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FALTAS: 22/08 -
Aula01 15/08:
LICITAÇÃO PÚBLICA
DEFINIÇÃO: No fundo é uma competição entre empresas para fazer um contrato e vender uma
função/serviço/produto para o estado. O gestor do ente público publica o que quer e como quer e
de acordo com a modalidade de licitação haverá essa competição. É um mecanismo de
transparência e impessoalidade nas contratações. Serve tmbm para garantir a isonomia e
possibilidade de ser contratado entre as empresas (ou seja, evitar q o ente público tenha uma
empresa preferidinha).
FINALIDADES: Permitir uma contratação com a melhor proposto (de acordo com os critérios do
edital). Viabilizar a isonomia entre os possíveis contratados. Há tmbm uma terceira finalidade:
promoção do desenvolvimento nacional sustentável; é a tal da licitação verde(dar preferencia a
produtos nacionais/locais; dar preferencia a produtos q consomem menos energia; dar
preferência a produtos mais duráveis)(o estado é o maior contratante do país, por isso tem um
maior potencial para afetar a economia).
3. PRINCÍPIOS
4. MODALIDADES
A. concorrência B. tomada de preço C. convite D. leilão E. concurso F. pregão
5. CONTRATAÇÃO DIRETA: LICITAÇÃO DISPENSÁVEL E INEXIGÍVEL
PRINCÍPIOS:
a)PUBLICIDADE: o poder público tem um dever de transparência e tem q garantir o
acesso a essa informação. Isso significa q a adm pública deve divulgar o processo
licitatório, sendo q cada modalidade tem sua forma de divulgação adequada. Sendo o
edital dos processos divulgados no diário oficial, na cidade, na região onde a obra seria
construída e também no portal da transparência.
no caso do convite, como não há edital, a carta convite deve estar disponível no órgão
público q estiver contratando.
b)IGUALDADE: tem a ver com a competitividade. O gestor deve tratar com isonomia os
participantes do processo de licitação, respeitando 100% do disposto no edital sendo esse
instrumento principal para proporcionar essa igualdade de competição
com o avanço da LC123, criou-se incentivos para o microempresário nos processos de
licitação, tendo em vista seu papel no aquecimento da economia local, com o direito de
preferência q é qnd o ME perder a licitação, sendo a diferença do valor dele pra o do
vencedor de menos q 10% (no pregão é 5%) ele terá chance de nova proposta, e para
licitações de até 80mil faz-se exclusivamente com empresas de pequeno porte.
c)JULGAMENTO OBJETIVO: A avaliação da melhor proposta deve ser feita somente
baseada no edital. Por isso existem diferentes tipos de licitação, para se adequarem às
necessidades da gestão. Menor preço pode se fazer pregão, se for maior lance se faz
leilão
d)VINCULAÇÃO DO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO: O edital funciona como lei, tanto
o órgão como os participantes estão vinculados ao mesmo. O edital pode ser alterado,
desde q se crie novos prazos aos participantes.
MODALIDADES:
A)GRUPO COM FINALIDADE ESPECÍFICA:
- LEILÃO: tem a finalidade de vender bens não mais úteis à administração pública
- CONCURSO: contratação de um profissional ou serviço específico, faz-se um concurso
e uma seleção de projetos.
- PREGÃO: é a mais simples, compra de bens comuns do dia a dia.
B)GRUPO SEM FINALIDADE ESPECÍFICA:
-CONCORRÊNCIA: é a mais complexa e formal, demanda maior publicidade e
compreende os maiores valores. A tomada de preço e o convite seguem a mesma lógica
só q para valores menores, no caso a burocracia vai diminuindo.
FASES:
a) começa com a publicação do edital
b)habilitação: a gestão pública procura saber se as empresas q se prontificaram possuem
capacidade de oferecer aquele serviço, antes de analisar a proposta em si. Analisa-se o
perfil da empresa economicamente, juridicamente, técnica, fiscal e trabalhista/
previdenciário. É o filtro primário. (no pregão há uma inversão, pois analisa-se primeiro a
proposta)
c)julgamento: análise das propostas
d)homologação: haverá um controla ao processo de licitação por autoridade superior q
fiscalizará se tudo ocorreu direitinho, senão, deverá ser anulado o processo se encontrado
demais ilicitudes, pode ser também só revogado q aí no caso só reinicia o processo.
e)adjudicação: confirmação e divulgação da empresa vencedora. É possível até aqui a
adm pública desistir de contratar desde q por justa causa. Mesmo após a adjudicação não
restará direito adquirido pela vencedora, pois a adm pública não ficará vinculada a exercer
o contrato.
Aula05 12/09:FALTEI:
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS (Lei 8.666/93)
CARACTERIZAÇÃO:
- Presença da Administração Pública com prerrogativas: O Estado ocupa uma posição
superior diante desse vínculo com a empresa privada, considerando a primazia do
interesse público.
- Obediência à forma prevista em lei: Proíbem-se contratos verbais, com exceção
daqueles permitidos pelo art. 23, inciso I, “a” (limite do Convite). Sendo contratos de
pequeno valor, não há a necessidade de formalidades contratuais.
- Procedimento legal prévio:
- Natureza de contrato de adesão:
- Intuito personae (contrato personalíssimo): Somente aquela parte que celebrou o
contrato com a Administração Pública poderá/deverá cumpri-lo. Há de considerar que
houve todo um crivo anterior, durante o processo de licitação, que a avaliou competente
para tal contratação. Não haveria sentido que, ao fim, ela delegasse toda a prestação para
outrem. É por isso que não se admite a sub-contratação.
OBS: EXCEÇÃO – pode haver sub-contratação caso ela seja parcial. A empresa privada
contrata pode delegar uma parte do serviço para um terceiro, desde que haja autorização
prévia da Administração Pública. Essa autorização poderá estar prevista no próprio edital
de licitação, ou no contrato posteriormente firmado entre a Administração Pública e a
Empresa contratada.
CLÁUSULAS EXORBITANTES:
(deliberações e prerrogativas que a administração pública tem num contrato
administrativo; é uma quebra de isonomia)
- Exigência de garantia: (art. 58 da Lei); Sem essa garantia, o contrato não é assinado. É
uma condição. A ideia é de que, havendo essa garantia, caso essa empresa venha a
descumprir o contrato, todo esse prejuízo já vai poder ser amortizado por essa garantia.
Servirá como uma mitigação a eventual prejuízo em prol de descumprimento por parte da
empresa contratada. Há diversas modalidades de garantia, que serão escolhidas pela
empresa: caução em dinheiro, título da dívida pública, seguro garantia (apólice emitida por
uma seguradora) ou fiança bancária (os últimos dois são os mais usados).
- Alteração unilateral: (art. 65); A administração Pública pode mudar o contrato a
qualquer momento. Parcialmente, há uma quebra da confiança que a empresa privada tem
quanto ao objeto do contrato. É, por isso, que há o chamado “equilíbrio econômico
financeiro”, que se trata de um direito da empresa. Se a Administração altera o contrato pra
mais, aumentando o encargo da empresa, o valor do contrato também deve aumentar. É
isso que normalmente gera disputas entre as empresas privadas e a Administração
Pública.
- Fiscalização:
- Aplicação de penalidades:
Entre as penalidades aplicáveis, levando em consideração o princípio do contraditório,
estão: advertência, multa, suspensão de direitos de licitação/contratação por até 2 anos e
declaração de inidoneidade (essa tem validade nacional, proibirá a empresa de contratar
com todos os entes federativos).
- Rescisão unilateral: A Administração Pública pode extinguir o contrato sem precisar
entrar no âmbito jurídico (mas ainda de forma comprovada), desde que comprove que a
empresa contratada não cumpriu com as cláusulas contratuais. Isso pode se dar quando
houver culpa da empresa, ou quando houver razões de interesse público – sem culpa dela.
Sendo culpa dela, a empresa não precisará ser indenizada. Caso não, a Administração
Pública tem o dever de indenizar.
- Retomada do objeto:
- Restrição à cláusula de exceção de contrato não cumprido (art. 78): Diferente do
Direito Civil, não cabe aos contratos com a Administração Pública o argumento da exceção
de contrato não cumprido. Ou seja, se, na prática, a Administração Pública não cumpriu
com sua prestação, a empresa privada contratada não pode usar isso como argumento
para, também, não realizar sua prestação. No caso disso acontecer, a empresa privada
pode recorrer no Judiciário a suspensão do cumprimento de suas obrigações, até que seja
normalizada a situação.
Caso o não pagamento por parte da Administração seja de até 90 dias, a empresa não tem
o que fazer. Caso o não cumprimento seja superior a 90 dias, a empresa tem o direito de
suspender o contrato. Caso ela queira extinguir o contrato, ela precisará pleitear pela
rescisão, por meio do Judiciário, tendo em vista que só quem pode rescindir a qualquer
momento é a Administração Pública.
Aula07 26/09:
PARCERIAS PÚBLICOS-PRIVADAS
Processo de concorrência entre interessados
é um tipo contratual que garante maior proteção ao ente privado
Situações em que esse tipo contratual é mais usado: áreas de infraestrutura (exemplo
estádios da copa do mundo)
Natureza jurídica da PPP: é um contrato de concessão (faturamento: recebe tarifa e
pagamento pelo ente público)
Espécies de concessão:
A)patrocinada> quando houver além da tarifa, contraprestação do ente público ao parceiro
privado. É uma concessão em que o estado também paga ao ente privado
B)administrativo> contrato de prestação de serviços, onde o ente público é usuário direto.
É uma concessão na qual não se tem a figura do usuário privado pagante, de modo que o
estado é o usuário direto ou indireto que se beneficia daquele serviço que está sendo
prestado, sendo assim a administração pública responsável pelo pagamento integral ao
ente privado.
CARACTERÍSTICAS:
Duração do contrato: no mínimo 5 anos de duração e, no máximo, de 35 anos. Os
contratos tendem a serem mais longos q 5 anos para dar mais segurança ao ente privado.
Esse espaço de tempo evita interferências políticas.
Valor mínimo do contrato: 10 milhões de reais
Sempre envolverá prestação de serviço público: é vedado contratos que versem
unicamente sobre: concessão de pessoal; equipamentos; execução de obra pública
É vedado ao PPP que verse sobre atividade de polícia, regulação, função jurisdicional, ou
qualquer outra atividade típica do estado.
CONTRAGARANTIA:
Além da empresa dar uma garantia ao estado para suprir prejuízo, a PPP prevê a
possibilidade de contragarantia. o estado que dá uma garantia ao ente privado em caso de
descumprimento por parte do estado.
Exemplos de contragarantia: fundo destinado ao pagamento de contragarantias; o estado
como fiador da empresa privada caso ela realize financiamento com banco
OBS: as empresas privadas, nessas parcerias, devem prestar contas aos tribunais de
contas.
SOCIEDADE DE PROPÓSTIO ESPECÍFICO:
Na celebração de PPP, a empresa privada contratada cria uma nova sociedade
responsável unicamente pela prestação do serviço público.
a SPE é responsável por executar contrato e manter relações com o ente público
OBS: nas PPPs, os conflitos entre os parceiros não são solucionados judicialmente, mas
sim através da arbitragem.
Aula08 10/10:
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
Há uma doutrina ultrapassada, usada no contexto da monarquia absolutista, segundo a
qual o Estado não era responsável por nenhum dano causado pelos seus servidores. Isso
pq, segundo a ideia de razão do estado, tudo o que o Estado faz é em nome de um bem
maior, de um bem coletivo, então o dano deveria ser suportado pelo particular em nome do
coletivo.
Desde a CF1824, o Brasil adota a responsabilização do Estado, ressalvado nesta CF a
figura do imperador, que era irresponsável.
^^ Teoria da irresponsabilidade ^^
Teoria civilista: doutrina da culpa: O Estado é obrigado a indenizar desde que o seu
servidor tenha agido com dolo ou culpa. É uma aplicação da regra de direito privado na
relação público-privada.
Teoria publicista: doutrina do risco: Iniciou-se no direito Francês através do conselho de
estado, que exercia a jurisdição administrativa. O conselho de Estado criou uma
jurisprudência a partir do dano que o particular sofria por ação de uma empresa pública.
Porém, diante do alargamento das atividades estatais e a potencialidade de dano que elas
podem causar, criou-se uma responsabilização objetiva por parte do Estado. Existe uma
presunção da responsabilidade do Estado, sem a necessidade de comprovar culpa. HÁ A
RESPONSABILIDADE DE INDENIZAR OBJETIVAMENTE. É um modelo mais protetivo
para os particulares.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO NA CF88:
Responsabilidade objetiva: a nossa CF adota a responsabilidade objetiva. A teoria da
responsabilidade objetiva se divide em duas bases: o risco; a culpa anônima do serviço. Se
usa a responsabilidade objetiva quando há uma omissão do Estado. Assim, não interessa
quem falhou, qual foi o servidor que descumpriu seu dever de agir e causou um dano. Daí
se chamar de “culpa anônima do serviço”. O que interessa é que o Estado tinha um dever
de agir e descumpriu esse dever, independentemente da identificação do servidor.
-QUEM?: envolve pessoas jurídicas de direito público (união, estados, municípios, DF,
autarquias, fundações públicas) e também pessoas jurídicas de direito privado que
prestam serviços públicos (estatais, por exemplo). O rol é taxativo. As demais entidades
vão se responsabilizar por fundamento no Código Civil, não na CF, que pode prever em
determinadas situações, uma responsabilidade objetiva. Concessionárias e
permissionárias, que atuam em nome do Estado, entram no mesmo regime de
responsabilidade objetiva.
-AGENTE PÚBLICO: a pessoa que causa o dano deve estar agindo na qualidade de
servidor ou empregado público ou agente administrativo. É uma aplicação da teoria do
órgão: tudo que é praticado por um servidor de um órgão público é imputado ao Estado.
Mas é necessário que o agente esteja no exercício da função.
-NO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO: o exercício da função não está limitado à jornada formal de
trabalho; agindo em razão da função é estar no exercício da função.
-DANO MATERIAL E/OU MORAL: a indenização material depende da comprovação de
dano. Então, pode haver ato ilegal que ainda não causou danos, então, se discute a
legalidade do ato, mas não há responsabilização civil do estado.
-NEXO DE CAUSALIDADE: tem que haver um nexo de causalidade entre a ação do
servidor e o dano à vítima. O nexo de causalidade pode ser quebrado nas seguintes
situações: culpa exclusiva da vítima; culpa de terceiros; caso fortuito e força maior.
Lembrar que o dano também pode ser causado por omissão do estado.
Não afasta a responsabilidade a culpa concorrente (quando tanto vítima quanto o agente o
público tem responsabilidade sobre o dano). A indenização aí vai ser proporcional à culpa.
-DIREITO DE REGRESSO: responsabilidade de dano causado por ato lícito do agente
público não gera direito de regresso; sobre ato ilícito, sim.
-ASPECTOS PROCESSUAIS: a ação de reparação deve ser ajuizada contra a pessoa
jurídica a qual o órgão em que o servidor trabalha está vinculada. Lembrando q a fazenda
pública tem prerrogativas processuais: prazo em dobro pra contestar; em caso de não
contestação, não há efeito de revelia, não há presunção de veracidade do alegado pelo
autor; há um duplo grau de jurisdição obrigatório: mesmo que o advogado não apele, a não
ser quando: pra união a indenização não ultrapasse 1000x sm, estado/DF/capitais até 500x
sm, municípios até 100x sm; ou quando a sentença condenatória seguir entendimento
consolidado de súmula ou jurisprudência dominante de TS; quando a sentença adotar
entendimento firmado em incidente de resolução d demandas repetitivas IRDR.
Após o trânsito em julgado, o pagamento é através de RPV ou precatório, precatório só se
for acima de 60 sm, RPC se for menos de 30sm.
a partir daqui ele só anotou no quadro e n explicou
Responsabilidade por omissão
CULPA ANÔNIMA DO SERVIÇO
RESPONSABILIDADE POR ATOS JURISDICIONAIS
Aula10 31/10:
RESPONSABILIDADE POR OMISSÃO
Revisando o que foi estudado até agora. Em primeiro lugar, a responsabilidade objetiva do
Estado está baseada, na nossa Constituição, na teoria do risco administrativo. O Estado
exerce diversas atividades e muitas delas já envolvem um risco de causar um dano a uma
pessoa. Se alguém sofre um dano, ele passa a ser distribuído pela sociedade e é por isso
que o Estado responde objetivamente. Assim, há uma exclusão do dolo e da culpa: isso
quer dizer que quando o Estado atua, mesmo que o servidor desempenhe o exercício
regular da função, o poder público deve responder tanto no caso de atividade lícita como
ilícita. A responsabilidade individual do servidor, no entanto, é sempre subjetiva, devendo-
se apurar se houve negligência, abuso, etc.
Essa responsabilidade do Estado é excluída quando não houver nexo de causalidade entre
a ação do servidor e o dano. Tal quebra acontece no caso de culpa exclusiva da vítima ou
caso fortuito e força maior. Em algumas situações, existe a chamada culpa concorrente: há
um dano praticado pelo servidor, mas a vítima também tem culpa, logo, há uma atenuação
da responsabilidade do Estado, sendo percebida, na prática, por meio da diminuição da
indenização arbitrada pelo juiz.
Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem
a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa.
Posto isso, analisar-se-á a responsabilidade por omissão. Há uma divergência em relação
a ela: existe uma posição minoritária doutrinária no Brasil em que se defende que não deve
haver responsabilidade do Estado no caso de omissão, interpretando literalmente o
parágrafo 6º. A posição adotada, no entanto, é que há responsabilidade por omissão, mas
esta, por sua vez, não é baseada na teoria do risco e sim na culpa anônima do serviço.
Haverá uma omissão do Estado toda vez em que ele não agir (omissão total), ou quando
age, mas com atraso ou então quando ele desenvolve uma atividade de forma deficitária.
Nas três situações houve uma falha na prestação do serviço.
Não vai interessar, para a vítima, saber a identidade da pessoa que se omitiu (isso é
praticamente impossível, muitas vezes). Então não se coloca esse peso no ombro da
vítima; baseia-se na culpa anônima. Ainda que não seja possível identificar o servidor que
falhou, o Estado vai responder. Se, por acaso, houver essa identificação em alguma etapa
do processo, isso vai interessar ao Estado no momento da ação regressiva (que só diz
respeito ao próprio Estado e o servidor; não interessa mais ao particular que sofreu o
dano).
Essa omissão, que causa um dano, traz outra controvérsia. Há que se falar em duas teses:
Tese da responsabilidade objetiva por omissão. Aqui, o Estado responde sempre que
houver dano. É o caso do detento que morre no presídio: é dever do Estado garantir sua
integridade física, mesmo que a morte tenha sido causada por um outro detento, ou seja,
mesmo que não tenha sido o agente penitenciário o causador do fato. Daí, nasce o direito,
para família, de indenização. A única exceção é suicídio e vale salientar que, mesmo
sendo caso de legitima defesa, ainda subsiste a responsabilidade objetiva do Estado;
Tese da responsabilidade subjetiva por omissão. Aqui, há a análise do caso concreto para
que se apure se o Estado (não o servidor) deixou de agir podendo ter agido para evitar o
dano gerado.
Há um precedente que fortalece a tese da responsabilidade objetiva por omissão (foi o
caso do assalto em via pública que gerou inúmeras consequências: na ação, se alegava
que a culpa era do Estado de não ter provido segurança pública). O problema do
precedente é que ele vai contra a ideia de reserva do possível, uma vez que seria inviável
a responsabilização do Estado sempre que um caso desse ocorresse.
Desse modo, o entendimento que vem ganhando força é de que, embora exista uma
responsabilidade por omissão, ela seria subjetiva, devendo-se analisar os casos em que
há uma omissão genérica do Estado e os casos em que há uma omissão especifica do
Estado. Essa última é a que vai gerar a responsabilidade de fato. Exemplo de omissão
genérica: situações que envolvem segurança pública, uma vez que não tem como o
Estado garantir o fim da criminalidade, por mais que crie políticas nesse sentido. Exemplo
de omissão específica: quando uma câmera flagra um policial nas redondezas de um
assalto sem fazer nada quanto ao fato, tendo condições de agir no momento.
COMENTÁRIO QUE SURGIU EM AULA
ECI: Estado de Coisas Inconstitucional. É um conceito construído pelo Tribunal
Constitucional da Colômbia. Lá, o problema era o seguinte: devido a um conflito entre o
governo e as FARC, houve um deslocamento em massa de diversas famílias. Daí,
algumas questões surgiram: onde vão morar? Vão trabalhar com o que? E a segurança?
Foi identificado que isso seria um problema estrutural – sistêmico - da Colômbia, havendo
uma parcela de culpa dos três poderes. Surgiu, assim, o ECI, que se caracteriza enquanto
uma falha estrutural do poder público que tem levado a uma violação maciça de direitos
humanos. Além disso, a vítima dessa situação, via de regra, é um grupo vulnerável (a
importância desse elemento é que, sendo o grupo vulnerável, há a falta de
representatividade em parlamento, o que dificulta a exigência de uma resposta mais
rápida, sobrando o apelo ao judiciário).
A sentença, aqui, é uma sentença estrutural, que tenta afastar bloqueios institucionais do
executivo ao legislativo a médio e longo prazo. O judiciário, então, traça metas para que
haja o cumprimento gradativo desses esforços. Essas sentenças devem vir acompanhadas
de mecanismos de supervisão. Não é uma jurisdição tradicional. A ideia de supervisão não
é de um vigia, que se não fizer, aplica-se uma multa. A sentença tem caráter dialógico,
criando uma cooperação institucional (e não de repressão).
O Supremo produz o conceito quando julga uma ADPF em que se alegava que o sistema
carcerário brasileiro se enquadrava na condição de ECI (violação de direitos humanos,
problema sistêmico, grupo vulnerável sem representatividade). Ele não chega, porém, ao
ponto de dizer que todas as famílias dos presos vão receber indenização: os juízes apenas
traçam metas para destruir bloqueios. Na prática, a única coisa frutífera e efetiva até agora,
como resultado disso, foi o estabelecimento da audiência de custódia de cunho obrigatório
nos casos de prisão em flagrante.
Quando se trata de omissão administrativa, é muito comum que esteja relacionado às
excludentes de caso fortuito e força maior. No entanto, é necessário que se atente para
certos contextos. No caso do óleo, por exemplo, há uma omissão do Estado, ainda que
seja caso fortuito ou força maior porque o Estado poderia ter agido com mais agilidade no
sentido de conter as consequências e mobilizar pessoal para lidar com a questão.
RESPONSABILIDADE POR ATOS LEGISLATIVOS
Quando a pessoa pode entrar com uma ação indenizatória relacionada à criação de uma
lei? São situações excepcionais.
Quando o ato legislativo/lei for declarado inconstitucional;
Quando for um ato/lei de efeitos concretos (é uma lei, vem formalmente do legislativo, mas
seu conteúdo não é de norma geral e abstrata, mas de ato administrativo, específico e
concreto, atingindo diretamente a pessoa).
A doutrina reconhece esses dois casos, mas é muito raro que, de fato, aconteça.
Normalmente se questiona a inconstitucionalidade em si, mas não se inclui no pedido uma
indenização pela sua inconstitucionalidade.
Aula11 14/11:
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Contexto histórico: lei criada por Collor em 92
A lei abrange aquele que mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a
prática de ato de improbidade ou dele se beneficie direta ou indiretamente
Tem 5 pontos principais: o sujeito passivo, o ativo, a tipologia de improbidade, as
sanções e os procedimentos
Espécies de improbidade:
A)enriquecimento ilícito
B)prejuízo ao erário
C)concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário em relação ao ISS
D)atos que atentem contra os princípios da adm pública
OBS.: rol exemplificativo, não é exaustivo
Sujeito passivo: adm direta, indireta ou fundacional; empresa incorporada ao patrimônio
público; entidade com mais de 50% do capital público
Sujeito ativo: agente público transitoriamente ou até mesmo o sem remuneração
(estagiário voluntário; estagiário conta como agente público); o terceiro, que não é agente
público, mas induz, concorre ou se beneficia do ato; pessoa jurídica pode ser sujeito ativo
como terceiro;
A aplicação da lei de improbidade para os agentes políticos é bem controversa. Pelo
entendimento do STF não se aplica, pq os políticos já estão sob o regime dos crimes de
responsabilidade política e nossa CF não admite dois regimes de responsabilidade político-
administrativa civil pq n se admite que o agente seja penalizado pelo mesmo ato duas
vezes. Mas, existem julgados que entendem diferente, né foda, que dizem que os agentes
públicos estão sujeitos aos dois regimes (exceto o presidente, que estaria sujeito somente
ao de responsabilidade). Esse segundo entendimento é mais forte.
Atos de improbidade e sanções: o rol dos atos não é taxativo, das sanções sim.
Art 9 da lei de improbidade. Sanções ao enriquecimento ilícito:
Art 10 fala das sanções por lesão ao erário:
Art 10-A fala das sanções por violação aos princípios da adm pública
Ressarcir o dano; perda dos bens ou valores auferidos, se acontecer; perda da função
pública; essas penas são iguais para todos os atos, SEM PREJUÍZO DAS
RESPONSABILIDADE PENAL, daí a gente vê que a sanção por improbidade
administrativa é uma sanção civil, nada impede que o agente ou particular responda,
conjuntamente, em ação penal pelo mesmo ato.
OBS.: por isso não se fala em crime de improbidade, o certo é ato de improbidade.
Suspensão dos direitos políticos; multa civil; proibição de contratar com o poder público;
dependendo do ato de improbidade essas penas são em valores e por prazos diferentes. A
monitora vai mandar a tabela.
Um exemplo do pq o rol dos atos não é taxativo na lei é o fato de que no estatuto das
cidades, em seu art 52, há um exemplo de ato de improbidade administrativa relacionado
aos prefeitos.
Prescrição: a prescrição retira da adm pública a possibilidade de responsabilizar o agente;
A possibilidade de ser responsabilizado por esses atos prescreve em até 5 anos após o
término do exercício do cargo, mandato, comissão ou função de confiança na qual praticou
o ato; dentro do prazo especificado se for caso de falta disciplinar prevista no estatuto
específico do cargo que se ocupa; se não for caso de improbidade em conta de exercício
de cargo/função (por exemplo, se for ato de improbidade de uma fundação, na qual toda a
fundação e não só o funcionário será responsabilizado) o prazo prescricional é de 5 anos
da data da apresentação à adm pública da prestação de contas finais pelas entidades
referidas.
Pro terceiro/particular: o prazo será de 5 anos. A data de início do prazo será fixada a
depender de quem foi o outro agente que o terceiro concorreu.
Procedimento da ação:
Medidas cautelares: são 3:
A) indisponibilidade de bens:
B) sequestro:
na prática, indisponibilidade e sequestro é a mesma coisa.
C) afastamento temporário do responsabilizado: sem prejuízo da remuneração, né foda
Explicação de Glauco: improbidade é a mesma coisa que ato ilegal? Exemplo do prefeito
que devia ter licitado, mas contratou sem licitação (contratar sem licitar é ato ilegal); como
o rol não é taxativo não é uma questão tão objetiva, depende do caso em concreto e se há
alguma espécie de improbidade, mas o ponto principal é o dolo do agente em não ter
licitado, deve haver a intenção de fraudar a administração pública. Se não há dolo, nesse
exemplo, oq acontece? Anula-se o contrato, mas não há responsabilização por
improbidade. Isso responde a pergunta inicial: ato administrativo ilegal enseja
improbidade automaticamente? NÃO, pois mesmo que cometa ato ilegal, se não houver
dolo ou algum dano direto à adm pública não há de se falar em improbidade.
Arrependimento superveniente (tipo um vereador que usa verba pública para si e depois
se arrepende e devolve ao erário) não exime o agente de responsabilidade por
improbidade.
Ações de improbidade administrativa não ensejam for privilegiado, sempre cai em primeira
instância, civil, estadual, e federal se o agente ou o dano for à união. Esse é outro
argumento para o presidente não estar incluído nessa lei, seria poder demais dar a um juiz
de primeira instância o poder de julgar o presidente.
Tabela da monitora:
Aula12 28/11:
ATOS ADMINISTRATIVOS
Definição e distinções – é muito mais uma construção doutrinária e jurisprudencial, não
há lei nesse sentido; é possível haver muitas inconsistências entre estados ou municípios,
uma vez que é de construção jurisprudencial.
Um ato administrativo é diferente de um contrato administrativo; contrato é bilateral
(compra/licitação), o ato é unilateral (aplicação de uma multa).
Ato administrativo é diferente de ato normativo praticado pela administração pública;
decretos e resoluções são atos normativos, o ato administrativo é individual e concreto.
Um ato administrativo difere de um fato administrativo. A apreensão de um medicamento
vendido incorretamente ou a interdição de restaurante funcionando ilegalmente são
exemplos de fatos, as autorizações e decisões que levam a esses fatos que são os atos
administrativos; o ato administrativo é um ato preordenado a produzir esses fatos.
O ato administrativo é um ato infralegal, não exatamente infraconstitucional.
Ato administrativo =/= ato da administração: um ato administrativo é uma espécie de ato da
administração; os atos da administração são mais abrangentes.
Não é somente o executivo que executa atos administrativos; o legislativo ou judiciário
também o fazem (função atípica).
o silêncio administrativo – pode ser considerado ato administrativo? Via de regra não,
mas pode existir situação que em razão do silêncio haverão consequências diretas, daí vai
ser considerado; tipo se essa omissão infringe alguma lei (se for requisitado uma
informação pública a um procurador e ele se omite, vai tá infringindo a lei de acesso à
informação).
Atributos do ato
A) presunção e legitimidade – o ato é presumido válido, quem discordar do ato que deve
provar sua invalidade/ilegitimidade.
B) imperatividade – (poder extroverso) – não vai estar presente em todos os atos
administrativos; a administração está em uma posição superior em relação ao particular e
pode o obrigar sem sua anuência; só está presente nos atos imperativos.
C) autoexecutoriedade – o ato não depende do judiciário pra obrigar o particular a
cumpri-lo, é autoexecutável (uma multa, por exemplo); há alguns atos que não têm
autoexecutoriedade.
D) tipicidade – para cada pretensão da administração pública há uma figura legal correlata
que a justifica.
Discricionariedade e vinculação
standarts de controle de discricionariedade – esses parâmetros não são amplamente
utilizados, servem só como base/ponto em comum, mas a prática pode divergir.
É vinculado o ato pré determinado para tal situação (tirar a carteira de motorista, tem todo
um procedimento certinho a ser seguido); discricionário é o que pode ser
alterado/escolhido/modificado, já que a lei dá margem par ao gestor para tal situação.
Esses parâmetros abaixo são para “controlar/guiar” os atos do gestor:
A) grau de restrição a direitos – quanto maior a restrição do ato maior a responsabilidade
do gestor para evitar atos com motivos ilegítimos
B) grau de objetividade extraível do enunciado da norma – quanto mais objetivo o ato
maior deve ser o controle; em relação à lei também, se a lei for bem objetiva o ato deve
segui-la a risca.
C) grau de tecnicidade – o controle judicial é menor quanto mais elevado for a
tecnicidade do ato, o controle mais forte fica por parte da agência reguladora competente
D) grau de politicidade – quanto maior a politicidade do ato, menor o controle judicial.
E) grau de participação efetiva da construção da decisão administrativa – quanto
maior a participação dos conselhos, agências, entidades públicas nesse ato, menor deve
ser o controle judicial (respeito à legitimidade democrática do ato).
Anulação e revogação – (classroom)
LICITAÇÃO PÚBLICA:
Definição; finalidades
Quem tem competência para legislar acerca:
-lei 8666/93
-concorrência
Quem está obrigado a licitar
-adm pública direta e indireta
-serviços públicos X atividade lucrativa
-terceiro setor
Modalidades
Princípios
-publicidade
-igualdade
-julgamento objetivo
-microempresário
-vinculação do instrumento convocatório
Modalidade:
-com finalidade específica
-leilão
-concurso
-pregão
-sem finalidade específica
-concorrência
-tomada de preço
-convite
Fases:
-edital>habilitação>julgamento>homologação>adjudicação
Especificamente:
-tomada de preço
-cadastro
-convite
-carta convite
-concurso
-projetos
-nova licitação posterior
-leilão
-garantia em penhor X penhora judicial
-pregão
-proteção ao microempresário e EPP
-inversão das fases
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS:
Caracterização:
-prerrogativas da adm pública
-obediência de forma prevista em lei
-procedimento legal prévio: licitação
-natureza de contrato de adesão
-intuito personae
-exceção para a sublocação
Cláusulas exorbitantes:
-exigência de garantia
-alteração unilateral
-fiscalização
-aplicação de penalidades
-rescisão unilateral
-retomada de objeto
-restrição à cláusula de exceção por contrato não cumprido
-prazo de 90 dias
Mutabilidade dos contratos:
-álea comum
-álea administrativa
-alteração unilateral
- fato do príncipe
-fato da administração
-álea econômica
CONTRATOS DE CONCESSÃO:
-extinção do contrato
-concessãoXpermissão
Licitação para concessão
Elementos do contrato
Concessão de obra pública e de serviço público
Natureza de bens e reversão
Responsabilidade civil do concessionário
PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS;
Licitação
Natureza jurídica
Espécies de concessão
-patrocinada
-administrativa
Características
Contragarantia
Sociedade de propósito específico
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
5 PONTOS PRINCIPAIS
-sujeito ativo
-sujeito passivo
-tipologia de improbidade
-sanções
-procedimento
ESPÉCIES DE IMPROBIDADE
PRESCRIÇÃO
ATO ILEGAL ENSEJA IMPROBIDADE AUTOMATICAMENTE?
ARREPENDIMENTO SUPERVENIENTE
RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE
RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA
-tabela
ATOS ADMINISTRATIVOS
DEFINIÇÃO E DISTINÇÕES
-unilateral; individual e concreto; infralegal
-silêncio administrativo
ATRIBUTOS DO ATO
-presunção e legitimidade
-imperatividade/extroverso
-autoexecutoriedade
-tipicidade
ELEMENTO DO ATO
-sujeito
-objeto ou conteúdo
-motivo
-motivo X motivação
-forma
-finalidade
EXISTENCIA, VALIDADE E EFICÁCIA
DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO: PARÃMETROS DE CONTROLE
-grau de restrição a direitos
-grau de objetividade extraível do enunciado da norma
-grau de tecnicidade
-grau de politicidade
-grau de participação efetiva da construção da decisão administrativa
ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO