Os primeiros Chondichthyes – antes da radiação do grupo
Os Chondrichthyes pertencem ao grupo dos Gnatostomados, sendo um dos
primeiros animais mandibulares, cujos registros fósseis datam do Siluriano Inferiror. São os ancestrais dos tubarões e raias que se diversificaram em pontos diferentes e alcançaram grande diversidade em momentos distintos.
Devido ao fato de serem peixes com esqueleto interno essencialmente
cartilaginoso com calcificação prismática, os registros paleontológicos restringem-se as partes mineralizadas como os dentes, escamas e espinhos (na cabeça e na parte anterior as nadadeiras). Além do esqueleto cartilaginoso, possuem uma musculatura bastante desenvolvida, o que lhes possibilitou vantagens na agilidade e na flexibilidade. O corpo é normalmente fusiforme e as nadadeiras variam em número, tamanha, posição e forma de acordo com cada grupo, assim como ocorre nos tubarões atuais. A fecundação é interna e os machos possuem uma diferenciação nas nadadeiras pélvicas, originando os clásperes, responsáveis por transferir espermas para a fêmea.
O Cladoselache foi um dos primeiros representantes deste grupo em questão,
podendo atingir até 2m de comprimento e com uma aparência não muito diferente dos tubarões modernos: também apresentavam duas nadadeiras dorsais, nadadeiras peitorais e pélvicas com um esqueleto de sustentação interno, nadadeira caudal simétrica (externamente) e bem larga, pele com escamas em forma de dentículos, espinho anterior à primeira nadadeira dorsal, 5 pares de fendas branquiais e a presença de um par de clásperes (apenas nos machos).
No grupo dos Symmorida, estão incluídos: os Denae, com ausência de espinho
anterior às nadadeiras e presença de uma extensão afilada da nadadeira peitoral – o eixo metapterígio – com função incerta, talvez usada para hidrodinâmica, talvez para defesa; os Falcatus, que eram tubarões pequenos (parecidos com os cações em tamanho) com a presença de um longo espinho que corre sobre a cabeça dos machos maduros, com a possível finalidade de realização de rituais de corte; e os Stethacanthus, identificados por um “pincel”, um complexo espinhoso de espinhos com vários dentículos, composto por uma parte cartilaginosa e outra parte oca.
O grupo dos Eugenodontiformes, com fósseis comuns do Carbonífero e Permiano,
como o Helicoprion são conhecidos exclusivamente pelos seus dentes, que crescem em forma espiral, consistindo em uma série de dentes que se articulam de tal forma para que o dente maior esteja em uso e novos dentes possam girar até o lugar desgastado no dente antigo. Os Petalodontiformes, também do Carbonífero e Permiano, incluem o Belantsea, animal com o corpo em forma de bulbo e cabeça relativamente curta. Apresentam 4 poderosos dentes estriados situados em cada segmento da maxila de forma variada, usados para triturar comida dura como moluscos ou corais.
O grupo dos Xenacantiformes, como o Xenacanthus, conhecidos do Devoniano
Inferior ao Triássico, possuem o corpo com formato adaptado para viver em águas continentais, nadando dentro e fora dos lagos com vegetação densa. Possui um longo espinho logo atrás do crânio, uma longa nadadeira dorsal que se estende pela maior parte do dorso e uma cauda dificerca e simétrica.
Os Ctenacantiformes são um grupo mal definido e pouco conhecido por problemas
de preservação, datando do Devoniano ao Triássico. Devido aos espinhos das nadadeiras inseridos profundamente na massa muscular do corpo, aproximam-se bastante dos tubarões modernos.
Os Hybodontiformes apareceram no Devoniano e se diversificaram no Carbonífero
e no Triássico. Assim como alguns tubarões modernos, sobreviveram no Cretáceo Superior. As nadadeiras pares e a nadadeira caudal heterocerca (com a coluna vertebral inclinada para cima) eram usadas para direcionar e dar estabilidade, no entanto tornava-os tubarões com natação mais lenta. O grupo tem um grande número de formas de dentes, o que sugere uma grande variedade de tipos de presas.
Os Chondrichthyes do grupo dos Subterbrachialia tiveram origem no Devoniano e
se diversificou no Carbonífero. Essa subclasse inclui grupos já extintos, mas também incluis grupos viventes até hoje, como Holocephali (as quimeras).