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JOÃO PESSOA – PB
Junho de 2017
EDUARDO SOUSA DOS SANTOS
JOÃO PESSOA – PB
Junho de 2017
AGRADECIMENTOS
Dedico este trabalho, agradecendo por todo o esforço tido comigo e com meu
irmão, à minha mãe, Regina Célia Sousa dos Santos, Mulher guerreira, mãe solteira,
que se doou ao máximo para criar e ser uma referência de ética, amizade,
cumplicidade e principalmente, de amor para os seus filhos. Por sempre ter me
incentivado nos estudos. Por sempre ter acreditado no meu potencial. Por sempre ter
me amado incondicionalmente. Obrigado por tudo, mãe. Lhe amo para todo o sempre!
À minha avó materna, Maria Alice Cunha de Sousa, Mulher batalhadora, que
apesar das dificuldades vividas, nunca deixou que o seu sorriso desaparecesse. Pois
sem ela, eu não seria a pessoa que sou hoje, um homem integro, honesto, de bom
coração e que sempre busca o melhor nas pessoas. Obrigado por ter me criado tão
bem, vó. Lhe amo hoje, amanhã e sempre.
Agradeço imensamente ao meu pai, Lucival Leite dos Santos (in memorian),
homem que apesar dos momentos difíceis que viveu ao lado de sua família, nunca
deixou que seus filhos desacreditassem num futuro melhor, sempre buscando
aconselhar, nos guiando para o caminho do bem e nos incentivando a sermos pessoas
honestas, integras, amorosas, amigas, companheiras etc. Obrigado por tudo, meu pai.
Infelizmente não posso lhe abraçar, mas sei que o senhor sempre estará junto de mim.
Lhe amo eternamente.
À minha tia, que é “apenas” minha madrinha, mas que considero uma mãe,
Mércia Urquisa Herculano, Mulher guerreira, batalhadora, sinônimo de amizade, de
cumplicidade e principalmente, de amor. Por sempre está me incentivando a estudar,
a ser melhor a cada dia que passa. Obrigado por cada conselho, por cada abraço, por
cada gesto de carinho. Lhe amo muito, tia.
À minha família materna (Cunha de Sousa), por ter me dado uma boa base de
educação, de respeito e de amor para com o próximo. Por cada momento vivido ao
lado de vocês. Amo todos.
À minha família paterna (Leite dos Santos), na pessoa de minha avó, Maria
Terezinha por sempre ter me incentivado na busca pela minha felicidade, por sempre
se preocupar com meu bem-estar e com o bem-estar do meu irmão e por também ter
me proporcionado uma boa base de educação, respeito e amor para com o próximo.
Amo vocês.
Agradeço à minha amiga, Rany Felix, por todo carinho dado, pelas
recomendações, por ter me aguentado pedindo ajuda nos ajustes desse estudo. Ter
lhe conhecido, foi uma dádiva do senhor meu Deus. Obrigado por tudo, viu. Te gosto
muito!
Bob Marley.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
The present work has the objective of research on the problem of child labor and coping
strategies. The main objective of this study is to address, even briefly, the confrontation of child
labor in the Brazilian context up to the present day, focusing on the performance of the State
Forum on Prevention and Eradication of Child Labor and Protection of Adolescent Workers in
Paraíba (FEPETI / PB). It is important to note that the historical context of the evolution of the
problem demonstrates that the peculiar condition of the child and youth population does not
guarantee effective implementation of legal norms, since reality appears as a universe of
exploitation and disrespect for Childhood and youth. Therefore, it is a predominantly
bibliographical research with a qualitative approach, tracing a historical panorama of the
evolution of the problematic in question, followed by discussion about the legislation regarding
the protection of children and adolescents and making brief comments on the public politics of
confrontation to the work Present, evidencing the important contribution of FEPETI / PB at the
state level. Finally, a brief reflection is made on the worrying reality of the exploitation of child
labor that still exists, highlighting the importance of articulated work in confronting the problem
and in the realization of rights protected by the legal regulations for the protection of children
and adolescents.
INTRODUÇÃO -------------------------------------------------------------------------------------------------- 15
INTRODUÇÃO
1
Conforme Decreto de nº 17.943 de 1927.
16
2
E na época também Coordenadora do FEPETI/PB.
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Por fim, cabe ressaltar a relevância do presente estudo em dois sentidos: Sob
o ponto de vista acadêmico espera-se responder os questionamentos norteadores do
presente estudo, e desse modo, contribuir com alguns elementos histórico-conceituai
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CAPÍTULO I
Diante do que foi exposto, nota-se que delimitar o trabalho infantil é algo que
está intimamente ligado à questão da idade, sendo esta, um fator de oscilação que
atravessou vários momentos da humanidade, tendo como fatores o contexto histórico,
a condição de trabalho de cada época, etc., estes evidenciados no decorrer do
capítulo.
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É importante lembrar, que o trabalho infantil apresenta uma série de fatores que
podem distingui-lo, levando em consideração os padrões de evolução e
desenvolvimento das sociedades, a geografia e a cultura existem em cada período da
história.
que aqueles que trabalhavam por expressa autorização da lei, tivessem seus direitos
resguardados, de modo a assegurar-lhe o direito ao convívio familiar, ao estudo, à
vida social e à saúde.
Segundo Vicente de Paula Faleiros (2009), “[...] a lei, aliás, não proíbe o
trabalho de menores, mas limita a idade e as horas de trabalho. Ou seja, a estratégia
de manutenção das crianças no trabalho é a prática que contraria o discurso da
proteção [...]”.
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trabalhadores. No que se refere ao trabalho infantil, a CLT, dentre seus artigos, veda
o trabalho aos menores de 14 de idade, cria a categoria de menor trabalhador para os
jovens de 14 a 18 anos de idade e estabelece que aqueles jovens que trabalhassem
deveriam ganhar um quantitativo de metade do salário de um trabalhador comum.
O SAM, que tinha por objetivo orientar e fiscalizar as instituições que abrigavam
os jovens infratores, determinando se estes seriam internados e reajustados à
sociedade, foi substituído pelo Instituto Nacional de Assistência ao Menor (INAM) que
em sua gênese, tinha por finalidade buscar uma nova forma de ampliar a organização
social para a proteção da infância, mas que fracassou e passou por uma reformulação
em suas normas administrativas e atuações, dando lugar a Política Nacional do Bem
Estar do Menor (PNBEM), instituída em 1964, tendo por finalidade a extinção das
práticas repressivas trazidas desde o Código de Menores.
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Esta, voltava-se para a população infanto-juvenil que não era acolhida pelas
condições de bem-estar e que por consequência disso, poderiam inserir-se em um
processo de marginalização. A FUNABEM possibilitou a criação de vários
instrumentos, tais como: programas nas comunidades, aparato jurídico e instituições
de internação, ampliando assim, o atendimento à crianças e adolescentes.
Sendo uma Lei Complementar, o ECA acrescentou alguns pontos no que diz
respeito à profissionalização e à proteção da criança e adolescente, destacando o
aspecto de pessoa em desenvolvimento e de sujeito de direitos. Para Maria de Fátima
Pereira Alberto, Tercália Suassuna Vaz Lira e José Wilson de Lima,
CAPÍTULO 2
Com base nas considerações de Fonseca, é possível afirmar que a OIT, tinha
como norte de suas ações, a busca pela paz mundial através da justiça social, tratando
de melhorar as condições de trabalho dos jovens e garantindo os direitos dos menos
desfavorecidos, especialmente das crianças e adolescentes vítimas de exploração de
mão de obra.
Entretanto, assim como assinala Sérgio Augusto Guedes Pereira Souza (2001,
p. 58), a Declaração de Genebra, por não possuir força vinculativa aos estados, não
conseguiu adquirir amplo reconhecimento pelos países. Diante deste fato, Sofia Vilela
de Morais e Silva (2009) relata, que “Apenas com a Declaração Universal dos Direitos
do Homem, 1948, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, verifica-se a
evolução na percepção sobre a proteção à criança”.
3
Com o fim da Primeira Guerra Mundial e a partir do décimo quarto dos catorze Célebres Pontos do
presidente norte-americano Woodrow Wilson, que embasaram o armistício de 1918, surgiu a Liga das
Nações. Tal entidade pretendia transformar o delineamento das relações internacionais construído até
então e, desta forma, fomentar a paz mundial e acautelar a recorrência dos desentendimentos que
promoveram a mortandade naquela recente contenda em solo europeu (CUNHA; MIGON; VAZ; 2014, p.
318).
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trata esta lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facilitar o desenvolvimento
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e
dignidade (BRASIL, 1990, art. 3).
De acordo com Munir Cury, Paulo Afonso Garrido de Paula e Jurandir Norberto
Marçura,
Em seu artigo 2º, O ECA estabelece que a criança é aquela pessoa até doze
anos de idade incompletos e, adolescente, aquela pessoa entre doze e dezoito anos
de idade. Tânia da Silva Pereira destaca que o único objetivo desta distinção era,
Do artigo 60º ao artigo 69º, o ECA trata sobre a idade mínima para o trabalho,
da aprendizagem como princípio no processo de profissionalização, do trabalho do
menor portador de deficiência, dos tipos de trabalhos vedados à população infanto-
juvenil e por fim, reiterando à necessidade de respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento e de capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
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No que diz respeito ao artigo 63º do ECA, Patrícia Calmon Rangel e Keley
Kristiane Vago Cristo destacam, que:
CAPÍTULO 3
Política Pública significa, portanto, ação coletiva que tem por função
concretizar direitos sociais demandados pela sociedade e previstos
nas leis. Ou, em outros termos, os direitos declarados e garantidos nas
leis só têm aplicabilidade por meio de políticas públicas
correspondentes, as quais, por sua vez, operacionalizam-se mediante
programas, projetos e serviços (PEREIRA, 2002, p. 223).
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Entre as mais variadas políticas públicas que estão inseridas nesse conjunto
de ações e programas, encontra-se a política de erradicação do trabalho infantil. Nela,
estão voltadas ações de prevenção, identificação e proteção de crianças e
adolescentes em situação de trabalho, visando identificar as causas do problema.
executado por crianças abaixo da idade mínima para o trabalho, dando atenção
especial aos jovens até os 18 anos de idade.
Para André Viana Custódio e Josiane Rose Petry Veronese (2007, p. 220) o
Fórum “tinha por objetivo a união da sociedade e do poder público, como um espaço
aberto de discussão, articulação e busca de alternativas para tão complexo tema”. Os
autores ainda ressaltam, que:
Vale destacar que o PETI, através da sua variada gama de ações, com o intuito
de resguardar os direitos de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil,
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Nessa direção, Ramalho (2015) destaca que a partir de 1995, com a articulação
entre a Delegacia Regional do Trabalho (DRT/PB), o Escritório de Representação da
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Assim, como tão bem sinaliza Lins (2004, p. 20), o FEPETI/PB “se constitui em
um espaço permanente e interinstitucional de articulação comprometida com a
erradicação do trabalho infantil e com a proteção e garantia dos direitos do
adolescente no trabalho”. Ainda de acordo com a autora,
Nas palavras de Jamison Max Medeiros Miranda (2014, p. 35), “No âmbito
estadual, ao longo de sua existência o FEPETI/PB vem se mostrando bastante
atuante, se colocando como peça fundamental no combate ao trabalho infantil no
estado”. Uma de suas finalidades passa por articular instituições que estejam
inseridas na rede de proteção à infância e juventude, visando ações de prevenção e
enfrentamento à problemática do trabalho infantil, entendendo este como o que é
executado por crianças e adolescentes com idade inferior à permitida por lei, bem
como proteção ao trabalhador adolescente na Paraíba.
Uma outra dificuldade e que acaba indo de encontro com a pouca efetividade
das ações de enfrentamento, é a questão da omissão por parte do Estado em dá um
maior e melhor suporte para que crianças e adolescentes não sejam inseridos de
forma precoce no mercado de trabalho. Assim, é recomendável buscar a integração
dos diferentes níveis de governo, garantindo a intersetorialidade das políticas e dos
programas que tenham a criança e suas famílias como destinatários, e concretizando
o que está posto nos Planos Estadual e Municipais de Erradicação do Trabalho
Infantil.
Sendo assim, com base nas discussões presenciadas nas reuniões do Fórum,
ao analisarmos mais precisamente, apesar dos impasses no processo de prevenção
e erradicação do trabalho infantil, podemos destacar que o FEPETI/PB possui uma
importância inestimável e uma necessidade concreta para todos os municípios do
Estado, seja no combate imediato ao trabalho infantil através da defesa dos direitos
humanos de crianças e adolescentes, seja no fortalecimento da democracia
participativa e controle social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pois, de acordo com as leituras, é notável que uma das principais causas que
levam ao trabalho infantil é a situação de miséria de inúmeras famílias, tanto à nível
internacional, como à nível nacional. Entretanto, para grande parte dos estudiosos que
trabalham com a temática, além de prejudicar o desenvolvimento físico, psicológico e
social de crianças e adolescentes, este pensamento ainda abre precedentes para que
a exploração de mão de obra infanto-juvenil como saída para aqueles que estão em
situação de infração, acaba criando e normalizando uma onda de preconceitos,
desaguando na negação de direitos por parte da classe dominante para com a classe
trabalhadora.
Sendo assim, olhando para o cenário atual, a situação ideal ainda é muito
aquém do que se espera para quem busca uma real eficácia no que diz respeito ao
tratamento mais digno para com aqueles que merecem prioridade. Novos desafios e
novas questões surgem ao mesmo tempo em que velhas problemáticas não foram
totalmente superadas, fazendo com que estas, dificultem ainda mais o combate ao
trabalho infantil, carecendo de novas e urgentes formas de enfrentamento.
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