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Primeiro Reinado, 1822 – 1831

Contexto internacional

Reação das forças conservadoras e derrota de Napoleão.


Pleno desenvolvimento econômico Britanico e fortalecimento da Pax Britannica
Revolta da elite liberal portuguesa.
Retorno de D. João VI à Portugal.

Segundo Hobasbawm, houve três “ondas revolucionárias” no período:


A primeira compreende:
a. Por volta de 1820 – Espanha, Nápoles e Grécia
b. Por volta de 1822 - a América espanhola estava livre . Os três grandes libertadores: Simon Bolívar, San Martin e
Bernardo O'Higgins
Última fortaleza do poderio espanhol, o vice-reino do Peru.
A independência da américa espanhola não logrou a integridade territorial desejada pelas revolucionários, porque
segundo Celso Furtado: “a dificuldade é sustentar uma ideia que não encontra correspondência nos interessses
dominantes”.
c. E também em 1822 - Brasil.
Independência imediatamente reconhecida pelos Estados Unidos, e em seguida, pelos britânicos (e seus devidos
tratados comerciais).

“Mas as revoluções latino-americanas foram obra de pequenos grupos de aristocratas, soldados e elites
afrancesadas "evoluídas", deixando a massa da passiva população branca, católica e pobre, e dos índios
indiferente ou hostil .” (Eric Hobsbawm)
Paradoxos da Independência

1. A nova ordem tratou de manter intocados os privilégios das elites, dentre elas e fundamentalmente a manutenção da
escravidão.

2. Única monarquia constitucional das Américas.

3. Resolução “pacífica” da questão com Portugal – manutenção da integridade teritorial.


Pacífica: por meio do pagamento de indenização
Compromisso de pagar um empréstimo Português à casa Rothschild
Empréstimos entre 1824 e 1829 somam 4,8 milhões de libras.

4. Independência de Portugal num contexto de manutenção da dependência externa. O comércio britânico dominava as
Américas e a Índia.

5. Se deu no momento em que Portugal pressionava o Brasil:


Retirando o título de Reino Unido
Retirando o status de vice-reinado
Exigindo o retorno de D. Pedro à Portugal.
Mapa do Brasil à época da Independência
Contexto econômico

1. Os acontecimentos políticos na Europa aceleraram a evolução política no país, porém contribuíram para prolongar a
etapa de dificuldades econômicas pela qual passava.

2. Qualquer forma pela qual se processasse a independência, os grandes senhores agrícolas seriam a classe que tomaria o
poder. A grande agricultura tinha consciência clara de que Portugal representava apenas um entreposto comercial
oneroso.

3. Crescente demanda por “liberdade de comércio”.

4. Queda persistente dos preços do açúcar.

5. Inglaterra mantida em posição privilegiada (tratados comerciais desde 1810. Imposto aduaneiro de 15% ad valorem
numa etapa de estagnação do comércio exterior, criou sérias dificuldades ao governo brasileiro.
ALTERNATIVA: taxar as exportações, o que significa reduzir os lucros da classe de senhores da grande agricultura.

5. Sem recursos, o império vê sua autoridade reduzir-se


Confederação do Equador.
Ocupação portuguesa da “banda oriental do Uruguai” (1815).
6. Déficits constantes obrigam o governo a emitir papel-moeda.
Em que contexto?
a) Pequenas dimensões da economia monetária
b) Impossibilidade de aumentar a tarifa aduaneira.
Qual o efeito?
Pressão sobre a taxa de câmbio, desvalorizando a moeda nacional

6. Pressão britânica pela abolição motivo: impulsionado pelos interesses antilhanos que viam na escravatura
brasileira o principal fator de depressão do mercado do açúcar.
Confederação do Equador

1. Onde?
Em Pernambuco em julho de 1824

2. Quem?
Contava com o apoio de Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Pará.

3. Por quê?
Tratava-se de um movimento republicano, abolicionista. Reclamava da falta de autonomia conferida às províncias.

4. Líder
Manuel de Carvalho Paes de Andrade.

5. Como terminou?
Em agosto o Recife foi sitiado, em setembro invadido e os rebeldes se renderam em menos de uma semana.
Paes de Andrade fugiu para a Europa, os demais líderes foram executados. Incluindo o Frei Caneca.
Análise da Constituição de 1824

“Juro defender a Constituição, se ela for digna do Brasil e de mim”.


D. Pedro I, citando a frase de Luís XVII

Principais características da Constituição Política do Império do Brasil.


1. Promulgada em 25/03/1824
2. Território dividido em províncias, subordinadas ao governo central.
3. Governo monárquico hereditário, constitucional e representativo.
4. Divisão de poderes quadripartita (fórmula de Benjamin Constant):
Legislativo
Moderador (exercido privativamente pelo Imperador)
Executivo
Judiciário
5. Eleição indireta e censitária.
6. No artigo 179 a Constituição trazia uma declaração de direitos individuais que, nos seus fundamentos, permaneceu nas
Constituições posteriores.
Personagens importantes

D. Pedro I
1. Filho de D. João e Carlota Joaquina.
2. “Criado solto na Quinta da Boa Vista ou na fazenda Santa Cruz, andava sozinho na mata, brigava a pau e soco com as
outras crianças, bolinava as escravas...”
3. Aparentemente era um sujeito despojado e de bom coração
4. Não entendia muito de latim, mas era um bom músico.
5. Ao abdicar do trono brasileiro em 1831 em favor de seu filho de 5 anos, partiu para Portugal, onde faleceu em 1834.

José Bonifácio
1.O mais ilustrado político brasileiro de todos os tempos
2. Filho de um dos comerciantes mais ricos de Santos
3. Formado em Direito, Filosofia e Ciências Naturais em Coimbra
4. Estudou Química e Geologia, na França
5. Especializado em mineralogia e metalurgia na Alemanha.
6. Baixinho, curvado, grisalho, de olhar malicioso, vaidoso, enérgico, teimoso, ateu e mulherengo
7. No campo social defendia ideias progressistas, mas não tinha muito apreço pela democracia.
8. Tornou-se Ministro de D. Pedro I
9. Desentendeu-se com o Imperador por questões políticas e pelo tratamento que dava à Marquesa de Santos.
10. Foi destituído em mandado para o exílio em 1823. Retornou em 1829 e tornou-se o tutor de D. Pedro II em 1831.
Bibliografia:

BUENO, Eduardo; Brasil, uma história – São Paulo, Leya, 2010.


FURTADO, Celso; Formação econômica do Brasil – São Paulo, Companhia editora nacional, 2003.
HOBSBAWM, Eric C.; A era das revoluções - Londres, Editora Paz e Terra, 1961.
SILVA, José Afonso da; Curso de direito constitucional positivo – Brasil, Malheiros Editores, 2007.

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