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Consultorias e Perícias / Assistências Judiciais: Especialistas nas áreas Marítima e de Engenharia das Indústrias de Óleo & Gás, Naval e Nucleares
Avaliações: Embarcações, Equipamentos, Medição Fiscal de Produção de Petróleo e Participação Governamental

Você sabia que existe Radiação em Plataformas de Petróleo?

Perita Mariane Malvão Fernandes

Estamos expostos a alguns riscos de contaminação por radiação em plataformas offshore.

E quais seriam os principais riscos dessa exposição?

Hoje venho aqui, para falar um pouquinho sobre essa exposição que acontece pela
radiação presente em ambientes offshore. Preciso lembrar que a segurança é uma das
principais preocupações em plataformas offshore. O uso de EPIs (equipamentos de
proteção individual) é imprescindível, além dos cuidados contra incêndios e da proteção
para evitar a exposição à radiação.

Entre esses temas, a radioproteção é um dos que exige mais atenção. As consequências
da exposição são graves, é fundamental entender o que é a radiação e como evitar os
riscos.

Os tipos de radiação

Para começar a entender como a radiação funciona e de que forma ela age no
organismo, precisamos compreender o que ela é.

A radiação é a emissão e propagação de energia que acontece por meio de partículas


ou de ondas eletromagnéticas. Quando se diz que um elemento é radioativo, isso significa
que ele espontaneamente emite essa energia. Há dois tipos de radiação:

 ionizante — que provoca saídas de elétrons dos átomos neutros, transformando-os


em íons (cátions). É o caso das radiações alfa, beta e gama;
 não ionizantes — que não provocam esse efeito. Entre elas temos a luz
infravermelha, a radiação do micro-ondas, as ondas de rádio e a luz ultravioleta.

As que mais preocupam por apresentarem maior risco à saúde são as radiações nucleares,
que partem do núcleo de átomos instáveis. Elas transmitem energia a outros átomos e
moléculas, causando mudanças em sua estrutura. No ser humano, o dano que mais
preocupa é aquele que atinge a molécula de DNA.

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Tipos de Radiação ionizante

A radiação alfa (α) é a emissão de pequenas partículas compostas por dois prótons e dois
nêutrons. Por isso, é como se um átomo de Hélio fosse desprendido do elemento radioativo
original. Elas são pesadas e têm carga elétrica, mas têm curto alcance e não são capazes
de penetrar nossa pele. Isso acontece porque, quando a radiação penetra nos tecidos,
perde energia por colidir com as moléculas do corpo humano. Assim, ela vai
enfraquecendo e, quando perde toda sua energia, para de causar danos. Por isso, o risco
da radiação alfa diz respeito à sua ingestão ou inalação.

Já a radiação beta (β) é, basicamente, um elétron ejetado do núcleo. Ela também tem
baixo índice de penetração no organismo, sendo que a maioria das partículas betas
emitidas por fontes naturais não adentram sequer meio centímetro de pele e tecido.
Portanto, assim como a radiação alfa, a beta também apresenta risco quando ingerida
ou inalada.

A radiação gama (γ) é de natureza eletromagnética. Ela não tem carga elétrica ou massa
e, por isso, é muito penetrante. Raios gama são capazes de passar através do corpo
humano e de outras barreiras sem ter nenhum tipo de absorção significativa, ou seja, sem
enfraquecer. Por isso, somente a exposição a ela já é muito arriscada.

Agora vamos ver os principais riscos de exposição em plataformas offshore. Há,


basicamente, três fontes principais de perigo nas plataformas offshore. Conheça-as!

1. Equipamentos de origem estrangeira

Nas atividades com petróleo, alguns equipamentos de extração e medição são nucleares.
Ou seja, eles usam energia nuclear, que é originada de fontes radioativas. A maioria desses
equipamentos é de origem importada e atende a padrões internacionais de segurança.

O problema é na entrada desses equipamentos no Brasil. Eles chegam pela faixa costeira,
exatamente onde estão as plataformas offshore, e precisam de licença nacional para
serem utilizados.

Esse licenciamento é feito pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Ela atua
para tornar seguras as operações de materiais e equipamentos radioativos em território

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nacional. Sendo assim, é muito importante observar cuidadosamente as normas que ela
publica, que ajudam a manter a segurança e a legalidade nas plataformas.

Quando os equipamentos nucleares chegam ao Brasil diretamente do exterior, muitas


vezes não receberam o cuidado necessário para evitar a contaminação. Como a
radiação é imperceptível (sem cheiro e sem cor), os operadores transportam e operam
esses equipamentos sem saber que estão expostos à radiação. Por isso, é fundamental
treinar as equipes a seguir protocolos de radioproteção. Assim, elas estarão preparadas
para receber esse tipo de material nas plataformas e embarcações.

2. Contaminação por NORM/TENORM

NORM e TENORM são materiais que naturalmente emitem radiação. Eles não são
equipamentos, e o grande risco de contato é nas atividades normais do setor de petróleo
e gás.

NORM significa Naturally Occurring Radioactive Materials (Materiais Radioativos de


Ocorrência Natural). Já TENORM é a sigla para Technologically Enhanced Naturally
Occurring Radioactive Materials (Materiais Radioativos de Ocorrência Natural Melhorados
Tecnologicamente). Ou seja, é um NORM com radiação ionizante potencializada por
processamento.

As regiões onde a exploração da matéria-prima ocorre é naturalmente caracterizada pela


presença de materiais radioativos. Por isso, quando uma instalação offshore é feita,
acumula material radioativo com frequência nas linhas, tanques e vasos, formando
depósitos e incrustações nas paredes, um resíduos perigoso e altamente poluente.

Assim, o risco de contaminação se dá durante a extração, transporte ou produção de


petróleo e gás, que se acumulam nos equipamentos. Por reduzirem a capacidade de
produção da planta e dos sistemas de elevação e de escoamento, elas também
aumentam as paradas para intervenções programadas, incluindo: Limpezas, squeezes,
troca de elementos etc.

Os custos dessas paradas são altos e prejudicam indicadores de produção e de eficiência


operacional. A maioria das contaminações acontecem nesses momentos de parada,
quando os profissionais ficam expostos a uma grande quantidade de fontes, pois estão
lidando com materiais radioativos diretamente. E também é durante essas intervenções

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que há maior risco de inalação e ingestão, além da exposição em si. Cabe salientar que
a contaminação interna é ainda mais perigosa e potencialmente fatal, pois tem efeito
imediato nos órgãos atingidos. Já a exposição é mais arriscada quando acontece com
frequência.

Embarque temporário de fontes radioativas

Nas atividades offshore, há a presença frequente de funcionários de empresas


terceirizadas, que trazem seus próprios equipamentos para dentro das embarcações e
plataformas. Um exemplo comum é a gamagrafia, que usa raios gama para detectar
defeitos e rachaduras em partes internas de peças.

Os equipamentos de gamagrafia ficam embarcados com as equipes terceirizadas durante


toda a operação, por ser pesado e difícil de manusear e transportar. Eles chegam e saem
por balsas e containers, de forma programada, suspensos por guindastes. É nesse momento
que começam os riscos, pois no transporte podem acontecer acidentes que
comprometam a integridade da fonte radioativa. O principal recurso de proteção é o
treino para agir nessa situação, e os profissionais precisam ter noções de radioproteção e
sua legislação vigente.

Além disso, a equipe médica e de segurança devem saber como proceder para prestar
os primeiros socorros em incidentes envolvendo radiação e para delimitar as áreas
contaminadas, seguindo todo trâmite que a Politica Nacional de Resíduos Sólidos (Lei
12.305/2010) diz, sobre gerenciamentos de Resíduos de Serviços de Saúde (Resíduos
Perigosos) e a Lei 10.308/2001 que regulamenta o destino de rejeitos radioativos.

E quanto as normas técnicas envolvidas no processo, o que fazer?

Em função dos riscos envolvidos nas atividades de perfilagem de poços de petróleo, há


normas técnicas que exigem um serviço de radioproteção. São elas:

NT 3.02/1988 — trata dos requisitos para implantar o serviço de radioproteção em


instalações nucleares e radioativas;

NT 3.02/2005 — estabelece requisitos básicos de radioproteção para a radiação ionizante;

NT 5.01/1988 — define os requisitos de radioproteção para o transporte de materiais


radioativos;

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NT 6.02/2014 — trata do licenciamento das instalações radioativas;

NT 7.01/2016 — fala da qualificação de supervisores de proteção radiológica.

É importante conhecer todas e revisá-las periodicamente. Assim, você garante que as


instalações offshore estarão seguras e atendendo aos requisitos legais para o setor.

Quais medidas devemos tomar para evitar contaminação?

A melhor forma de evitar a contaminação é com um serviço de radioproteção eficiente.


Isso inclui: ter um plano de radioproteção detalhado para todos os profissionais expostos;
contratar empresas especializadas em treinamentos para radioproteção; estabelecer
códigos de conduta para garantir a segurança de todos os profissionais embarcados;
realizar treinamentos periódicos a respeito das normas técnicas e protocolos estabelecidos
para a radioproteção; ter planos de radioproteção específicos, seguindo orientações da
CNEN.

Resumindo, a melhor forma de proteger sua equipe é com informação. Eles devem estar
aptos a identificar atividades arriscadas e tomar todas as medidas de proteção
necessárias. Portanto, invista em treinamentos e mantenha uma rotina específica de
preparação. Assim, os riscos de exposição à radiação vão diminuir consideravelmente.

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