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Se o herói camoniano é guerreiro, o herói pessoano é simbólico (uma vez que, é mitificado) e
tem como objetivo incentivar o combate ao marasmo/estagnação em que país se encontra,
através da criação do Quinto Império (espiritual e civilizacional), que irá devolver a glória vivida
pelo povo lusitano na altura dos descobrimentos.
Podemos concluir que, o herói camoniano é individual (o povo português, que se destaca
devido à sua ousadia), por o outro lado, o pessoano é coletivo (pois representa todas aqueles
que engrandeceram a nação portuguesa). 188
A epopeia tinha como objetivo narrar e louvar os feitos gloriosos/grandiosos, e por isso dignos
de memória, de um povo, para que não caiam em esquecimento e possam servir de
exemplo/inspiração para um futuro promissor. Assim, Camões dedica a sua obra a D.
Sebastião, onde afirma que ele é um monarca poderoso (jovem aventureiro e viril), pois irá
garantir a “Lusitana antiga liberdade” e proporcionar novos feitos.
Na obra “Mensagem”, o sebastianismo é abordado por Pessoa como mito que exprime o
drama de um país maribondo, a necessitar de acreditar de novo nas suas capacidades e nos
valores que antigamente lhe permitiram a conquista dos mares e a sua afirmação do mundo.
Assim, D. Sebastião adquiriu uma dimensão simbólica, uma vez que, foi utilizado como fonte
de estímulo, devido à sua coragem e bravura, para a construção de um império distinto,
civilizacional e espiritual (idealizado por Pessoa, o Quinto Império).
Podemos concluir que, D. Sebastião aparece na obra camoniana vivo fisicamente, onde é
incentivado a realizar novos feitos, e na obra pessoana vive apenas na memória do povo
(espiritualmente), onde é utilizado como inspiração para a
reanimação do povo português.
Adamastor vs Mostrengo
O Mostrengo, da Mensagem, e o Adamastor, dos Lusíadas, apresentam algumas
características comuns e outras bastantes diferentes. Contudo, ambos se situam no centro das
suas obras como eixos estruturantes.
Podemos concluir que, ambas estas criaturas, apesar das suas diferenças, na busca do
desconhecido por parte dos portugueses apresentaram-se como obstáculos, contudo a sua
vontade e valentia foram superior aos seus medos.