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(Música. Clara luz corre de um lado para o outro e sua mãe corre atrás. Musica baixa entram as fadas-narradoras).
Fada Lais– Clara Luz é uma fada como nós, quer dizer, mais ou menos como nós. Ela tem 10 anos e mora aqui no
céu com sua mãe.
Fada Luana-Elas viveriam muito bem se não fosse uma coisa: Clara Luz não quer aprender a fazer mágicas pelo livro
das Fadas.
Todas- Teimooooooosa!
Fada Amanda- Ela quer inventar suas próprias mágicas. Ideias para isso não faltam.
Fada Mariana – Por exemplo; esses dias ela acordou, olhou para o bule no café da manhã e pensou “Já que ele tem
bico, vou transformá-lo em um passarinho”.
Fada Nívea- Mas essa é uma das ideias menores de Clara Luz, existem umas maiores.
Mãe – Mas minha filha, todas as fadas sempre aprenderam por esse livro. Por que só você não quer aprender?
Clara Luz – Não é preguiça não mamãe. É que não gosto de mundo parado.
Clara Luz – É, quando alguém inventa alguma coisa o mundo anda. Quando ninguém inventa nada, o mundo fica
parado. Nunca reparou?
Mãe – Não
Fada Alexandra – A fada mãe morria de medo que o rei das Fadas descobrisse que Clara Luz nunca saíra da lição Um
do Livro.
Fada Rochele – O rei era um velho muito rabugento que vivia com suas conselheiras.
Fada Érica- Falando em conselheira, Clara luz tinha dois amigos muito especiais que vivia lhe aconselhando. A
estrela vermelinha e a gota de chuva, mas não adiantava muito.
(Entra a estrela vermelhinha, a gota e Clara Luz, correm até o meio do palco e se abraçam).
Clara Luz – Pensei e não preciso sair da lição Um do Livro das Fadas não.
Gota – Pois então? Já pensou que maravilha saber fazer tapete mágico.
Clara Luz – Não acho não. Tudo quanto é fada só pensa em tapete mágico. Ninguém tem uma ideia nova.
Fada Marcela– Já para ela ideia nova era o que não faltava. Ela tirava ideia de tudo o que via pela frente.
(Sai. Entra vermelhinha e a gota, estão discutindo. Clara Luz observa a discussão).
Vermelhinha – Ahhhh, não vem falar de mim não! Quem é você? Cara de fantasma!
Gota de Chuva – Prefiro ter a cara de fantasma a ter a cara de tomate amassado.
Clara luz (interrompendo) – Gente, gente! Essa discussão de vocês me deu uma ideia radical.
Gota – Ahhhh, não sei não. Só se eu puder ser da minha cor preferida.
Clara Luz – Ta bom, vou te colorir, ai você chove na Terra e quando voltar conta tudo pra gente como foi.
Fada Iole – É, mas ai quando a gota voltou ela disse que escorreu pelo quintal da casa de uma bruxa e que ela não
gostou nem um pouco, porque sua casa ficara toda colorida.
(Saem. Entra Clara Luz e sua mãe. Clara luz está brincando com alguma coisa).
Mãe – Minha filha, hoje vem uma professora nova. Você vai ter a sua primeira aula de horizontologia.
Mãe- É saber tudo sobre o horizonte. As crianças lá terra aprendem geografia. As fadas aprendem horizontologia.
(Ouve-se um sino)
(A professora entra)
Clara Luz – Vamos vamos! Estou louca para aprender tudo sobre os horizontes.
Clara Luz – Saber mesmo eu não sei, mas tenho muitas opiniões, quer que eu diga?
Professora – Quero.
Clara Luz – A primeira opinião é que não existe um horizonte só. Existem muitos.
Clara Luz – Outra coisa: eu acho que a gente não deveria estar aqui.
Clara Luz – No horizonte, mesmo. Assim ao invés da senhora ficar falando, bastava me mostrar as coisas e eu
entendia logo. Eu sou muito boa para entender.
Professora – Já percebi.
Professora – Não sei se devo. Não foi assim que aprendi horizontologia no colégio.
Clara Luz – Por isso que a senhora é tão magrinha, levou anos aprendendo horizontologia sentada.
(Música Clara Luz e a professora passeiam pelo horizonte. Depois saem e entram as outras fadas- narradoras).
Estrela Vermelhinha – No final da aula de horizontologia a professora nem quis receber o pagamento, disse a mãe
de Clara Luz que aprendeu muito mais do que ensinou, mas a mãe fez questão de pagar e disse para que voltasse
duas vezes por semana.
Gota de chuva - Mas bagunça mesmo é quando Clara Luz convidou todas as fadinha suas amigas para brincar de
modelagem com as nuvens e daí saiu uma ideia um pouco perigosa.
(Música.Todas estão no céu brincando de transformar nuvens em cavalo, girafa, elefante etc. Uma das fadinhas
estava modelando um cavalo. De repente veio o vento bateu no cavalinho e ele saiu galopando. Música baixa).
(Todas começam a chamar o vento por todos os cantos, mas ele não aparece)
Clara Luz- Eu sei fazer uma mágica para todos esses bichos correrem.
Clara luz – Vocês tem que começar tudo de novo, não vale fazer de qualquer maneira. Ai vocês vão modelando e vão
pensando assim “vou fazer a melhor modelagem da minha vida”!
Todas – E depois?
(Todas começam a refazer e uma por vez vai dizendo baixinho “Eu amo você, você é como se fosse um filho, vou
cuidar de você” e de repente todos os bichos saem correndo pelo céu, as fadinhas vibraram).
Vermelhinha – Enquanto isso no castelo, estava o nosso rei com suas conselheiras. Ele estava muito mal humorado
naquele dia.
Conselheira 2 – Eu aconselho que se faça sem pensar, tudo o que o rei mandar!
(Todos os bichos entram correndo pelo palácio, um leão corre atrás da rainha querendo brincar).
Rei(lendo) – “Vossa Majestade está proibida de colorir a minha casa. Eu já disse que detesto coisas bonitas. Outra
vez que vossa majestade quiser me embelezar ou embelezar minha casa, vossa majestade vai se arrepender. Depois
não diga que não avisei. Bruxa feiosa”. (irritada) Convoquem uma reunião imediatamente com todas as fadas do
céu. Não estou entendendo nada de chuva colorida que está maluca está dizendo.
Conselheiras – Xiiiiiiiiii.
Mãe –Filha se o rei te perguntar alguma coisa, fale o menos possível. Deixa que eu e sua professora falamos por
você.
Rei – Quero saber quem pode explicar o que está acontecendo aqui no céu? Um monte de bichos invadiram meu
castelo hoje e recebi uma carta da bruxa Feiosa lá da Terra reclamando que coloriram sua casa. Quem não tem
culpa, fica proibida de fazer cara de culpada. Menina (apontando Clara Luz) levante-se.
Clara luz- Não posso Majestade. Entre Vossa Majestade e mamãe gosto muito mais da mamãe que conheço há mais
tempo.
Clara Luz – Tudo bem, para mim não custa nada porque eu gosto muito de falar. O que a Vossa majestade quer
mesmo saber?
Clara Luz – É porque eu sei quem coloriu a casa da bruxa Feiosa lá na Terra e quem criou aqueles animais.
Clara Luz – Fui eu. Bem na verdade eu não colori a casa da bruxa eu colori a chuva e a chuva que fez o resto do
trabalho.E os animais todas as fadinhas ajudaram
Rei – Isso só pode ser um sonho eu não estou acreditando! Menina foi você que fez aquele Leão que correu atrás de
mim?
Clara Luz – Não aquele foi a professora de horizontologia que descobriu quando nós fomos ao horizonte.
Rei – Impossível o horizonte é um lugar para se ver de longe, não é lugar para se ir.
Clara Luz – Desculpe, mas não sabia que era proibido. Se Vossa Majestade permitir, tenho uma opinião sobre isso.
Rei – Não, sente-se imediatamente. (Clara Luz senta) Levante-se agora e dê sua opinião.
Clara Luz- Minha opinião é essa: Houve um rei no Brasil chamado Dom João VI que abriu os portos. Se ele que não
era fada, pode abrir os portos, por que Vossa Majestade não pode abrir os horizontes? E por que não deixa as fadas
inventarem suas próprias mágicas melhor que seguir um livro todo embolorado.
Rei (gritando) – Sente-se menina!O livro de mágicas embolorado? Onde já se viu! (para as conselheiras) Tragam o
livro aqui que vou mostrar para essa menina que ele não está embolorado coisa nenhuma.
Professora – Eu fiquei quieta até agora, mas vou falar. Tudo o que Clara Luz está dizendo está certo e se Vossa
majestade não abrir os horizontes eu não quero mais ser professora de horizontologia. Ou dou aula no próprio
horizonte ou não dou aula nenhuma.
(As conselheiras entregam o livro para o rei)
Mãe – Eu acho a mesma coisa. Há muito tempo estou cansada desse livro embolorado, vou inventar as minhas
próprias mágicas junto a minha filha. Estou muito orgulhosa dela e peço desculpas por ter atrapalhado seus planos
as vezes.
(As fadas que tinham desmaiado voltaram ao normal e todos no palácio cochichavam)
Rei (gritando)– Silêncio! Por quê essa euforia toda? Eu queria dizer que faz muito, mas muito tempo mesmo que não
recebo conselhos tão bons como o dessa menina. Vou pensar a respeito do seus pedidos. Mas desde já queria lhe
convidar para ser a conselheira-chefe do meu palácio.
(Todos aplaudem)
Clara Luz – Sim Vossa Majestade fico muito feliz com o convite e aceito. Mas eu ainda sou muito nova, não posso dar
bons conselhos sem uma boa mãe e uma boa professora, por isso gostaria de saber se posso trazer as duas para
morar aqui comigo.
Rei – Lógico que sim! Esse palácio é muito grande. Seja bem vinda!