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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA – CCET


CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Tatyane Pinheiro da Silva


Thamira de Araújo Silva

Análise das Posturas Ocupacionais do Operador de Betoneira na


Empresa X: aplicação do método RULA na indústria da Construção
Civil.

BELÉM - PA
2013
Tatyane Pinheiro da Silva
Thamira de Araújo Silva

Análise das Posturas Ocupacionais do Operador de Betoneira na


Empresa X: aplicação do método RULA na indústria da Construção
Civil

Qualificação de Trabalho de conclusão ao


curso de Engenharia de Produção da
Universidade da Amazônia – UNAMA,
como requisito para obtenção do grau de
Bacharel em Engenharia de Produção.
Orientador: Prof. M.sc. Murilo Cardoso.

BELÉM - PA
2013
A Deus
A minha Família
Aos amigos e colegas de classe
A minha parceira, amiga, confidente e irmã Thamira Silva

Tatyane Pinheiro

A Deus
A minha família
Aos colegas e parceiros da turma
A minha dupla de projeto Tatyane Pinheiro

Thamira Silva
AGRADECIMENTOS – Tatyane Pinheiro da Silva

Como já dizia Anitelli: “Sonho parece verdade quando a gente esquece de


acordar”. Hoje, vivo uma realidade que parece um sonho, mas foi preciso muito
esforço, determinação, paciência, perseverança, ousadia e maleabilidade para
chegar até aqui, e nada disso eu conseguiria sozinha. Minha eterna gratidão a todos
aqueles que colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado.
Grata a Deus pelo dom da vida, pelo seu amor infinito, sem Ele nada sou.
Agradeço aos meus pais Kátia e Augusto e ao meu Padrinho Ricário, meus maiores
exemplos. Obrigada por cada incentivo e orientação, pelas orações em meu favor,
pela preocupação para que estivesse sempre andando pelo caminho correto.
Ao meu irmão, Gleydson, aos meus tios, tias, avós e primos que sempre
estiveram presentes, ainda que à distância. Ao meu noivo, Wilton, por todo amor,
carinho, paciência e compreensão que tem me dedicado. Aos meus Sogros Nazaré
e Wilton que foram meus segundos pais, que me deram todo o apoio e amor quando
eu mais necessitei.
Aos professores Murilo Cardoso e Thiago Araújo que, com muita paciência e
atenção, dedicaram do seu valioso tempo para me orientar em cada passo deste
trabalho.
Aos meus colegas de classe, em especial Thamira, Suzane, Ivan, Camila,
Francyane, Karina e Bruna, a quem aprendi a amar e construir laços eternos.
Obrigada por todos os momentos em que fomos estudiosos, brincalhões, atletas,
músicos e cúmplices. Porque em vocês encontrei verdadeiros irmãos. Obrigada pela
paciência, pelo sorriso, pelo abraço, pela mão que sempre se estendia quando eu
precisava. Esta caminhada não seria a mesma sem vocês.
Aos meus amigos Beatriz, Eric, Patrick, Luan, Monise e Tuanny por todo
apoio e cumplicidade. Porque mesmo quando distantes, estavam presentes em
minha vida. Obrigada!

“Que todo o meu ser louve ao Senhor, e que eu não esqueça nenhuma das suas
bênçãos!” Salmos 103:2.
AGRADECIMENTOS – Thamira de Araújo Silva

Primeiramente a Deus, ao longo da minha vida e não somente nestes anos


como universitária, mas que em todos os momentos é o maior mestre que uma
pessoa pode conhecer. Sem Ele, hoje não estaria realizando o grande e tão
desejado sonho de me tornar engenheira, pela Sua proteção e pelo Seu amor para
comigo.

Aos meus pais, heróis, guerreiros e valentes, Adalberto e Marleide pela força,
orações em meu favor, confiança, por todo apoio, incentivo e carinho. Orgulho-me
em tê-los como meus pais, por sinal, os melhores que poderia ter. Obrigada acima
de tudo pela educação que me deram, por me darem asas para voar aos dezessete
anos de idade para que esse sonho pudesse tornar-se realidade. Tenham certeza
que eu daria a minha vida por vocês, os amo com toda a intensidade do meu ser.

Aos meus irmãos Bruno, Thalita, Thaiara e Édipo que nos momentos de
minha ausência dedicados ao estudo superior, sempre me fizeram entender que o
futuro é feito a partir da constante dedicação no presente. Agradeço por me
suportarem a cada dia (ou quase todos os dias), por cada palavra de incentivo, por
cada abraço, por cada luta que lutaram comigo e por tê-los como os melhores
irmãos, por sinal, os melhores do mundo.

Ao meu avô João Assis, sempre tão atencioso e preocupado mesmo que
distante, por me proporcionar momentos de profundo amor mesmo que em raros
momentos, amo a sua vida, a sua postura como pai, avô e ser humano brilhante que
és, quero crescer e conseguir tornar-me pelo menos um pouco do que o senhor é. A
minha avó Maria Emília/Mira (in memorian), não pude conhecê-la mais choro todas
as vezes que ouço falarem da pessoa maravilhosa que você foi, pelo coração
imenso que você tinha. A amo de forma inexplicável e com tudo o que posso ser.

Aos tios Carlinhos e Marília por cada palavra de incentivo, pelo apoio mesmo
que distante mais sempre bem perto, pelas conversas sempre bem descontraídas
mais sempre muito edificantes. Definitivamente vocês foram o maior e melhor
presente que conquistei ao longo desses cinco anos de graduação, alegro-me
profundamento em poder chama-los de TIOS, amo a vida de vocês.
Aos queridos professores Murilo Cardoso e Tiago Magella por cada segundo
dedicado a esse trabalho e por sonharem junto comigo a concretização desse
sonho, pela paciência e atenção, pelos conhecimentos repassados, os parabenizo
pelos mestres que são. Ao ilustre mestre, professor e amigo André Clementino,
orgulho-me em dizer que fui sua aluna e que pude desfrutar de aulas maravilhosas
ministradas por você, você que me ensinou e me mostrou em números (literalmente)
a amar essa profissão que hoje tanto me orgulho em dizer que irei exercê-la. Sou
grata hoje e para sempre. Amo a sua vida e o admiro como profissional exemplar
que és.

A minha parceira Tatyane Pinheiro, por muitas vezes em momentos de


desespero carregou e puxou para si a responsabilidade em fazer com que esse
trabalho pudesse ser concluído, pela irmandade criada ao longo de quatro
semestres de longas pesquisas e noites mal ou não dormidas.

As amigas de classe, de profissão e irmãs de coração Camila, Francyane e


Karina, a quem aprendi e tenho aprendido a amar mesmo com as diferenças, pelas
noites e madrugadas de estudo, pelos inúmeros artigos que foram feitos e não
menos importante pelas inúmeras brincadeiras. De coração e com toda certeza digo
que esses cinco anos jamais seriam tão felizes se não as estivesse ao meu lado
durante todo o tempo, eu as agradeço por absolutamente tudo o que vivemos juntas.

Aos amigos da Bola de Neve Church, que intercederam pela minha vida,
acreditaram no que sou capaz, me ajudaram e ajudam no meu crescimento espiritual
e me alegraram nos momentos mais difíceis do final da jornada, eu os amo em
Cristo Jesus.

O meu muito obrigado aos que mesmo não estando citados aqui contribuíram
de forma direto ou indireta para que eu me tornasse a Thamira que sou hoje, sou o
resultado da confiança e da força de cada um de vocês.

“Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês, diz o Senhor,
‘planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes
esperança e um futuro.’” Jeremias 29:11.
AGRADECIMENTOS – Tatyane e Thamira

Ao nosso bom Deus por ter nos dado o dom da vida e a capacidade de
podermos alcançar a tudo que almejamos em nossas vidas.
Aos nossos pais por cada incentivo e pela força que nos deram ao longo
desses cinco anos.
Ao nosso orientador Murilo Cardoso e coorientador Tiago Magella, por nos
ajudarem com os seus ensinamentos, paciência e por sempre nos mostrar que
conseguiríamos vencer esta etapa de nossas vidas.
A todos os professores que contribuíram e enriqueceram nossos
conhecimentos em toda nossa vida acadêmica.
A cada palavra de incentivo que foram ditas de todas as direções.
O nosso muito obrigada.
“Apesar dos nossos defeitos, precisamos
enxergar que somos pérolas únicas no
teatro da vida e entender que não existem
pessoas de sucesso e pessoas
fracassadas. O que existem são pessoas
que lutam pelos seus sonhos ou desistem
deles.”

Augusto Cury
LISTA DE FIGURAS

Figura 01 Corte do operador na saca de cimento 39


Figura 02 Adicionamento do cimento na betoneira 40
Figura 03 Separação das sacas utilizadas para a coleta de entulhos 40
Figura 04 Adição de água na betoneira 41
Figura 05 Ajuste da betoneira pelo operador 41
Figura 06 Despejo da argamassa 42
Figura 07 Passos do Método RULA 46
Figura 08 Análise da Postura 01 47
Figura 09 Análise da Postura 02 47
Figura 10 Análise da Postura 03 48
Figura 11 Análise da Postura 04 49
Figura 12 Análise da Postura 05 49
Figura 13 Análise da Postura 06 50
LISTA DE TABELAS

Tabela 01 Pontuação para os Braços 43


Tabela 02 Pontuação para o Antebraço 44
Tabela 03 Pontuação do Pulso 44
Tabela 04 Pontuação para o Giro do Punho 44
Tabela 05 Pontuação do Pescoço 44
Tabela 06 Pontuação do Tronco 45
Tabela 07 Pontuação das Pernas 45
Tabela 08 Pontuação para o Esforço Muscular 45
Tabela 09 Pontuação para a Carga 45
Tabela 10 Interprentação dos resultados 46
LISTA DE SIGLAS

UNAMA – Universidade da Amazônia


RULA – Rapid Upper Limb Assessment
EPI’s – Equipamentos de Proteção Individual
IBGE – Institulo Brasileiro de Geografia e Estatística
CAGED – Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados
DIEESE – Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos
CEE-CBIC - Comissão de Economia e Estatística da Câmara Brasileira da Indústria
da Construção
NR – Norma Regulamentadora
IEA – Associação Internacional de Ergonomia
E.U.A. – Estados Unidos da América
OWAS – Ovako Working Posture Anaysis System
UFPA – Universidade di Estado do Pará
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 16
1.1 TEMA E PROBLEMA ................................................................................... 26

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 17

1.2.1 Objetivo geral ....................................................................................... 17


1.2.2 Objetivos específicos .......................................................................... 17
1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA .................................................................. 17

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 19


2.1 ERGONOMIA .................................................................................................. 19
2.2 BIOMECÂNICA OCUPACIONAL ................................................................. 26

2.3 FATORES LIGADOS A CONDIÇÃO DE TRABALHO E A BIOMECÂNICA . 28

2.3.1 Esforço ................................................................................................. 28


2.3.2 Repetitividade ...................................................................................... 29
2.3.3 Posturas de trabalho ........................................................................... 30
2.4 MÉTODOS DE REGISTRO E ANÁLISE POSTURAL .................................. 33

2.5 MÉTODO RULA (RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT OU AVALIAÇÃO


RÁPIDA DOS MEMBROS SUPERIORES) ............................................................ 34

3 METODOLOGIA................................................................................................. 36
4 ESTUDO DE CASO............................................................................................ 39
4.1 DESCRIÇÃO DA TAREFA ........................................................................... 39

4.2 ANÁLISE DOS DADOS DO ESTUDO DE CASO ........................................ 42

4.3 SUGESTÕES DE MELHORIAS ................................................................... 50

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 52
RESUMO

A Indústria da Construção Civil é caracterizada pela descontinuidade das


atividades produtivas, mas que contrasta com os processos contínuos onde cada
operário tende a fazer parte. As obras ainda dependem muito da força de trabalho
dos homens. Este trabalho apresenta um estudo de caso que visa analisar e
identificar problemas ergonômicos na indústria da construção civil, tendo como
objeto de estudo das posturas ocupacionais do operador de betoneira. A observação
mostrada será tanto na execução da atividade como nos problemas de saúde
causados pela mesma, ou seja, destina-se a propor no seu trabalho posturas
adequadas, as quais reduziriam os problemas físicos e psíquicos causados pela
longa jornada de trabalho, grande período de exposição ao sol, levantamento
excessivo de cargas e a má postura de trabalho. Para alcance de tal objetivo,
utilizou-se, em um primeiro momento, a aplicação de questionários ergonômicos de
forma a identificar com maior precisão quais as maiores causas de reclamações por
parte desses operários. De posse dessas informações foram feitas análises com
relação ao número de reclamações expostas e então inseriu-se no estudo de caso o
método ergonômico RULA a fim de reduzir o número de queixas e melhor qualidade
de vida dos operários em questão. O uso correto de EPI’s e melhores condições de
trabalho também estão inseridos na realização da atividade.

Palavras-Chave: Método RULA, Posturas Ocupacionais, Construção Civil.


ABSTRACT

The Construction Industry is characterized by disruption of productive


activities, but in contrast to continuous processes where each worker tends to be part
of. The works still rely heavily on the labor force of men. This paper presents a case
study that aims at analyzing and identifying ergonomic problems in the construction
industry, with the object of study the function of the mixer operator. The observation
will be shown both in the execution of the activity as the health problems caused by
it, ie, intended to propose in their work proper postures, which would reduce the
physical and psychological problems caused by long working hours, long period of
sun exposure, lifting excessive loads and poor working posture. For execution of this
objective was used, at first, the application of ergonomic questionnaires to identify
with greater precision the biggest causes of complaints by these workers. With this
information analyzes were conducted on the number of complaints exposed and then
inserted in the case study method RULA ergonomic to reduce the number of
complaints and quality of life of the workers concerned. The correct use of PPE and
better working conditions are also included in that activity.

Keywords: RULA method, Occupational postures, building.


.
16

1 INTRODUÇÃO
Este trabalho visa apresentar, de forma simplificada, os problemas
ergonômicos mais frequentes em um operador de betoneira na construção civil, com
o objetivo de minimizar estes riscos sofridos através da análise postural utilizando o
método RULA e aplicando métodos ergonômicos na indústria da construção civil a
fim de obter maior adequação em postos de trabalho e como ganho secundário, uma
maior produtividade.
No Brasil, uma pesquisa realizada pelo DATAFOLHA em 2012, revela que
mais de 508.000 trabalhadores da construção civil na região Norte estão em um
grupo de alto risco de incidência de dores lombares, em função de atividades
repetitivas, esforço físico, pressão no trabalho, fatores de estresse e fatores
ambientais. (PREVLER, 2013).
Neste sentido, uma das etapas da análise ergonômica do Posto de Trabalho
lida com uma questão primordial, que é a de avaliar os fatores de risco nos postos
de trabalho que são potencialmente danosa ao sistema músculo-esquelética. Devido
à falta de manuais técnicos orientativos, a grande maioria dos profissionais da área
de segurança e saúde ocupacional acaba por realizar uma análise empírica da
situação, o que obviamente pode acarretar distorções nas conclusões do trabalho,
em virtude de falta de conhecimento dos fatores de risco e suas interações, falta de
sensibilidade do observador, falta de método que possa ser reproduzido em
diferentes situações e locais e agilidade na análise. Assim este trabalho tem por
objetivo descrever a avaliação ergonômica das Posturas de Trabalho de um
operador de betoneira utilizando o método RULA.

1.1 TEMA E PROBLEMA

A construção civil possui um papel de grande importância na economia nacional,


sendo responsável pela construção de toda a infra-estrutura necessária ao
desenvolvimento do país e pela geração de um número significativo de emprego,
mais de 5 milhões de trabalhadores (IBGE, 2010).

A aplicação da ergonomia na construção civil ainda não ocorre com a


intensidade desejável, devido ao caráter relativamente disperso dessa atividade e ao
17

pouco poder de organização e reivindicação dos trabalhadores da indústria da


construção.

Portanto, o trabalho neste setor caracteriza-se por atividades árduas, afinal as


máquinas e equipamentos utilizados no setor ainda são rudimentares e poderiam ser
aperfeiçoados com a aplicação dos conhecimentos ergonômicos e tecnológicos já
disponíveis (IIDA, 2005). Desta forma optou-se em realizar um estudo de caso
voltado para a análise ergonômica do operador de betoneira na indústria da
construção civil.

Desta forma, este estudo possui como problema o seguinte questionamento: “Qual é
a situação ergonômica postural do operador de betoneira na indústria da construção
civil?”.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo geral

Este estudo tem como objetivo geral analisar as posturas ocupacionais das
pessoas envolvidas na função de operador de betoneira, da empresa X na indústria
da construção civil utilizando o método RULA.

1.2.2 Objetivos específicos

• Identificar problemas ergonômicos ocorridos durante a execução da atividade;

• Sugerir melhorias para as condições de trabalho do operador.

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Segundo dados do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados


(CAGED, 2012) a construção civil é um dos três setores que mais geram emprego
no País. Apenas nos dois primeiros meses de 2013 o setor gerou 15.636 vagas de
empregos diretos e indiretos, um aumento de 0,43% no saldo do emprego formal no
País de acordo com o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos (DIEESE, 2013).

A indústria da construção civil tem importância estratégica para o país devido


à importância da ampliação e manutenção da infraestrutura necessária para
18

habitação, saúde, educação, transporte, etc., fatores essenciais para a população


(ALEVAR e MONTEIRO, 2007).

O setor tem importante participação no desenvolvimento socioeconômico,


visto que é capaz de criar rapidamente ao mercado de trabalho e absorver
significativo percentual da mão-de-obra (inclusive não qualificada). Para cada um
milhão de reais a mais aplicados na produção do setor, 29 novos postos de trabalho
são criados diretamente. E para cada 100 empregos diretos são gerados 21 novos
empregos indiretos e 47 novos empregos induzidos (CEE-CBIC, 2002).

Por isso, as empresas do setor estão cada vez mais necessitadas em


aumentar a segurança de seus trabalhadores e com isso objetivar a diminuição de
custos adicionais advindos da ocorrência e/ou reparação de danos causados aos
funcionários que não possuem condições de segurança adequadas, seja por falta de
treinamento ou a não aplicação do mesmo.

Os trabalhadores que não se adaptam ao modelo de produção do setor são


facilmente substituídos. Por isso, os operários acabam executando as tarefas que
lhe são ordenadas sem maiores questionamentos ou solicitações.

O estudo da ergonomia surge para definir o espaço adequado para a


execução das funções do trabalhador com segurança e qualidade. A construção
civil, apesar de sua constante evolução, compreende atividades que necessitam de
elevado esforço físico do empregado, devido principalmente a uma rotina de
trabalho pesado e muitas vezes em situações inadequadas. Araújo (1995) revela
que os problemas relacionados à ventilação, luminosidade, umidade e vibrações são
comuns nos canteiros de obras. Onde a maior parte dos acidentes de trabalho no
setor se dar por lesões decorrentes da não utilização de Equipamentos de Proteção
Individual – EPI’s - luvas, capacetes, óculos de proteção, botas, etc. que muitas
vezes provocam sequelas irreversíveis.

Ribeiro e Saurin (2000) afirmam que a Construção Civil apresenta diversos


problemas, principalmente de ordens gerenciais, que incluem falhas na
comunicação, qualificação e gerenciamento. Quando se trata de problemas que
envolvem a gestão de segurança no trabalho e a ergonomia, a alta gerência não dá
à devida atenção por achar que se trata de um assunto não prioritário.
19

A utilização da ergonomia como ferramenta de estudos que visa à melhoria


da qualidade de serviços na construção civil, encontra uma séria dificuldade na
aplicação de seus métodos. Tendo em vista o nível de diversidade de tarefas, a
grande imposição da alta gerência e precariedade do ambiente de trabalho.

A Norma Regulamentadora para Ergonomia (NR-17) que transcreve sobre


ergonomia diz que a ergonomia visa adaptar as condições psicofisiológicas do posto
de trabalho ao trabalhador (NERI, 1992 apud LUNA et al., 1995; BRASIL, 2011).
Um dos problemas que ocorre entre estes trabalhadores é o fato de não
darem importância aos riscos presentes no local de trabalho. Portanto, para a
prevenção das lesões ocupacionais entre os trabalhadores da construção civil é
importante e necessário o treinamento e a conscientização apropriada dos
empregados sobre os riscos existentes em cada situação de trabalho e sobre as
formas corretas de prevenir os acidentes e doenças ocupacionais.
Relembra-se que, durante a realização da tarefa sempre deve ser feita uma
avaliação para que se possa verificar de que forma a tarefa está sendo executada,
para que se possam evitar problemas de saúde para os trabalhadores.

Por esse motivo, a importância do estudo de caso dá-se devido a poucos


estudos realizados dentro da área da construção civil, voltados para os problemas
ergonômicos causados pela má postura do operário no desenvolvimento de suas
atividades de operador de betoneira.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 ERGONOMIA

Ergonomia, palavra que deriva do grego: ergon = trabalho e nomos = normas


(GRADJEAN, 1998). Portanto, ergonomia são normas dadas ao trabalho para que
se possa adapta-lo ao homem.

No século 17, Ramazzini, considerado o criador da medicina do trabalho,


estudou as consequências do trabalho para a saúde (problemas oculares, de
postura, manuseio de cargas pesadas, entre outros). No século 19, Chaveau
enunciou as primeiras leis do dispêndio energético do trabalho muscular e Marey
desenvolveu técnicas de medida e de registro para o estudo dos movimentos.
(CONTADOR, 2004).
20

Nos projetos do trabalho e das situações cotidianas, a ergonomia focaliza o


homem. As condições de insegurança, insalubridade, desconforto e ineficiência são
eliminadas adaptando-as às capacidades e limitações físicas e psicológicas do
homem (MOTTA, 2009).

O estudo do trabalho teve início na Administração Cientifica em 1911, com a


publicação do livro de mesmo nome pelo engenheiro Frederick Winslow Taylor. Esse
estudo leva sistematicamente à investigação de todos os fatores que afetam a
eficiência e a economia de situações, sendo analisado para obter melhorias. A partir
disso, dois campos de estudo emergiram separados, porém relacionados. O estudo
do método, cujo foco é a determinação dos métodos e atividades que devem ser
incluídos em trabalho. E a medição do trabalho que se preocupa com a medição do
tempo que deve despender a execução de trabalhos (SLACK, 2008).

O nome Administração científica é devido à tentativa de aplicação dos


métodos da ciência aos problemas da Administração, a fim de alcançar elevada
eficiência industrial. Sua preocupação original foi tentar eliminar o fantasma do
desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias americanas e elevar o nível de
produtividade através da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial
(CHIAVENATO, 1993).

Para Dias Júnior (2008), a ergonomia no seu processo evolutivo enquanto


disciplina científica incorpora atividades de caráter sistêmico e interdisciplinar, pois,
ao tratar das condições de trabalho humano tem que dar conta de dimensões
múltiplas na sua avaliação.

O termo ergonomia foi utilizado pela primeira vez em 1857 pelo polonês
Woitej Yastembowky. Ele publicou um artigo intitulado “Ensaios de ergonomia ou
ciência do trabalho, baseado nas leis objetivas da ciência sobre a natureza”
(BARBOSA FILHO, 2010).

Frank B. Gilbreth foi um engenheiro que acompanhou Taylor no seu interesse


pelo esforço humano como meio de aumentar a produtividade. Segundo Robbins
(2005), Gilbreth fez experimentos no projeto e uso de ferramentas e equipamentos
adequados para aperfeiçoar o desempenho do trabalho. Introduziu o “estudo de
tempos e movimentos” dos operários, como técnica administrativa básica para a
21

racionalização do trabalho. O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e


fisiologia humanas. Nesse sentido, Gibreth efetuou estudos (estatísticos, e não
fisiológicos, pois era engenheiro) sobre os efeitos da fadiga na produtividade do
operário. Ele verificou que a fadiga predispõe o trabalhador a: diminuição da
produtividade e da qualidade do trabalho, perda de tempo, aumento da rotação
pessoal, doenças, acidentes e diminuição da capacidade de esforço.

Em suma, a fadiga é considerada um redutor de eficiência. Para reduzir a


fadiga, Gilbreth propôs alguns princípios de economia de movimentos, os quais
podem ser classificados em três grupos: relativos ao uso do corpo humano, relativos
ao arranjo do material do local de trabalho e relativos ao desempenho das
ferramentas e do equipamento (CHIAVENATO, 1993).

As finalidades desses estudos de Gilbreth eram: evitar os movimentos inúteis


na execução de uma tarefa, executar os movimentos úteis o mais economicamente
possível e dar a esses movimentos selecionados uma seriação apropriada
(CHIAVENATO, 1993).

Assim, tanto o estudo de tempos e movimentos como a ergonomia, procuram


a redução da fadiga e o aumento da produtividade humana. Porém, a primeira não
se preocupava com o bem-estar do operário, apenas com os resultados da maior
eficiência para a empresa. Os efeitos da ergonomia sempre acompanharam o
homem em suas atividades, tornando-as mais leves e mais eficientes. Porém,
somente se afirmou como ciência em meados do século XX. Em 12 de julho de
1949, um grupo de cientistas e pesquisadores se reuniu na Inglaterra, para discutir e
formalizar a existência de uma nova área de aplicação interdisciplinar da ciência
(IIDA, 2002).

A Ergonomia visa à transformação das condições de trabalho, a fim de que


elas sejam mais bem adaptadas aos trabalhadores (NERI, 1992; apud. LUNA et al.,
1995). Com este objetivo, a Ergonomia passa por vários estágios, que se
diferenciam principalmente pelo enfoque dado aos fatores que influenciam as
condições de trabalho.

A Sociedade de Pesquisa em Ergonomia foi um dos primeiros órgãos


competentes da área a ser fundado em 1949 na Inglaterra. Em 1961 veio a
22

Associação Internacional de Ergonomia (IEA) que defini ergonomia como uma


disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres
humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados
e métodos a projetos a fim de aperfeiçoar o bem estar humano e o desempenho
global do sistema.

No início do século 20, Jules Amar apresentou as bases da ergonomia do


trabalho físico, elaborando uma pesquisa sobre os problemas da fadiga e os efeitos
do ambiente, tais como temperatura, ruído e iluminação. Resultando em sua obra O
motor humano, que foi um marco para a ergonomia antes da sua expansão na
Segunda Guerra Mundial (SANTOS, 2003)

Foi durante a II Guerra Mundial, quando profissionais de diferentes áreas do


conhecimento se uniram para solucionar os problemas causados pela operação dos
equipamentos militares, que a ergonomia obteve a sua expansão. Logo após, no
pós-guerra, países da Europa e o E.U.A mostraram um grande interesse por este
ramo do conhecimento.

A partir de então, surge pesquisas e estudos de diferentes abordagens da


ergonomia. A primeira, que atualmente é dominante em países anglo-saxônicos e no
Japão, possui a ideia clássica de sistemas homem-máquina, onde a ergonomia
privilegia a interface entre os componentes materiais e os fatores humanos. Levam-
se em conta as características gerais do homem, onde as pesquisas se
desenvolvem com mais frequência em métodos experimentais feitos em laboratório.

Já a segunda corrente, que surgiu na França e Bélgica nos anos 50, os


pesquisadores deixam os laboratórios e preconizam a análise do trabalho em
campo, buscando conhecê-lo em situação real enfatizando a dinâmica da atividade
humana no trabalho. (DANIELLOU E NAËL, 1995).

No passado quase a totalidade das aplicações da ergonomia teve lugar no


setor industrial e militar, hoje as aplicações de caráter social estão mais bem
sustentadas pela maior preocupação por parte da população com saúde funcional e
a busca por uma vida mais saudável, o que se está fazendo com produtos
chamados erroneamente de ergonômicos tenham maior procura por parte dos
consumidores, isso fez com que a ergonomia fosse aplicada em diversos
23

segmentos, desde o desenho dos espaços interiores de uma casa, equipamentos


sanitários e inclusive utensílios domésticos (ABRAÃO, 2008).

Ergonomia é o estudo do trabalho em relação ao ambiente em que é


desenvolvido e com quem o desenvolve (trabalhador). A ergonomia nada mais é do
que adequar ou adaptar o local de trabalho ao trabalhador, visando evitar acidentes
ou doenças profissionais (OLIVEIRA NETTO; TAVARES, 1999).

A ergonomia é uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos,


sistemas e tarefas, visando à melhoria da segurança, saúde, conforto e eficiência do
trabalhador (DUL E WEERDMEESTER, 2004). Para Couto (2002) a ergonomia
busca o ajuste mútuo entre o ser humano e seu ambiente de trabalho de forma
confortável e produtiva, procurando adaptar o trabalho às pessoas. Adaptação que
sempre ocorre do trabalho para o homem, e nem sempre do homem ao trabalho.

Ergonomia é um conjunto de ciências e tecnologias que procuram a


adaptação confortável e produtiva entre o ser humano e seu trabalho, basicamente
procurando adaptar as condições de trabalho às características do ser humano
(COUTO, 1995).

Másculo (2008) enfatiza que a ergonomia é uma disciplina de orientação


sistêmica que atualmente estende-se por todos os aspectos da atividade humana.

A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de trabalho para adequar a


atividade nele existentes às características, habilidades e limitações das pessoas
com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro (ABERGO, 2000).

Portanto, a ergonomia é um estudo que visa à adaptação do trabalho ao


homem. Tanto de forma mais retraída, como no estudo das máquinas e
equipamentos utilizados na atividade, como de forma mais ampla, como no estudo
do relacionamento entre o homem e seu ambiente de trabalho.

A eficiência de uma máquina, seja ela uma ferramenta manual ou um sistema


complexo de controle numérico, depende tanto da eficácia e confiabilidade da
mesma, quanto da habilidade do operador humano em controla-la com facilidade e
precisão.
24

A ergonomia estuda vários aspectos: a postura e os movimentos corporais


(sentados, em pé, empurrando, puxando e levantando cargas), fatores ambientais
(ruídos, vibrações, iluminação, clima, agentes químicos), informação (informações
captadas pela visão, audição e outros sentidos), relações entre mostradores e
controles, bem como cargos e tarefas (tarefas adequadas, interessantes) (DUL;
WEERDMEESTER, 2004). Quando estes fatores encontram-se conjugados de
maneira mais eficiente, é possível fazer a execução de projetos que tenham um
ambiente seguro, confortável, agradável e saudável.

A ergonomia baseia-se na satisfação e bem estar do homem, visando à


melhoria do ambiente de trabalho e de suas condições de vida. Para isso reuniu-se
e baseou-se em conhecimentos relevantes de outras áreas, como antropometria,
biomecânica, fisiologia, eletrônica, gerência industrial, entre outras.

Torna-se, então, necessário considerar inicialmente as exigências gerais,


mentais e físicas da tarefa de operar um equipamento, de forma que não se
sobrecarregue o operador. Palmer (1976) diz que existem diversas situações que
exigem muito do operador que eles podem até desenvolver uma sobrecarga, exceto
que haja informações que o alcancem numa velocidade em que se possa processar
rapidamente e feito em uma linguagem que ele possa entender facilmente.

Os dados e conhecimentos ergonômicos podem apoiar e orientar o


planejamento e a execução de medidas preventivas de acidentes do trabalho e de
doenças ocupacionais, como também reduzir o desconforto físico do trabalhador,
aumentando assim a eficiência do trabalho (NOBREGA, 2003).

Para Iida (2005) existem seis fatores importantes, que são: 1) O homem:
características físicas, fisiológicas, sociais assim como a influência do sexo, idade,
treinamento e motivação; 2) Máquina: pode ser todas as ajudas materiais que o
homem utiliza no seu trabalho, como os equipamentos, as ferramentas, os
mobiliários e as instalações; 3) Ambiente: características do ambiente físico onde
atua o trabalhador como a temperatura, ruídos, vibrações, luz, cores e outros; 4)
Informação: comunicação existente entre os elementos de um sistema, a
transmissão de informações, o processamento e a tomada de decisões; 5)
Organização: é a junção dos elementos citados acima estudando aspectos como
25

horários turnos de trabalho e formação de equipes; 6) Consequências do trabalho:


informações de controles como tarefas de inspeções, estudos dos erros e acidentes,
além dos estudos sobre gastos energéticos, fadiga e “stress”.

Falando sobre a ergonomia Minicucci (1995), demonstra que seu objetivo é


estudar:

• As características materiais do trabalho, como o peso dos instrumentos, a


resistência dos comandos, a dimensão do posto de trabalho;

• O meio ambiente físico (o ruído, iluminação, vibrações, ambiente térmico);

• A duração da tarefa, os horários, as pausas no trabalho;

• O modelo de treinamento e aprendizagem, e;

• As lideranças e ordens dadas.

O objetivo da ergonomia é proporcionar ao homem condições de trabalho que


sejam favoráveis, com o intuito de torná-lo mais produtivo por meio de ambiente de
trabalho saudáveis e seguros, que solicite dos trabalhadores menor exigência e, por
consequência, concorra para um menor desgaste e um maior resultado (BARBOSA
FILHO, 2010).

Palmer (1976) e Gradjeam (2005) explicam que existem áreas periféricas da


ergonomia que não são consideradas parte do campo, tais como as relações sociais
(relação com a família, colegas, supervisores e seu chefe). Essas relações não
podem ser desconsideradas já que as mesmas desempenham um papel importante
na solução de alguns problemas ergonômicos.

Em termos de seus objetivos, segundo Iida (2005), a ergonomia busca a


segurança, satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com
sistemas produtivos. Sabendo-se que os sistemas produtivos evoluem com o
desenvolvimento da tecnologia, à medida que as máquinas a cada dia assumem o
trabalho pesado, aumentando a produtividade e a qualidade dos produtos, ao
homem é designado o esforço mental e dos sentidos. Assim, gradativamente, o
homem foi migrando seu trabalho para tarefas que as máquinas ainda não são
26

capazes de executar, como por exemplo, tarefas com computadores. Isto criou
novas áreas de estudo e representam o mais novo campo de atuação para o
ergonomista.

2.2 BIOMECÂNICA OCUPACIONAL

A Biomecânica é o estudo das forças e dos seus efeitos nos seres vivos
(MCGINNIS, 2002). A biomecânica utiliza leis da física e conceitos de engenharia
para descrever movimentos realizados por vários segmentos corpóreos e forças que
agem sobre estas partes do corpo durante atividades normais de vida diária
(MORAES, 1998).

A biomecânica ocupacional estuda as interações entre o trabalho e o homem


do ponto de vista dos movimentos musculoesqueléticos envolvidos, e as suas
consequências. Analisa basicamente a questão das posturas corporais no trabalho e
a aplicação de forças.

Muitos produtos e postos de trabalho inadequados provocam tensões


musculares, dores e fadiga (IIDA, 2005).

Análises de estudos epidemiológicos de avaliação quantitativa, que


correlacionam os movimentos repetitivos com dor de membros superiores, indicaram
uma associação entre repetitividade do trabalho e afecções do punho e antebraço.
Poucos estudos quantificam fatores como força, carga estática, postura, velocidade
de movimentos e duração da exposição (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

No entanto, o peso e o papel, isoladamente, de cada um dos fatores


envolvidos continuam indefinidos. Assim, o que os estudos mostram é que na
maioria dos casos a conjugação de vários fatores de risco favorece a ocorrência de
dores lombares em operários de diversos segmentos econômicos (FIALHO &
SANTOS, 2007).

A biomecânica ocupacional é uma área de atuação da Biomecânica e está


relacionada ao estudo das posturas, a tarefas do homem no trabalho e suas
consequências. Trata-se de uma área interdisciplinar que possui ligação direta com
a ergonomia e que procura buscar soluções para os problemas decorrentes da
adaptação do homem ao ambiente de trabalho e vice-versa. (IIDA,2005).
27

De acordo com Barreira (2009), a análise das propriedades biomecânicas do


aparelho locomotor, tais como as posturas dinâmicas, a mobilidade articular e a
força muscular, são alguns dos métodos utilizados pela Biomecânica Ocupacional
para determinar os limites e capacidades humanos para a realização de tarefas
laborais sem o risco de lesões. Entre as lesões decorrentes de esforços
inadequados relacionados ao trabalho, a lombalgia é o fator de maior queixa entre
os trabalhadores de diferentes áreas, especialmente aqueles que desempenham
profissões que envolvem levantamento, sustentação e/ou transporte de cargas.

Algumas condições de trabalho envolvem esforços inadequados ou a


manutenção de uma mesma postura por longos períodos, a atividade constante ou
sustentada de um determinado grupamento muscular ou o apoio de uma mesma
parte do corpo em uma determinada superfície (GUIMARÃES, 2002). Nos últimos
anos, intervenções ergonômicas têm sido sugeridas na indústria em busca da
diminuição das lesões e da otimização das tarefas laborais.

Existem dois tipos de trabalho: o estático e o dinâmico. No trabalho estático o


músculo se contrai e permanece contraído. O trabalho dinâmico permite contrações
e relaxamentos alternados dos músculos. No caso do presente estudo, se
predomina o trabalho dinâmico, pois o operador permanece a maior parte do
trabalho se movimentando para o acionamento da alavanca e dos botões da
betoneira, além da adição e dosagem dos materiais para a confecção da
argamassa.

A análise das propriedades biomecânicas do aparelho locomotor, como as


posturas dinâmicas, a mobilidade articular e a força muscular, são alguns dos
métodos utilizados pela biomecânica ocupacional para determinar os limites e
capacidades humanos para a realização de tarefas laborais sem o risco de lesões
(MENDES, 2012).

A postura é a organização dos segmentos corporais no espaço, expressa pela


imobilização das partes do esqueleto em determinadas posições, solidárias umas
com as outras e que conferem ao corpo uma atitude de conjunto. Essa atitude indica
o modo pelo qual o organismo enfrenta os estímulos do mundo exterior e se prepara
para reagir (MERINO, 1996, citado por VOSNIAK, 2010).
28

No estudo da biomecânica, as leis físicas da mecânica são aplicadas ao


corpo humano. Assim, podem-se estimar as tensões que ocorrem nos músculos e
articulações durante uma postura ou um movimento. Para manter uma postura ou
realizar um movimento, as articulações devem ser conservadas, tanto quanto
possível, na sua posição neutra. Nessa posição, os músculos e ligamentos que se
estendem entre as articulações são tencionados o mínimo possível. Além disso, os
músculos são capazes de liberar a força máxima, quando as articulações estão na
posição neutra (DUL e WEERDMEESTER, 1995).

Quando não é possível evitar o trabalho estático, devem-se adotar medidas


como mudanças de posturas, melhorias no posicionamento de ferramentas de
trabalho ou uso de apoios para partes do corpo, deve-se também ser concedidas
pausas de curta duração com elevada frequência. De acordo com Couto (1995), o
músculo humano se nutre principalmente no período de relaxamento, porque com o
esforço muscular, a pressão interna do músculo excede o valor da pressão arterial
do sangue, provocando um fechamento dos vasos que nutrem os músculos.

A antropometria possibilita a obtenção de dados de diversas medidas dos


segmentos corporais e das relações entre esses segmentos. Na biomecânica
ocupacional, as relações entre as dimensões corporais e a postura no trabalho se
refletem principalmente quando o trabalhador tem de se ajustar ao equipamento,
assumindo posturas inadequadas, ou quando o equipamento é ajustado ao
trabalhador em relação às suas dimensões corporais, permitindo a adoção de
posturas adequadas.

2.3 FATORES LIGADOS A CONDIÇÃO DE TRABALHO E A BIOMECÂNICA

2.3.1 Esforço

O esforço está diretamente relacionado à força aplicada e a força aplicada


passível de risco biomecânico está diretamente relacionada ao grupo muscular
utilizado, o tipo de articulação a qual está sofrendo a ação, e ao grau de angulação
de realização dessa contração muscular que pode ser concêntrica, excêntrica ou
estática/isométrica.
29

Segundo Kuorinka e Forcier, (1995) é importante fazer a distinção entre o


peso do objeto a ser manipulado e a força necessária para manipulá-lo. O efeito do
peso absoluto do objeto ou da ferramenta manipulada depende muito da posição do
objeto ou da ferramenta em relação ao eixo do corpo. Conforme ocorrem os
movimentos em nosso corpo, várias alavancas acontecem e a manipulação de
objetos ou ferramentas de pouco peso pode exigir esforços importantes, tendo em
vista que a alavanca de predominância em nosso corpo é uma alavanca que possui
grande desvantagem biomecânica, o que pode aumentar o risco para as
articulações do ombro e do cotovelo principalmente.

A avaliação do grau de nocividade do fator força depende:

- Da posição do objeto em relação ao corpo/angulação e tamanhos dos braços de


alavanca;

- Do tempo de manutenção/tipo de contração;

- Da frequência de realização dos movimentos;

- Da forma da ferramenta ou objeto manipulado dependendo do seguimento


avaliado;

- Do uso de luvas ou de ferramentas vibrantes;

- Das posturas de pega ou agarre dependendo do seguimento avaliado.

2.3.2 Repetitividade

A repetitividade nem sempre é definida da mesma forma, abaixo temos


algumas das definições obtidas na literatura:

Tanaka et al. (1993): o número de produtos similares fabricados por unidade


de tempo.

Silva (2011): o número de ciclos de trabalho efetuados durante uma jornada


de trabalho.

Silverstein et al. (1987): consideram repetitividade elevada quando o tempo


de ciclo é inferior a 30 segundos ou quando mais de 50% do tempo de ciclo é
composto pela mesma sequência de gestos.
30

Minette (1996) define repetitividade como sendo o número de passagens, por


unidade de tempo de uma situação neutra a uma situação extrema em termos de
movimentos angulares, de força ou ainda de movimentos e força.

2.3.3 Posturas de trabalho

A definição de postura pode ser mais ampla ou restrita dependendo do que


queremos. No seu sentido mais restrito pode ser entendida como a atitude ereta e
bem balanceada do indivíduo em posição "normal".

No Brasil, a Norma Regulamentadora 17 (NR 17), estabelecida pelo Ministério


do Trabalho e Emprego por meio da Portaria nº 3.751, de 23 de novembro de 1990,
regulamenta o assunto e estabelece parâmetros que permitem a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente
(BRASIL, 1990).

Segundo Cailliet apud. Tribastone (2001), a postura é uma expressão


somática de emoções, é considerada uma linguagem própria e verdadeira, pois cada
um se move como se sente, de acordo com a sua personalidade e condição interior.
A postura para o contexto da biomecânica está mais relacionada à posição do corpo
ou de um determinado seguimento seja este realizando alguma atividade ou não.

A postura é considerada como a posição relativa dos vários elementos do


corpo de um indivíduo em relação ao tipo de atividade que desenvolve. As posturas
adotadas no desenrolar das tarefas constituem a principal causa de problemas de
coluna. Isto acontece porque na maioria dos casos, quando do levantamento e
transporte de cargas, os trabalhadores mantêm as pernas retas e “curvam” a coluna
vertebral. A rotação excessiva do tronco, durante a movimentação, levantamento ou
abaixamento da carga.

Moffat e Vickery (2002), explicam que a postura possui importantes


implicações no bem estar corporal geral, pois ela determina a quantidade e a
distribuição do esforço sobre vários ossos, músculos, tendões, ligamentos e discos.
Existem duas variabilidades de postura, estática, que se observam quando uma
articulação não é movida, isto não só diminui o fornecimento de nutrientes e de
31

oxigênio, mas também reduz remoção de desperdícios metabólicos; e a postura


dinâmica, na qual a contração muscular gera o movimento articular ajudando o
metabolismo na remoção dos desperdícios metabólicos (KONZ, 1999).

Segundo Dul & Weerdmeester (2004), a postura é frequentemente,


determinada pela natureza da tarefa ou do posto de trabalho. As posturas
prolongadas podem prejudicar os músculos e as articulações.

Por definição de Panero (2000) a postura corporal é a capacidade que um


determinado corpo possui, para manter certo alinhamento entre os diversos
segmentos corporais sem consequências nocivas para a saúde ou segurança. As
posturas incorretas resultam de diversos tipos de tarefas mais ou menos frequentes
em muitos setores de atividade.

Diversos músculos, ligamentos e articulações do corpo são acionados para se


obter uma postura no ser humano. A força necessária para o corpo adotar uma
postura ou fornecer um movimento é fornecida pelo músculo, enquanto os
ligamentos desempenham função auxiliar e as articulações permitem o
deslocamento de partes do corpo em relação às outras (DUL & WEERDMEESTER,
1995).

Uma boa postura é definida como a posição do corpo que envolve o mínimo
de sobrecarga das estruturas, com o menor gasto energético para o máximo de
eficiência do corpo, conforme análise de (SANTOS 1996, citado por BASÍLIO 2008).
Malchaire (1998) apud Vilagra (2002) identifica posturas estáticas ou de grande
variação de amplitude de 25 movimento ou velocidade em sua realização como
sendo posturas de risco ou desfavoráveis.

As posturas desfavoráveis mais citadas são: elevação dos ombros


(associados ao trabalho dos braços acima dos ombros), flexão com torção ou
inclinação lateral da cabeça, posturas extremas dos cotovelos como a flexão,
extensão, a pronação e/ou a supinação (as epicondilites são associadas aos
movimentos extremos de rotação do antebraço eventualmente combinadas aos
movimentos de flexão e extensão do punho), os desvios dos punhos como a flexão,
extensão, os desvios radiais e ulnares extremos (as tenossinovites ao nível da mão
e punhos são principalmente associadas à repetição dos movimentos em flexão e
32

extensão e agravadas pelos desvios ulnares e radiais extremos) (MALCHAIRE et al.


1997).

Quando os trabalhadores executam permanentemente tarefas num posto de


trabalho mal dimensionado ou que os obrigue a adotar posturas incorretas, em
muitos casos, começam a surgir precocemente sintomas de fadiga física, lesões ou
outros traumatismos.

A postura depende dos constrangimentos ditos externos, ou seja, da tarefa a


realizar e das condições nas quais ela deva ser realizada. A postura depende
também das condições internas, ou seja, de seu estado geral, de seu estado
funcional físico-sensorial, de sua experiência e de suas características
antropométricas (MORAES, 1998).

As lesões dorso lombares podem originar hérnias discais, assim como


fraturas vertebrais devidas a esforços muito grandes associados a posturas
incorretas.

Basicamente o corpo assume três posturas: as posições deitada, sentada e


em pé (IIDA, 2002). Cada posição exige contração de um conjunto de músculos:

• Posição deitada: não há concentração de tensão em nenhuma parte do


corpo, permitindo ao sangue fluir livremente através dele. Isso contribui para a
eliminação dos resíduos do metabolismo e das toxinas dos músculos, aliviando a
sensação de fadiga. No entanto, esta posição pode se tornar fatigante devido ao fato
de a cabeça ficar sem apoio;

• Posição sentada: é exigido esforço muscular do dorso e ventre para manter


essa posição. Praticamente todo o peso do corpo é suportado pela pele que cobre o
osso ísquio, nas nádegas. O consumo de energia é 3 a 10% maior em relação à
posição horizontal. Nessa posição, é recomendado um assento que permita
mudanças freqüentes de postura e uma mesa com altura adequada. De acordo com
Dul & Weerdmeester (2004), posturas sentadas por um longo tempo ocorrem em
escritórios, mas também nas fábricas (linhas de montagem);

• Posição de pé: a posição parada, em pé, é altamente fadigante, visto que


exige muito esforço da musculatura envolvida para manter essa posição. O coração
33

encontra maiores resistências para bombear sangue para os extremos do corpo.


Neste caso, as atividades dinâmicas geralmente provocam menos fadiga em relação
às atividades estáticas.

A postura mais adequada ao trabalhador é aquela que ele escolhe livremente


e que pode ser variada ao longo do tempo. A concepção dos postos de trabalho ou
da tarefa deve favorecer a variação de postura, principalmente a alternância entre a
postura sentada e em pé. O tempo de manutenção de uma postura deve ser o mais
breve possível, pois seus efeitos nocivos ou não, serão função do tempo durante o
qual ela será mantida. Segundo Mairiaux (1992) a apreciação do tempo de
manutenção de uma postura deve levar em conta, por um lado, o tempo unitário de
manutenção (sem possibilidades de modificações posturais) e, por outro, o tempo
total de manutenção registrado durante a jornada de trabalho.

Sendo a postura considerada como elemento primordial da atividade do


homem, ela não trata somente de se manter em pé ou sentado, mas também de
agir. A postura é então, por um lado, suporte para a tomada de informações e para a
ação motriz, no meio exterior e, por outro é simultaneamente, meio de localizar as
informações exteriores em relação ao corpo e modo de preparar os seguimentos
corporais e os músculos, com o objetivo de agir sobre o ambiente.

O transporte manual de cargas é responsável por um grande número de


lesões e acidentes do trabalho. Estas lesões, em sua grande maioria, afetam a
coluna vertebral, mas também podem causar outros males como, por exemplo, a
hérnia escrotal.

Toda atividade de trabalho está inserida numa dada área, num certo espaço.
O ambiente físico ou posto de trabalho pode favorecer ou dificultar a execução do
mesmo. Seus componentes podem ser fonte de insatisfação, desconforto,
sofrimento e doenças ou proporcionar a sensação de conforto (Mascia & Sznelwar,
1996).

2.4 MÉTODOS DE REGISTRO E ANÁLISE POSTURAL

Existem dois métodos que são mais conhecidos para a avaliação da análise
postural, são eles o método OWAS e o método RULA.
34

O método OWAS é um dos mais tradicionais, desenvolvido para avaliação


postural e foi criado pelo grupo siderúrgico Finlandês denominado OVAKO Oy
(WILSON, 2005). O método foi desenvolvido em conjunto com o Instituto Finlandês
de Saúde Ocupacional em meados dos anos 70, pelos pesquisadores Karu, Kanse e
Kuorinka, e denomeado OWAS – Ovako Working Posture Anaysis System.
(MARTINEZ, 2013).

De acordo com Taube (2002), o método OWAS surgiu da necessidade de se


identificar e avaliar as posturas inadequadas durante a execução de uma tarefa, que
em conjunto com outros fatores, determinaram o aparecimento de problemas
músculo-esqueletais, gerando incapacidade para o trabalho, absenteísmo e custos
adicionais ao processo produtivo.

O método OWAS foi um método desenvolvido para ser um método de estudo


simples, porém autêntico com seus dados, possibilitando uma facilidade em seu uso
e também no seu aprendizado, apresentando sempre o seu resultado em
porcentagens de tempo em que o trabalhador permanecia na postura adequada e na
inadequada, proporcionando um direcionamento para a melhoria do posto de
trabalho (PERES, 2002).

Apesar da importância que esse método possui dentro da ergonomia, neste


estudo será o utilizado o método RULA.

2.5 MÉTODO RULA (RAPID UPPER LIMB ASSESSMENT OU AVALIAÇÃO


RÁPIDA DOS MEMBROS SUPERIORES)
Para facilitar medidas diretas do esforço envolvido na postura e possíveis
correções, pesquisadores desenvolveram métodos práticos de registro e análise de
postura. Além de ser necessárias medidas ao gravar vídeos ou fotografar, é preciso
também conhecer as atividades, as cargas transportadas e o local de trabalho. As
medidas dos ângulos entre partes do corpo, ou seus ângulos em relação ao
ambiente, são frequentemente requisitadas nos métodos apresentados (WILSON;
CORLETT, 2005. p. 70).

O método ergonômico RULA foi desenvolvido por Lynn McAtamney e Nigel


Corlett da University of Nottinhgham’s Institute of Occupational Ergonomics (BAÚ,
2002) e publicado em 1993, na revista científica Applud Ergonomics.
35

Possui como finalidade a avaliação de situações que possam levar os


operários a riscos de disfunções relacionadas a posturas extremas, esforços
repetitivos e força muscular excessiva, dando ênfase aos membros superiores, como
braço, antebraço e mãos. (DIEGO-MÁS e CUESTA, 2007).

Segundo Lueder (1996) RULA é um método de análise desenvolvido para o


uso em investigações ergonômicas de locais de trabalho. Um instrumento ágil e
veloz que permite a obtenção de uma avaliação da sobrecarga biomecânica dos
membros superiores e do pescoço dentro de uma tarefa ocupacional.

O método não requer equipamentos especiais para sua investigação, fazendo


assim com que a análise das posturas do pescoço, tronco e membros superiores
seja mais rápida. Onde sempre se analisa em conjunto com a carga externa
recebida pelo corpo e com a função muscular exigida (MCATAMNEY e CORLETT,
1993).

De acordo com Carvalho-Silva (2011), por não ter a exigência de


equipamentos específicos o método RULA oferece a oportunidade de treinamento
aos investigadores sem que haja muitos conhecimentos específicos. Onde as
avaliações posturais podem ser realizadas no próprio local de realizações da
atividade, sem que haja a interrupção do trabalho.

O método utiliza diagramas de posturas e três tabelas de escores que


possibilitam a avaliação da exposição dos fatores de risco, sendo elas: número de
movimentos, trabalho muscular estático, força, postura de trabalho determinada por
equipamentos e o tempo trabalhado sem pausa (BORDIN, 2004). Seus principais
enfoques são:

• Proporcionar a possibilidade de rápida identificação quanto aos riscos das


doenças e lesões dos membros superiores associados ao trabalho de uma
amostra de trabalhadores;

• Identificar os esforços musculares que estão associados à postura de


trabalho, utilizando-se de força e trabalhos repetitivos e ou estáticos, os quais
contribuem para a fadiga muscular;
36

• Obter resultados que possam ser incorporados a uma abrangente avaliação


epidemiológica, física, mental, ambiental e dos fatores organizacionais.

A aplicação do método é feita através da observação da atividade do


trabalhador durante seus vários ciclos de trabalho e, a partir de então, são
selecionadas as posturas que são mais significantes.

A ferramenta utiliza-se de critérios de escore para classificar o grau de risco


das atividades, que variam de 1 a 9, onde as pontuações mais altas indicam que há
um alto nível de risco. Escores mais baixos não indicam que o ambiente de trabalho
esteja totalmente isento de cargas de trabalho, assim como um escore alto não
assegura que haja problemas de alta complexidade (LUEDER,1996).

3 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa utilizado foi à pesquisa bibliográfica e o estudo de campo.


A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências
teóricas publicado em artigos, livros, dissertações e teses. Pode ser realizada
independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em
ambos os casos, busca-se conhecer e analisar as contribuições culturais ou
científicas do passado sobre determinado assunto, tema ou problema (CERVO et al.,
2007).

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda a bibliografia


já tornada pública, em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas,
boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, etc., até meios de
comunicação orais como rádio, filme e televisão. Sua finalidade é colocar o
pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou falado sobre um
determinado assunto, inclusive conferências seguidas de debates que tenham sito
tranquilas por alguma forma (MARKONES & LAKATOS, 2012).

Para Manzo (1971), a bibliografia pertinente oferece meios para definir,


resolver, não somente problemas já conhecidos, como também explorar novas áreas
onde os problemas não se cristalizaram suficientemente. Dessa forma, a pesquisa
bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto,
37

mais propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a


conclusões inovadoras.

Embora, em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho


dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes
bibliográficas, porém a pesquisa foi mais a fundo e abordou-se também o estudo de
campo.

Estudo de campo procura muito mais o aprofundamento das questões


propostas do que a distribuição das características da população segundo
determinadas variáveis. Como consequência o estudo de campo apresenta uma
grande flexibilidade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam reformulados
ao longo da pesquisa (GIL, 2007).

Tipicamente, o estudo de campo focaliza uma comunidade, que não é


necessariamente geográfica, já que pode ser uma comunidade de trabalho, de
estudo, de lazer ou voltada para qualquer atividade humana (GIL, 2007).

Basicamente a pesquisa é desenvolvida por meio da observação direta das


atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar suas
explicações e interpretações do que ocorre no grupo. São geralmente conjugados
com muitos outros, tais como análise de documentos, filmagens e fotografias
(CERVO et al., 2007).

Consiste na observação de fatos e fenômenos, tal como ocorre


espontaneamente, na coleta de dados a ele referentes e no registro de variáveis que
se presumem relevantes. A pesquisa de campo propriamente dita, não deve ser
confundida com uma simples coleta de dados, é algo mais que isso, pois exige
contar com controles adequados e com objetivos pré-estabelecidos que discriminem
suficientemente o que deve ser coletado (TRUJILO, 1982).

As fases da pesquisa de campo requerem, em primeiro lugar, a realização de


uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão. Ela servirá como o primeiro
passo para saber em que estado se encontra atualmente o problema, que trabalhos
já foram realizados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto.
Como segundo, permitirá que se estabeleça um modelo teórico inicial de referência,
38

da mesma forma que auxiliará na determinação das variáveis e elaboração do plano


da pesquisa.

A aplicação do estudo de caso deste trabalho foi na empresa X, uma empresa


que atua há 11 anos em Belém no ramo da Construção Civil. A empresa possui um
contrato junto a Universidade Federal do Pará (UFPA) e atua na construção e
reforma de prédios dentro da instituição por pelo menos sete anos, no ato da
pesquisa a empresa estava construindo o prédio anexo à reitoria da Universidade e
para isso foi necessário alocar 50 (cinquenta) operários.

Após a escolha do tema e concessão do supervisor do setor ao estudo, foi


realizada uma pesquisa bibliográfica para levantar informações e fornecer a base de
sustentação a respeito do tema abordado.

Constituem o quadro de funcionários da empresa cerca de 300 (trezentos)


funcionários, sendo 5 (cinco) operadores de betoneiras e cada um deles é auxiliado
por 2 (dois) serventes. A função dos serventes são a de carregar a areia, que fica
armazenada distante, para o abrigo onde fica localizada a betoneira. Já o operador
de betoneira é responsável pela medição do cimento, concreto e a adição de água
necessária para cada tipo de traço desejável pela empresa.

O último acidente aconteceu em fevereiro deste ano, onde um dos operários


sofreu uma queda no que acarretou ao afastamento do mesmo pelo fato do operário
ter quebrado o braço, segundo informações esse foi o acidente mais grave durante
todo o período trabalhado.

Serão analisados apenas os operadores da empresa onde foi realizado o


estudo, além de serem levados em consideração apenas os operários dessa
empresa será considerado também apenas os operadores de betoneira e os seus
auxiliares, lembrando que o foco do trabalho está no operador. Existem algumas
ferramentas de análise ergonômica, porém utilizou-se para análise das atividades o
método RULA.
39

4 ESTUDO DE CASO

Para o estudo de caso levou-se em consideração todo o percurso do


operador de betoneira e dos seus auxiliares, desde a colocação da primeira matéria-
prima para o traço até a colocação do mesmo na caixa de despejo. As matérias-
primas necessárias para se fazer o traço são: areia, água, cimento e seixo
(dependendo do tipo de traço solicitado, se para reboco, contra piso ou
concretagem).

4.1 DESCRIÇÃO DA TAREFA

Após a betoneira ser ligada, os auxiliares despejam a areia que estava na


padiola na betoneira, em seguida o operador curva-se para cortar duas sacas de
cimento ao meio.

Figura 01: Corte do operador na saca de cimento

Fonte: Autoras, 2013

Logo após o corte das sacas de cimento, o mesmo é obrigado a abaixar-se


três vezes simultaneamente para adicionar o cimento na betoneira.
40

Figura 02: Adicionamento do cimento na betoneira

Fonte: Autoras, 2013

Após os cimentos serem inseridos na betoneira o operador se inclina para


juntar todas as sacas vazias e coloca-las em um local específico para coleta de
entulhos.

Figura 03: Separação das sacas utilizadas para a coleta de entulhos

Fonte: Autoras, 2013


41

A adição da água na betoneira ocorre gradativamente conforme vai ocorrendo


a homogeneidade da mistura. Movimento este, efetuado pelo próprio operador, logo
após a adição do cimento.

Figura 04: Adição de água na betoneira

Fonte: Autoras, 2013

Somente depois de todos os componentes necessários forem inseridos na


betoneira para que se faça o traço, o operador faz o ajuste da máquina na alavanca
e no pedal que se encontram na lateral direita do equipamento.
Figura 05: Ajuste da betoneira pelo operador

Fonte: Autoras, 2013


42

Por fim, após ocorrer à homogeneidade do traço, o operador despeja o


mesmo na caixa de despejo através de movimentos giratórios feitos com a betoneira
em rotação de 180º.

Figura 06: Despejo da argamassa

Fonte: Autoras, 2013

Após derramar a mistura na caixa de despejo, a retirada do traço é realizada


pelos serventes que auxiliam o operador de betoneira, portanto, não se delimita ao
objetivo do estudo.
Avaliou-se a postura do operário de acordo com cada posição representada
nas figuras acima através da aplicação do método RULA, onde ainda será definida a
pontuação para cada parte dos membros superiores (braços, antebraços, pulsos e
punhos) e os outros membros importantes (pernas, tronco e pescoço).

4.2 ANÁLISE DOS DADOS DO ESTUDO DE CASO


Após a descrição feita de toda a atividade do operador de betoneira em seu
posto de trabalho, foi efetuada a análise subjetiva e a aplicação da ferramenta RULA
para as 6 (seis) posturas indicadas anteriormente.
A análise subjetiva efetuou-se através de conversa informal com dois
operários de betoneira presentes no canteiro de obra da Universidade Federal do
Pará no mesmo dia que foi feita a coleta de dados.
Os trabalhadores possuem uma jornada de 8 (oito) horas de trabalho diária,
onde há um intervalo de 01:30h de descanso para almoço com uma jornada de 05
43

dias na semana. O operador 01 chega ao canteiro ás 07:00h e sai para o intervalo


as 12:00h, retornando ao seu posto as 13:30h e continuando o trabalho até as
16:30h. Já o operário 02 trabalha das 08:30h as 12:30h e retorna a sua atividade
das 14:00h e só pára as 18:00h.
Nenhum dos dois operários entrevistados já sofreu algum acidente de
trabalho com a betoneira, apenas queixas relatadas como a frequência assídua de
dores na região da coluna, ombros e mãos, problemas pulmonares ocasionados da
inalação de poeira do cimento e areia, perda auditiva devido ao barulho
entorpecedor do motor da máquina, aparência de dermatite devido ao contato
manual com o cimento e o risco de descargas elétricas devido a más instalações
elétricas dos equipamentos.
Paralelamente às observações e análise subjetiva, foi feita a aplicação do
método RULA para as posições observadas através das figuras 01 a 06. O método
RULA foi aplicado como descrito abaixo, tomando como margem do número 1 ao 7
para a pontuação do grau de dificuldade da posição. Assim, o método foi aplicado de
maneira como descrito abaixo:

Tabela 01 – Pontuação para os Braços

Pontuação 1 2 2 3 4
Posição

+1 se o ombro estiver levantado


Acrescentar: +1 se o ombro estiver em abdução
-1 se o ombro estiver apoiado

Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)


44

Tabela 02 – Pontuação para o Antebraço


Pontuação 1 2 Acrescentar
+1 se o braço
cruzar a linha
média do
Posição corpo ou
situar-se fora
da linha a
mais de 45°
Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela 03 – Pontuação do Pulso


Pontuação 1 2 3 Acrescentar
+1 se
houver
Posição
desvio da
linha neutra
Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela 04 – Pontuação para o Giro do Punho


Pontuação 1 2
Principalmente na
No início ou final
Característica do metade da
da amplitude de
Giro de Punho amplitude de giro
giro do punho
do punho
Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela 05 – Pontuação do Pescoço


Pontuação 1 2 3 4

Posição

+1 se houver giro do pescoço


Acrescentar:
+1 se houver inclinação lateral do pescoço
Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)
45

Tabela 06 – Pontuação do Tronco


Pontuação 1 2 3 4

Posição

+1 se houver torção do tronco


Acrescentar:
+1 se houver inclinação lateral do tronco
Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela 07 – Pontuação das Pernas


Pontuação 1 2
Se as pernas e os pés Se as pernas e os pés não
Extremidades Inferiores estão bem apoiados e estão corretamente
equilibrados apoiados e equilibrados
Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela 08 – Pontuação para o Esforço Muscular


Se a postura é principalmente estática (mantida por mais de 10
minutos)
Acrescentar +1
Ou
Se existe atividade repetitiva (4 vezes por minuto ou mais)
Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela 09 – Pontuação para a Carga


Maior que
Menor que 2 a 10Kg
2 a 10Kg 10Kg ou
Carga 2Kg (estático ou
(intermitente) repetida ou de
(intermitente) repetido)
impacto
Acrescentar +0 +1 +2 +3
Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)
46

Tabela 10 – Interprentação dos resultados


Nível Pontos Resultados
Nível 1 1 ou 2 Postura aceitável, se não for mantida ou repetida por longos
períodos de tempo.
Nível 2 3 ou 4 Postura a investigar e poderão ser necessárias alterações
Nível 3 5 ou 6 Postura a investigar e alterar rapidamente
Nível 4 7 ou mais Postura a investigar e alterar urgentemente
Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Figura 07 – Passos do Método RULA

Fonte: Adaptado de McAttamney e Corlett (1993)


47

Figura 8 – Análise da Postura 01


Braço:
03
Antebraço: + Tabela A: + Músculo: + Carga: = Pontuação C:
02 04 0 03 07
Punho:
02
Giro Punho: Pontuação
01 FINAL:
07

Pescoço:
03
Tabela B: Músculo: Carga: Pontuação D:
Tronco: + 0 + 0 =
05 05
04
Pernas:
01 Fonte: Autoras, 2013

Na postura 01, a análise dos membros superiores foi realizada alcançando a


pontuação 04 (anexo A), sendo adicionados 03 pontos devido o carregamento da
saca de cimento (que pesa cerca de 25 kg cada). Para os membros inferiores a
análise resultou na pontuação 05.

Fazendo a junção das pontuações dos membros inferiores e superiores


chegou a pontuação final de 07, que segundo a técnica do Método RULA, presente
na tabela 10, a postura 01 precisa ser investigada e alterada urgentemente.

Figura 9 – Análise da Postura 02


Braço:
03
Antebraço: + Tabela A: + Músculo: + Carga: = Pontuação C:
01 04 0 03 07
Punho:
02
Giro Punho: Pontuação
01 FINAL:
07

Pescoço:
02
Tabela B: + Músculo: + Carga: = Pontuação D:
Tronco: 05 0 0 05
04

Pernas: Fonte: Autoras, 2013


01
48

Para a postura 02, a análise dos membros superiores obteve pontuação 04


(anexo B), sendo adicionados 03 pontos devido o carregamento da saca de cimento.
Para os inferiores a análise resultou na pontuação 05.

Fazendo a junção das pontuações dos membros inferiores e superiores


chegou a pontuação final de 07, que segundo a técnica do Método RULA, presente
na tabela 10, a postura 02 necessita ser investigada e alterada urgentemente.

Figura 10 – Análise da postura 03

Braço:
04
Antebraço: + Tabela A: + Músculo: + Carga: = Pontuação C:
02 05 0 0 05
Punho:
03
Giro Punho: Pontuação
02 FINAL:
06

Pescoço:
02
Tabela B: + Músculo: + Carga: = Pontuação D:
Tronco: 05 0 0 05
04

Pernas:
01
Fonte: Autoras, 2013

A análise dos membros da postura 03 obteve como resultado a pontuação 05


(anexo C), tanto para os mebros inferiores quanto para os superiores. Onde não foi
adicionado nenhuma pontuação para a carga nem para o músculo.

A junção das pontuações dos membros inferiores e superiores chegou a


pontuação final de 06, que segundo a técnica do Método RULA, presente na tabela
10, a postura 03 necessita ser investigada e alterada rapidamente.
49

Figura 11 – Análise da Postura 04


Braço:
02
Antebraço: + Tabela A: + Músculo: + Carga: = Pontuação C:
03 04 0 03 07
Punho:
02
Giro Punho: Pontuação
01 FINAL:
05
Pescoço:
01
Tronco: Tabela B: Músculo: Carga: Pontuação D:
02 02 + 0 + 0 = 02
Pernas:
01 Fonte: Autoras, 2013

Na postura 04, os membros superiores alcançaram a pontuação 04 (anexo


D), onde foi adicionado 03 pontos devido ao peso suportado pelo operador da
betoneira com a argamassa ainda em processo (cerca de 90 kg). Para os membros
inferiores a análise obteve a pontuação 02.

A pontuação final, resultada da junção das pontuações dos membros


superiores e inferiores obteve a pontuação 05, que segundo a técnica do Método
RULA, a postura 04 necessita ser investigada e alterada rapidamente.

Figura 12 – Análise da Postura 05


Braço:
02
Antebraço: + Tabela A: + Músculo: + Carga: = Pontuação C:
01 03 0 0 03
Punho:
03
Giro Punho: Pontuação
01 FINAL:
03

Pescoço:
01
Tabela B: + Músculo: + Carga: = Pontuação D:
Tronco: 03 0 0 03
02 s
Pernas:
02
Fonte: Autoras, 2013
50

A postura 05 obteve o resultado igual para os membros superiores e


inferiores, onde ambos alcançaram a pontuação 03 (anexo E). A pontuação final,
resultada da junção das pontuações dos membros superiores e inferiores obteve a
pontuação 03, que segundo a técnica do Método RULA, a postura 05 necessita ser
investigada e analisar se serão viáveis as novas adequações.

Figura 13 – Análise da Postura 06


Braço:
02
Antebraço: + Tabela A: + Músculo: + Carga: = Pontuação C:
01 03 0 0 03
Punho:
03
Giro Punho: Pontuação
01 FINAL:
03

Pescoço:
02
Tabela B: + Músculo: + Carga: = Pontuação D:
Tronco: 03 0 0 03
02

Pernas:
02
Fonte: Autoras, 2013

A postura 06 obteve o resultado igual para os membros superiores e


inferiores, onde ambos alcançaram a pontuação 03 (anexo F). A pontuação final,
resultada da junção das pontuações dos membros superiores e inferiores obteve a
pontuação 03, que segundo a técnica do Método RULA, a postura 06 necessita ser
investigada e analisar se serão viáveis as novas adequações.

4.3 SUGESTÕES DE MELHORIAS

Os resultados obtidos por meio do método RULA, visualizados abaixo no


gráfico 01, mostraram que nenhuma postura assumida pelo operador na atividade
analisada obteve pontuação 1 ou 2, ou seja, não houve nenhuma postura que fosse
plenamente aceitável caso fosse mantida por longos períodos. Desta forma, todas as
posturas relataram resultados que merecem investigação. As intervenções que
serão propostas visam, assim, minimizar as inadequações correspondentes às más
posturas e ao posto de trabalho.
51

Gráfico 01- Resultados das pontuações finais

7
6
5
4
3
2
1
0
Post. 01 Post. 02 Post. 03 Post. 04 Post. 05 Post. 06

Fonte: Autoras, 2013

As posturas 01 e 02 são as que obtiverem a pontuação máxima, exigindo


grande esforço muscular e a necessidade de mudança imediata. Na postura 01 o
operador curva o tronco duas vezes seguidas para cortar duas sacas de cimento,
para minimizar os riscos de fadiga e risco de distúrbios músculo-esqueléticos,
sugere-se uma bancada de corte que possua mecanismo de regulagem de altura, de
forma que não haja curvamento do tronco. Para a postura 02, onde o operador tem
que ser abaixar três vezes simultaneamente para a adição do cimento na betoneira,
é proposto ser utilizada a mesma mesa de corte da postura 01 de forma que fique a
altura e próximo da betoneira para que sejam diminuídos as dores lombares e o
peso que o operador é obrigado a transportar.

As posturas 03 e 04 obtiverem pontuação 06 e 05 respectivamente, exigindo


um estudo e alteração rapidamente. Para a postura 03, onde não é exigido um
grande esforço muscular, sugere-se um coletor de lixo que seja fundo e esteja a
altura do tronco do operador para que não ocorra mais a exigência do mesmo ter
que se agaixar várias vezes durante o dia de trabalho. Para a postura 04, onde o
operador vai adicionando água a betoneira gradativamente, sugere-se que haja um
sistema automatizado com magueira para que se possa adicionar a água junto a
betoneira sem que haja esforço do operador em carregar várias vezes um balde e
ainda se terá uma economia de água se isso for implantado, pois com o
carregamento da água no balde o desperdício deste bem é muito maior.

Apesar de as posturas 05 e 06 terem apresentado resultados 3, deve-se


investiga-las para detecção de possíveis mudanças. A postura 05 correponde ao
ajuste da betoneira executado pelo operador para que seja despejado a argamassa,
52

a postura 06 é onde o operador despeja a argamassa na caixa de despejo. Segundo


o relato dado pelo próprio operador, o que mais o incomoda são os choques, os
tremores e os ruídos dados por algumas máquinas. Segere-se que seja feita uma
manutenção periódica no maquinário e ainda o uso contínuo dos equipamentos de
segurança individual. Apesar do pedal presente na betoneira incomodar um pouco o
mesmo não pode ser trocado já que isso é comum para todos os modelos e marcas
da máquina.

5 CONCLUSÕES

O objetivo do estudo foi alcançado, pois, através da aplicação do método


de registro e análise postural RULA pôde-se identificar as posturas mais críticas do
operador de betoneira na indústria da construção civil. Conclui-se que nenhuma das
posturas analisadas é plenamente aceitável e assim merecem investigações
individuais, pois cada uma possui sua peculiaridade. Baseado no resultado da
análise, na pesquisa em campo e no relato do operário, foram propostas soluções
para que possam ser minimizadas as inadequações do posto de trabalho.

Com esse estudo de caso, conclui-se que é de extrema importância a


utilização do método de análise postural em diversas atividades humanas, sobretudo
na indústria da construção civil onde o operário é submetido a uma árdua carga
horária de trabalho e a condições climáticas e psicológicas que, muita das vezes,
não são esperadas.

A experiência vivida pelas autoras durante a elaboração dessa monografia


e o contato direto com o dia-a-dia do setor foi de suma importância para o
aprendizado e para a formação como Engenheiras de Produção. Como proposta de
futuros trabalhos, sugere-se a aplicação do método RULA nas outras atividades que
englobam o setor da indústria da construção civil.

Diante da necessidade de oferecer uma solução ergonômica completa, o


papel do engenheiro de produção é planejar o posto de trabalho de modo a evitar
condições ergonômicas desfavoráveis (COUTO, 1995). Esta citação destaca o papel
do engenheiro de produção relativo à ergonomia. Através desse planejamento será
possível proporcionar maior bem estar do trabalhador e alcançar melhores índices
de produtividade.
53

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57

ANEXOS

ANEXO A – Tabelas de cálculo da Postura 01

Tabela 2.13 – Tabela de Pontuação A – Método RULA


Punho
1 2 3 4
Braço Antebraço
Giro Giro Giro Giro
1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 2 2 2 2 3 3 3
1 2 2 2 2 2 3 3 3 3
3 2 3 3 3 3 3 4 4
1 2 3 3 3 3 4 4 4
2 2 3 3 3 3 3 4 4 4
3 3 4 4 4 4 4 5 5
1 3 3 4 4 4 4 5 5
3 2 3 4 4 4 4 4 5 5
3 4 4 4 4 4 5 5 5
1 4 4 4 4 4 5 5 5
4 2 4 4 4 4 4 5 5 5
3 4 4 4 5 5 5 6 6
1 5 5 5 5 5 6 6 7
5 2 5 6 6 6 6 7 7 7
3 6 6 6 7 7 7 7 8
1 7 7 7 7 7 8 8 9
6 2 8 8 8 8 8 9 9 9
3 9 9 9 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela de Pontuação B – Método RULA


Tronco
1 2 3 4 5 6
Pescoço
Pernas
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 3 2 3 3 4 5 5 6 6 7 7
2 2 3 2 3 4 5 5 5 6 7 7 7
3 3 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 7
4 5 5 5 6 6 7 7 7 7 7 8 8
5 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8
6 8 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

A tabela A obteve pontuação 4,porém foi feita a adição do esforço em que é


submetido o operador devido a carga, que foi de 3 pontos. Portanto, a pontuação
final da tabela C (que é a soma da pontuação da tabela A com a carga e o músculo)
é a pontuação 07. Já a tabela B não teve nenhuma adição de carga e músculo, logo
58

, a pontuação da tabela D permanecerá igual a pontuação da tabela B que é a


pontuação 05.

Tabela 2.17 – Tabela de Pontuação Final (C) – Método RULA


Pontuação D
1 2 3 4 5 6 +7
1 1 2 3 3 4 5 5
2 2 2 3 4 4 5 5
Pontuação C

3 3 3 3 4 4 5 6
4 3 3 3 4 5 6 6
5 4 4 4 5 6 7 7
6 4 4 5 6 6 7 7
7 5 5 6 6 7 7 7
8 5 5 6 7 7 7 7
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett(1993)

Fazendo a junção da tabela C e D para encontrar a pontuação final, obteve-se


a pontuação 07.
59

ANEXO B – Tabelas de cálculo da Postura 02

Tabela 2.13 – Tabela de Pontuação A – Método RULA


Punho
1 2 3 4
Braço Antebraço
Giro Giro Giro Giro
1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 2 2 2 2 3 3 3
1 2 2 2 2 2 3 3 3 3
3 2 3 3 3 3 3 4 4
1 2 3 3 3 3 4 4 4
2 2 3 3 3 3 3 4 4 4
3 3 4 4 4 4 4 5 5
1 3 3 4 4 4 4 5 5
3 2 3 4 4 4 4 4 5 5
3 4 4 4 4 4 5 5 5
1 4 4 4 4 4 5 5 5
4 2 4 4 4 4 4 5 5 5
3 4 4 4 5 5 5 6 6
1 5 5 5 5 5 6 6 7
5 2 5 6 6 6 6 7 7 7
3 6 6 6 7 7 7 7 8
1 7 7 7 7 7 8 8 9
6 2 8 8 8 8 8 9 9 9
3 9 9 9 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela de Pontuação B – Método RULA


Tronco
1 2 3 4 5 6
Pescoço
Pernas
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 3 2 3 3 4 5 5 6 6 7 7
2 2 3 2 3 4 5 5 5 6 7 7 7
3 3 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 7
4 5 5 5 6 6 7 7 7 7 7 8 8
5 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8
6 8 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

A tabela A obteve pontuação 4,porém foi feita a adição do esforço em que é


submetido o operador devido a carga, que foi de 3 pontos. Portanto, a pontuação
final da tabela C (que é a soma da pontuação da tabela A com a carga e o músculo)
é a pontuação 07. Já a tabela B não teve nenhuma adição de carga e músculo, logo
, a pontuação da tabela D permanecerá igual a pontuação da tabela B que é a
pontuação 05.
60

Tabela 2.17 – Tabela de Pontuação Final (C) – Método RULA


Pontuação D
1 2 3 4 5 6 +7
1 1 2 3 3 4 5 5
2 2 2 3 4 4 5 5
Pontuação C

3 3 3 3 4 4 5 6
4 3 3 3 4 5 6 6
5 4 4 4 5 6 7 7
6 4 4 5 6 6 7 7
7 5 5 6 6 7 7 7
8 5 5 6 7 7 7 7
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett(1993)

A tabela final define a pontuação final para a postura, que no caso da postura
02, foi a pontuação 07.
61

ANEXO C – Tabelas de cálculo da Postura 03

Tabela 2.13 – Tabela de Pontuação A – Método RULA


Punho
1 2 3 4
Braço Antebraço
Giro Giro Giro Giro
1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 2 2 2 2 3 3 3
1 2 2 2 2 2 3 3 3 3
3 2 3 3 3 3 3 4 4
1 2 3 3 3 3 4 4 4
2 2 3 3 3 3 3 4 4 4
3 3 4 4 4 4 4 5 5
1 3 3 4 4 4 4 5 5
3 2 3 4 4 4 4 4 5 5
3 4 4 4 4 4 5 5 5
1 4 4 4 4 4 5 5 5
4 2 4 4 4 4 4 5 5 5
3 4 4 4 5 5 5 6 6
1 5 5 5 5 5 6 6 7
5 2 5 6 6 6 6 7 7 7
3 6 6 6 7 7 7 7 8
1 7 7 7 7 7 8 8 9
6 2 8 8 8 8 8 9 9 9
3 9 9 9 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela de Pontuação B – Método RULA


Tronco
1 2 3 4 5 6
Pescoço
Pernas
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 3 2 3 3 4 5 5 6 6 7 7
2 2 3 2 3 4 5 5 5 6 7 7 7
3 3 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 7
4 5 5 5 6 6 7 7 7 7 7 8 8
5 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8
6 8 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

A tabela A e B obtiveram pontuação 5,onde nenhuma teve acréscimo de


carga ou músculo, logo a tabela C e D também tiveram a pontuação 5 . Já a
pontuação final, como descrita abaixo, foi a pontuação 06.
62

Tabela 2.17 – Tabela de Pontuação Final (C) – Método RULA


Pontuação D
1 2 3 4 5 6 +7
1 1 2 3 3 4 5 5
2 2 2 3 4 4 5 5
Pontuação C

3 3 3 3 4 4 5 6
4 3 3 3 4 5 6 6
5 4 4 4 5 6 7 7
6 4 4 5 6 6 7 7
7 5 5 6 6 7 7 7
8 5 5 6 7 7 7 7
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett(1993)
63

ANEXO D – Tabelas de cálculo da Postura 04

Tabela 2.13 – Tabela de Pontuação A – Método RULA


Punho
1 2 3 4
Braço Antebraço
Giro Giro Giro Giro
1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 2 2 2 2 3 3 3
1 2 2 2 2 2 3 3 3 3
3 2 3 3 3 3 3 4 4
1 2 3 3 3 3 4 4 4
2 2 3 3 3 3 3 4 4 4
3 3 4 4 4 4 4 5 5
1 3 3 4 4 4 4 5 5
3 2 3 4 4 4 4 4 5 5
3 4 4 4 4 4 5 5 5
1 4 4 4 4 4 5 5 5
4 2 4 4 4 4 4 5 5 5
3 4 4 4 5 5 5 6 6
1 5 5 5 5 5 6 6 7
5 2 5 6 6 6 6 7 7 7
3 6 6 6 7 7 7 7 8
1 7 7 7 7 7 8 8 9
6 2 8 8 8 8 8 9 9 9
3 9 9 9 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela de Pontuação B – Método RULA


Tronco
1 2 3 4 5 6
Pescoço
Pernas
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 3 2 3 3 4 5 5 6 6 7 7
2 2 3 2 3 4 5 5 5 6 7 7 7
3 3 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 7
4 5 5 5 6 6 7 7 7 7 7 8 8
5 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8
6 8 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

A tabela A obteve pontuação 4,porém foi feita a adição do esforço em que é


submetido o operador devido a carga, que foi de 3 pontos. Portanto, a pontuação
final da tabela C (que é a soma da pontuação da tabela A com a carga e o músculo)
é a pontuação 07. Já a tabela B não teve nenhuma adição de carga e músculo, logo,
64

a pontuação da tabela D permanecerá igual a pontuação da tabela B que é a


pontuação 02.
tabela 2.17 – Tabela de Pontuação Final (C) – Método RULA
Pontuação D
1 2 3 4 5 6 +7
1 1 2 3 3 4 5 5
2 2 2 3 4 4 5 5
Pontuação C

3 3 3 3 4 4 5 6
4 3 3 3 4 5 6 6
5 4 4 4 5 6 7 7
6 4 4 5 6 6 7 7
7 5 5 6 6 7 7 7
8 5 5 6 7 7 7 7
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett(1993)

A tabela final define a pontuação final para a postura, fazendo a interligação


do resultado da Tabela A com a Tabela B, que no caso da postura 04, foi a
pontuação 05.
65

ANEXO E – Tabelas de cálculo da Postura 05

Tabela 2.13 – Tabela de Pontuação A – Método RULA


Punho
1 2 3 4
Braço Antebraço
Giro Giro Giro Giro
1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 2 2 2 2 3 3 3
1 2 2 2 2 2 3 3 3 3
3 2 3 3 3 3 3 4 4
1 2 3 3 3 3 4 4 4
2 2 3 3 3 3 3 4 4 4
3 3 4 4 4 4 4 5 5
1 3 3 4 4 4 4 5 5
3 2 3 4 4 4 4 4 5 5
3 4 4 4 4 4 5 5 5
1 4 4 4 4 4 5 5 5
4 2 4 4 4 4 4 5 5 5
3 4 4 4 5 5 5 6 6
1 5 5 5 5 5 6 6 7
5 2 5 6 6 6 6 7 7 7
3 6 6 6 7 7 7 7 8
1 7 7 7 7 7 8 8 9
6 2 8 8 8 8 8 9 9 9
3 9 9 9 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela de Pontuação B – Método RULA


Tronco
1 2 3 4 5 6
Pescoço
Pernas
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 3 2 3 3 4 5 5 6 6 7 7
2 2 3 2 3 4 5 5 5 6 7 7 7
3 3 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 7
4 5 5 5 6 6 7 7 7 7 7 8 8
5 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8
6 8 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

A tabela A e B obtiveram pontuação 03,onde nenhuma teve acréscimo de


carga ou músculo, logo a tabela C e D também tiveram a pontuação 03 . Já a
pontuação final, como descrita abaixo, para a postura 05 foi a pontuação 03.
66

Tabela 2.17 – Tabela de Pontuação Final (C) – Método RULA


Pontuação D
1 2 3 4 5 6 +7
1 1 2 3 3 4 5 5
2 2 2 3 4 4 5 5
Pontuação C

3 3 3 3 4 4 5 6
4 3 3 3 4 5 6 6
5 4 4 4 5 6 7 7
6 4 4 5 6 6 7 7
7 5 5 6 6 7 7 7
8 5 5 6 7 7 7 7
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett(1993)
67

ANEXO F – Tabelas de cálculo da Postura 06

Tabela 2.13 – Tabela de Pontuação A – Método RULA


Punho
1 2 3 4
Braço Antebraço
Giro Giro Giro Giro
1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 2 2 2 2 3 3 3
1 2 2 2 2 2 3 3 3 3
3 2 3 3 3 3 3 4 4
1 2 3 3 3 3 4 4 4
2 2 3 3 3 3 3 4 4 4
3 3 4 4 4 4 4 5 5
1 3 3 4 4 4 4 5 5
3 2 3 4 4 4 4 4 5 5
3 4 4 4 4 4 5 5 5
1 4 4 4 4 4 5 5 5
4 2 4 4 4 4 4 5 5 5
3 4 4 4 5 5 5 6 6
1 5 5 5 5 5 6 6 7
5 2 5 6 6 6 6 7 7 7
3 6 6 6 7 7 7 7 8
1 7 7 7 7 7 8 8 9
6 2 8 8 8 8 8 9 9 9
3 9 9 9 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

Tabela de Pontuação B – Método RULA


Tronco
1 2 3 4 5 6
Pescoço
Pernas
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
1 1 3 2 3 3 4 5 5 6 6 7 7
2 2 3 2 3 4 5 5 5 6 7 7 7
3 3 3 3 4 4 5 5 6 6 7 7 7
4 5 5 5 6 6 7 7 7 7 7 8 8
5 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8
6 8 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett (1993)

A tabela A e B obtiveram pontuação 03,onde nenhuma teve acréscimo de


carga ou músculo, logo a tabela C e D também tiveram a pontuação 03 . Já a
pontuação final, como descrita abaixo, para a postura 06 foi a pontuação 03.
68

Tabela 2.17 – Tabela de Pontuação Final (C) – Método RULA


Pontuação D
1 2 3 4 5 6 +7
1 1 2 3 3 4 5 5
2 2 2 3 4 4 5 5
Pontuação C

3 3 3 3 4 4 5 6
4 3 3 3 4 5 6 6
5 4 4 4 5 6 7 7
6 4 4 5 6 6 7 7
7 5 5 6 6 7 7 7
8 5 5 6 7 7 7 7
Fonte: adaptado de McAttamney e Corlett(1993)

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