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discordam.
Mas o fato é que esta data, dia de Pentecostes, está razoavelmente firmada na história.
Pentecostes era a festa dos judeus celebrada 50 dias após a Páscoa. E foi durante uma
celebração destas que o Espírito Santo de Deus veio sobre os apóstolos e os 120 discípulos em
Jerusalém, cerca de 50 dias após a morte do Senhor, de acordo com Atos 2:1-4. Os cristãos se
interessam pela data, portanto, por este motivo e não pela festa de Pentecostes em si.
A descida do Espírito naquele dia marcou o início da Igreja Cristã. Todavia, este que foi um
evento da mesma magnitude que a morte e a ressurreição do Senhor Jesus, acabou se tornando
motivo de polêmicas e controvérsias em meio à Cristandade, apesar de existir um bom
número de pontos em comum entre os evangélicos sobre Pentecostes.
Podemos, por exemplo, concordar que a vinda do Espírito representou o início da Igreja
Cristã. Concordamos que ele veio para capacitar os discípulos com poder para poderem
pregar o Evangelho ao mundo, que Ele habita na Igreja de Cristo, isto é, em todos que são
realmente regenerados. Confessamos que Ele concede dons espirituais ao povo de Deus, que
Ele nos ilumina, santifica, guia e consola em nossas tribulações. Concordamos que devemos
buscar a plenitude do Espírito mediante a oração. Cremos que nossos pecados entristecem o
Espírito. Sabemos que o Espírito nos sela para a salvação, que é o penhor, a garantia que Deus
nos dá de que haveremos de herdar o Seu Reino.
Todavia, em que pese este consenso não pequeno, permanecem diferenças de entendimento
sobre diversos aspectos da obra do Espírito e o significado histórico-teológico de Pentecostes.
Vamos encontrar homens de Deus, sérios, dedicados e usados por Deus em lados diferentes.
Ainda que brevemente, vou enumerar algumas destas diferenças e expressar a minha opinião.
Do outro lado há os que pensam diferente, como eu, por exemplo, mas que creem que
podemos experimentar a plenitude e o poder do Espírito Santo hoje. Desejo isto e busco isto
constantemente. Todavia, não creio que cada enchimento que eu ou outro irmão venhamos a
ter é uma repetição de Pentecostes, mas sim uma apropriação pessoal daquele evento, que
aconteceu de uma vez por todas e que não tem como se repetir. Pentecostes foi o
cumprimento das promessas dos profetas do Antigo Testamento de que o Messias derramaria
Seu Espírito sobre Seu povo. Foi assim que Pedro entendeu, ao dizer que a descida do
Espírito era o cumprimento das palavras de Joel (Atos 2). Pentecostes é um evento da história
da salvação e à semelhança da morte e da ressurreição de Cristo, ele não se repete. E da
mesma forma que hoje continuamos a nos beneficiar da morte e da ressurreição do Senhor,
continuamos a beber e a nos encher daquele Espírito que já veio de uma vez por todas ficar na
Igreja. E eu creio que neste ponto podemos todos concordar.
Lamento tão somente que, apesar de termos tanta coisa em comum quanto ao Espírito,
acabemos divididos por uma atitude de arrogância espiritual por parte daqueles que acham
que somente eles conhecem o Espírito, e pela atitude de soberba daqueles que se consideram
teologicamente superiores aos ignorantes que vivem à base de experiências.
Minha oração é que todos os que verdadeiramente creem no Senhor Jesus e o amam de todo o
coração, apesar das diferenças, glorifiquem ao Pai e ao Filho por terem enviado o Espírito
Santo para santificar, capacitar e usar a Sua Igreja neste mundo.
*Link para o artigo sobre a controvérsia sobre o batismo com o Espírito Santo:
https://cpaj.mackenzie.br/…/2_Martyn_Lloyd-Jones_John_Stott…