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REDAÇÃO COMENTADA

Tema: A família contemporânea e sua representação em questão no Brasil

Introdução: Embora a introdução apresente a exposição do tema e da tese, é interessante contextualizar


o tema de forma que seja possível mostrar a relevância para ele estar em discussão em uma prova de re-
dação, por exemplo. Dessa forma, a contextualização pode ser feita por uma alusão histórica ou cultural,
argumentos de autoridade, citações, entre outros.

Desenvolvimento I: O parágrafo desenvolvido não contempla o gênero dissertativo-argumentativo, visto


que só apresenta uma exposição do que é o “Estatuto da Família”. A argumentação tem como objetivo
convencer o leitor e para isso deve ser articulado uma opinião junto com fatos para comprovar esse ponto
de vista. Além disso, a criação do tópico frasal é o meio mais fácil de organizar os pensamentos que serão
desenvolvidos e evitar a incoerência de ideias.

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No que diz respeito à configuração da família contemporâ-
2 nea no Brasil, os direitos não são garantidos e geram um paradoxo
3 no cenário, visto que a concepção familiar está se transformando
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e pluralidade ainda não é totalmente reconhecida devido a uma
5 sociedade conservadora e ao preconceito enfrentado pelos que não
6 são representados.
7 Em 2015, o “Estatuto da Família” foi lançado pela Câmara
8 dos Deputados para definir o modelo que pode ser considerado
9 um núcleo familiar no Brasil. Contudo, esse projeto de lei legitima
10 somente a união entre homem e mulher e não contempla a união
11 de casais do mesmo sexo, por exemplo.
12 Além disso, essa perspectiva engessada do modelo estere-
13 otipado de família colabora com a perpetuação na intolerância.
14 Crianças que não possuem um perfil familiar tradicional acabam
15 sendo vítima de preconceitos na escola, visto que esse aspecto ain-
16 da é tratado com indiferença na sociedade. Frequentemente, ca-
17 sos são noticiados nos jornais sobre a quantidade de crianças que
18 esperam por adoção.
19 Fica claro, portanto, a necessidade de considerar a repre-
20 sentatividade de outras configurações familiares. Dessa forma, a
21 escola como instituição social e de integração, deve inserir mais as
22 famílias no ambiente escolar e promover palestras com o objetivo
23 de conscientizar e discutir essa temática trazendo o ensinamento
24 aos alunos e coibir preconceitos.
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Desenvolvimento II: Cabe destacar que assim como a redação, cada parágrafo deve ter uma unidade de
início, meio e fim. Dessa forma, o pensamento contido no desenvolvimento de uma redação deve ter essa
estrutura lógica de coerência de ideias. É possível perceber que o trecho analisado embora tenha o tópico
frasal bem estruturado e a sua ampliação, não possui a apresentação de opinião sobre o que está sendo
desenvolvido, que seria a conclusão daquele pensamento e com isso se torna incoerente ao que foi escrito
antes.

Conclusão: A conscientização é uma proposta de intervenção vaga, pois não é considerada uma solução viável
e eficaz que depende do subjetivismo de cada indivíduo na sociedade. Dessa forma, mesmo que ela seja usada,
ela deve vir articulada a uma proposta concreta e detalhada com os aspectos: “O que deve ser feito?”, “Como
deve ser feito?” e “Por quem deve ser feito?”.
REDAÇÃO EXEMPLAR

Tema: A família contemporânea e sua representação em questão no Brasil

Sugestão de reescrita:

1 Desde a promulgação da Constituição Cidadã, em 1988, a democracia brasileira é


2 consolidada nos pilares democráticos de liberdade e de igualdade. Entretanto, no que diz
3 respeito à configuração da família contemporânea no Brasil esses direitos não são garanti-
4 dos e geram um paradoxo no cenário, visto que a concepção familiar está se transformando
5 e pluralidade ainda não é totalmente reconhecida devido a uma sociedade conservadora e
6 ao preconceito enfrentado pelos que não são representados.
7 Cabe destacar que o pensamento conservador ainda existe na sociedade. Em 2015,
8 o “Estatuto da Família” foi lançado pela Câmara dos Deputados para definir o modelo que
9 pode ser considerado um núcleo familiar no Brasil. Contudo, esse projeto de lei legitima
10 somente a união entre homem e mulher e não contempla a união de casais do mesmo sexo,
11 por exemplo. De acordo com uma pesquisa realizada pelo IBGE, é possível perceber que cada
12 vez mais aumenta o número de casamentos homoafetivos, divórcios, mulheres como chefes
13 de família e a diminuição na taxa de fecundidade, e por isso esses novos retratos devem ser
14 respeitados.
15 Além disso, essa perspectiva engessada do modelo estereotipado de família colabora
16 com a perpetuação na intolerância. Crianças que não possuem um perfil familiar tradicio-
17 nal acabam sendo vítima de preconceitos na escola, visto que esse aspecto ainda é tratado
18 com indiferença na sociedade. Frequentemente, casos são noticiados nos jornais sobre a
19 quantidade de crianças que esperam por adoção, porém, quanto menos casais do mesmo
20 sexo e crianças adotadas sofrerem preconceitos, mais incentivo outras pessoas terão para
21 adotarem e diminuírem esse número em abrigos e orfanatos.
22 Fica claro, portanto, a necessidade de considerar a representatividade de outras
23 configurações familiares. Dessa forma, a escola como instituição social e de integração,
24 deve inserir mais as famílias no ambiente escolar e promover palestras com o objetivo de
25 discutir essa temática trazendo o ensinamento aos alunos e coibir preconceitos. O governo,
26 também, deve atuar e criar punições eficazes para a intolerância por meio de disque-de-
27 núncias que possam investigar esses casos de intolerância e punir eventuais violências, além
28 de diminuir o processo burocrático de adoção para casos homoafetivos para que o maior
29 número de crianças possa estar inserido em um núcleo familiar.
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