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Diário de Campo:
Diário de Campo é “um documento pessoal-profissional no qual o estudante [profissional]
fundamenta o conhecimento teórico-prático, relacionando com a realidade vivenciada no
cotidiano profissional, através do relato de suas experiências e sua participação na vida social.”
(LEWGOY, Alzira Mª. B; SCAVONI, Maria Lucia. Supervisão em Serviço Social: a formação
do olhar ampliado. In: Revista Texto & Contextos. EDIPUCRS. Porto Alegre: 2002. P. 63)
1º Dia
Atividades desenvolvidas:
O profissional deve buscar ter uma visão crítica reflexiva e construtiva ao desempenhar
suas funções profissionais no campo de atuação, capaz de responder conscientemente as
demandas emergentes no espaço sócio-ocupacionais, através de exercícios propositivos
pautados em ações previamente planejadas. Foi possível observar também, que diante das
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SERVIÇO SOCIAL
Observações: Pude observar que além desse usuário, muitas outras pessoas não possuem
informações suficientes de acesso aos seus direitos e de como recorrer a esses, e pude perceber
o quanto as ações socioeducativas dos assistentes sociais contribuem na conformação de
determinado modo de vida, na maneira de pensar e agir dos sujeitos participantes do Cras,
provocando importantes mudanças de hábitos e comportamentos, seja no âmbito familiar ou
individual.
Conforme previstos nos Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de
Assistência Social: “É de competência específica dos assistentes Sociais intervir, instituindo
espaços coletivos de socialização de informação sobre os direitos socioassistenciais e sobre o
dever do Estado de garantir sua implementação”. (CEFESS, 2017)
Iamamoto (1998, p.69), também afirma:
Em seguida atendemos uma usuária, que foi na instituição a procura do CPF do filho
que foi solicitado numa ação coletiva prestados aos bairros pela Setas (Secretaria de Estado de
Trabalho e Assistência Social), que leva atendimento a população em evento social. Já havia
mais de 30 dias sem retorno da secretária, foi feito a busca no site, mas sem resposta, a assistente
social fez um encaminhamento para a receita federal.
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Observação: Observei que o tempo que esse usuário/a teve que aguardar para obter respostas
foi muito grande, e que a profissional fez uma busca no site da receita federal e mesmo após a
espera de 30 dias, não teve êxito em sua busca, sendo assim acredito que caberia uma busca nas
Setas( Secretaria do Estado de Trabalho e Assistência Social) , por resposta sobre a demora do
documento, visto que o documento foi solicitado por uma ação coletiva promovida pelas Setas.
Outro atendimento que exigiu encaminhamento foi a solicitação de uma segunda via de
registro de nascimento da filha, o qual foi solicitada pela mãe da criança, que não tinha
condições financeiras para pagar a segunda via em cartório. Foi feito um encaminhamento junto
a Defensoria para que a mãe solicitasse o documento sem custos.
Observações: Pude observar que esse tipo de demandas é constante, visto que estamos
inseridos numa realidade em que predomina diversas expressões da questão social, dentre elas,
o desemprego, que impedem que muitos usuários tenham acessos aos serviços que não são
gratuitos. Sendo esses usuários, portadores de direitos, é dever dos profissionais assistentes
sociais buscar por vias estatais e até mesmo privadas, viabilizar os direitos desses usuários na
medida do possível, pois o Serviço Social tem por finalidade acompanhar as famílias
referenciadas a ele, realizar articulações com a rede socioassistenciais presente no seu território
de abrangência, bem como realizar encaminhamentos necessários a esta rede.
Conforme previsto pela ABEPS (1996), compete ao Assistente Social da política de
Assistência Social, identificar, analisar e compreender as demandas presentes na sociedade seus
significados, e formular respostas as mesmas para o enfrentamento das diversas expressões da
questão social. Todavia é necessário que o profissional busque a inclusão social e a participação
das classes subalternas, através de formas alternativas e estratégicas de ação que vise a
coletividade, a fim de superar as ações espontâneas e filantrópicas.
[...] O perfil do/a assistente social para atuar na politica de Assistência Social
deve afastar-se das abordagens tradicionais funcionalistas e pragmáticas, que
reforçam as praticas conservadoras que tratam as situações sociais como
problemas pessoais que devem ser resolvidos individualmente.” [...]
(BRASILIA, 2011, p.18)
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2º Dia
Atividades desenvolvidas:
Observações: Compreendo que mostrar aquelas mulheres que elas são capazes de aprender
técnicas manuais que pudessem gerar renda ou que aquela atividade poderia até deixa-las com
mais autoestima por se sentir capaz de produzir algo delas mesmas. Mas isso não é o suficiente,
e além do mais esse tipo de demanda técnica, visa a distração dessas mulheres, mas que o foco
não deve ser esse, o que elas precisam é de ter compreensão das relações sociais em que vivem,
o conhecimento de seus direitos sociais, para isso é preciso elaborar atividades socioeducativas
como palestras, oficinas e grupos de discussão abordando temáticas pré-estabelecidas, que
abordem a violência doméstica, drogas cidadania e direitos, enfim, que visam estimular o
pensamento crítico dessas mulheres.
O assistente social deve ter, papel um fundamental nas organizações da classe
trabalhadora, dando destaque as orientações teóricas, políticas e ideológicas às condições de
trabalho, buscando estratégias de atuação. Os assistentes sociais podem desenvolver
intervenções profissionais que visa refletir mudanças na forma de pensar, sentir, e viver da
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classe trabalhadora com os quais trabalham, estas intervenções podem estimular e potencializar
a resistência dessas mulheres.
3º Dia
Atividades desenvolvidas:
Iniciamos a tarde atendendo uma usuária que trouxe alguns documentos de sua irmã que
havia sofrido um aneurisma e derrame, e que estava impossibilitada de ir até o Cras, sendo
assim, essa usuária veio verificar como seria possível sua irmã receber o BPC( Beneficio de
Prestação Continuada), a princípio observamos os documentos e identificamos que o cadastro
único estava vencido, e que precisava de atualização, ao dialogarmos com ela, descobrimos que
ela já havia dado entrada no benefício, porem não conseguiu o deferimento, foi então que minha
supervisora de campo, ao escutar a usuária, solicitou que ela fizesse a atualização do Nis, logo
após fez um encaminhou ao INSS, para que obtivesse uma copia do processo, pois ela alegou
não ter recebido nenhum papel quando deu entrada no benefício, ou que talvez até tenha
extraviado, não se soube ao certo.
O que foi possível a assistente social fazer, é informar que assim que ela retirasse seu
comprovante do processo, fosse até a defensoria para entrar com recursos. Até tentamos, acesso
pelo número do Nis, mas não conseguimos respostas, pois teria que criar uma senha de acesso
para usuária. Após o atendimento, a assistente social me disse que ela não poderia criar essa
senha para a usuária, que essa é uma ação que ela teria que fazer ou alguém responsável por
ela, que o máximo que podia fazer é encaminha-la ao INSS ou a defensoria se ela tivesse o
processo em mãos para ela entrar com recursos.
O Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) é um benefício no
valor de um salário mínimo mensal destinado a pessoas com 65 anos de idade ou mais e a
pessoas com deficiência. Para a concessão do benefício, a renda da família deve ser inferior a
¼ (um quarto) do salário mínimo por pessoa. O BPC é um direito garantido pela Constituição
Federal de 1988, regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência
Observações: Fiquei um pouco aflita, pois não foi possível fazer muito, confesso que não
entendo muito sobre esses procedimentos,
Num outro atendimento, fizemos um encaminhamento a uma jovem que veio ao Cras com sua
mãe que veio se informar se seria possível sua filha participar de algum programa para jovem
aprendiz, a assistente social encaminhou a mãe e a jovem para o CIEE (Centro Integrado de
ensino Emprego). O CIEE tem uma boa articulação com os Cras, dando prioridade aos jovens
que são encaminhados pelas assistentes sociais, possibilitando o ingresso e reinserção dos
jovens no mercado de trabalho.
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Observações: Para que o trabalho dos Assistentes sociais seja realizado, é necessário o apoio
da rede, ou seja a articulação com instituições governamentais e não governamentais e até
mesmo a comunidade, e diante da conjuntura que se apresenta, são grandes os desafios que os
assistentes sociais enfrenta na atuação, para viabilizar direitos, e isso implica conhecer os
serviços oferecidos pela rede socioassistencial.
Neves (2009) nos traz algumas caracterizações sobre a rede socioassistencial e, com
elas, nos permite entender que tal rede é uma ação articulada e integrada que objetiva
proporcionar aos usuários dos serviços sociais a proteção social junto ao acesso aos seus
direitos, estando esta rede relacionada ao conjunto de políticas sociais, em especial a política
de assistência social.
Referencia:
BRASÍLIA, Parâmetros para atuação dos assistentes sociais na política de assistência social.
CFESS, 2011.
IAMAMOTO, Marilda Villela. O serviço social na contemporaneidade: trabalho e formação
profissional. 15 Ed. São Paulo: Cortez, 2008.
IAMAMOTO, Marilda. O Serviço Social na contemporaneidade. São Paulo: Cortez, 1998.
LEWGOY, Alzira Maria Batista; SILVEIRA, Esalba Maria Carvalho. A entrevista nos
processos de trabalho do assistente social. Revista textos & contextos v.6 n.2 p.233 - 251. Porto
Alegre: 2007.
NEVES, Marília Nogueira. Rede de Atendimento social: Uma ação possível? Revista da
Católica, Uberlândia, v. 1, n. 1, p. 147-165, 2009. Disponível em:
www.catolicaonline.com.br/revista católica. Acesso em 25 fev. 2015.