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1. Argumentar
Argumentar - expressar uma convicção e uma explicação para persuadir o interlocutor a modificar o seu
comportamento.
Argumento - raciocínio destinado a provar ou refutar uma afirmação (= tese). Pode aparecer no discurso
numa disposição crescente, decrescente ou dispersa.
Se a tese é verdadeira, desenvolve-se um acto de persuasão destinado a provar a veracidade da tese, isto é, a
justificá-la.
Ex. Eu bebo água para emagrecer, porque graças ao seu poder diurético esta água elimina as toxinas.
Se a tese é falsa, desenvolve-se um acto de persuasão destinado a provar a falsidade da tese, isto é, a refutá-
la.
Ex. Faz-se crer que um produto é melhor porque é mais caro. Isso não é verdade porque não há uma relação directa
entre preço e qualidade.
Argumentação - conjunto de argumentos interligados a favor ou contra uma opinião ou uma tese, com vista
a provocar ou aumentar a adesão dos interlocutores às teses que apresentamos
2. Argumentação
Argumentação - técnicas discursivas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que
apresentamos ao seu consentimento. Tem por base três estados de espírito que percorrem a mente humana
perante uma afirmação:
- certeza: a verdade aparece como uma evidência e a mente adere a ela plenamente, sem qualquer hesitação;
- dúvida: a verdade não aparece com evidência e o espírito hesita, dado que uns aspectos indiciam a verdade e
outros o erro;
- opinião: a verdade não aparece de forma evidente, mas, embora não exclua toda a possibilidade de erro, são
fortes os motivos de adesão; a afirmação é provável e a inteligência adere a ela com mais ou menos segurança.
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Adaptado de Rei, J. Esteves, Curso de Redacção II - Texto, Porto Ed., s.d.; Figueiredo, Olívia M. e Bizarro, Rosa P., Da
Palavra ao Texto – Gramática de Língua Portuguesa, Ed. Asa, 1997
2.1.1. Via lógica - quando se recorre:
à indução - constrói-se o raciocínio do singular para o plural, do particular para o geral (utilizam-se
exemplos e ilustrações);
à dedução- constrói-se o raciocínio seguindo um de dois princípios básicos:
a) o da não contradição – quando duas afirmações se contradizem, uma delas é falsa = silogismo, sequência
de ideias constituída por três proposições ou afirmações (funcionando as duas primeiras como premissas
[uma maior e outra menor, conforme o termo que contêm] e a terceira como conclusão)
Ex. Os homens são mortais. / Sócrates é um homem. / Sócrates é mortal.
b) o da progressão do geral para o particular – através da articulação lógica expressa por “assim”,
“portanto” ou “logo” = entimema, forma de silogismo mais reduzida, na qual se subentende uma das
premissas ou a conclusão. Ex. Ele tem uma doença grave... não durará muito.
O João é inteligente, logo, irá longe.
ao raciocínio causal: assenta em duas operações do raciocínio: da causa para o efeito e do efeito para
a causa. Pressupõe que o conhecimento das causas permite compreender os efeitos, pelo que os
problemas (efeitos) poderão ser resolvidos se forem suprimidas as causas;
à definição:
– de sentido (quando se delimita a significação)
– de uma noção (quando se dá uma explicação a uma palavra tomada em dado contexto, apelando a outros
conceitos);
– slogan (quando se apresenta um juízo sobre um facto, à maneira de explicação, condensando-se o
essencial, por ex. “O desporto é saúde!”);
à comparação: estabelecer-se uma relação de semelhança entre factos, pessoas ou opiniões diferentes
com vista a provar a utilidade, o valor de uma coisa, um resultado, uma opinião;
à analogia: estabelece-se uma semelhança por via da imaginação entre pensamentos, factos e pessoas
com vista a uma fácil fixação e a uma compreensão imediata (ex. publicidade);
à descrição e narração: descreve-se ou narra-se uma situação ou um acontecimento que desencadeia
um processo da inferência que nos conduz ao princípio ou à regra.
3. Refutação
Tácticas da refutação:
- defensiva: contradiz a tese que se combate e mostra que ela se apoia em argumentos pouco sérios ou
mesmo viciados;
- ofensiva: defende o contrário da tese que se ataca.
Conectores argumentativos - podem exprimir:
- a mesma ideia: assim como, por exemplo
- a diferença: excepto, salvo erro, ou
- a oposição: mas, no entanto, embora, ora
- a causa: porque, com efeito, sendo dado que, por causa de
- a consequência: pois, por conseguinte, é por isso que
ARTICULADORES DO DISCURSO /CONECTORES FRÁSICOS2
indicar consequência exprimir condição reforçar, esclarecer retomar, comprovar uma ideia
de maneira que; a menos que; uma ideia como já foi dito/acima
de modo que; desde que; com efeito; referido; como já se referiu;
de tal forma que; exceto se; de facto; como já foi expresso;
eis porque; salvo se; desta forma; como se disse;
em / por consequência; se; deste modo; no seguimento de;
consequentemente; efetivamente;
então; melhor dizendo;
logo; na realidade;
pelo que; na verdade;
tanto que; por outras palavras;