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Mensagem (Encoberto) Fernando Pessoa
Mensagem (Encoberto) Fernando Pessoa
Encoberto
O DESEJADO
O poeta começa por afirmar que D. Sebastião é agora apenas uma memória, que anda entre
"sombras e dizeres", o que pode aludir à tradição oral do Sebastianismo e ao facto de o seu
mito estar sempre presente. Basta que sonhem para que o mito volte de novo à realidade, o
que significa que este nunca morre.
Para além disto, Pessoa profere a frase "Ergue-te do fundo de não-seres", pedindo que o
símbolo de D. Sebastião volte para cumprir o seu “novo fado” (que neste caso era a construção
do Quinto Império).
2.ª Estrofe
Continuando com a sua exortação, Pessoa compara o mito de D. Sebastião com o de Sir
Galahad, assim como a nobreza e caráter das duas personagens (pois ele era um cavaleiro
nobre). O poeta pede-lhe um ato de paz, tal como a descoberta do Santo Graal o foi.
"No auge da suprema prova" refere-se ao momento vivido pelo poeta, caracterizado pela
grande pobreza intelectual e política. E é "a alma penitente" do povo que sofre, pois este é mal
dirigido. Assim, Pessoa quer erguer de novo essa alma a uma nova ideologia, a Eucaristia Nova,
o Sebastianismo, aqui retratado como uma religião própria.
3.ª Estrofe
O ENCOBERTO
1.ª Estrofe
2.ª Estrofe
3.ª Estrofe
O Símbolo fecundo e divino agora também é final, pois é definitivo e mostra o “sol já
descoberto”, ou seja, a verdade iniciática (que era a conquista/realização do império espiritual,
o quinto império).
TERCEIRO (screvo meu livro à beira-mágoa)
Análise das estrofes do poema:
1.ª Estrofe
2ª Estrofe
3ª Estrofe
A segunda parte inicia-se com a conjunção "Mas" (7.º verso) e é constituída por uma série de
perguntas introduzidas por "Quando" e dirigidas a essa entidade mítica que toma vários nomes
(Rei, Hora, Cristo, Encoberto, Sonho, Senhor), apelando para a sua vinda rápida, única forma
de materializar sonhos centenários e de o poeta se libertar do contingente, do incerto, e de
alcançar uma "Nova Terra" e "Novos Céus".
ANTEMANHÃ
Nota: Decassilábico O mostrengo que está no fim do mar a Veio das trevas a procurar a A
madrugada do novo dia, b Do novo dia sem acabar; decassilábico E disse, «Quem é que dorme
a lembrar a Que desvendou o Segundo Mundo, Nem o Terceiro quer desvendar?» a E o som
na treva de ele rodar a Faz mau o sono, triste o sonhar. a Pergunta retórica Rodou e foi-se o
mostrengo servo b Que seu senhor veio aqui buscar, a Que veio aqui seu senhor chamar – a
Chamar Aquele que está dormindo b Anáfora E foi outrora Senhor do Mar a Face a "O
Mostrengo" de Mar Português conclui-se que Pessoa quer de novo simbolizar o medo do
desconhecido
O NEVOEIRO
Significado do título do poema:
Resumo do poema:
Finalmente, o poeta revela que “É a Hora” de Portugal voltar a brilhar, há ainda uma pequena
esperança de evolução e união de população para o bem comum e para a glória da pátria.
O estado de Portugal:
Portugal encontrava-se perdido, sem noção da sua realidade e de tudo o que se passava à sua
volta, não conseguindo distinguir o bem do mal. Apesar de tudo ser “incerto e derradeiro” e
“disperso”, ainda há uma pequena esperança. O facto de Portugal estar perdido leva o poeta a
um grande desespero. A vida no país é uma vida com “brilho sem luz e sem arder”, pois a
tristeza invade tudo e todos, e o esplendor do passado nada mais é que memória.
Pessoa tenta resgatar o orgulho dos portugueses, apesar de nada mais incentivar o povo à
glória. Pessoa faz o papel do Clero, que tinha também como dever incentivar a população,
apreciando mais as riquezas terrenas do que a sua religião, fazendo assim também parte da
decadência moral que se fazia sentir.
O povo português não consegue enxergar o futuro claramente como este era, pois estava
demasiado agarrado ao passado para o fazer, esperando uma força divina, que talvez traga D.
Sebastião e que este desfaça todo o Nevoeiro que envolve o país e salve o país, colocando-o
de volta nos trilhos da glória. No entanto Pessoa deixa bem claro que ‘É a Hora!
A tarefa do povo Luso é tentar erguer de novo a nação. Para isso é necessário que todos se
juntem para sair do Nevoeiro que cobre o país, para que Portugal volte a brilhar. É necessária a
ação contra a desunião da pátria, contra injustiças, para que se possa distinguir o bem do mal e
para que cada um possa escolher por si próprio.
Ilhas Afortunadas
1.ª Estrofe
O que é uma voz que fala mas que não quer ser ouvida, se
não o mistério, e um mistério não pode ser encarado como
uma realidade comum.
2.ª Estrofe
3.ª Estrofe
Pessoa conclui que as ilhas não existem, se não em devaneios, nas lenda das almas simples. O
poeta refere ainda que existe uma voz distante que nos fale de “esperança”. Mas essa voz não
reside em nenhuma ilha material, e se tentarmos escutá-la, ela cala-se, porque é um mistério.
Afirma que D. Sebastião regressa em símbolo e não em carne. E um mistério não pode ser
encarado como uma realidade comum.
Segunda uma lenda antiga, numa batalha um tal rei Artur foi ferido e ficou à beira da morte e
foi levado para a ilha de Avalon (uma ilha afortunada), onde, em vez de morrer, ficou
adormecido para um dia voltar numa hora de suprema necessidade para salvar o seu povo e
restaurar o seu reino.
Pode-se ver essa analogia através do verso "onde o rei mora esperando".
NOTAS
A primeira estrofe inicia-se com uma pergunta retórica “ Que voz vem do som das ondas/ Que
não é a voz do mar?”. Enigma que o sujeito poético tentará decifrar ao longo do poema. Esta
vez na distância, envolvida em mistério é incompreensível em condições comuns, calando-se
assim que se lhe dedica especial atenção, actuando de forma inconsciente, num novo plano de
mito.
Trata-se de uma voz de esperança, um apelo à ação que só agora é compreensível pois o suj.
poético se resignou e deixou de se esforçar para o ouvir , sendo surpreendido pela revelação
do seu significado.
Tal como “uma criança/dormente” também Portugal se encontra neste estado de torpor
favorável ao escutar da voz, perseguindo uma realidade que se esvai à medida que desta se
aproxima.
Será nas ilhas afortunadas que esperam por se concretizar estas esperanças vagas. Um lugar
espiritual logiquo e desejado, sm tempo ou espaço, onde aguarda o messias do novo império e
que virá resgatar o pais deste estado dormente. Este regresso não é no entanto físico mas sim
simbólico, já que se reconhece que “despertando/cala a voz e à só o mar)