processos e
produtos / As mesmas requerem manejar tecnologia, adequar-se, ser criativo
quanto a processos e produtos.
e) Mas a proporção dessas atividades não é alta o suficiente para puxar para
cima a renda média do país. / Porém, o percentual de tais ocupações não é o
bastante para desenvolver a média de ganhos no país.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A frase proposta modifica bastante o sentido do
período original, além de ser incoerente com o sentido do texto.
Vamos propor algumas mudanças para tornar a frase correta e coerente com a
frase original.
Deve haver um condutor da força de trabalho para afazeres de superior
complexidade conteudística tecnológica, embora não seja pois não é suficiente
apenas o empenho escolar.
Alternativa B – Incorreta – Vamos ver a diferença entre as duas frases:
criação local de capacidade de gestão ≠ criaram capacidade de gestão local
Alternativa C – Correta
Alternativa D – Incorreta – Mesmo sendo popularmente utilizado, é incorreto
o emprego de a(s) mesma(s)/o(s) mesmo(s) na função sintática de sujeito.
Alternativa E – Incorreta – No contexto, expressão “puxar para cima” não é
sinônimo de “desenvolver”, em seu lugar deveriam ser utilizados os termos
aumentar ou subir.
Gabarito: C

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27) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Entrevista
Otaviano Canuto
O Brasil é considerado, pelo Banco Mundial, um país com renda por habitante
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de nível médio para alto. Esse status foi confirmado em 1987 e ameaçado pela
última vez em 2002. Estamos na faixa de renda por habitante entre US$ 4 mil
e US$ 12.500 por ano. Por esse critério, parecemos bem próximos dos cerca de
30 países ricos da mesma classificação. Mas há um obstáculo no caminho. [...]
ÉPOCA – O Brasil corre hoje o risco de ficar preso numa armadilha de
baixo crescimento?
Otaviano Canuto – Acho que ele é baixo hoje, mas o Brasil corre esse risco se
não avançar no ritmo necessário para a educação de qualidade. [...] Além disso,
precisa recuperar a capacidade de investir em infraestrutura, a tradicional –
transportes, energia – e a avançada, de telecomunicações. Esse atraso, aliás,
pode ser visto como problema e oportunidade. Se as deficiências de
infraestrutura forem enfrentadas, o efeito em aumento de produtividade e
redução dos gargalos será tamanho que abrirá oportunidade de o país continuar
crescendo substancialmente. No caso da infraestrutura, quanto mais o Brasil
perseguir a criação de campeões nacionais nessas áreas, maior é o risco de
deixar para trás o usufruto e o potencial produtivo do acesso às novas
tecnologias para todos [...].
ÉPOCA – Mas o país foi bem-sucedido ao passar de economia de baixa
renda para média renda. Por que o processo não continuaria?
Otaviano Canuto – Aí é que está: isso não é um processo contínuo. É o que
se conclui da observação dos países na história recente que fizeram a transição
para a renda alta. Não são muitos. [...] Entre esses, há sete que servem mesmo
como referência: Japão, Coreia do Sul, Cingapura, Israel e Ilhas Maurício, além
de Hong Kong e Taiwan, que no Banco Mundial tratamos como parte da China.
[...]
ÉPOCA – Como funciona o salto, da média renda para a alta renda?
Otaviano Canuto – O que caracteriza aqueles sete casos que mencionei que
servem de exemplo? Em todos eles, a partir de certo momento, foi esgotado o
filão da simples transferência de gente (entre setores e do campo para a
cidade). Esses países foram para o outro estágio, em que a mão de obra precisa
ser muito educada. Mas não basta fazer o esforço educacional se não houver
um escoadouro da mão de obra para atividades de maior conteúdo tecnológico.
Houve a criação local de capacidade de gestão, de organização de processos de
produção, em setores com alto valor de mercado na economia mundial. A
transição da média renda para a renda alta acontece quando uma parcela
crescente da população é ocupada com atividades no alto da escala de

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Prof. Bruno Spencer – Aula 08

sofisticação tecnológica. Elas exigem manejo de tecnologia, a adaptação, a


inovação em processos e produtos. No Brasil, você tem altas capacidades
tecnológicas e gerenciais [...]. Mas a proporção dessas atividades não é alta o
suficiente para puxar para cima a renda média do país.
(CORONATO, Marcos. Entrevista [com Otaviano Canuto]. ÉPOCA. São Paulo:
Editora Globo, 21 de janeiro de 2013, p. 34 e 36)
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Se as deficiências de infraestrutura forem enfrentadas.


A transposição da frase para outra modalidade da mesma voz verbal gerará a
seguinte forma correta:
a) Se se enfrentarem.
b) Se enfrentar-se.
c) Se enfrentar.
d) Se for enfrentada.
e) Se tiverem sido enfrentadas.
Comentários:
Questão bem simples, de conversão da voz passiva analítica para a passiva
sintética.

Atente-se que o tempo verbal indicado no verbo auxiliar (futuro do subjuntivo)


deve permanecer no verbo principal (enfrentarem). Apesar de esquisito, a
conjunção condicional “se” atrai o pronome “se”.

Gabarito: A

28) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Do ponto de vista da concordância, está correto o seguinte enunciado:
a) O fôlego da transição depende, já fazem décadas, de estrutura física e
mecanismos institucionais que o sustente.
b) Pode ter havido elevações significativas na base educacional da população,
talvez sem a proporção de ciência e engenharia que seria desejável.
c) É caracterizado como armadilha da média renda a situação em que ocorre
um baixo crescimento da produtividade e muito pouca elevação do número de
profissionais de alta qualificação exercendo atividades criativas.
d) O México precisa de leis condizente com os novos contextos mercadológicos,
precisa quebrar a rigidez em áreas como petróleo e telecomunicações.
e) A Argentina está entre os países que parece estarem presos à armadilha do
baixo crescimento; a maioria chegaram a desenvolver capacidade tecnológica
em algumas poucas áreas.

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Prof. Bruno Spencer – Aula 08

Comentários:
Alternativa A – Incorreta – Os verbos HAVER, FAZER, PASSAR, CHOVER são
verbos que não têm sujeito, quando indicam tempo ou fenômenos naturais.
São conjugados na 3ª pessoa do singular.
Finalmente, o verbo SUSTENTAR deve concordar no plural com “estrutura física
e mecanismos institucionais”.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

O fôlego da transição depende, já faz décadas, de estrutura física e mecanismos


institucionais que o sustentem.
Alternativa B – Correta – O verbo HAVER no sentido de existir é impessoal, por
isso é conjugado na 3ª pessoa do singular.
Alternativa C – Incorreta – O termo “caracterizada” deve estar no feminino
para concordar com o sujeito “a situação”.
É caracterizada como armadilha da média renda a situação em que ocorre um
baixo crescimento da produtividade e muito pouca elevação do número de
profissionais de alta qualificação exercendo atividades criativas.
Alternativa D – Incorreta – O adjetivo “condizentes” deve estar no plural para
concordar com o nome a que se refere (leis).
O México precisa de leis condizentes com os novos contextos mercadológicos,
precisa quebrar a rigidez em áreas como petróleo e telecomunicações.
Alternativa E – Incorreta – Estão corretas as formas parece estarem ou
parecem estar. No entanto, o verbo CHEGAR deve vir flexionado no singular
para concordar com o termo “a maioria”.
A Argentina está entre os países que parece estarem presos à armadilha do
baixo crescimento; a maioria chegou a desenvolver capacidade tecnológica em
algumas poucas áreas.
Gabarito: B

29) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013


Quanto ao emprego do sinal indicativo de crase, respeitado o padrão culto
escrito, a única alternativa correta é:
a) Essa foi uma estratégia que serviu ao Brasil e a maioria dos países inseridos
na turma dos remediados.
b) O estudo dá ênfase à educação e às telecomunicações, ajudando à entender
por que o Brasil cresce pouco em comparação à outras nações de economia
emergente.
c) O país tem de fazer a transição à um sistema que premie o desempenho de
professores e que garanta à todos os alunos talentosos resultados de excelência
em exames internacionais.

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Prof. Bruno Spencer – Aula 08

d) Vimos uma estratégia equivocada à época da reserva de informática. O país


pagou um preço, porque a reserva não gerou “campeões nacionais” e ainda
deixou os usuários atrasados em relação à população de outros países.
e) O processo de urbanização levou à transferir atividades dos setores de
subsistência, de baixo valor de mercado, para atividades mais modernas, que
envolvem mais capital e mais tecnologia. Mas isso ocorreu sem novos requisitos
à novas estratégias educacionais.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Comentários:
Alternativa A – Incorreta – Faltou a crase antes de “maioria”, cuja preposição A
é exigida pela regência do verbo EXIGIR enquanto o artigo A determina o nome
“maioria”. Repare que há um paralelismo entre “ao Brasil” e “à maioria dos
países”.

Essa foi uma estratégia que serviu ao Brasil e à maioria dos países inseridos na
turma dos remediados.
Alternativa B – Incorreta – Não se utiliza artigos antes de verbos (entender)
ou de pronomes indefinidos (outras), por isso não pode haver crase.

O estudo dá ênfase à educação e às telecomunicações, ajudando a entender por


que o Brasil cresce pouco em comparação a outras nações de economia
emergente.
Alternativa C – Incorreta – Não se utiliza artigos antes de outros artigos (um)
ou de pronomes indefinidos (todos), por isso não pode haver crase.

O país tem de fazer a transição a um sistema que premie o desempenho de


professores e que garanta a todos os alunos talentosos resultados de excelência
em exames internacionais.
Alternativa D – Correta

Alternativa E – Incorreta – Não se utiliza artigos antes de verbos (transferir),


por isso não pode haver crase.

Por outro lado, há um caso de crase facultativa, pois o nome “requisitos” exige
a preposição A enquanto o termo “novas estratégias educacionais” pode ser ou
não determinado pelo artigo AS, o que lhe imprime um caráter mais específico
ou mais geral, respectivamente.

O processo de urbanização levou a transferir atividades dos setores de


subsistência, de baixo valor de mercado, para atividades mais modernas, que
envolvem mais capital e mais tecnologia. Mas isso ocorreu sem novos requisitos
a/às novas estratégias educacionais.
Gabarito: D

30) FCC/AFR-SP/SEFAZ SP/Gestão Tributária/2013

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Resumo + Questões Comentadas
Prof. Bruno Spencer – Aula 08

Assinale a alternativa que contém enunciado redigido de forma clara e correta.


a) O avanço das mulheres nas profissões mais técnicas, têm sido muito mais
lento e incerto que a conquista da igualdade de direitos entre os sexos.
b) A manifestação de vontade das adolescentes para trabalhar em profissões
ligadas as ciências exatas supera a registrada em vários países mais ricos, como
a Alemanha e os Estados Unidos.
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c) Superada a barreira do ascesso, 30% dos alunos da Escola Politécnica da


UFRJ é mulher, parcela muito superior as médias na Europa, de 20%, e nos
Estados Unidos, de 8%.
d) O cenário começou a mudar por causa da educação recebida pelas meninas
em casa: hoje os pais querem que elas se satisfaçam e alcansem prestígio
profissional, seja em qualquer área, e tratam filhos de ambos sexos de forma
mais parecida.
e) Conforme gerações de meninas criadas de forma mais igualitária chegam à
escola e ao mercado de trabalho, cresce a participação das mulheres em
profissões das áreas de ciências exatas.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O verbo TER deve ser flexionado no singular para
concordar com o núcleo do sujeito “avanço”. A vírgula após “técnicas” separa
o sujeito do predicado, o que não é gramaticalmente correto.

NÃO SE
PODE Sujeito e Predicado
SEPARAR

Eis a frase corrigida:

O avanço das mulheres nas profissões mais técnicas tem sido muito mais lento
e incerto que a conquista da igualdade de direitos entre os sexos.
Alternativa B – Incorreta – Faltou o sinal de crase antes de “ciências”, pois o
nome “ligadas” exige a preposição A, enquanto o termo “ciências exatas” deve
ser determinado pelo artigo AS.

A manifestação de vontade das adolescentes para trabalhar em profissões


ligadas às ciências exatas supera a registrada em vários países mais ricos, como
a Alemanha e os Estados Unidos.
Alternativa C – Incorreta – Primeiramente, a palavra acesso foi grafada de
forma incorreta. Houve erro de concordância, pois tanto “30%”, como “dos
alunos” exigem a concordância no plural. Por fim, faltou a crase após a palavra
“superior”, pois este exige a preposição A, enquanto o termo “médias” deve ser
determinado pelo artigo AS.

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Prof. Bruno Spencer – Aula 08

A oração “apenas 1% dos candidatos fechou a prova” admite a concordância


FACULTATIVA. O verbo pode vir no singular concordando com o numeral 1 ou
no plural, concordando com o termo especificativo “dos candidatos”.

Apenas 1% dos candidatos fechou a prova


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Apenas 1% dos candidatos fecharam a prova

Se o numeral fosse igual ou maior que 2 e o termo especificativo também no


plural, aí a concordância seria obrigatória no plural.
Apenas 2% dos candidatos fecharam a prova

Corrigindo a frase:
Superada a barreira do acesso, 30% dos alunos da Escola Politécnica da UFRJ
são mulheres, parcela muito superior às médias na Europa, de 20%, e nos
Estados Unidos, de 8%.
Alternativa D – Incorreta – A forma verbal “alcancem” foi grafada
incorretamente. Ainda, faltou o artigo OS antes do substantivo “sexos”.

O cenário começou a mudar por causa da educação recebida pelas meninas em


casa: hoje os pais querem que elas se satisfaçam e alcancem prestígio
profissional, seja em qualquer área, e tratam filhos de ambos os sexos de forma
mais parecida.
Alternativa E – Correta

Gabarito: E

Valeu pessoal...
BONS ESTUDOS E BOA SORTE!!!!

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3 – Gabarito

1 E 7 D 13 C 19 D 25 B
2 B 8 B 14 A 20 B 26 C
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3 C 9 C 15 E 21 D 27 A
4 E 10 C 16 E 22 C 28 B
5 A 11 D 17 B 23 D 29 D
6 A 12 E 18 E 24 B 30 E

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