Você está na página 1de 3

PROPRIEDADE INDUSTRIAL – CONTRATOS

Contratos

I. Alienação fiduciária: Artigos 1.361 e seguintes do Código Civil, Decreto Lei 911/69
(alienação fiduciária de bem móvel), a Lei 9514/97 (alienação fiduciária de bem
imóvel).

Um credor empresta dinheiro a um devedor. Esse credor poderia tomar qualquer garantia, mas pegou como
garantia a alienação fiduciária. A alienação fiduciária é sempre acessória a um contrato principal – mútuo – sempre
estará atrelada a um contrato. O nome que o legislador da para o credor é de fiduciário, e para o devedor
fiduciante.

Quando ocorre a alienação fiduciária, o credor vai deter da propriedade fiduciária e a posse indireta, enquanto o
devedor vai ficar com a posse direta do bem.

O que acontece se o fiduciante não pagar o empréstimo? O que o credor pode fazer ? Esse fiduciante deve ser
notificado, só estará em mora, se for notificado. NÃO BASTA estar atrasado, deve ser notificado. Depois da
notificação se estiver escrito que além de ele não pagar ele faliu, o credor tem direito ao pedido de restituição
(solicito na falência o bem de volta) – artigo 85 da Lei. 11.101/2005. Agora, se não tiver NADA a ver com falência, se
for bem móvel, o credor vai ingressar com uma ação de busca e apreensão com objetivo de recuperar o bem e em
seguida vende-lo. Quando o devedor é citado nessa ação de busca e apreensão, deve-se pagar a integralidade da
dívida, não podendo o devedor simplesmente purgar a mora, pois o que deve ser pago é o que está vencido e o que
está para vencer – o único jeito de o devedor impedir essa venda do bem, é com o pagamento da dívida inteira.
Agora, se o bem for imóvel, não é necessário o credor entrar com ação, basta ir ao cartório de registro de imóveis, e
provar que houve a notificação, solicitando a consolidação da propriedade.

Propriedade resolúvel é a mesma coisa que propriedade fiduciária.

II. Arrendamento mercantil sinônimo de leasing.

Existe o arrendatário que pode ser PF, ou PJ. Essa pessoa procura uma arrendadora que é PJ, cujo objeto social está
descrito a possibilidade fazer esse arrendamento mercantil. O arrendatário procura a arrendadora, com uma
declaração detalhada da descrição do bem. Se a arrendadora aceitar, vai procurar um 3º que oferece esse bem para
vender, contratando com esse 3º para comprar esse bem (à vista ou parcelado dependendo de prévio acordo). Essa
arrendadora então vai deter da propriedade resolúvel, e a posse indireta, enquanto o arrendatário possui posse
direta. O arrendamento mercantil não é garantia. Arrendadora pega o valor pago do bem, juros... é a própria ação.

VRG – quer dizer valor residual garantido. Se o arrendatário pagar, ele vai se tornar proprietário do bem q ue foi
objeto do arrendamento mercantil. MAS, se o arrendatário não pagar o VRG, ao final do contrato deverá devolver o
bem.

O VRG era exposto ao devedor no final, após pagar todas as parcelas você optava ou não em pagar o VRG. O banco
inventou que o VRG poderá ser diluído, mas na prática não deu certo, de forma que se criou o VRG antecipado,
escolhendo o devedor se tornar proprietário. Legalmente isso é permitido? Súmula 293 STJ, que estabelece que o
VRG antecipado não descaracteriza o contrato de leasing.

O que acontece se o arrendatário não pagar as parcelas? Se não paga o credor em primeiro lugar deve notificar. O
devedor só estará em MORA se for NOTIFICADO – súmula 369, STJ.

 Se além de não pagar ele faliu: O credor entra com o pedido de restituição, artigo 85 da lei 11.101/2005;
 Se não tiver a ver com falência, seja bem móvel ou imóvel, o credor ingressa com uma ação de
reintegração de posse – súmula 564, STJ.

Atenção: o VRG sempre deve estar previsto em contrato, seja ele antecipado, diluído ou ao final.

III. Franquia:

Existe a figura de um franquiador que decide devolver ou crescer com a sua marca. O franquiador oferece para
alguém que deseja ser franqueado, o uso da marca, permitindo que o franqueado use o logotipo que o franquiador
registrou e agregou valor a essa marca. Pode ser que a franquia envolva o uso de patente. E também é oferecida a
organização empresarial do negócio – saber exatamente como vai trabalhar, devendo constar no contrato. O
franquiado deve pagar em contrapartida uma taxa, pode ser porcentagem, valor fixo, etc, desde que seja
combinado como vai ser. Esse franquiado antes de assinar esse contrato deve receber 10 dias antes de qualquer
assinatura de ser franqueado, um documento chamado circular de oferta de franquia – documento que detalha
tudo do negócio.

Qual é a consequência se esse documento de circular de oferta de franquia não for entregue com os 10 dias de
antecedência? O contrato de franquia pode sofrer anulação, e o franquiado pode cobrar perdas e danos. Lei nº
8955/94, artigo 4º.

IV. Propriedade industrial: Lei nº 9279/96

Quem é que cuida de propriedade industrial no Brasil? Órgão chamado INPI – instituto nacional de propriedade
industrial. O INPI é uma autarquia federal, para uma patente ou marca ser concedida quem autoriza é o INPI. Toda
vez que for utilizada uma ação de nulidade de qualquer instituto de propriedade industrial, a justiça competente
será a federal, pois o INPI participa da ação, e sendo uma autarquia federal, atrai essa competência. Não se
confunde o uso indevido com o registro que não deveria ter sido concedido. Se alguém se utiliza de uma marca
indevidamente o INPI não tem nada a ver com isso, agora, se a discussão for sobre o ATO concedido pelo INPI a
ação será de nulidade.

a) Patente: Quando se quer patentear alguma coisa, a espera é pela exclusividade de exploração – durante
um tempo poderá ser vendida a patente pelo valor que quiser. Para se conseguir a patente, são
necessários três requisitos cumulativos a serem verificados pelo INPI (artigo 8º, 10º e 18º da lei de
propriedade industrial)
 Demonstrar novidade – não pode ter sido patenteado no Brasil ou em outro país;
 Demonstrar uma atividade inventiva – não é apenas descobrir algo, é construir algo;
 Demonstrar a aplicação industrial – possibilidade de produção em escala – produção industrial
exceção: microrganismos transgênicos que englobam os três requisitos.

Qual o prazo de proteção dessa patente? Vai depender do tipo de patente:

 Se for uma patente de invenção (algo novo que não existe no mercado) – exclusividade é de 20 anos do
depósito (que é o momento que se deu entrada no pedido de patente).
 Se for uma patente de modelo de utilidade (é uma melhoria em algo que já existe) – exclusividade é de 15
anos também do depósito.

E quando esse prazo termina? Não é um prazo prorrogável, findo o prazo a patente cai em domínio público.

O que acontece se duas ou mais pessoas se auto determinarem como inventoras? Se a invenção for conjunta os
inventores serão os envolvidos. A titularidade legalmente será de quem primeiro depositou no INPI. Artigo 6 e 7,
88 e 91.
b) Marca: É a proteção de um sinal, pode ser letra, logotipo, desenho... Para que o INPI permita o registro
dessa marca, são necessários a apresentação de requisitos previstos no artigo 122 ao 126 da lei de
propriedade industrial:
 A marca deve ter novidade relativa – A marca não precisa ser nova, deve ser nova em determinado
ramo de atividade, determinada classe;
 A marca não pode colidir com marca de ato renome – marca de alto renome seria uma marca
“famosa” porque o INPI a reconheceu como famosa. Essa marca foi registrada no INPI como qualquer
outra, e depois de um tempo o proprietário junta pesquisas, provando que a marca é conhecida, e a
partir dai o INPI concede uma proteção especial, em todos os ramos de atividade;
 A marca não pode colidir com marca notoriamente conhecida em outro país. A proteção nesse caso
da marca é apenas no próprio ramo de atividade.

Prazos de proteção de uma marca: Artigo 133 - A marca inicialmente é protegida por 10 anos contados da
CONCESSÃO, prorrogáveis sucessivamente para sempre se quiser.

Você também pode gostar